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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Utilidade Pública - Excesso de sal prejudica a flora intestinal, mostra estudo

Segundo pesquisa alemã, o excesso de sódio reduz a diversidade de bactérias da flora, sendo os micro-organismos ligados ao sistema imunológico os mais afetados

Os malefícios do consumo excessivo de sal, principalmente o surgimento de problemas cardíacos, são atestados pela ciência. Uma equipe de pesquisadores da Alemanha decidiu investigar os efeitos da substância com outro foco: a flora intestinal. Em experimentos com ratos, identificaram que uma dieta rica em sódio não só reduz a quantidade de bactérias na microbiota, como propicia o surgimento de doença inflamatória e cardiovascular. Os achados foram publicados na última edição da revista britânica Nature.

Uma vez que todos comemos sal todos os dias, em cada refeição, ficamos surpresos com o fato de que ninguém ainda havia feito essa pergunta simples: o sal pode afetar os micróbios intestinais, já que ele atinge o intestino?”, conta ao Correio Dominik Muller, autor principal do estudo e pesquisador do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular. Para esclarecer essa dúvida, Muller e sua equipe compararam amostras fecais de ratos alimentados com uma dieta com quantidade normal de sódio e de roedores que seguiram um regime com alto teor de sódio.

Os investigadores colheram e analisaram as amostras das cobaias diariamente, durante três semanas. A partir do 14º dia, descobriram redução significativa de espécies microbianas na flora de roedores alimentados com sal em excesso. Por meio de técnicas de sequenciamento de DNA e análises computacionais, identificaram as bactérias Lactobacillus murinus, do gênero
Lactobacillus, como o grupo mais atingido. “Como esse grupo de bactérias também é conhecido por afetar o sistema imunológico, resolvemos nos aprofundar nele e desvendar os detalhes envolvidos em sua redução”, relata Muller.

Em uma nova etapa de testes com roedores, observou-se que a administração de Lactobacillus murinus reduziu a quantidade de células TH17, relacionadas à hipertensão, e impediu o agravamento de encefalomielite autoimune experimental, um modelo de inflamação do cérebro relacionada ao excesso de sal. “Curiosamente, descobrimos que o Lactobacillus atuou como um tipo de inibidor de TH17 em camundongos, algo que nos surpreendeu bastante”, ressalta o líder do estudo.

Na terceira fase da pesquisa, a equipe contou com a participação de um pequeno grupo de humanos nas intervenções. Dessa forma, os investigadores descobriram que o aumento da ingestão de sal reduziu a sobrevivência intestinal de múltiplas espécies de Lactobacillus, aumentou a quantidade de células TH17 e a pressão arterial.

Apesar de otimistas com os resultados, os cientistas acreditam que mais estudos com humanos são necessários a fim de comprovar a relação das bactérias Lactobacillus murinus com os problemas inflamatórios e cardiovascular. “Precisamos analisar um número maior de pacientes para confirmar essa suspeita, esse é um dos nossos planos. Realizaremos ensaios clínicos maiores, controlados com placebo, que analisarão o efeito de bactérias do gênero Lactobacillus sobre a pressão arterial e a polarização com as células TH17”, adianta Muller. “Essa função imunomoduladora pode ser interessante para tratar doenças inflamatórias, o que poderá trazer ganhos na área médica”, complementa.


Dieta
Hermes Aguiar Júnior, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia, avalia que a pesquisa enriquece um campo que tem sido muito estudado. “Já sabemos dos malefícios da ingestão excessiva do sal em fatores renais e no sistema nervoso, por exemplo. Mas a sua relação com a microbiota intestinal ainda não havia sido avaliada. De uma forma geral, esse é um tema que tem sido bastante explorado, pesquisas estão relacionando a causa e os possíveis tratamentos de enfermidades com a diversidade da microbiota”, explica.


O médico ressalta ainda a necessidade de estudar melhor o tema, com um número maior de pacientes, mas destaca que o artigo alemão pode ser considerado importante por mostrar mais um motivo para o consumo controlado de sal. “Sabemos que ainda é um estudo experimental, mas, ainda assim, o efeito na microbiota é mais uma razão para tirar o sal da dieta. A diversidade das bactérias é algo importante. Sabemos que alguns carboidratos complexos presentes em verduras, como o brócolis e a cenoura, são melhores para o intestino por serem mais difíceis de ingerir. Isso beneficia a flora intestinal, diferentemente de alimentos menos complexos, como a batata, o macarrão e o pão”, ensina.

