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quarta-feira, 28 de junho de 2023

O que está acontecendo com a direita?- Percival Puggina

         Não tenho algo mais fácil para indagar a mim mesmo e aos leitores? Pois é. Essa pergunta tem surgido em minha mente com uma insistência que já beira à impertinência, fazendo-me lembrar de certo professor de Matemática que confeccionava provas tão difíceis que nem ele, depois, sabia resolver.

Então, eis-me nesta condição, buscando uma resposta que não aumente minha indignação diante do que vejo acontecer com aquela consistente “maioria conservadora” (já vai assim, entre aspas) que teria saído das urnas na eleição de 2022.

Pergunto: como foi que essa “maioria” concedeu, com ampla margem, as presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente ao omisso (para dizer o mínimo) senador Rodrigo Pacheco e ao Chief Executive Officer do Centrão, deputado Arthur Lira?  
Foi na condição de CEO desse velho e encardido bloco que Lira transmitiu a Lula o recado de que os deputados vinham impondo derrotas ao governo porque estavam “insatisfeitos”. Insaciáveis, não seria a palavra mais correta? 
 Com os parlamentares satisfeitos, a composição da CPMI das armações fez a própria armação: 60% de seus membros são governistas que não queriam a CPMI.

A aprovação do nome de Cristiano Zanin, advogado de Lula e do PT, para integrar a confraria governista no STF é a mais recente evidência das duas afirmações que faço, ou seja, a confraria existe e se reforça, e ampla parcela da “direita” mudou-se para o aconchego de Arthur Lira e para o mundo dos negócios.

Essa sequência de desastres cívicos tem seus motivos para acontecer. Primeiro, porque fundos partidários, fundão eleitoral e emendas parlamentares viabilizam reeleições mesmo para quem manda seu eleitor catar no asfalto seus princípios e coquinhos ideológicos ou filosóficos; segundo, porque as exceções a tão triste padrão moral – e elas existem e são valiosas, embora poucas – reúnem virtudes cada vez mais incomuns: consistência intelectual e coragem moral.

Sem a primeira, o sujeito cai na conversa de qualquer líder picareta, até tornar-se igual a ele; sem a segunda, o congressista se acovarda quando o outro lado da rua rosna e mostra os dentes.

Personagem da autora inglesa Jane Austen, em Orgulho e Preconceito (1813), afirma que sua coragem sempre se ergue quando sob intimidação. Para Napoleão Bonaparte, coragem não era ter a força de ir em frente, mas ir em frente não tendo a força.

Mesmo num ambiente político de desconforto e indignação, alegra-me ver intimidados mostrar coragem numa coalisão de covardes e arrostar a força bruta com o vigor de seu caráter.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Covardes - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza - Vozes

Semana passada neste espaço foi publicada uma única frase: o Brasil chegou onde não poderia ter se permitido chegar.

Todos entenderam o significado. A escalada na quebra das regras e os sinais emitidos por autoridades constituídas de que a lei passou a ser um detalhe das suas vontades tinha chegado ao ponto da ruptura. Para alguns sempre pode parecer que a ruptura está mais adiante. As aparências enganam mesmo. Olhe para o domingo em Brasília e diga se as referências civilizatórias estão intactas.

O texto de uma frase só foi publicado neste espaço na véspera do bloqueio de todas as minhas redes sociais
Quem acompanha o meu trabalho sabe que evito escrever em primeira pessoa. 
Nunca fui a primeira pessoa no meu trabalho, nem um especialista onisciente, nem protagonista de nada: sempre atuei como um observador da realidade, disposto a pensar sobre ela, sem o monopólio da verdade. Portanto é lamentável ter que falar das “minhas redes sociais”. De qualquer forma, não estou reivindicando nada.

