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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Governo Temer quer tornar nacional, com Beltrame, a farsa das UPPs

Governo quer José Mariano Beltrame na Secretaria Nacional de Segurança

O governo mantém o desejo de anunciar a nova estrutura do ministério na próxima semana, logo após a sabatina de Alexandre de Moraes no Senado Federal

O Governo sonha convencer o ex-secretario de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Beltrame seria o responsável, num plano federal, para cuidar de toda a crise do sistema penitenciário brasileiro e da onda de violência, incluindo as greves de Policiais Militares em todo o país.

O nome dele ganhou ainda mais força após a conversa do presidente Michel Temer com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso, favorito para assumir o Ministério da Justiça no lugar de Alexandre de Moraes, que será sabatinado na próxima semana para o cargo de Ministro do STF.

Velloso praticamente aceitou o convite para ser ministro, mas disse ao presidente que não se sente a vontade para cuidar da área de Segurança Pública. Beltrame, que foi durante 10 anos secretário de Segurança Pública do Rio, hoje dirige uma empresa de consultoria que tem como principal cliente a Vale.

O convite a Beltrame ainda não foi feito e nem há data marcada, mas isso deve acontecer ao longo da semana. O governo mantém o desejo de anunciar a nova estrutura do ministério na próxima semana, logo após a sabatina de Moraes no Senado Federal.
  
Crise na Segurança
Mesmo depois de um acordo com feito entre os policiais militares do Espírito Santo e o governo do estado, a categoria ainda protesta por melhores condições de trabalho. O Espírito Santo ficou uma semana sem policiamento nas ruas por causa de um protesto de familiares na porta dos batalhões, que impedia a saída dos PMs.

Em dez dias, o número de mortes violentas no Espírito Santo somaram 143, com ondas de assaltos e arrastões nas cidades do estado.  No Rio de Janeiro, o secretario estadual de Segurança pediu o apoio das Forças Armadas para reforçar a segurança. Ao todo, nove mil homens do Exército e da Marinha já estão nas ruas para ajudar na segurança do Rio, Niterói e São Gonçalo. A ida das Forças Armadas ao estado foi um pedido do governador Luiz Fernando Pezão ao presidente Michel Temer.


Fonte: Correio Braziliense

 

Meninas yazidi são vendidas como escravas sexuais enquanto feministas marcham contra Trump

Em 21 de janeiro, alguns grupos de direitos das mulheres organizaram "Marchas das Mulheres" em diversas cidades dos Estados Unidos e ao redor do mundo. Os comícios em grande medida direcionados ao recém-empossado presidente norte-americano Donald Trump.

Havia inúmeras oradoras e participantes. A atriz Ashley Judd, que também tomava parte, leu um poema em Washington D.C. que questionava porque os "absorventes femininos são tributados enquanto o Viagra e o Rogaine não".  Enquanto a Sra. Judd falava sobre a sua devastadora tragédia, milhares de crianças e mulheres yazidis estavam sendo forçadas a se tornarem escravas sexuais no Iraque e na Síria nas mãos do Estado Islâmico (ISIS) e estarem disponíveis para a compra em mercados de escravas sexuais.

O ISIS atacou a terra natal dos yazidis, Shingal no Iraque em 3 de agosto de 2014, mais de 9.000 yazidis foram assassinados, sequestrados ou sexualmente escravizados. Os yazidis são uma minoria religiosa historicamente perseguida no Oriente Médio. O Estado Islâmico institucionalizou a cultura do estupro e da escravidão sexual. O ISIS está literalmente travando uma guerra contra as mulheres. O grupo terrorista chegou a publicar uma "tabela de preços" de meninas yazidis e cristãs - com idades que variam de um a nove anos de idade.

Raymond Ibrahim especialista em Oriente Médio assinalou o seguinte acerca de uma menina yazidi escravizada aos 15 anos de idade e sofrendo meses no cativeiro antes de conseguir fugir:
"Lembro de um homem, que parecia ter pelo menos 40 anos de idade, ter aparecido e levado uma menina de dez anos. Quando ela se recusou a ir ele a espancou brutalmente usando pedras e teria atirado nela se ela não tivesse aceito acompanhá-lo. Tudo isso, obviamente, contra a sua vontade. Eles normalmente vinham e compravam as meninas que não tinham preço estabelecido, melhor dizendo, eles costumavam dizer às meninas yazidi: vocês são sabiya (espólios de guerra, escravas sexuais), vocês são kuffar (incrédulas), vocês estão aí para serem vendidas a qualquer preço", querendo dizer que não havia nenhum valor de referência. Algumas meninas yazidis eram "vendidas" por míseros maços de cigarro.
"Todo dia eu morria 100 vezes. Não apenas uma vez. A cada hora eu morria, a cada hora. Pelos espancamentos, pela miséria, pela tortura", disse ela.

Mirza Ismail, fundador presidente da Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi, salientou em seu discurso no Congresso dos Estados Unidos:
"Segundo relatos de inúmeras mulheres e meninas que conseguiram fugir e com as quais conversei no Norte do Iraque, as yazidis sequestradas, em sua maioria mulheres e crianças, somam mais de 7.000.
"Algumas dessas mulheres e crianças foram obrigadas a assistirem, bem diante de seus olhos, enquanto crianças de 7, 8 e 9 anos de idade derramavam sangue até a morte depois de serem estupradas inúmeras vezes por dia pelas milícias do ISIS. As milícias do ISIS queimaram muitas meninas yazidis, vivas, por elas se recusarem a se converter e casar com homens do ISIS. Por que? Porque não somos muçulmanas e porque o nosso caminho é o caminho da paz. Por isso estamos sendo queimadas vivas: por vivermos como homens e mulheres de paz".
Em dezembro de 2015 informes divulgaram que o ISIS vendia mulheres e crianças yazidis na cidade de Gaziantep (ou Antep), no sudeste da Turquia. Gaziantep ficou conhecida pela proliferação generalizada das atividades do Estado Islâmico na cidade.  No entanto, esta e muitas outras ameaças não impediram defensores dos direitos das mulheres em Gaziantep de protestarem devido a inércia do governo turco em face das atividades do Estado Islâmico.
A ativista do grupo "Plataforma das Mulheres Democráticas de Gaziantep", Fatma Keskintimur, leu um comunicado à imprensa que dizia em parte o seguinte:
"O fato de gangues de jihadistas que lutam na Síria terem recebido o maior apoio da Turquia e a existência de esconderijos de células usadas por eles... não é segredo para ninguém. Dado a natureza do perigo que esta situação apresenta para os habitantes de Antep o mal-estar está se intensificando a cada dia que passa".
Mesmo nessas condições os defensores dos direitos das mulheres na Turquia - em particular os curdos - continuam lutando e protestando contra o governo.  No ano passado, por exemplo, a "Assembleia das Mulheres Yazidis" comemorou o dia 3 de agosto como o "dia de ação internacional contra massacres das mulheres e do genocídio". Os membros do partido pró-curdo Partido da Democracia Popular (HDP) organizou protestos em várias cidades por toda a Turquia para condenar o genocídio Yazidi e mostrar solidariedade para com as vítimas.
Safak Ozanlı, ex-ministra do parlamento do HDP, assinalou que o ISIS ainda mantinha 3.000 mulheres yazidis como escravas sexuais: "o ISIS vê as mulheres em Shingal e Kobane como espólio de guerra. As mulheres que continuam vivas são vendidas para xeques árabes. Nós - como mulheres - permaneceremos unidas contra o ISIS e contra todos os ditadores".