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Palavra de especialista

Vasto campo a explorar

“Um estudo maior, que inclua pessoas com pressão arterial normal e alta, compare várias doses de sal e um placebo, levando, assim, a várias leituras funcionais da microbiota ao longo do tempo, é algo que aguardamos ansiosamente. A lista de doenças complexas em que a microbiota intestinal pode desempenhar um papel importante está crescendo, mas uma atenção cuidadosa aos fatores envolvidos nessa relação é necessário ao testar hipóteses. Dúvidas existentes que estudos futuros, sem dúvida, esclarecerão. Mesmo efeitos considerados ‘modestos’ atualmente são mais do que dignos de novos estudos devido ao profundo potencial para benefícios à saúde global.” 


David A. Relman,  pesquisador da Universidade de Stanford, em artigo opinativo divulgado na revista Nature

Correio Braziliense
 

 

Serial killer Charles Manson é internado em estado grave

O assassino norte-americano Charles Manson, 83 anos, foi internado em estado grave em um hospital de Bakersfield, na Califórnia, informou o site “TMZ” nesta quinta-feira (16).


O líder do grupo que matou a atriz Sharon Tate e mais seis pessoas em 1969 teria sido internado há três dias e estaria “no fim da Vida”, já que os tratamentos não “melhoram a sua situação”.

ANSA

Essa é a segunda internação do criminoso neste ano. Em janeiro, ele foi para um hospital, mas recebeu alta pouco tempo depois.  Manson, um dos mais famosos assassinos dos EUA, está preso há mais de 40 anos e havia sido condenado à pena de morte. No entanto, a condenação foi comutada para prisão perpétua após o estado banir esse tipo de condenação, em 1972.

O norte-americano, que tem uma suástica tatuada na testa, era uma espécie de “líder espiritual” de um grupo que contava com mais quatro seguidores. Todos foram condenados em 1971 pelo assassinado de Tate, esposa do cineasta Roman Polanski e grávida de oito meses, e de quatro amigos dela. O episódio ficou conhecido no país como a “Chacina de Bel Air”.  Pouco tempo depois, o grupo matou o empresário Leno Labianca e sua esposa.

Em 2012, a defesa de Manson fez um pedido à Justiça para que ele obtivesse a liberdade, mas o pedido foi negado. 

Ansa

Distintos e combinados: Duvivier e Bolsonaro! Truculência mais eficaz que vença!. Sem reféns

Ambos gravam o momento da condução coercitiva de Jorge Picciani e o tornam público; a coincidência tem mais importância do que parece

Tanto o humorista Gregório Duvivier, do agitprop esquerdista das redes, como o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que comanda o agitprop de extrema-direita, também nas redes, presenciaram o momento em que a Polícia Federal aborda o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa do Rio. Ambos gravaram vídeos. Ambos os tornaram públicos. Ambos foram judiciosos sobre a operação e sobre o conduzido. Ambos buscavam insuflar a sua galera. Como escreveria Trotsky, “diferentes e combinados”. Como digo eu: opostos e combinados.



Nota talvez desnecessária, mas lá vai. Ainda que não existisse contra Picciani uma só acusação criminal, ele encarnaria boa parte do que execro em política. Dado o poder que tem, concentra certamente parte da responsabilidade pelos descalabros de que é vítima o Estado do Rio, que entrou em falência. Não fosse a paralisia do resto do país que a intervenção federal ensejaria, esta seria imperativa. Há muito o Rio perdeu a capacidade de se autogovernar. Tudo o que é ruim no resto do país se tornou pior ali. A elite fluminense — ou carioca, para ser mais preciso — percebeu tarde demais os desarranjos da gestão de Sérgio Cabral. E assim foi porque, durante um bom tempo, por lá, a seção de Esportes & Negócios dos poderosos da comunicação local se sobrepôs às seções de polícia, de cidades, de política… Imaginem: os cariocas foram até convencidos de que existia mesmo um troço chamado “UPP”: Unidade de Polícia Pacificadora. [existe faz algum tempo e ainda continua existindo e continuará - no mínimo,  até a posse de Bolsonaro - um troço chamado UPP - Unidade de Perigo ao Policial.] E não se deram o trabalho, a maioria ao menos, de perguntar quem estava sendo pacificado com quem.


Se perguntarem a minha impressão sobre Picciani em qualquer assunto, direi sem hesitar: “Culpado!” E “culpado” seja lá do que for. Mas calma lá! Não gostamos de Picciani, suponho, porque temos a certeza — e os órgãos de investigação precisam evidenciá-lo — de que ele desrespeita a lei. E deve responder segundo os rigores e garantias da lei.