O tempo de reivindicação, para mim, já passou. Foi o que tentei expressar ao dizer que o país não poderia ter se permitido chegar ao ponto em que chegou. Num estado de coisas onde o direito passa a estar sob uma neblina consentida, o valor da palavra desaba. Tudo pode significar o seu contrário no império da má fé. Por isso não tenho nenhum brado retumbante a dar sobre a censura imposta a mim. Fiz todos os alertas possíveis no tempo em que acreditava neles. Agora acho que tenho o direito de não querer pregar no deserto.

E estou falando em primeira pessoa porque os meus censores me colocaram nesse papel. A tática deles, como sempre, é tentar criar um estigma pessoal, projetar um personagem mau em quem está falando o que eles não querem que seja falado. É mais fácil do que apenas distorcer o que foi dito. E o kit estigmatização todos sabem qual é: golpista, propagador de ódio, bolsonarista, etc. Até aqui não sei exatamente quem são meus censores. Mas os colaboradores deles já se revelaram.

O bloqueio das minhas redes aparentemente seguiu uma ordem judicial. Digo aparentemente porque não fui informado e o advogado que consultei também não conseguiu ainda essa informação. O que chegou a mim foi um email de uma das plataformas avisando que a retenção do meu perfil seguiu uma determinação “legal”. Legal entre aspas porque naturalmente estamos diante de uma legalidade que passarinho não bebe.

Mas aí os cupinchas da censura se revelam. O jornal “O Globo” fez um papel vergonhoso me enfiando no pé de uma matéria sobre rifas e financiamentos de manifestações. Como eu não tenho nada a ver com isso, eles inventaram uma forma de me relacionar ao assunto me promovendo a “golpista” e afirmando que faço um “chamado ao tumulto”. Alguns dias depois, a mágica: minhas redes são bloqueadas.

Será que foi um daqueles expedientes imundos de catar um panfletinho de jornal decadente e usar como base de medida “judicial”? Do tipo: estamos calando o golpista que o jornaleco disse que é golpista?

Talvez. Porque poucas horas após o bloqueio (executado na noite de 3 de janeiro) surgiu uma matéria no site G1, também do grupo Globo, com meu nome na manchete - de novo uma atenção exclusiva à minha pessoa, dessa vez com o adjetivo “bolsonarista” na chamada de capa do Globo.com. E o mais interessante: a “matéria” afirmava que “Segundo apuração da TV Globo, o bloqueio das contas foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.” (A vírgula depois de “STF” é obra dos analfabetos do G1, que assim promoveram Alexandre de Moraes a único ministro da corte suprema. Ou talvez eles achem que é o único mesmo).

Como a TV Globo “apurou” a origem de uma ordem judicial que nem o atingido, nem seu advogado conseguem “apurar”? Você já entendeu a coreografia do bailado.

Já fui funcionário das Organizações Globo e considero uma instituição importante para o país.
Infelizmente está entregue a esse papelão, metida nesses Fora Bolsonaro, Fora Temer, etc - e o golpista sou eu. Quem tem relevância dentro das Organizações Globo sabe muito bem quem sou eu, sabe que sou autor de mais de uma dezena de livros bem sucedidos, com adaptações premiadas para o cinema, tratando dos mais diversos temas da vida e da arte. “Bolsonarista” deve ser quem não aderiu ao Fora Bolsonaro, quem reconheceu a boa gestão de Paulo Guedes, quem não vive de conspiração em conspiração. E quem não tenta transformar Lula em santo. Aliás, eu sei muito bem o que todos vocês acham do Lula.

Estou respeitando o bloqueio, não estou buscando atalhos para aparições nas redes sociais. Vamos ver se a Justiça se digna a informar o que se passa ou se ela vai preferir ficar nas sombras, falando por meio de porta-vozes informais, como se vê nos filmes de máfia.   
Lamento tudo isso, mas tenho a profunda felicidade de não ser um de vocês, e de não ter que encontrar toda hora um covarde no espelho.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 21 de abril de 2021

O TIME DO STF É IMBATÍVEL - Percival Puggina

GOLEADA

Ontem, 15, o STF mostrou, através do MAIS DO MESMO, que não brinca em serviço. 
Ao contrário, para mostrar o quanto são gratos e/ou devem favores inconfessáveis aos CARTOLAS que os indicaram para formar o DEPARTAMENTO DE ARBITRAGEM, o time entrou em campo e, com muita galhardia, além de apitar o jogo, ainda marcou 8 GOLS DE PLACA, quantidade está bem acima do necessário para que o grande líder do Clube, agora com a alcunha de ANJO LULA, possa disputar qualquer eleição no nosso empobrecido Brasil. 


