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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Corujão: Terror ataca cidades brasileiras no alto da noite Tiros, pessoas feito reféns, agências bancárias assaltadas - Blog do Noblat

Tiros, pessoas feito reféns, agências bancárias assaltadas

Em linha reta, 3.630 quilômetros separam Criciúma, em Santa Catarina, de Cametá, no Pará, às margens do Rio Tocantins. A distância levaria pelo menos 50 horas para ser vencida. No curto período de 24 horas, o terror se abateu sobre as duas cidades e sua face foi a mesma: homens mascarados, pessoas feitas reféns, armamento pesado e fuzilaria intensa. 

[as principais causas das ações do 'novo cangaço' - nada a ver com 'nova república', exceto aquele ser consequência desta - são:
- a política de priorizar os 'direitos dos manos' = 'direitos dos bandidos' em relação aos direitos humanos dos humanos direitos;
- a política orquestrada de desmoralização da autoridade policial -  qualquer crime, qualquer manifestação, que resulte ou decorra de uma  ação policial os policiais são apresentados como os culpados. Não perdem tempo, investigando, ouvindo testemunhas. Antes de qualquer apuração grande parte da imprensa sentencia: violência policial, violência de agentes de forças privadas de segurança e sempre buscam maximizar aspectos que possam sustentar, ainda que por horas, tal versão = o lema: a primeira impressão é que fica, passa a ter força de decreto.

Os policiais ficam temerosos de executar o seu dever, cumprir a missão primeira da força policial: segurança para a população. 
Abordar um veículo suspeito é uma ação que além dos riscos inerentes a sua execução, pode resultar - basta um bandido morrer na operação - em acusações infundadas contra os policiais participantes, que quase sempre são vítimas de prisões precipitadas, inquéritos e punições = quando inocentados, a notícia da absolvição não é publicada ou quando publicam, em um canto de página.
 
O bandido, ou bandidos, tem a certeza de que sempre terão a simpatia das notícias de primeira hora.]

O alvo: agências bancárias destruídas com o uso de explosivos para a remoção de caixas eletrônicos. Uma agência em Criciúma na madrugada de ontem. As quatro de Cametá nesta madrugada. A polícia dormia quando os assaltantes chegaram em Criciúma e Cametá. Quando foram embora, jogaram do alto dos carros cerca de 800 mil reais recolhidos por moradores de Criciúma.

Em Cametá não foram tão generosos. Deixaram um morto estirado à beira da calçada às portas do quartel da Polícia Militar. A ação de guerra em Criciúma foi executada por 30 bandidos em 10 carros. Com essas proporções, foi a maior da história de Santa Catarina. Não se sabe ainda quantos bandidos invadiram a área central de Cametá. Sabe-se que fugiram em carros e em lanchas pelo rio.

Um grupo de homens assistia em um aparelho de televisão da praça de Cametá ao jogo que tirou o Flamengo da Libertadores quando foi surpreendido com a chegada dos bandidos. Ali, e em outros pontos ainda acordados da cidade, os bandidos capturam mais de 30 pessoas para as utilizarem como escudos de maneira a impedir a reação da polícia.

No caso de Criciúma, os bandidos foram ainda mais audaciosos. Dispararam contra o quartel da polícia, estacionaram um caminhão gigante à sua saída para bloqueá-la e tocaram fogo nele.  Ninguém foi preso em Criciúma e em Cametá. Ou melhor: em Criciúma foram presas quatro pessoas que recolhiam o dinheiro que voou pelas ruas. Uma delas depois de dizer: “Fiquei rico”. A noite em Macapá, capital do Amapá, a 1.697 quilômetros de distância de Cametá por estradas, não foi menos infernal. Faltou luz E o carapanã, mosquito sugador de sangue, atacou em bando.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

Correio Braziliense, saiba mais:  Ataques em Criciúma: truculência e armas são típicas do crime de 'Novo Cangaço',

 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Permanência de Marcola em presídio de Brasília vira queda de braço política

Virou uma queda de braço a polêmica sobre a permanência de Marcos Camacho, o Marcola, no presídio federal de Brasília. Em reunião com a bancada de deputados e senadores do DF, na última sexta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi categórico: não vai voltar atrás. Acha que os temores de aumento da violência na capital do país são infundados. Recuar agora significaria um enquadramento às críticas do governador Ibaneis Rocha (MDB), que reclamou da transferência do criminoso apontado como líder do PCC, com condenações que somam mais de 300 anos. 