Membros da minoria religiosa alevita também apoiaram o protesto em Mersin. Zeynep Kaya Cavus, uma líder ativista alevita, assinalou que as mulheres yazidis são "sequestradas e escravizadas como espólio de guerra e expostas a sistemáticas agressões sexuais e isto constitui um genocídio contra as mulheres".

Há também um número bem reduzido de americanas que está dando o melhor de si para ajudar os yazidis, como por exemplo Amy L. Beam, uma ativista de direitos humanos que vive juntamente com os yazidis e os defende em tempo integral desde 2014. Seu livro O Último Genocídio Yazidi deve ser publicado em breve. Ela é a diretora executiva da "Amy, Azadi and Jiyan" (AAJ -- "Friend, Freedom, and Life"), uma organização humanitária localizada no Curdistão iraquiano.
"Milhares de yazidis têm uma longa lista de familiares mortos ou desaparecidos em poder do ISIS no Iraque ou na Síria", ressaltou ela. "O estado de espírito deles é muito ruim por contarem com uma ajuda internacional muito tímida desde o primeiro aniversário do ataque."
"Meninas e mulheres yazidis juntamente com suas filhas... são submetidas a espancamentos e estupros por combatentes do ISIS. A cada combatente é dado uma menina como troféu de guerra. Mais de 1.000 dessas meninas e mulheres conseguiram fugir ou foram libertadas pelo ISIS".
Espera-se que as ativistas nos EUA façam com que suas vozes sejam ouvidas no tocante aos ataques genocidas contra mulheres e crianças yazidis. Mas elas nada fazem. "Grupos de direitos das mulheres nos EUA não têm dado apoio às mulheres do Iraque e da Síria que estão sendo oprimidas, sequestradas e estupradas" de verdade, ressaltou Beam ao Gatestone Institute.

Algumas das integrantes da marcha das mulheres em Washington afirmam que Trump irá tolher seus direitos - Acusação esta que muitas mulheres que sofrem debaixo de governos ou organizações islamistas achariam ridícula. Elas estão preocupadas em poder fazer um aborto e a preocupação é justificada. Mas não são os aiatolás que chegaram ao poder nos EUA. Além disso Trump parece determinado a combater o terrorismo islâmico radical, a maior ameaça à dignidade e liberdade das mulheres em todo o mundo. Isso por si só já mostra seu compromisso com a liberdade - especialmente a liberdade das mulheres.

A ideologia islâmica radical é uma ameaça universal. Onde quer que ela possa ser enfraquecida ou derrotada, também ajudará a libertar as vítimas em outras regiões do mundo.
Para os povos perseguidos do Oriente Médio, que são muitos, a presidência de Trump representa a esperança de uma mudança positiva.  Em 7 de Novembro, a Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi emitiu um comunicado público intitulado "Yazidis não veem a hora da presidência de Trump ajudá-los a acabar com o ISIS". Uma yazidi no Iraque, há pouco, deu o nome "Trump" ao seu bebê recém-nascido.

A marcha das mulheres, com todas as boas intenções por parte de muitas, violou o princípio fundamental dos direitos humanos: "O pior em primeiro lugar".  Lamentavelmente muitos dos organizadores e integrantes da marcha optaram por ficar em modo de espera ignorando as mulheres que estão sendo torturadas e exterminadas por terroristas islâmicos, optaram também por ignorar o que acontece em outras partes do mundo onde elas não podem frequentar uma escola nem sair de casa sem a permissão de um homem.

Se pelo menos essas mulheres se sentissem tão motivadas a protestar contra a escravidão, o estupro e a tortura de mulheres e crianças yazidis quanto estão em relação ao custo de absorventes femininos.  Agindo como fanáticas delirantes a serviço próprio, cujo ódio gratuito a um presidente eleito cega seus olhos aos verdadeiros problemas do mundo, não ajuda nada a ninguém. Já houve esse mesmo número de pessoas que odiaram outros presidentes.

Vamos por meio de nossas ações lembrar às mulheres do Oriente Médio que nós levamos seu sofrimento a sério.

Fonte: Uzay Bulut, jornalista nascida e criada como muçulmana na Turquia, está atualmente radicada em Washington D.C.


Publicado no site do
Gatestone Institute.

Tradução: Joseph Skilnik


Novilíngua, eufemismos e... testosterona

No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado.

O famigerado "politicamente correto" parece nascido nas páginas de 1984, o profético livro de George Orwell sobre o totalitarismo em expressão máxima. É a própria "novilíngua", que manipula, suprime ou recompõe vocábulos para dominar a linguagem e o pensamento. O "politicamente correto" já fez muito disso e já foi longe demais. Vocábulos triviais foram carimbados como impróprios e se converteram no que Orwell talvez chamasse de "impalavras", ou "despalavras". Ao sumirem, por supressões e patrulhamento, some a ideia que expressam e é restringido o que podemos pensar.

No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado. Neste último fim de semana, por exemplo, a edição de ZH estampou matéria cujo título mencionava o possível fim da "paralisação" dos policiais militares no Espírito Santo. Paralisação? Mas aquilo não foi um motim? Na Globo News, uma locutora referia as "eventuais ações" sobre "possíveis crimes" praticados pelos "grevistas". O próprio presidente da República, em nota sobre aqueles episódios, pediu o fim da "paralisação". Não fazem diferente aqueles que falam em "ocupação" sempre que manipulados baderneiros de esquerda metem o pé e entram porta ou vidraça adentro em alguma propriedade pública ou privada. Ora, só se pode ocupar o que está vago, devoluto, ou não tem proprietário, inquilino ou comodatário. Tudo mais é invasão, seja um parlamento, uma estância ou uma escola.

O que acabo de escrever evidencia a crescente fragilidade nas nossas estruturas de comunicação. Se formos desatentos a esses e outros processos em curso na vida social, corremos o risco de ser tragados por eles, imperceptivelmente submissos a um insinuante ideal totalitário, tornando-se a sociedade vulnerável ao domínio de quem controla as palavras que ela usa.