Personalidades públicas como Bolsonaro e Duvivier estão querendo empurrar a política para a briga de rua, para o confronto aberto. Ambos estão pouco se lixando para o Estado de Direito. No seu mundo, não existe mediação. O comediante deve ter a certeza de que existe uma central de conspiração contra os interesses dos desvalidos, uma categoria que lhe é certamente estranha, mas que ele adotou por dever de uma suposta boa consciência, que costuma ser sinônimo da tolerância do gerente com o cão que insiste em rondar o restaurante dos iluminados. A imagem original,, com adaptações, é de Fernando Pessoa, antes que algum lido me acuse de plágio. Esse esgar de militância política é mais comum no Rio, onde sobrenome e fidalguia, necessariamente antes de cruzar o túnel Rebouças, ainda são importantes. Dizer-se um amigo do povo, ou ser amigo do Marcelo Freixo, tanto faz!, é coisa que a “noblesse oblige”.

Jair Bolsonaro encarna o extremo oposto dessa tolerância com as “outras civilizações” que caracteriza os pensadores com vista para o mar. Se, para aqueles, tudo é “normal”, muito especialmente o excepcional em matéria de gostos e costumes, para este normatizador da vida alheia, o que foge das suas estreitezas deve ser combatido como ameaça, mal, agente patogênico. Quantas vezes se depreende da fala de Bolsonaro que, claro!, ele nada tem contra homossexuais em si. Ele só os acha perigosos porque, segundo o deputado, são tendentes a espalhar os seus costumes, a corromper a educação, a desestruturar as famílias. Aliás, segundo sua concepção não revista, que eu saiba, se a criança tem uma boa educação, numa família tradicional, não corre o risco de ser gay ou lésbica. Assim, é a falta de disciplina que conduz àquilo que o deputado julga ser uma escolha. E, por óbvio, uma escolha errada. Também ele vê uma central de conspirações a ser combatida.

E qual é a diferença entre eles? Nenhuma! Ambos têm pretextos muito eloquentes para o exercício da intolerância e para incentivar não o julgamento dos culpados, mas o seu linchamento. “Mas qual é o problema se culpados são?” O problema é esse comportamento chegar ao poder. No começo, cassam-se os culpados. Depois, aqueles que os poderosos de turno consideram culpados, ainda que sem julgamento. Em seguida, os que apenas incomodam. E chega a hora em que se passa a policiar o pensamento — se bem que isso já está em curso.

Picciani é matéria política precária demais para que se rompa o princípio da civilidade e dos direitos garantidos numa democracia. “Ah, a filmagem foi feita em ambiente público…” Pois é. Nem tudo o que nos é permitido nos convém.

“A gente espera que a Polícia Federal continue fazendo esse bom trabalho. A corrupção tem que ser combatida e tem de ser com radicalismo mesmo”, afirmou Bolsonaro.

Para Duvivier, a condução coercitiva — suponho que ele imaginava fosse prisão — é “um momento aguardado pelo povo do Rio”. E depois: “Chegando ao Rio, recepção calorosa da PF”. Num vídeo do Porta dos Fundos, que ficou famoso, a PF é apresentada como uma força destinada a perseguir petistas, Lula e Dilma em particular. Ou por outra: ele saúda agora a força que prende aqueles que tem por adversários e demoniza aquela que prende os seus aliados ou vizinhos de ideologia. São seus critérios de justiça.

E creiam: o humorista que se comporta como se deputado fosse (um representante do povo) e o deputado que se comporta como humorista (ele só não tem noção de sua graça trágica) se estreitam num abraço insano. Ambos são personagens da miséria a que foi conduzida a política brasileira. Para se livrar dos “Piccianis” da vida alguém teve uma ideia genial: “Em vez de a gente seguir a lei e a civilidade, por que não desprezá-las”?

Lula estaria no segundo turno hoje. E Duvivier certamente se considera contemplado em suas escolhas. Bem, Bolsonaro é ele próprio personagem agraciado, por ora, pela pantomima que inventou e que a tantos seduz. E que gente como Duvivier alimenta. Eles emulam, se merecem, se estimulam e se satisfazem. O país que se dane. A fidalguia nunca será atingida e continuará a ter pena de nós. A estupidez justiceira nunca fenecerá — afinal, nunca nos faltarão os criminosos.

Blog Reinaldo Azevedo

Imagine se fosse a policia brasileira matando uma portuguesa com 4 tiros

Polícia de Lisboa dispara mais de 40 vezes e mata brasileira por engano

Carro de Ivanice da Costa teria sido confundido com veículo de assaltantes

[fosse aqui no Brasil e a PM tivesse matado uma portuguesa com 4 tiros, certamente metade do Batalhão estaria sob prisão preventiva decretada a pedido do MP e a outra metade a pedido de um delegado da Policia Civil.

As investigações começariam já atribuindo a responsabilidade a ação dolosa dos policiais militares.]