MENSAGEM CLARA
Que a vitória era pra lá de esperada, isto ninguém tem qualquer dúvida. Entretanto, a GOLEADA (8 x 3) soou como uma mensagem do DEPARTAMENTO DE ARBITRAGEM aos BRASILEIROS DO BEM, cujo time vem empilhando, dia após dia, DERROTAS EM CIMA DE DERROTAS. A mensagem deixa bem claro que pouco importa quem serão os candidatos ao cargo de Presidente da República em 2022, pois a vitória já está garantida, independente da vontade e dos votos contrários dos ingênuos, despreparados e covardes eleitores.

TIME INVENCÍVEL
Ou seja, o TIME DOS ÁRBITROS foi montado com triplo propósito: JOGAR, APITAR E JULGAR quem tem condições de disputar os torneios e campeonatos. Em palavras colocadas de forma muito nítida, o fato que estamos diante de um TIME MUITO PODEROSO, do tipo simplesmente INVENCÍVEL e que sabe, por antecipação, qual será o escore (sempre a seu favor) de cada jogo.

A VELHA INDIGNAÇÃO
Ora, quem foi educado para ser PLATEIA, mesmo sabendo que torce para um time que inapelavelmente será sempre DERROTADO, pouco importando o fato de que jogou dentro do que manda o regulamento (CF), só resta manifestar a velha INDIGNAÇÃO, que não passa dos costumeiros GRITOS DIZENDO QUE FOI E/OU ESTÁ SENDO ROUBADO. Nada mais do que isso, infelizmente. Não sei se Lula será candidato a presidente em 2022, mas estou pra lá de convencido de que o vencedor do pleito será aquele que o STF vier a apoiar. De novo, para que nenhum leitor diga que sou ingênuo: esta dúvida eu não tenho!

O BRASIL DO STF JÁ DESISTIU DE MIM
O que mais me deixa preocupado é que nem mesmo a destruição, recheada de muita corrupção, patrocinada pelo PT e seus aliados, tem se mostrado suficiente e capaz de afugentar a ideologia socialista/comunista que imperou, com vigor, no nosso imenso e empobrecido Brasil nos últimos 30 anos. Mais: mesmo que a maioria dos eleitores se manifeste, de forma DEMOCRÁTICA, no sentido de derrotar os representantes do ATRASO, o time do STF, através de reconhecidas decisões consideradas INJUSTAS, entra em campo sempre com o propósito de acabar com os desejos da maioria. Gente, eu quero desistir do BRASIL, mas é inegável que o BRASIL DO STF já desistiu de mim faz tempo.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Maricas, covardes, picaretas - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro faz escola e até desembargador e enfermeira aderem ao baile funk na pandemia

O presidente Jair Bolsonaro cai nas pesquisas pelo negacionismo diante da pandemia e do desdém pelas vacinas. A Procuradoria-Geral da República pede e o Supremo autoriza a investigação do general da ativa Eduardo Pazuello pela falta de oxigênio e as mortes em Manaus. O deputado Rodrigo Maia aproveita sua última semana na presidência da Câmara para dizer que não há dúvida de que Pazuello cometeu crime e defender a criação da CPI da Saúde.
[O parágrafo das inverdades: a primeira frase do parágrafo expressa uma mentira e a articulista sabe que a queda do capitão foi motivada por oscilações típicas da pandemia e a maximização da existência do que,  na prática, não existe: a vacina do Doria.
Mas a 'mãe' de todas as mentiras, consubstanciada quando quem se furtou a tomar medidas e agora caminha de forma inexorável para o ostracismo, se manifesta favorável a que seja adotado o que se omitiu.]  