Por isso, chamam a atenção de todos, com aprovação de muitos e rejeição de outros tantos, a conduta e o vocabulário utilizado por agentes políticos como Trump e Bolsonaro. Do primeiro, escreveu outro dia o prof. Neemias Félix que, perto dele, o segundo parece um poeta. O que os faz notórios, principalmente, é a ruptura com a novilíngua, com os eufemismos e com o déficit de testosterona, que já habituou a sociedade a conviver com falas molengas e discursos pasteurizados, nos quais só os adjetivos lânguidos e as imprecisões cuidadosamente estudadas têm assento às mesas onde a comunicação se estabelece.
Caem juntas, a cultura e a civilização. Caem a golpes de dissimulação, covardia e melindres, vulgarmente conhecidos como mimimis.

Fonte:  http://puggina.org




A lei e a irresponsabilidade social

Flor do jardim da responsabilidade fiscal, Paulo Hartung jogou luz sobre o valor de outras responsabilidades

Somando-se todos os seus mandatos, Paulo Hartung governou o Espírito Santo por dez anos e trabalhou duro no seu saneamento financeiro. Encarnou o respeito à Lei da Responsabilidade Fiscal e aquilo que chama de “o caminho capixaba”. O motim da Polícia Militar do estado mostra a necessidade da busca de algo impossível, uma lei da responsabilidade social. O prometido paraíso fiscal levou o Espírito Santo a viver dias de inferno social. 

Enfrentando o motim da PM, o governo de Hartung seguiu um modelo comum aos governadores que esticam a corda e, quando despertam, pedem socorro às Forças Armadas. Em 2012, num motim muito parecido com o capixaba, o governador Jacques Wagner chamou o Exército. Seis governadores já chamaram a tropa, e 22 unidades da Federação já expulsaram policiais militares e bombeiros. Parecem grandes defensores da lei e da ordem, mas é tudo teatro. Entre 2011 e agosto passado, o Congresso votou duas anistias para policiais e bombeiros que se meteram em pelo menos 33 greves e motins. Nas duas, o PMDB de Temer e Hartung apoiou as iniciativas. (Curiosidade: um militar que sofreu uma sanção disciplinar enquanto sua tropa federal estava mobilizada para conter um motim continua com a ficha suja. O PM foi anistiado.) Noutro motim, o dos bombeiros do Rio, o governador Sérgio Cabral foi o paladino da lei e da ordem. Hoje, ele está em Bangu. Pezão, seu vice e herdeiro, também chamou o Exército, depois de detonar a responsabilidade fiscal, a social e, quem sabe, a penal.

Hartung sustenta que não atende às reivindicações da PM, pois não tem dinheiro. Algum dia se saberá quanto custou a mobilização da tropa federal de três mil homens. A desordem que acompanhou o motim custou dezenas vidas e cerca de R$ 500 milhões à economia. Esse aspecto fiscalista das desordens não é o único.  Nesses motins e na forma como os governos estaduais reagem há uma irresponsabilidade social, impossível de ser legislada, mas possível de ser percebida. Os governadores não se previnem e, quando o caldo entorna, chamam o Exército. Quando tudo volta ao normal, deixam a anistia passar no escurinho do Congresso.

A doce figura de Milton Campos (1900-1972) governava Minas Gerais quando estourou uma greve provocada por salários atrasados, e um de seus secretários anunciou que mandaria um trem com soldados para a área.Não seria melhor mandar o trem pagador?”, perguntou o governador. Seria um exemplo de tibieza, mas esse adjetivo jamais poderá ser associado ao general Ernesto Geisel. Em 1975, ele enfrentava uma greve de fome de presos políticos por melhores situações carcerárias, e dois dos seus generais cuspiam fogo. (Entre os presos estavam dois condenados à prisão perpétua, três sequestradores e um dos terroristas que mataram um marinheiro inglês cujo navio visitava o Rio de Janeiro.) Geisel estudou a situação e informou: “Ceder a uma greve é duro, mas eu prefiro ceder.”

Se fosse possível redigir uma lei da responsabilidade social, os governantes seriam punidos quando criassem situações caóticas. Em nome da responsabilidade fiscal, Hartung acha que faz o certo, assim como Michel Temer acredita que deve reformar a Previdência e a legislação trabalhista de acordo com as tabelas de seus sábios. Planilha de Excel qualquer um faz. Administrar uma sociedade é bem outra coisa.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Governo do Espírito Santo anuncia demissão de 161 policiais militares

 ES anuncia processo de demissão de 161 PMs envolvidos em paralisação

Medida será publicada no Diário Oficial desta terça-feira

A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp) informou que serão publicadas nesta terça-feira, no Diário Oficial, as demissões de 161 policiais militares envolvidos na paralisação das forças de segurança, além dos primeiros Inquéritos Policiais Militares (IPMs). A informação é do portalG1”.

[No estágio atual esse anúncio é apenas para enganar otários; o que está iniciando é um processo de demissão e muita água vai passar debaixo da ponte antes de uma definição.

Falta iniciar os IPMs, oitiva dos acusados e testemunhas, emissão de relatório e encaminhamento ao MP, que optará por denunciar ou não, pode também pedir mais informações, encaminhamento ao Poder Judiciário e por aí vai.

Este Blog e seus dois leitores são a favor de que os culpados sejam punidos; mas culpados que tenham direito ao devido processo legal, o que inclui direito de defesa.

Os editores do Blog Prontidão Total não aceita é que para satisfazer a vaidade de um governador de Estado e a de seus 'aspones' e de comandantes da PM-ES as punições ocorram ao bel prazer.

Que os culpados sejam punidos. Que os policiais militares tenham, no mínimo, o mesmo direito de defesa que tem os bandidos. Muitos do que agora bradam contra os PMs, fazem o mesmo alarido a favor dos direitos humanos de bandidos. ]

Publicações são dos primeiros inquéritos instaurados de 703 policiais. Serão publicados inquéritos de 2 tenentes; 1 major; e 1 capitão da reserva.

 De acordo com o governo, as demissões serão concluídas em até 30 dias. Serão publicados os inquéritos dois tenentes-coronéis, um major, e um capitão da reserva remunerada. No total, 703 policiais são investigados. A capital capixaba viveu nesta segunda-feira um dia de aparente normalidade desde que a crise de segurança foi deflagrada com a ausência da PM das ruas, no sábado retrasado. Os ônibus circulam quase na totalidade da frota, e as ruas têm mais movimento de carros e pedestres do que em todos os dias da semana passada.
No centro de Vitória, o comércio reabriu praticamente na totalidade. Até os camelôs e ambulantes voltaram às ruas, algo que não havia acontecido durante toda a semana passada.
Gerente de uma loja de utilitários, Paulo Gama disse que os lojistas esperam recuperar o prejuízo perdido. - É importante voltar todo mundo, para não ficar nenhum clima de medo. Perdemos uma semana, mas agora tem o Exército e a PM já está voltando aos poucos, hoje está um dia normal - disse.