Uma brasileira identificada como Ivanice Carvalho da Costa, de 36 anos, foi morta por engano, com um tiro no pescoço, pela polícia de Lisboa (Portugal), na madrugada desta quinta-feira. Foram efetuados mais de 40 disparos contra o carro em que ela estava com o namorado, também natural do Brasil. As informações são do jornal português "Correio da Manhã".



Policiais portugueses matam brasileira por engano - Reprodução/CMTV

De acordo com o jornal local, o automóvel de Ivanice, um Renault Mégane preto, não obedeceu à ordem de parar da polícia, que estava à procura de um Seat Leon da mesma cor usado por bandidos — com os quais os policiais haviam trocado tiros cerca de meia hora antes, num assalto a um caixa eletrônico. Os criminosos conseguiram fugir.



A polícia portuguesa afirma que o condutor do carro, o namorado de Ivanice, "tentou atropelar os policiais e, ato contínuo, estes foram obrigados a disparar". O automóvel ficou com mais de 20 marcas de tiros. E, no chão, foram recolhidas mais de 40 balas, o número total de disparos.


Ivanice morreu estava há pelo menos dois anos em Portugal. Ela não tinha família naquele país e trabalhava no Aeroporto de Lisboa.  O namorado da brasileira foi detido por dirigir sem carteira de habilitação, desobediência e condução perigosa. Ele e os agentes que participaram da ação prestaram depoimentos.

 O Globo



O funcionalismo e a crise fiscal

Os números falam

Tudo justifica que servidores contribuam para o ajuste de forma equivalente às vantagens usufruídas

Há de existir algo no imaginário da população que leva a que figuras caricatas de servidores públicos apareçam em roteiros de ficção, cômicos ou não, e mesmo inspirem piadas em que o funcionário sempre assume papéis incômodos. Como de operadores insensíveis da infernal burocracia do Estado brasileiro. Obras ficcionais costumam explorar estereótipos, mas nem por isso deixam de ter uma ligação com a realidade. Daí a popularidade de muitas delas. O traço de injustiça que pode existir nessas imagens do servidor público está na generalização. Mas elas refletem o que se passa em torres de marfim no serviço público, em que salários e outros benefícios chegam a superar a realidade da administração pública de países ricos. Sem falarmos da corrupção, no varejo e atacado.

A mais séria crise fiscal de que se tem notícia na história brasileira — muito porque nesta não existe inflação elevada para ajudar a mascarar as despesas públicas reais — tem ajudado a iluminar a contabilidade pública. Com o Tesouro a caminho da insolvência — até que seja cortado o nó previdenciário —, números que nunca foram levados a sério ou chamaram a atenção devida passaram a frequentar com mais assiduidade o noticiário da imprensa profissional.

Tem então ficado evidente que, no descalabro fiscal, em que se destaca a Previdência já responsável por pouco menos que a metade das despesas primárias da União, portanto sem considerar os juros da dívida —, os benefícios pagos aos servidores têm grande peso no déficit total. Não apenas isto, também fica demonstrado pelos números que a disparidade entre aposentadorias de castas de servidores e os benefícios do trabalhador da iniciativa privada (INSS) é eficiente indutor da concentração de renda no Brasil.

Aos números: o déficit existente nas aposentadorias de apenas um milhão de servidores da União, em 2015, forçou o Tesouro a transferir para este sistema R$ 90,7 bilhões, arrecadados de todos os contribuintes brasileiros, pessoas físicas e jurídicas. Mais do que os R$ 85 bilhões repassados para os 33 milhões de segurados do INSS. Disparidades como esta ajudam a entender por que, apesar da miríade de programas ditos sociais, a má distribuição de renda persiste. Há, é evidente, uma usina de desigualdades operando a todo vapor em prol de castas e elites que habitam o Estado.

As discrepâncias são extensas no sistema previdenciário como um todo. Enquanto no INSS há um teto de cinco salários mínimos para os benefícios (R$ 5.531),[teto que também vale para a contribuição máxima para o INSS] durante muitas anos os servidores se aposentaram com o último salário, ganhando ainda a paridade automática com o funcionário da ativa. A regra só mudou para os admitidos a partir de 2013.

Resultado: a aposentadoria média no Ministério Público é de R$ 18 mil; no Judiciário, R$ 26,3 mil e, no Congresso, R$ 28,5 mil. No INSS é impossível ultrapassar R$5.531. E poucos chegam a este teto.  Os números justificam medidas que levem servidores a dar uma contribuição ao ajuste minimamente proporcional às vantagens de que usufruem. Isto se chama justiça social, no verdadeiro sentido do termo.

Editorial - O Globo