Falta, porém, responsabilizar autoridades e cidadãos que negam a pandemia, fazem campanha contra o isolamento social e a própria vacina, que são as únicas armas para salvar vidas, conter o vírus, aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e, assim, normalizar a economia e o próprio País. Eles também têm culpa.

São magistrados, parlamentares, empresários e irresponsáveis em geral, até da área de saúde, movidos pelo negacionismo, a ideologia irracional, a falta de respeito e empatia com os quase 220 mil brasileiros mortos. Esse mau exemplo, que começa com o presidente da República e decanta pelos seguidores da sua seita, induz jovens, idosos, homens e mulheres a relaxar os cuidados na pior hora. Tome baile funk nas periferias! E barzinho cheio dos bairros chiques! [é presidente Bolsonaro: o senhor agora é responsável pelos bailes funk nas periferias e por barzinhos cheios nos bairros chiques = a estupidez dos 'inimigos do Brasil = inimigos do Bolsonaro. A falta de argumentos sólidos = ilícitos cometidos pelo presidente Bolsonaro, e claro provados  - valem argumentos imaginados.]

Ao assumir ontem a presidência do Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso do Sul, o desembargador Carlos Eduardo Contar pediu “o fim da esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre” e propôs que “desprezemos o irresponsável, o covarde e picareta da ocasião que afirma “fiquem em casa’”. Para Bolsonaro, o cidadão que se cuida e cuida do outro na pandemia é “maricas”. Para Contar, é “irresponsável, covarde e picareta”.

O desembargador não pronunciou uma palavra sobre os escândalos do Judiciário, onde pululam “penduricalhos”, enquanto milhões de brasileiros estão sem emprego, renda, até comida. Reportagem de Patrik Camporez, do Estadão, informa que ali do lado, em Mato Grosso, os 29 magistrados do TJ receberam, em média, R$ 262,8 mil em dezembro. Contar preferiu reclamar das “restrições orçamentárias” e o “exaurimento da capacidade humana” da corporação.

Pôs-se a criticar aqueles que creem na ciência, nas entidades de saúde, nas recomendações médicas como “rebanho indo para o matadouro”. E a atacar “a histeria coletiva, a mentira global, a exploração política, o louvor ao morticínio, a inadmissível violação dos direitos e garantias individuais, o combate leviano e indiscriminado a medicamentos”. A pandemia é uma “mentira global”?! Quem ele está papagaiando?

Isso lembra a comemoração de parlamentares bolsonaristas quando o governador do Amazonas, Wilson Lima, cedeu à pressão e recuou do lockdown. Mas, depois, não escreveram uma só linha sobre o resultado macabro: falta de UTI e oxigênio, pacientes morrendo asfixiados e transportados para outros estados às pressas. Nem o sistema funerário resistiu ao caos, que está sendo exportado para o Pará e Rondônia.Se o isolamento social tivesse sido levado a sério pelo presidente e todos os governadores, o Brasil não precisaria ter afundado tão dramaticamente em mortes e contaminações. [países que já em março de 2020 adotaram o lockdown, hoje são campeões na letalidade por habitantes = a Bélgica tem o maior índice de letalidade por milhão de habitantes - e realizou o primeiro lockdown em março 2020.]  E a dúvida, agora, é quanto às vacinas. A quantidade, a logística, a seriedade e o exemplo de cima – particularmente de Bolsonaro –, vão definir a luz no fim do túnel.

Por isso, dói na alma a enfermeira Nathanna Ceschim, do Espírito Santo, divulgar vídeos sem máscara no hospital e desdenhando: “Não acredito na vacina (...). Tomei foi água”. E por que tomou? Para se cuidar, preservar seus pacientes, pais, avós e amigos e em respeito aos colegas do Brasil inteiro que se arriscam para salvar vidas? Não. “A intenção era só viajar...” Com presidente, desembargador, parlamentares e gente assim, é difícil ser otimista.