Em Vila Velha, porém, bandidos atearam fogo em ônibus em São Torquato. Segundo Samuel Nunes, subsecretário da Guarda Municipal, homens armados que estavam em motocicletas tentaram impor um toque de recolher nesta segunda-feira.  Por volta das 13h, os bandidos fizeram com que o motorista parasse o veículo, obrigaram os passageiros a descer e atearam fogo. Homens da Força Nacional de Segurança, que fazem o patrulhamento na cidade foram chamados, mas ninguém foi preso.


A condução dos inquéritos vai ficar a cargo da Corregedoria da PM. Quando concluídos, serão encaminhados para o Juízo de Direito da Vara da Auditoria Militar, que vai enviar o processo para análise da Promotoria de Justiça junto à Vara da Auditoria Militar. Segundo o Ministério Público Estadual, cabe a um promotor avaliar cada inquérito e decidir se denuncia os militares e propõe uma ação penal ou se arquiva os casos.

Além disso, de acordo com a Sesp, serão publicados o “Procedimento Administrativo Disciplinar Rito Ordinário”, para quem tem menos de 10 anos de PM, ou Conselho de Disciplina, para quem tem mais de 10 anos de PM, dos policiais militares.

703 investigados
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, afirmou nesta sexta-feira (10) que 703 policiais foram indiciados pelo crime de revolta. Eles terão o ponto cortado desde o último sábado (4), quando começaram os protestos de familiares de PMs na porta de batalhões. Caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção. Os PMs serão expulsos da instituição se forem condenados pelo crime de revolta, disse o comandante-geral da PM, Nylton Rodrigues, em entrevista à imprensa. Esse crime é configurado quando os militares se reúnem, armados, ocupando quartel, agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la.

Nova negociação
As mulheres de policiais militares do Espírito Santo pediram uma nova negociação com o governo nesta segunda-feira (13) e informaram que desistiram de pedir o reajuste inflacionário para a categoria, mas agora cobram a garantia de melhores condições de trabalho para eles.

O novo documento com propostas foi protocolado na Casa Civil, às 18h05 desta segunda-feira (13), com assinatura do subsecretário da Casa Civil, Silas Amaral Maza.
A carta foi assinada apenas pelos representantes das associações de policiais e bombeiros, que fizeram o intermédio da entrega. O governo, no entanto, não aceitou as propostas e fez o apelo para que todos os militares voltem a trabalhar.

Propostas das mulheres:
Na carta, as mulheres pediram a garantia de não abertura de procedimentos administrativos disciplinares militares para policiais e isenção de imputação de responsabilidade civil e penal dos participantes do movimento. Além disso, a não abertura de Inquérito Policial Militar ou desistência dos já instaurados.

Apesar de não terem feito pedido de reajuste inflacionário, pediram alguns benefícios como: incorporação imediata dos vencimentos de escalas extras; concretização de promoções previstas em lei até o fim de 2017; pagamento de auxílio alimentação, conforme a lei; realinhamento da tabela de subsídios; e concessão de auxílio fardamento.

Se houvesse acordo entre as partes, as mulheres sairiam das portas dos batalhões à meia-noite desta terça-feira (14).

Resposta do governo:
O governo não aceitou a proposta e disse que mesmo que não haja pedido de reajuste inflacionário, outros pedidos são de impacto orçamentário e financeiro.

A comissão faz ainda um apelo para que os policiais que ainda não saíram para trabalhar, que voltem à rotina normal e que nesta segunda-feira um total de 1.743 policiais atenderam ao chamado operacional e já foram para as ruas.

Fonte: G 1
 

Falta combinar com a rua

Nos 25 anos da Mãos Limpas, na Itália, há lições sobre a encruzilhada política em que a Lava-Jato se encontra hoje, quando alguns insistem num certo ‘acordo nacional’

Aconteceu há 25 anos. No fim da tarde de sexta-feira, 17 de fevereiro de 1992, um empresário do setor de higiene hospitalar foi recebido pelo presidente de uma instituição pública de saúde. Tenso, entregou-lhe um envelope com dinheiro, sete milhões, já explicando que ainda não conseguira os outros sete combinados. Era parte da propina de 10% exigida para novo contrato de limpeza. — Quando vem o resto?
Luca Magni ouviu, ajeitou o paletó com a caneta transmissora no bolso, e respondeu:
— Na próxima semana. 

O empresário saiu, policiais entraram e prenderam o presidente do serviço de Saúde, Mario Chiesa, político do Partido Socialista Italiano que sonhava ser prefeito de Milão.
Ninguém ali podia imaginar, mas protagonizavam um evento que, pela década seguinte, revelaria uma Itália dominada pela corrupção. Empresários, políticos e servidores compunham uma engrenagem de roubo de dinheiro público. 

Mãos Limpas, codinome dessa ação judicial italiana, está no DNA da Lava-Jato brasileira. Foi relatada em obra dos repórteres Gianni Barbacetto, Peter Gomez e Marco Travaglio. A recente edição no Brasil tem prefácio de um juiz federal em Curitiba, Sérgio Moro. Exige fôlego (896 páginas), mas a leitura flui como em “Lava Jato”, de Vladimir Netto. São livros complementares. 

Os italianos narram uma história de império da Justiça até a forte reação legislativa dos corrompidos, apoiados pelos corruptores. Nessa encruzilhada hoje se encontra a Lava-Jato.
Lá, em oito anos, foram investigadas 6.059 pessoas — entre elas, 483 parlamentares, dos quais quatro ex-primeiros-ministros. Contaram-se 2.993 prisões e cerca de mil condenações. Empresários se suicidaram, sobreviventes se beneficiaram da anistia autoconcedida pelos políticos.

Aqui, em quase três anos, são 788 investigados com 188 prisões — 90% empresários, e um político com mandato. Contam-se 120 condenações na primeira instância judicial. Até dezembro, apenas três ações haviam sido abertas contra parlamentares no Supremo. Uma contra o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e duas contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enviadas a Curitiba depois da sua cassação. 

O Supremo terminou 2016 aguardando decisão da Procuradoria-Geral sobre 58 inquéritos sem denúncia formalizada, de acordo com o relator no STF, Teori Zavascki. Desses, 25 (ou 43%) estavam na polícia ou no Ministério Público. O restante fora ao arquivo (seis casos), juntados ou redistribuídos a outros juízes (27). 