O problema não é dentro do presídio, onde há condições de mantê-lo em situação de isolamento, mas nos arredores da Papuda. Policiais civis experientes avaliam que, com a chegada de Marcola a Brasília, toda uma estrutura do crime organizado se instalará na capital do país. Advogados, familiares, comparsas e bandidos que se mantêm na facção criminosa atuam onde o líder cumpre pena. Com certeza, o trabalho da equipe de segurança pública do DF vai aumentar. E muito. [comentando: ótimo que o trabalho aumente - quando a Polícia trabalha o número de prisões aumenta;
a PM e PC não devem aceitar que o Ibaneis,  que por falta de competência está aumentando a INsegurança Pública no DF, use as deficiências daquelas corporações (com destaque para a falta de efetivo) para justificar sua incompetência.
A Saúde também piora a cada dia.
O trânsito idem.
A Educação que deu um alento com o inicio da 'militarização das escolas', agora voltou a zero, já que a militarização encalhou.]
 
Bem do lado do presidente
Parece provocação. Em meio ao debate sobre a instalação do líder do PCC Marcos Camacho, o Marcola, no presídio federal de Brasília, criminosos explodiram caixas eletrônicos no Hotel Golden Tulip, ao lado do Palácio da Alvorada. Policiais civis suspeitam de participação de integrantes de facções criminosas. Sinal de que não falta ousadia a bandidos. [coisa antiga e sabida: faltou polícia a bandidagem aumenta - o efetivo policial do DF, civil e militar, é inferior ao dos anos 90.]

CB.Poder - Correio Braziliense


 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

INsegurança Pública no DF - Grupo armado explode caixas eletrônicos do Píer 21 e troca tiros com a PM

Na fuga, os bandidos  abandonaram parte do dinheiro roubado na pista. Carros da PM e dos bandidos ficaram com marcas de bala

Um grupo armado formado por cinco pessoas explodiu, na madrugada desta segunda-feira (22/10), dois dos quatro terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal localizados no shopping Píer 21, na Asa Sul.  Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), os bandidos invadiram o centro comercial vestindo balaclavas (uma espécie de gorro que só deixa os olhos visíveis), renderam o segurança e montaram os explosivos.

A PM foi acionada e iniciou perseguição ao grupo que estava em dois carros, uma Mitsubishi Pajero e um sedã branco para apoio. Na fuga, houve troca de tiros. Os bandidos atiraram contra a viatura policial, atingindo parabrisas e carroceria. Eles também jogaram pregos na pista para furar os pneus do carro em que estavam os policiais.  Nenhum militar se feriu. A Pajero em que estavam os criminosos também foi alvejada e em seguida abandonada pela quadrilha, que seguiu no carro de apoio a partir da entrada para a L2 Sul.

Ainda não foi possível determinar a quantia levada em dinheiro, mas parte dela ficou jogada na pista por onde os bandidos fugiram. O shopping está fechado e a Polícia Federal investiga o caso. 
 
 

 

 

quinta-feira, 31 de maio de 2018

PERCEBERAM QUANTA COISA BOA OS CAMINHONEIROS FIZERAM?

Humor para curtir na fila do gás ou do combustível

COISA BOA OS CAMINHONEIROS FIZERAM:

1- ACABOU O TIROTEIO NO RJ;

2- ACABOU MARIELI; 

3- PRESIDENTE TEMER MELHOROU DA AMNÉSIA;

LEMBROU DOS HOSPITAIS, ESCOLAS  E DO POVO; 

4 -DEPUTADOS MORRENDO DE MEDO DE UMA INTERVENÇÃO; 

5 - MUITAS PESSOAS DESCOBRIRAM QUE É POSSÍVEL CHEGAR AOS LUGARES CAMINHANDO.