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo


sábado, 27 de agosto de 2016

Lula - agosto é um mês adequado a que covardes encontrem soluções para situações desagradáveis. Aproveite! Abalado, Lula diz que 'nem nos piores momentos' imaginou a atual situação

A aliados, ex-presidente se mostrou preocupado com discurso de Dilma e pediu tom político na fala  

Pouco após ter sido indiciado pela Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília nesta sexta-feira para se encontrar com a presidente afastada, Dilma Rousseff. Na volta da visita, já prestes a embarcar de volta a São Paulo, o ex-presidente fez um desabafo a aliados:  Nem nos piores momentos da minha vida eu imaginei que aconteceria o que está acontecendo hoje.

Lula debateu com Dilma a presença dela na sessão do julgamento do impeachment no Senado, marcada para a próxima segunda-feira, e fez uma avaliação negativa do que já ocorreu até agora. Segundo relatos, ele não tem expectativa de virada no impeachment e disse que, se algum voto mudar, será uma surpresa. Não adianta vir aqui achar vai virar um ou outro voto. Mas, se fosse qualquer outra pessoa no lugar dela, tenho certeza que reverteria – disse um petista que esteve com Lula.

O ex-presidente está preocupado com o discurso que Dilma fará na segunda-feira. Ele quer um tom politizado, sem focar em argumentos técnicos. Algo para “entrar para a história”, em que fique registrada a denúncia do “golpe”. Mas teme que sua sucessora não o escute, a exemplo do que fez diversas outras vezes, e perca a oportunidade de ajudar a construir uma versão futura para o PT.   – Ela não deve ficar entrando em detalhes de pedaladas, tentando convencer alguém com argumentos técnicos. Tem que olhar para frente, denunciar a agenda que eles querem implementar, privatizar a Petrobras, entregar tudo para o capital privado, e por isto deram o golpe – relatou um dos senadores que esteve com Lula.

Os aliados que estiveram com o ex-presidente nesta sexta afirmaram que ele estava muito abalado, como se tivessem finalmente “caído as últimas fichas”. E também muito preocupado com o futuro do PT. Para Lula, é importante ganhar a versão dos fatos, mesmo perdendo o processo, e dando um indicativo do que será a luta para o futuro para o partido.

Havia dúvida sobre a presença de Lula no plenário do Senado durante a fala de Dilma, mas ele decidiu que estará no momento para prestar solidariedade: – Eu vou, é uma questão de solidariedade – disse aos aliados, emocionado.

No próprio aeroporto da capital, o ex-presidente se encontrou com um grupo de senadores do PT para fazer uma análise do cenário. Jaques Wagner, ex-ministro de Dilma, acompanhou Lula na visita. Wagner e a mulher dele, Maria de Fátima Carneiro, estão entre os convidados da defesa que estarão presentes à sessão de segunda-feira, quando Dilma irá depor no Senado.

Na reunião com Lula, estavam presentes os senadores petistas Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC), Humberto Costa (PE) e José Pimentel (CE). A expectativa é que nem mesmo a presença de Dilma sirva para mudar votos: — Acho que não mudará muita coisa depois da fala dela. A esta altura, todo mundo já definiu seu voto. Claro que vamos continuar trabalhando, mas acho difícil virar o jogo — admitiu Paulo Rocha.

Lula retornou ainda nesta sexta a São Paulo. O ex-presidente somente voltará a Brasília no domingo, para participar da sessão do julgamento em que Dilma estará presente no Senado.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Personagens do impeachment: o que pensam, o que fazem, do que se alimentam



Dilma, Lula, Cunha, Temer, oposição, militantes, movimentos de rua

Dilma Rousseff
Cometeu pedaladas fiscais em 2014
Editou decretos ilegais em 2015
, com créditos suplementares no valor de 2,5 bilhões de reais, sem a “necessária observância à lei, que requer responsabilidade na gestão fiscal”, como representou o procurador Júlio Marcelo de Oliveira. 