Um mês antes de morrer, na segunda-feira 19 de dezembro, o juiz Zavascki exibiu uma planilha com essas informações. Quis deixar claro que estava “em dia” com os processos — numa crítica indireta ao ritmo da Procuradoria-Geral. Sua ausência estimulou alguns no governo e no Congresso a redobrar a aposta num “grande acordo nacional”, como prescrevia o senador Romero Jucá (PMDB-RR), depois do carnaval do ano passado: Com o Supremo, com tudo...
Aí parava tudo — retrucou o dono do gravador, Sérgio Machado, ex-presidente da estatal Transpetro.
— É. Delimitava onde está, pronto — arrematou o senador.

No Congresso sobram evidências de tentativas para um certo “acordo nacional”. O problema é o mesmo do último carnaval: falta combinar com a rua.

Fonte: José Casado - O Globo

Fanáticos estão pavimentando caminho para um governo autoritário!

Não estou certo de que seja mesmo de Mark Twain a frase, mas fica com ele por enquanto: “Não me assustam as coisas que não sei. Só me assustam as que sei”


A fauna política no Brasil está ficando realmente muito interessante.
Não é raro encontrar arrependidos do impeachment: “Todo mundo é ladrão, e pegaram só no pé da Dilma”.
Não é raro encontrar a turma do pega-pra-capar: “Os militares têm de voltar”.

Não é raro encontrar os que querem fechar o Congresso: “São todos uns ladrões!”.
Não é raro encontrar um eleitor de Bolsonaro: “Pelo menos ele fala a verdade!”. [ o número de eleitores de Bolsonaro está crescendo e todos sabem que além de falar a verdade, ele restabelecerá VALORES há muito esquecidos.
A referência ao número de eleitores é para eleger o deputado JAIR BOLSONARO presidente da República em 2018, haja vista que para deputado federal, a votação por ele obtida é mais que suficiente para elegê-lo e mais alguns.]
Não é raro encontrar defensores de greve de policiais: “Eles são vítimas de políticos ladrões”.

O que toda essa gente tem hoje em comum? Ora são pessoas convencidas de que existe mesmo um complô contra a Lava Jato. E de que o Brasil só sai dessa com uma grande limpeza, uma grande depuração, um grande expurgo.  A economia, saibam, dado o caos herdado, até que vai bem. E ensaia uma recuperação.  Então onde está todo esse “malaise”, esse “mal-estar”, essa impressão de que o país está à beira do abismo?  Ora, isso é pura crispação política criada pelos fanáticos, agora associados a esquerdistas.

Não por acaso, Ciro Gomes concede uma entrevista ao Estadão e elege como alvos Michel Temer e o Congresso Nacional. Ele quer esse espírito.  Ele quer ser o demiurgo a responder a tanta sede de justiça. Bem, meu arquivo está à disposição. Há dois anos, antevi justamente esse cenário de ódio à política, onde prosperam os fascistoides de direita e de esquerda. [Ciro Gomes é um cadáver político e jamais será eleito. A melhor coisa que ele poderia fazer para o Brasil e os brasileiros seria se valer da sua natureza de 'andarilho' e passar uns 20 anos em alguma ilhota do Pacífico.
A referência a andarilho é que o cara é tão sem rumo que nasceu em Piracicaba, mudou-se para o Ceará - passou a dizer ser cearense, interessado nos votos dos nordestinos - e agora tenta encontrar uma nova naturalidade..]

Não estou feliz com a minha antevisão certificada pelos fatos.
Aliás, não estou certo de que seja mesmo de Mark Twain (imagem) a frase, mas fica com ele por enquanto: “Não me assustam as coisas que não sei. Só me assustam as que sei”.



 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

Anistia a PMs em greve seria risco para a democracia

No Espírito Santo, apesar da volta de alguns policiais, maioria continua aquartelada. Número de homicídios no estado passa de 140, segundo Sindicato de Policiais Civis

Em meio aos problemas provocados pelas greves de policiais militares no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, é importante o recado que foi dado pelo governo federal no fim da semana passada. O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, responsável pela articulação política, disse que o Palácio do Planalto mobilizará a base aliada no Congresso para vetar qualquer projeto que proponha anistia aos PMs amotinados. “É importante deixar isso claro, pois há movimentações iludindo pessoas que estão em greve como se fossem escapar de uma penalização”, afirmou Imbassahy. [antes da anistia ser discutida no Congresso é necessário que ocorram punições aos policiais militares aquartelados - situação que não configura greve, motim ou revolta: não é greve devido um detalhe insignificante, que é o fato dos policiais em momento algum terem se declarado em greve.

Não é motim ou revolta, já que não consta nenhum PM recebeu ordem para sair as ruas para os serviços de policiamento; caso tal ordem tenha sido emitida, restaria ao policial alegar falta de condições de cumpri-la tendo em vista o bloqueio das saídas do quartel, cabendo ao autor da ordem determinar ao subordinado o uso dos meios necessário para superar o bloqueio.
NÃO HOUVE a ordem de saída para policiamento nem a de usar os meios necessários para superar o bloqueio.

Os boateiros de plantão a serviço do governo tentam com boatos exercer pressão psicológica sobre ao aquartelados, mas, nada disso adiante, tendo em conta que no IPM em andamento tudo será apurado, as eventuais desobediências devidamente individualizadas, e provadas, denúncia e as punições cabíveis.

Tudo em rigorosa consonância com o 'estado democrático de direito'. Afinal, dizem que vivemos sob tal estado ou ele é válido apenas para punir os menos favorecidos?
Só após havida as expulsões - em alguns casos por medida administrativa e em outros via decisão judicial é que cabe se cogitar de anistia.

Falar em anistia agora é o mesmo absurdo que cogitar de anistiar os que praticaram o ato que é chamado de 'caixa 2' em eleições passadas;
na ocasião 'caixa 2' não era crime e portanto desnecessária anistiar quem não cometeu crime.
agora é que o SEM NOÇÃO do senador Edison Lobão - ironicamente presidente da CCJ do Senado declara que anistia ao 'caixa 2' é constitucional; afirmação foram de qualquer bom senso, já que não há crime a ser anistiado, perdoado, esquecido.]
 
De fato, a esta altura, qualquer aceno de anistia aos PMs em greve — que afrontam o estado democrático de direito — poderia soar como estímulo a movimentos semelhantes.  O alerta torna-se ainda mais importante quando se sabe que há precedentes no Congresso. Em 2011, bombeiros do Rio fizeram paralisações e uma série de protestos — num deles, 439 foram presos após invadirem o quartel-general da corporação —, que afetaram duramente a rotina da cidade. Naquele mesmo ano, cerca de mil PMs e bombeiros em greve ocuparam a Assembleia Legislativa do Maranhão. Também em 2011, policiais militares e bombeiros do Ceará paralisaram suas atividades.