6 - OITO DIAS SEM POLICIAL MORTO.

7 - OITO DIAS SEM ASSALTO.

8 - OITO DIAS SEM ROUBO DE CARGA.

9 - OITO DIAS SEM EXPLOSÃO DE CAIXAS ELETRÔNICOS. 

CAMINHONEIROS VOCÊS SÃO OS "CARAS".

👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

Por e-mail

 

domingo, 6 de maio de 2018

Bancos aumentam juros e reduzem caixas

Bancos ampliam caixas compartilhados; clientes reclamam de valor das cédulas

O objetivo dos bancos é tornar o Banco24Horas a rede externa de atendimento, mas há clientes que reclamam dos serviços disponíveis

Os bancos estão substituindo cada vez mais os caixas eletrônicos próprios por terminais de autoatendimentodo do Banco24Horas, uma rede que permite compartilhar o mesmo equipamento entre várias instituições financeiras. Em julho de 2014, os bancos fizeram um acordo para ampliar o compartilhamento dos caixas eletrônicos. A ideia era substituir, em quatro anos, “uma parcela” dos caixas eletrônicos que ficavam fora de agências bancárias por terminais da rede Banco24Horas. Na assinatura do acordo, o Banco24Horas contava com 15.300 terminais de autoatendimento. Atualmente, são mais de 21.800 caixas eletrônicos instalados, em cerca de 11 mil estabelecimentos comerciais, em 620 cidades.

O objetivo dos bancos é tornar o Banco24Horas a rede externa de atendimento, mas há clientes que reclamam dos serviços disponíveis. Em Brasília, por exemplo, uma das reclamações é quanto as cédulas disponíveis nos terminais: R$ 20 e R$ 50, somente. A enfermeira Patrícia Alves Branquinho, 41 anos, considera positivo ter a rede disponível no comércio e nos terminais de ônibus e metrô, mas reclama do valor das cédulas. “Esses caixas ajudam muito porque, às vezes, estou em um lugar que não tem um banco perto. O problema é que só tem nota de R$ 20 e R$ 50”, disse.
 
O cobrador Kleber Willian Oliveira da Conceição, 39 anos, contou que tentou sacar um valor inferior a R$ 50, mas não conseguiu. “Fui sacar uma vez e só tinha nota de R$ 50. Eu nem precisava de todo esse valor, mas fui obrigado a sacar por não ter outra opção”, disse.
Em nota, a TecBan, responsável pela rede Banco24Horas, informou que os caixas eletrônicos da Rede Banco24Horas em Brasília são abastecidos com notas de R$ 20 e R$ 50. “Os valores disponíveis para saques nos terminais de autoatendimento da Rede são definidos de acordo com a disponibilidade de notas de cada região. Em razão da demanda, as máquinas podem ficar momentaneamente com apenas um tipo de cédula até o próximo abastecimento. Esses valores garantem uma grande variedade de combinações e atendem às principais necessidades da população”, disse a TecBan.

Os serviços disponíveis na rede compartilhada dependem de cada banco. De acordo com as informações disponíveis no site da rede, há instituições que oferecem apenas consulta a saldos e extratos, saques e pagamentos. Em outros bancos, há opção também de fazer empréstimos e transferências. A TecBan lembra que o pacote de serviços que o consumidor possui em seu banco inclui as operações feitas no Banco24Horas, no caixa eletrônico do banco e nas transações realizadas nas agências bancárias. “Caso o consumidor não tenha um pacote de serviços, a resolução 3.919 do Banco Central garante aos clientes, com conta corrente pessoa física, o benefício de efetuar, todo mês, até quatro saques sem tarifa, duas transferências, dois extratos, dentre outros, nos canais que compõem a rede de atendimento do banco, incluindo o Banco24Horas”, acrescentou.