Deixou de repassar 38 bilhões de reais a BNDES e Banco do Brasil neste ano.
Perdeu de vez o suposto argumento de que não poderia sofrer impeachment porque teria cometido crimes apenas no primeiro mandato. 

Escalou então Ricardo Berzoini para repassar aos líderes da base a orientação do governo para impedir que Eduardo Cunha aprove a abertura do processo: acusá-lo de agir por vingança pessoal após os vazamentos de detalhes da investigação de que é alvo. 

Eduardo Cunha
Comprometeu-se a arquivar na semana que vem o pedido de impeachment de Dilma assinado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. O recurso contra o arquivamento, em manobra inicialmente acertada com a oposição, seria votado em 21 de outubro, dependendo de maioria simples na Câmara para aprovação. Cunha usará o pedido de impeachment como cortina de fumaça, como seus aliados admitiram ao Globo, para tentar evitar o aumento das pressões para que ele renuncie por causa das contas na Suíça. 

Documentos do Ministério Público suíço enviados a Procuradoria-Geral da República mostram que recursos supostamente desviados da Petrobras, em uma operação na África, abasteceram suas contas secretas e de familiares, incluindo sua mulher, que pagou até aula de tênis com o montante.   Cunha já é alvo de denúncia no STF por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposta participação em desvios da estatal, em contratos de navio-sonda, acusado de receber US$ 5 milhões em propina. 

Em vez de arquivar o pedido de impeachment, no entanto, ele também poderá aceitar uma denúncia formal contra Dilma, encaminhando a questão diretamente para o plenário. [liminares concedidas por ministros do  STF faz  que várias das condutas que poderiam ser praticadas por Cunha e outros personagens da matéria, se tornem inviáveis ou mesmo sem sentido.
O PODER do deputado Eduardo Cunha acatar pedidos de ‘impeachment’ da ainda presidente Dilma não foi atacado pelas liminares, assim, permanece possível, e ao nosso entendimento altamente provável, que Cunha encaminhe para exame da Comissão Especial da Câmara o pedido de impeachment que tem entre seus autores o jurista Hélio Bicudo.
O encaminhamento ocorrerá na próxima semana, tendo em conta aditamento a ser apresentado pelos autores da petição em tela, adendo este que denuncia a persistência da presidente  em 2015, portando no seu segundo mandato, no cometimento das criminosas ‘pedaladas fiscais’.]
Nesse caso, segundo a Folha, o voto ocorreria imediatamente após 15 de novembro. [Está sendo articulado para aquela data  a realização de grandes manifestações por todo o Brasil,  comemorando a Proclamação da República e exigindo o ‘impeachment’ de Dilma.]

Oposição
O plano dos opositores “seria usar o dia da Proclamação da República para uma grande manifestação, lembrando a data em que Joaquim Barbosa mandou prender os condenados no mensalão”.
Segundo a Folha, eles se concentram “em irregularidades fiscais supostamente cometidas pelo governo neste ano para tentar acelerar o processo de deposição de Dilma”.
“O objetivo é fazer com que Eduardo Cunha aceite já nos próximos dias a denúncia formal contra a petista, sem necessidade de recursos. Cunha tem dito que só irá deferir uma denúncia se os fatos relatados tiverem relação com o atual mandato”.
O PSDB “juntou ao pedido de impeachment de Helio Bicudo ata de audiência no Senado na qual Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do TCU, diz que as chamadas pedaladas junto ao BNDES foram ‘agravadas’ no segundo mandato de Dilma” 

Lula
Para salvar sua criatura Dilma, o Brahma trama nos bastidores a arregimentação de Eduardo Cunha na luta contra o impeachment.  Foi dele a ideia que resultou na aparente oferta de Dilma, repassada por Pezão ao presidente da Câmara e revelada por VEJA: “Eu tenho cinco ministros do Supremo”. (Sim: para liberar Cunha da Lava Jato em troca de evitar a queda da mulher sapiens.) 