Apesar dos danos à população provocados por esses movimentos, em outubro de 2011 a então presidente Dilma Rousseff sancionou lei aprovada pelo Congresso perdoando policiais militares e bombeiros que participaram de greves em 13 estados — entre eles o Rio — e no Distrito Federal. Não demorou para que, em fevereiro de 2012, policiais militares da Bahia entrassem em greve. Movimento que se repetiu em 2014. Em ambos os episódios, o número de assassinatos no estado disparou.

Ontem, no décimo dia de greve dos policiais do Espírito Santo, a vida começou a voltar à rotina, após a desordem da semana passada. Escolas retomaram o funcionamento, o comércio abriu, e os ônibus circularam. Mas, apesar de o governo ter informado que parte dos grevistas retornou às ruas, a maioria dos policiais continua aquartelada, e o patrulhamento é feito principalmente pela Força Nacional, pelo Exército e pela Marinha. O número de assassinatos no estado nesse período já passa dos 140, segundo o Sindicato dos Policiais Civis.

No Rio, onde a paralisação dos policiais é parcial, o movimento, que entrou ontem em seu quarto dia, também preocupa. Ontem, a pedido do governador Luiz Fernando Pezão, o presidente Michel Temer autorizou o uso das Forças Armadas para auxiliar o policiamento nas ruas.  Hoje, vê-se o estrago causado pela anistia a policiais e bombeiros grevistas, no passado. Não se pode transigir em qualquer afronta à lei, tampouco à Constituição federal. Leniência diante de movimentos grevistas de servidores públicos armados é um enorme risco para a sociedade e a democracia.

Fonte: Editorial - O Globo

 

Voltar às ruas

O impeachment somente destampou a panela de pressão. Crise se agravará após as revelações das delações da Odebrecht

Em Brasília são sempre 19 horas. Como na fatídica “Hora do Brasil”. Pontualmente — e com a monotonia habitual —, os locutores apresentam um relato diário das atividades dos Três Poderes. Falam de um Brasil imaginário. Tentam, com muito esforço, apresentar as atividades da demoníaca Praça dos Três Poderes. O Brasil pode estar vivendo uma guerra civil. Mas lá, em Brasília, tudo continua como se vivêssemos o melhor dos mundos. 

Durante a semana que passou, os principais assuntos foram a designação de Alexandre de Moraes para a vaga do STF, as manobras para dificultar o andamento da Lava-Jato, a tentativa fracassada de (novamente) aprovar a anistia para os crimes eleitorais e as especulações em torno do nome do novo ministro da Justiça. A tragédia do Espírito Santo não sensibilizou a elite política. Foi tratada como algo irrelevante — ou de restrita importância. Afinal, qual vantagem poderia ser obtida? Isto poderia levar a algum ganho na estrutura de poder? Abriria possibilidade de um bom negócio?

Brasília ignorou o que estava ocorrendo no Espírito Santo. O medo, a fome, os saques, as mortes, os prejuízos do comércio. Tudo foi tratado com descaso, como se a inconstitucional greve dos policiais militares estivesse atrapalhando a rotina burocrática dos donos do poder. No Senado, o principal assunto foi a eleição de Edison Lobão para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, enquanto a Câmara continuou conspirando contra a Lava-Jato, e o Planalto passou a semana blindando Moreira Franco. 

O descaso com os trágicos acontecimentos do Espírito Santo é o retrato cristalino da elite política brasileira. As lideranças partidárias silenciaram, como o fizeram os ministros das cortes superiores, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Excetuando o ministro da Defesa, o governo ignorou o drama dos capixabas. O Ministério da Justiça — pasta que deveria ter papel ativo na solução da crise — se omitiu. O ministro interino mal apareceu na imprensa para dar seu ar da graça. E, pior, o Palácio do Planalto silenciou. Só se pronunciou — e timidamente — uma semana após o início do motim da PM capixaba.

O sofrimento da população foi ignorado. Nenhuma liderança nacional foi dar apoio ao governador Paulo Hartung. Contudo, foram a São Paulo e São Bernardo do Campo prestar solidariedade a um criminoso, organizador do maior esquema de desvio de recursos públicos da história da humanidade, quando da morte da sua esposa. Pior, o Planalto decretou três dias de luto oficial. E os 140 mortos no Espírito Santo? Não merecem nenhuma consideração? Por quê? 

Somos governados por uma elite perversa e hipócrita. Interesse público? Nenhum. Brasília, na sua eterna indiferença com os destinos do Brasil, a cada dia dá mostras de que a República que nasceu da Constituição de 1988 já deu o que tinha de dar — e deu pouco, para o povo, entenda-se.  O que chama a atenção é a crença dos donos do poder de que os brasileiros vão assistir passivamente ao velho jogo do é dando que se recebe. Como se a luta vitoriosa pelo impeachment tivesse esgotado a capacidade de mobilização. Ledo engano. No final de 2015, poucos imaginavam que, seis meses depois, Dilma Rousseff estaria fora da Presidência da República. E isto só ocorreu pela pressão popular. 

Para o bloco do poder, o impeachment encerrou a crise política. Errado. O impeachment somente destampou a panela de pressão. A crise vai se agravar após as revelações das delações da Odebrecht. E mais ainda pela resistência organizada na Praça dos Três Poderes contra a Lava-Jato.  Não vai causar admiração quando as ruas retomarem o protagonismo que tiveram tão recentemente. Há um sentimento de que Brasília está da tal forma carcomida pela corrupção, que só é possível esperar algum novo golpe contra os interesses populares. Neste clima dificilmente serão aprovadas as reformas. E, se forem, deverão ter um alto custo político.

A questão central é que a velha ordem quer se manter a todo custo no poder. E tem milhares de apoiadores — sócios menores e maiores — que vivem à sombra do saque do Estado. Usam, paradoxalmente, do estado democrático de direito para se defender. Ou seja, a lei, ao invés de proteger o Estado e a cidadania, acabou se transformando em instrumento que garante e protege os corruptos. 

O risco de a crise política se transformar em crise social é grande. As finanças estaduais estão exauridas. Os serviços públicos estão sucateados. O desemprego é alto. E a falta de rápida e severa punição dos crimes de corrupção acaba desmoralizando as instituições e estimulando o desprezo pela democracia.  No horizonte, nada indica que a elite política tenha consciência da real situação do país. A crise não frequenta os salões de Brasília. Lá a vida continua bela — como sempre. É necessário desatar o nó górdio. Mais uma vez, este será o papel das ruas. O simples protesto individual é inócuo. Foi uma grande vitória derrotar o projeto criminoso de poder. Mas é ainda insuficiente. As forças de conservação são poderosas. Espertamente — e não é a primeira vez ao longo da nossa história — pegaram carona na indignação popular para se manter no novo bloco de poder. E são elas os principais obstáculos para a plenitude republicana.