Segundo a TecBan, o compartilhamento contribui para reduzir os custos operacionais e de manutenção dos bancos. “Uma grande vantagem do Banco24Horas é a população poder usar mais de 40 bancos no mesmo caixa eletrônico. A Rede também beneficia os proprietários do varejo com o aumento do fluxo de pessoas, do ticket médio [valor médio das vendas] e do faturamento de suas lojas. Além disso, os terminais ajudam a tornar os estabelecimentos pontos de referência nas suas regiões, aumentando o portfólio de serviços disponibilizados aos consumidores e colaborando, também, com a fidelização”, defendeu a TecBan.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Correio Braziliense


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Rio, cidade detonada

Furto de caixas eletrônicos com uso de explosivo agrava a crise de segurança que atinge o Rio de Janeiro 

Na madrugada da sexta-feira (21), um estrondo aterrorizou os moradores do entorno da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, uma das áreas mais valorizadas do Rio de Janeiro. Numa ação que durou menos de dez minutos, ladrões explodiram caixas eletrônicos de uma agência bancária e fugiram levando uma mochila. Os investigadores não informaram o montante do roubo. Quase simultaneamente, outro bando cometia o mesmo tipo de crime em um banco de Tanguá, na região metropolitana. Nos dez dias anteriores houve na região metropolitana do Rio de Janeiro outros cinco ataques similares, acarretando um problema a mais para uma cidade que já enfrenta uma crise grave no setor de segurança. 


 Cena de um ataque com explosivo em Ipanema. O modo de agir dos bandidos já se tornou familiar (Foto: DANIEL CASTELO BRANCO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)

Na véspera do ataque em Ipanema, foram presas 20 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em estourar caixas eletrônicos, com ramificações no Rio de Janeiro e em São Paulo. As detenções resultam de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público fluminense, iniciada há nove meses, após uma série de crimes do gênero ocorrer na região sul-fluminense. À frente do trabalho, o promotor Fabiano Gonçalves acredita que tenham como protagonista uma mesma quadrilha e aponta uma facção paulista como a exportadora desse modo de atuar. “Impressiona que esse conhecimento sobre explosivos se dissemine tão rapidamente”, afirma Gonçalves.

Há diversos procedimentos em comum entre os cinco ataques do ano passado em cidades fluminenses, que renderam aos bandidos R$ 2 milhões, e as investidas mais recentes. Um bando de dez a 15 pessoas armadas com fuzis age sempre de madrugada e espalha no asfalto artefatos metálicos pontiagudos para dificultar a perseguição. Não se pode afirmar que a maior facção criminosa do país esteja por trás dessas ações, que se espraiam pelo país por seu alto grau de sucesso e retorno. O crime tem também seus modismos, só suprimidos quando os agentes de segurança aprendem a melhor forma de combatê-­los. “Não tenho dúvidas de que o PCC possui mais conhecimento no assunto, porém o mais provável é que bandidos do Rio tenham desenvolvido sua própria forma de atuar”, aposta o analista criminal Guaracy Mingardi. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informa que o furto de caixas eletrônicos com uso de explosivos caiu 23% em 2016, em comparação com o ano anterior. Mas o tema preocupa. Tramita no Senado um Projeto de Lei que aumenta para dez anos a pena máxima para quem comete esse delito.

Fonte: Revista Época

LEIA TAMBÉM:  >> Mega-assalto no Paraguai tem a marca de facção brasileira

terça-feira, 29 de novembro de 2016

PM usa gás de pimenta e bomba de efeito moral em protesto contra PEC - dois veículos de particulares já foram icendiados diante dos olhos da Polícia

No plenário do Senado, uma mulher teve que ser retirada à força

A possibilidade de aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos na tarde desta terça-feira mobilizou milhares de manifestantes que se reúnem no gramado do Congresso Nacional em protesto contra o texto. 

Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 10 mil pessoas participam do protesto. E, de acordo com a Polícia Militar (PM), seis pessoas já foram presas. No fim da tarde, um tumulto começou a se formar, e a multidão chegou a virar um carro de uma emissora de TV. Eles foram dispersados pela polícia militar com gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha e recuaram no gramado da Esplanada, se concentrando na alameda dos Estados. Mais tarde, um segundo carro foi virado por manifestantes mascarados. [dois carrros já foram incendiados: carros que estavam estacionados em estacionamentos públicos e a PM, provavelmente cumprindo ordens superiores de Rollemberg, se omitiu.]

O capitão Michelo, da PM, disse que os manifestantes pretendiam incendiar um dos veículos virados. Ele relatou também que participantes do ato jogaram coquetel molotov e chegaram a disparar uma flecha contra a equipe de segurança— Por isso que tivemos que atuar — justificou o policial.

No início da noite, um grupo empurrou cabines de banheiros químicos para a pista da Esplanada.  Os manifestantes também quebraram vidros da entrada do Ministério da Educação, que ficou destruída. Houve danos, ainda, nas paredes, e até os caixas eletrônicos que ficam na recepção do prédio foram atingidos.

INTERRUPÇÃO NO SENADO
No plenário do Senado Federal, uma mulher que se identificou como Gláucia Morelli, presidente da Confederação Nacional das Mulheres do Brasil, foi retirada à força e encaminhada, junto a outras duas pessoas, para a Delegacia de Polícia Legislativa após interromper o presidente da casa, Renan Calheiros, com gritos contrários à proposta.

A PEC que fixa um teto para a despesa pública por 20 anos tem forte resistência social sobretudo pelas mudanças no cálculo do mínimo constitucional para as áreas de saúde e educação. Hoje, o piso de recursos para essas áreas é calculado como um percentual da receita.  A proposta quer mudar essa metodologia a partir de 2018. Ela determina que o piso de recursos para essas áreas deverá ser correspondente ao gasto no ano anterior mais a inflação do período. O texto encontra forte resistência entre estudantes, que estão mobilizados há várias semanas.

A entrada de pessoas no Congresso Nacional está sendo controlada para qualquer pessoa sem o crachá do local por conta das manifestações. Após a invasão no plenário, Calheiros proibiu a circulação também nas galerias. A mulher que invadiu a sessão não disse como entrou no prédio. Ela interrompeu Calheiros no início da sessão plenária e afirmou que a PEC é “contra o povo” e vai prejudicar a área da saúde. O presidente interrompeu a sessão para escutá-la por alguns minutos, até que a polícia legislativa retirasse a mulher e dois companheiros à força. Senadores petistas acompanharam os manifestantes até a delegacia, onde devem prestar depoimento.


Fonte: O Globo - *Estagiário, sob supervisão de Eliane Oliveira

domingo, 13 de novembro de 2016

Crise fiscal ganha ares de tragédia grega

Embora por caminhos diferentes e em momentos distintos, Brasil e Grécia chegaram ao mesmo ponto em que o Tesouro quebra e falta dinheiro para tudo

É muito provável que brasileiros, ao verem, em 2015, as cenas de gregos em filas à frente de caixas eletrônicos sem dinheiro, imagens de aposentados em Atenas durante protestos contra cortes nos benefícios, ao lado de servidores públicos com salários atrasados, tenham se sentido aliviados porque aqueles dramas aconteciam muito distante do Brasil. Quase do outro lado do mundo.

Mas, na verdade, encontravam-se, àquela altura, bastante próximos, à medida que a crise fiscal semeada pelo governo Lula/Dilma consolidava no subsolo da economia as condições — já visíveis há algum tempo por analistas — para uma grave crise fiscal. Algo no padrão grego daqueles dias, infelizmente. No fim do ano, o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma seria aceito na Câmara, por Eduardo Cunha. A eclosão da crise prevista na campanha eleitoral de 2014 — a imprensa profissional começara a tratar do assunto antes — e o impeachment da presidente foram o desfecho de tudo.