Já para salvar seus patrões da Odebrecht, Lula chegou a se reunir com Márcio Thomaz Bastos no hospital, segundo a Época, e ambos encarregaram um ex-delegado também presente de aliciar mais dois delegados da PF que “se uniram com um único propósito: fornecer informações para um dossiê com supostas ilegalidades, de modo a invalidar a operação. Ou seja, melar a Lava Jato”. Clique e saiba mais como Lula tentou melar a Lava Jato


PT & Planalto
A Folha informa que deputados do PT e do PCdoB recorreram ao STF para tentar barrar a manobra acertada por Cunha com a oposição que pode levar ao plenário da Casa o pedido de impeachment.
“Os deputados WD (PT-RJ), aliado do ex-presidente Lula, Paulo Teixeira (PT-SP) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) ingressaram com pedidos para que o STF invalide o procedimento estabelecido por Cunha em caso de rejeição dos pedidos de impedimento.
O Planalto teme que Cunha acelere o pedido após a revelação dos documentos do Ministério Público da Suíça”. 

Delfim Netto, André Singer, Dalmo Dallari e tutti quanti  Militam contra o impeachment na imprensa amiga, sem qualquer argumento que mereça menção. 

Michel Temer
Sua relação com Dilma “nunca esteve tão fria” e ele tem feito questão de se mostrar inerte, “um mero observador dos fatos”, como disseram seus aliados à Folha. Integrantes do governo e da cúpula do PMDB acreditam que “Temer não se moverá para ajudar a conter o movimento que prega a derrubada de Dilma”.
O vice “chega a demonstrar ‘certo alívio’ por ter sido alijado das últimas decisões encampadas pela petista, por julgar terem sido todas desastrosas”, entre elas a ação contra o ministro Augusto Nardes, do TCU, e a reforma ministerial. 

A opção de Dilma por empoderar Leonardo Picciani (PMBD-RJ) desagradou caciques do partido, Temer entre eles, que viram uma tentativa de dividir a sigla.  “Ela tentou entrar no PMDB pelas costas dele, sem conhecer as entranhas do partido”, resumiu um senador peemedebista. 

A ação no TSE que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer também contribuiu para empurrar o vice e aliados para o caminho do impeachment, como mostrei aqui.  “Se sentirmos que isso vai andar, faremos a escolha de Sofia”, disse um peemedebista ao jornal. Temer já conversa com líderes do PSDB, como o senador Aécio Neves.  “Ele não lavou as mãos. Lavaram as mãos dele. Tanto fizeram, que ele está completamente desobrigado de qualquer gesto”, defende um amigo. 

Movimentos de rua
Serão chamados para lotar os gramados em frente ao Congresso no dia 21 de outubro.  Têm organizado diversas ações pelo país com os bonecos inflados Pixuleco e Bandilma, apesar das agressões por parte de militantes petistas que, no Rio de Janeiro, resultaram no cancelamento de um ato no Leblon. 

Este blog- Felipe Moura
Acha ótimo que Cunha acelere o impeachment de Dilma e não vai ficar nem um pouco triste se ele cair em seguida, muito menos se uma eventual cassação vier a derrubar Temer também.  Se a Lava Jato transformar Lula em um Pixuleco de fato, considera que será uma das cenas mais lindas da história nacional. 

Considera também equivalentes aos militantes petistas – ou petistas disfarçados – todos os covardes que neste momento do país repetem expressões como “não vai dar em nada”, “vai acabar tudo em pizza”, “esquece isso” etc., em vez de contribuir para a pressão popular como indivíduos que assumem sua parcela de responsabilidade pelo futuro do Brasil.
Eles diziam o mesmo, aliás, sobre o julgamento das contas de Dilma no TCU.
Este blog sugere aos cidadãos ainda recuperáveis que comecem a dizer a si próprios: pode até não dar em nada, mas lutaremos até o fim. 

E será divertido. 

Felipe Moura Brasil http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
10/10/2015