Hoje, a grande tarefa é derrotar politicamente a Praça dos Três Poderes. O Brasil é melhor do que o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. E esta tarefa é da sociedade civil. Não será fácil. Mas é indispensável.

Fonte: Marco Antonio Silva, historiador


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Redução da maioridade penal; exemplo filipino a ser seguido pelo Brasil

Filipinas querem reduzir maioridade penal para 9 anos

A Unicef, agência para a infância da ONU, condena projeto de lei

[a matança na Síria e a matança de palestinos por Israel quando bombardeia a Faixa de Gaza não interessa à ONU nem a suas agências.

Mas, falou em punir bandido, a ONU é sempre contra.] 

Um projeto de lei que pretende baixar a maioridade penal para 9 anos nas Filipinas é alvo de críticas da Unicef, a agência para assuntos da infância da Organização das Nações Unidas (ONU). “Se eles passarem toda a adolescência na prisão, provavelmente sofrerão danos para o resto da vida”, afirmou Lotta Sylwander, representante da Unicef em Manila ao jornal britânico The Guardian.


Prisão feminina superlotada em Manila, nas Filipinas (Dondi Tawatao/Getty Images) com jeitinho ainda cabe outro tanto. A turma da ONU tem que entender que prisão tem que ser um local horrível, pavoroso, só assim os bandidos respeitarão

Atualmente, os filipinos respondem criminalmente por seus atos a partir de 15 anos. Os aliados do presidente Rodrigo Duterte pretende reduzir a maioridade penal nas Filipinas juntamente com a aprovação do projeto de lei para restaurar a pena de morte no país.


Políticos da oposição tentam impedir o avanço do projeto, alegando que a lei poderia levar à situação extrema de condenação de uma criança de 9 anos à pena de morte. Duterte venceu as eleições presidenciais em maio do ano passado prometendo matar dezenas de milhares de traficantes e evitar que eles aliciem menores de idade.

A representante da Unicef afirma que crianças de 9 anos ainda não têm discernimento para compreender as consequências de um crime. “Além do fato de ser contra os direitos humanos, é injusto punir uma criança de forma tão dura por algo que ela nunca entendeu como um crime grave”, dise Sylwander. 

Ela afirma ainda que o período em que passar na prisão servirá como um treinamento para criminosos, de acordo com o The Guardian. Segundo Sylwander, as estatísticas policiais apontam que menos de 2% dos crimes no país são cometidos por menores de 15 anos.
Desde julho, mais de 6.000 pessoas foram mortas na campanha antidrogas, tanto em operações policiais quanto em matanças sem explicações por “vigilantes” suspeitos. Mais de 1 milhão de vendedores e usuários de drogas foram presos ou se renderam às autoridades.

Brasileira Em outubro do ano passado, uma brasileira de 20 anos foi presa por tráfico internacional de drogas em Manila, capital das Filipinas. Segundo a imprensa local, Yasmin Fernandes Silva estava com mais de seis quilos de cocaína embutidos em um travesseiro. Com a possível volta da pena de morte no país, o Itamaraty tenta negociar a libertação da jovem, que deve ser julgada em março. [as Filipinas tem todo o direito de usar sua soberania e condenar a traficante brasileira à pena de morte e executar a sentença.
Recentemente a Indonésia executou dois traficantes brasileiros, a Dilma fez um barulho danado mas tudo resultou no ditado: enquanto os cães ladram, a caravana passava.
A execução dos traficantes foi exemplar, oportuna, justa e legal.]

Fonte: Revista VEJA


A situação dos protestos da Polícia Militar do Rio está prestes a explodir. Ninguém confirma, todos dizem que está tudo bem, mas, governo tenta se antecipar

Temer autoriza o uso das Forças Armadas para reforçar segurança no Rio

Tamanho do efetivo, período e área da operação ainda estão sendo estudados pela Defesa

[a própria polícia atribui a briga de torcidas de ontem, FLA x Botafogo, à falta de efetivo devido os protestos]

Protesto de familiares diminuiu o número de PMs no entorno do estádio. Briga entre torcedores de Flamengo e Botafogo deixou um morto e sete feridos

O governo federal vai empregar as Forças Armadas no Rio de Janeiro para auxiliar o policiamento das ruas, a pedido do governador Luiz Fernando Pezão. O Ministério da Defesa planeja, nesta segunda-feira, o tamanho do efetivo, área de atuação e período, entre outras informações necessárias para editar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). 
 Tumulto antes da partida entre Botafogo e Flamengo, válida pelo Campeonato Carioca, no Engenhão, no Rio - 12/02/2017 (Marcello Dias/Futura Press/Folhapress)

Somente com a GLO baixada, militares das Forças Armadas podem atuar na área da segurança pública. A cúpula da Defesa estuda se o efetivo ficará até o carnaval, quando a cidade reúne uma quantidade importante de turistas e poderá ficar desguarnecida caso a Polícia Militar resolva cruzar os braços. [aliás, motivos não faltam para a PMERJ optar pelo aquartelamento; no Rio não se trata apenas dos baixos salários dos policiais militares, há também o desprestígio da autoridade policial, a impunidade dos bandidos e o atraso dos salários.]

Outro ponto analisado na tarde desta segunda-feira é a área em que os militares poderão atuar: se apenas no município do Rio de Janeiro ou se na região metropolitana inteira. Como há uma quantidade significativa de militares do Exército, Marinha e Aeronáutica lotada no Rio de Janeiro, não será preciso fazer deslocamentos para iniciar a operação.

Os militares vão se somar aos homens da Força Nacional de Segurança Pública, que já estão no estado do Rio e atuaram nas manifestações em frente à Assembleia Legislativa na última semana. Como é formada por policiais militares, bombeiros e policiais civis de vários estados, a Força tem competência para atuar no policiamento ostensivo. Diferentemente dos militares das Forças Armadas, que precisam de uma autorização específica do presidente da República publicada por meio da GLO em Diário Oficial da União.

Pezão esteve com o presidente Michel Temer no fim da manhã desta segunda-feira. Temer e os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, têm defendido nos últimos dias o uso de Forças Armadas nos estados "sempre que necessário". Uma relação frequente feita pelos ministros em discursos é com o lema do governo e o emblema da bandeira nacional: "ordem e progresso", ressaltando a "ordem".


Após morte no Engenhão, PM admite que faltou efetivo policial
A Polícia Militar confirmou nesta segunda-feira que uma parte dos policiais do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) teve dificuldade para sair do quartel para trabalhar no clássico deste domingo, entre Botafogo e Flamengo, no Engenhão, por causa de um protesto de familiares dos PMs. Segundo a corporação, foi necessário o remanejamento de policiais de outras unidades para fazer a segurança do jogo.