A montagem da bomba-relógio não foi instantânea. Para ser preciso, começou na Constituição de 1988, com a missão dada ao Estado para com acabar com a miséria, atender toda população na rede de saúde pública, educar e assim por diante. Sempre o Estado como responsável por uma empreitada gigantesca contra a pobreza, além de outras.

A miríade de gastos ditos sociais, em que se incluem os da Previdência e benefícios assemelhados (Loas, por exemplo), veio sendo construída passo a passo. Um gigantesco salto rumo ao precipício foi a indexação de benefícios previdenciários e muitas outras despesas sociais pelo salário mínimo. Este, por sua vez, passou a ter aumentos acima da inflação e — pior — à frente da produtividade da economia. Nada contra a chamada “política de valorização” da remuneração de base da população, mas atrelar ao mínimo a maior parte das despesas públicas primárias foi overdose.

A Grécia também praticou a irresponsabilidade fiscal — para seu enorme azar, em euros. Quando ficou evidente que o país não pagaria as dívidas tudo sempre em euros —, os bancos fecharam-se à Grécia, os juros subiram e a economia entrou em colapso.  No Brasil, a debacle veio na moeda pátria. A irresponsabilidade fiscal fez investidores recuarem, projetos foram engavetados e, para agravar a situação, Dilma, o secretário de Tesouro, Arno Augustin, mago da “contabilidade criativa”, sob as bênçãos do seu chefe formal, ministro Guido Mantega, passaram a adulterar as contas públicas. Acabou a credibilidade do governo dentro e fora do país, e a presidente sofreu impeachment.

O Brasil pôde deixar o real se desvalorizar (daí os enormes superávits comerciais, também fermentados pela recessão interna). A Grécia, nem isso, porque não tem moeda própria. Recorre à União Europeia e ao FMI para renegociar dívidas, enquanto executa duro ajuste. O Brasil não padece de falta de divisas. Mas tem de ajustar as contas internas, em reais, implodidas pelos mecanismos de indexação de gastos, desregramento em geral nas despesas e pela queda da receita tribuária devido à enorme recessão provocada por toda esta lambança macroeconômica. Um circulo vicioso trágico.

Por caminhos diferentes, Brasil e Grécia chegaram ao mesmo desastre da explosão das contas públicas. Daí a semelhança dos dramas pessoais de servidores públicos gregos e brasileiros, e também aposentados da iniciativa privada: desemprego, benefícios previdenciários e pensões atrasados (o que acontecerá no âmbito do INSS, se não vier a reforma). A Grécia da crise chegou ao Brasil, pelo Rio de Janeiro. Mas visita todos os estados.


Fonte: Editorial - O Globo

sábado, 16 de janeiro de 2016

Só no Brasil



O início do ano é um bom momento para refletir sobre nossos males, sem complacência com os culpados 

Esta lista é aberta e uma página de revista não basta para relacionar tudo o que nos choca a cada dia no Brasil. Existe corrupção no mundo inteiro. Desvios, crises, irresponsabilidade e pouca vergonha de políticos não são prerrogativas brasileiras. Mas há coisas que só acontecem aqui – ou em países muito subdesenvolvidos. O início de um ano é um bom momento para refletir sobre os males tupiniquins. E não ser complacente com os culpados.

• Só no Brasil uma quadrilha tira proveito de uma tragédia, como o crime ambiental de Mariana, em Minas Gerais, para furtar uma retroescavadeira e três escavadeiras hidráulicas no valor de R$ 2 milhões.  

Só no Brasil máquinas imensas como essas somem no ar. 

Só no Brasil voluntários” tentam sacar com cheques falsos, da conta da prefeitura, doações às vítimas da calamidade.

• Só no Brasil se demora tanto tempo (mais de dois meses) para indiciar as empresas Samarco e Vale pelo rompimento da barragem em Mariana, o maior da História em volume de rejeitos de mineração despejados num rio.  

Só no Brasil a investigação se embola entre várias polícias. Até agora, os laudos ainda são verificados para investigar as mortes.  

Só no Brasil os moradores desabrigados desde 5 de novembro continuam sem receber as doações de R$ 1 milhão arrecadadas pela prefeitura de Mariana.  

Só no Brasil é preciso quebrar o sigilo da conta bancária da prefeitura para saber para onde foi esse dinheiro.  

Só no Brasil as vítimas continuam ao deus-dará.

• Só no Brasil, cinco anos após a tragédia da enxurrada que deixou 918 mortos e 215 desaparecidos na região serrana do Rio de Janeiro (Petrópolis, Teresópolis e Friburgo), 91 mil pessoas continuam a morar em área de risco 20 mil delas em áreas de altíssimo risco de deslizamento –, como revelou o jornal O Globo em reportagem de Carina Bacelar. 

Só no Brasil a presidente Dilma Rousseff anuncia 6 mil moradias para as vítimas, mas depois “atualiza” os números. 

Só no Brasil a região serrana do Rio tão sensível a desastres naturais – continua a reintegrar prefeitos acusados de corrupção, malfeitos e desvios de verba pública.

Só no Brasil o saneamento básico é tão relegado a último plano que a previsão agora, com base em dados oficiais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é que a rede nacional só esteja concluída em 2053. Um atraso de 20 anos em relação ao plano de Lula e Dilma. A promessa era de universalizar até 2023 a rede de água e até 2033 a coleta de esgoto. 

Só no Brasil a gente sabe que nem em 2053 teremos saneamento básico para todos. O que significa que, em vez de gastar com prevenção de doenças e epidemias, vamos continuar convivendo (ou morrendo) com índices altos de dengue, zika, febre amarela, malária, tuberculose, inadmissíveis no século XXI.

• Só no Brasil uma operação da PM encontra num conjunto de favelas, o Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro, 71 veículos roubados, entre eles um caminhão da Cedae e duas retroescavadeiras usadas em assaltos a caixas eletrônicos! Nem a polícia acreditou. 

Só no Brasil o poder público fecha os olhos e até encoraja a proliferação de favelas que se tornam fortalezas de bandidos. Imensas áreas esquecidas pelos governos, escolas do crime para crianças que, só com muita luta materna e paterna, conseguem ser matriculadas em redes públicas e escapar de um destino sombrio.

• Só no Brasil, com a crise instalada na casa de cada família e também no Planalto, a presidente cede à choradeira de partidos políticos e garante para o Fundo Partidário a verba de R$ 819,1 milhões para não deixar os pobrezinhos com pouca grana para as eleições municipais deste ano. O governo federal queria dar só R$ 311 milhões, mas abriu o cofrinho e antecipou o toma lá dá cá. Só no Brasil os 594 parlamentares (para que tanta gente???) não sofrem cortes em suas mordomias e terão direito em 2016 a R$ 9,09 bilhões em emendas individuais. Enquanto isso, a Saúde mata brasileiros que esperam mais de um ano para um simples exame de imagem, ou que só conseguem se internar em hospitais com ordem judicial, às vezes tarde demais.  

Só no Brasil o ano dos parlamentares começa depois do Carnaval

Só no Brasil quem paga a conta da incompetência são sempre os contribuintes.

• Só no Brasil a presidente anuncia oficialmente um Orçamento anual de R$ 3 trilhões que prevê uma receita ainda inexistente: os R$ 10,5 bilhões da defunta CPMF. 

Só no Brasil querem que a gente ainda acredite no “contingenciamento” de recursos para a Saúde e Educação. Palavra horrível e mentirosa.

• Diante dessa realidade, os protestos mais inflamados no país se referem apenas ao preço das passagens em São Paulo. Só no Brasil.

 Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época

 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O bando do Fuzilão



Faz tempo que a bandidagem e o universo das drogas saíram das cidades grandes para aterrorizar o interior
Prefeito acorda aí! Mataram os policiais e a cidade tá na mão dos bandidos. Era madrugada e o povo estava todo desperto, assustado e encolhido. Os policiais não estavam mortos. Só fugiram, quando um grupo de 20 bandidões, armados com fuzis e, no maior alarde, tomaram de assalto a cidade.


Caixas eletrônicos da agência do Banco do Brasil no Centro de Pedregulho, SP (Imagem: Stella Reis / EPTV)
O alvo eram caixas eletrônicas. Todas devidamente explodidas e esvaziadas. “Ganho” rápido. Ninguém ferido. Um puta susto coletivo. Para ninguém se meter a herói, a operação foi toda acompanhada de rajadas de tiros pro alto. Aconteceu em dezembro passado, na pequena cidade de Pedregulho, no interior de São Paulo. Só virou notícia agora, domingo, 8 de fevereiro. Deu na imprensa é verdade, não?

Pedregulho tem 15 mil habitantes. Na mesma época, contava a matéria, 10 outras cidades do mesmo porte, nas vizinhanças da rica Ribeirão Preto, também viveram suas madrugadas de faroeste caipira. A maioria delas é defendida por dois PMs! Sem fuzis, claro. Os fuzis dos invasores – batizados de Bando do Fuzilão - perfuram até blindados

Não há outra saída se não dar no pé, como bem fizeram os PMs de Pedregulho. Lá no interior de Minas, onde nasci, nos idos de antigamente, quando se indignava com alguma barbaridade, meu avô bradava: “Mas onde nós estamos?”  Estamos no século 21. 

Pedregulho é de São Paulo, o estado mais rico do país – onde também de dia falta água e de noite falta luz. (No Rio também. Em Minas Gerais e Espírito Santo idem). Mas lá em SP, agora, tem cangaço como nos tempos do Lampião, que atuava longe, no nordeste pobre e, então, seco. Diz a lenda que ele tirava dos ricos e dividia com os pobres.

Romantizado no imaginário popular, o Rei do Cangaço, seria bandidinho nos dias de agora. O novo cangaço paulista, do Bando do Fuzilão, até pelo seu poder de fogo, não tem qualquer romance. O dinheiro roubado às claras financia compra de mais e melhores armas, drogas e outras bandidagens e barbáries. Há anos - e muitas eleições vividas – que a Segurança é apontada como principal preocupação da população, que é o coletivo de nós, os peões desse jogo/jogado. Também é tema recorrente de suprapartidárias promessas eleitorais. Balela. A coisa só piora.

Se hoje temos mais eficiência em prender e até condenar bandidagens de colarinho branco, o time da corrupção e assemelhados, na chamada segurança pública do dia a dia a coisa degringola em ritmo acelerado de confrontos armados, chacinas, sem mocinhos, mas com polícia-bandido, balas perdidas, tortura, sequestros e cangaços.

Faz tempo que a bandidagem e o universo das drogas saíram das cidades grandes para aterrorizar o interior, num vale tudo explícito de ações como do Bando do Fuzilão. Serão presos, serão mortos e outros virão pelo óbvio – não há decisão política, no macro e no micro, de combate real contra a violência e suas principais causas: o internacional e poderoso business das drogas e das armas. (Perdi a conta de quantas vezes já escrevi sobre isso).

Enquanto não nos atinge diretamente, somos eternos compadecidos das vítimas que, todo dia, relatam suas tragédias em rede nacional. Pequenos grupos vão as ruas bradar contra a violência. Movimentos sociais fazem campanhas contra a impunidade. Parlamentares prometem novas leis.

Governantes, também compadecidos (?), juram providências e “rigorosa apuração e punição exemplar aos culpados”. (Aliás, alguma apuração/investigação pode não ser rigorosa? Punições não deveriam sempre ser exemplares?) Balela. De verdade mesmo, eles fingem que farão, nós fingimos que acreditamos. Enquanto isso... fuzilões fuzilam.

Fonte: Tânia Fusco – Blog do Noblat