Horas antes de a bola rolar, o Botafogo solicitou o cancelamento do jogo por causa da paralisação, mas a Polícia Militar e a federação carioca garantiram que havia segurança necessária para a realização da partida, vencida pelo Flamengo por 2 a 1 . Houve confusão entre torcedores rivais e policiais no entorno do estádio, com direito a troca de tiros. Um botafoguense, Diego Silva dos Santos, de 28 anos, morreu baleado e outras sete pessoas ficaram feridas.
 
A PM informou que foram empregados policiais militares do Gepe, com apoio de policiais das Unidades do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA). Já as ruas de acesso foram patrulhadas pelo 3º Batalhão de Polícia Militar (Méier), com apoio do Batalhão de Ação com Cães e do Batalhão de Polícia de Choque.

A PM disse que, “por uma questão estratégica”, não divulga o número do efetivo empregado, mas uma planilha publicada no Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) informou que estavam programados 170 policiais do Gepe para tomar conta do interior do estádio e 48 policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar para ficar no entorno. Policiais, no entanto, disseram que estavam trabalhando em menor número do que o programado.

Fonte: Informações de O Globo e O Estado de S. Paulo

 

E agora Rollemberg! vais dizer que não sabia?

Administrações regionais fracionam obras para driblar licitação

Auditoria do Tribunal de Contas do DF identificou que, nos últimos quatro anos, 75% das contratações de obras foram realizadas pela modalidade convite. Segundo a apuração, empresas agem em conluio para evitar concorrência

Administrações regionais encontraram uma saída nada republicana para driblar a Lei de Licitações e escolher as empresas a serem beneficiadas com recursos públicos: fracionar a maioria das obras para escapar da exigência de concorrência pública. Para contratar serviços de valor inferior a R$ 150 mil, o Executivo pode dispensar a licitação e adotar a modalidade convite, desde que haja pelo menos três propostas. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal concluiu que a prática virou regra nas administrações.
 
Nos últimos quatro anos, 75% das contratações de obras foram realizadas dessa forma. Em conluio, empresas se organizam para faturar os contratos, com a conivência de servidores. Mas, no fim de janeiro, a Corte decidiu, por unanimidade, dar um ultimato. Os conselheiros determinaram prazo de 30 dias para o governo explicar o excesso de negócios fechados por meio dessa modalidade, em detrimento da realização de licitações.
 
De acordo com o levantamento dos auditores, entre 2013 e 2016, as administrações regionais fecharam 973 contratos para a execução de obras e serviços. Desse total, 731 foram firmados por convite. O total gasto chegou a R$ 96,3 milhões no período. No ano passado, 64% dos negócios fechados por esses órgãos dispensaram concorrência pública formal e ocorreram após a coleta de pelo menos três propostas. O valor gasto, entretanto, caiu muito nos últimos anos. Em 2014, as despesas por meio de convite foram de R$ 40,9 milhões. Em 2016, esse débito foi reduzido a R$ 1,2 milhão. A crise financeira, que diminuiu os investimentos públicos, é uma das explicações para essa queda.

O uso inadequado desse tipo de contratação pode ser exemplificado por um projeto para a construção de um campo de futebol. É como se, em vez de licitar a obra de toda a quadra, o governo fracionasse o contrato e negociasse com uma empresa para fazer a base de concreto e a pintura do campo; chamasse outra para fazer o alambrado; e uma terceira, para urbanizar a área, executando calçada e grama em volta da quadra. A cobertura, a arquibancada e os vestiários, nesse caso, também seriam repassados a diferentes firmas.

Assim, cada contrato firmado isoladamente ficaria abaixo de R$ 150 mil, e a administração pública não precisaria fazer concorrência. “Esse é o modelo mais evidente de transgressão da norma. Há a demanda para um projeto, e o gestor decide dividi-lo a fim de não adotar modalidade de licitação mais complexa”, descrevem os auditores no levantamento técnico do TCDF, finalizado em dezembro de 2016. No entendimento dos auditores e do Ministério Público de Contas do DF, que também investigou a prática, essa atuação tira o caráter competitivo dos certames, pois os convites têm divulgação restrita e muito menos publicidade do que na concorrência ou na tomada de preços. Das 368 licitações analisadas, 92,7% tiveram apenas três ou quatro propostas.
 
Irregularidades
No total, há 52 processos em que foram constatados casos de fracionamento irregular em ofensa à Lei de Licitações. O Tribunal de Contas do DF identificou uma série de evidências de que empresas contratadas pela modalidade convite agiram em conluio. Há suspeitas, ainda, de propostas de firmas de fachada, somente para cumprir a formalidade de apresentação de pelo menos três preços.

A auditoria da Corte mostra cotações de preços de empresas diferentes com o mesmo número de telefone, por exemplo, ou com planilhas de valores praticamente idênticas. Outro dado chama a atenção, segundo trecho do levantamento técnico da Corte de contas: “a limitação orçamentária para licitar pela modalidade convite é levada a extremos nas administrações regionais, visto que 86,15% dos processos analisados estavam orçados entre R$ 140 mil e R$ 150 mil.”

Com a análise das licitações realizadas na modalidade convite, é possível constatar a ocorrência de vários certames com as mesmas empresas participantes. “Verifica-se que o fracionamento pode resultar no uso do convite para quase a totalidade das contratações. O problema acontece com os efeitos de sua má utilização, como a possibilidade de direcionamento da licitação para um grupo específico de empresas e número reduzido de participantes, o que gera um menor desconto para a administração”, pondera a auditoria do TCDF.

No período analisado, a Administração Regional do SIA foi a campeã de contratações pela modalidade convite: 85% de todas as obras e serviços pagos pelo órgão ocorreram dessa forma. O excesso da prática levou à condenação do ex-administrador regional do SIA José Tenório pelo Tribunal de Contas do DF. No mês passado, o Ministério Público de Contas pediu que a Corte rejeitasse o balanço anual. Em 2013, a administração fez contratações fracionadas por meio de convite que somaram R$ 1,1 milhão.

O uso ilegal das contratações levou ao superfaturamento por sobrepreço. A análise da execução das obras apurou pagamentos por serviços não executados ou feitos com qualidade inferior à exigida. Outro ponto que chamou a atenção nas visitas realizadas foi a má qualidade das construções. O relatório cita o exemplo de obras de urbanização na QR 122, em Santa Maria. “Além de ter sido um processo fracionado, as calçadas foram executadas sem o menor zelo, fora das especificações contratadas, ocasionando um dispêndio indevido, pois o objetivo da contratação não foi alcançado”. A negociação previa a pavimentação com piso em concreto de espessura de 7cm. Mas não havia a metragem exigida, o que levou à destruição do material.

Fonte: Correio Braziliense