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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Entre cruzes e calvários - Dartagnan da Silva Zanela

          Toda alma é uma cruz aqui plantada, diz-nos Bruno Tolentino em seu livro "Os Deuses de Hoje". Eu, você, todos nós somos uma cruz com um coração palpitante no centro do madeiro, apontando para a direção que nós mais amamos.

A cruz é um símbolo arquetípico poderosíssimo, que se encontra presente em inúmeras tradições, como inúmeros outros símbolos que acreditamos serem tão particulares, tão exclusivos de uma e outra tradição.
Nesse sentido, quando temos em nossa mente a imagem deste símbolo, a cruz, é importante lembrarmos que a trave horizontal simboliza o plano do mundo material, natural, social e político.
Estamos inseridos neste plano, fazemos parte dele, mas não fomos feitos para nos realizarmos plenamente nesta dimensão restritiva da realidade.

Bem, junto a trave horizontal temos a trave vertical, que nos aponta para a perspectiva da eternidade e do infinito, lembrando-nos que a vida é muito mais profunda do que as aparências que nos circundam e que invadem os nossos sentidos e que ela, a nossa vida, não termina aqui, abruptamente e em definitivo.

Estamos no mundo, mas não devemos ser mundanos. Fomos feitos para o infinito, mas não podemos ignorar o peso e a força de tudo que está a nossa volta nos limitando.
Em resumo, eis aí a tal da condição humana.

Infelizmente, todos nós, em algum momento, podemos acabar por nos apegar ferozmente a alguma ideologia que agrilhoa, sem dó, os nossos olhos, prendendo-os unicamente à dimensão horizontal, como se o mundo político, social e natural fossem as únicas dimensões que compõem a realidade e dão forma à nossa humanidade.
Tal estreitamento da percepção, consequentemente, acaba por escravizar a nossa consciência, bloqueando a abertura da nossa alma para o infinito. E isso não é apenas triste. É perigoso.
 
Outras vezes, também, com grande infortúnio, podemos acabar nos vendo amarrados com cordas baratas a haste vertical, abraçados a algum tipo de misticismo moderninho, egocêntrico e egolátrico, que leva-nos a desprezar a realidade deste mundo com suas agruras e perrengues.
Sim, estamos de passagem, como peregrinos, mas aqui estamos e, também, quando restringimos nosso olhar unicamente para uma perspectiva supostamente espiritualizada, terminamos num outro tipo de mutilação da nossa consciência, tão vil e abjeto quanto o que foi anteriormente apontado.

Quando olhamos para o século XX, e temos nossas vistas invadidas pela imagem dos regimes totalitários que destroçaram, e que ainda despedaçam a vida de milhões de pessoas, quando lembramos das inúmeras seitas e cultos que subjugaram e subjugam multidões, reduzindo-as à condição de um pet dócil e obediente, compreendemos, com uma terrificante clareza, que não é muito difícil termos a nossa mente degradada e nossa alma escravizada.
Basta apenas que nos permitamos ficar numa posição de fragilidade por termos aceitado limitar nossa percepção da realidade a apenas uma de suas dimensões.

Por isso, lembremos, toda vez que tomarmos um Crucifixo em nossas mãos - Crucifixo este que, muitos de nós, carregam junto ao coração - está a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lá está o Filho do Homem, lembrando-nos que Ele é o centro da cruz, o centro da vida, onde a trave horizontal encontra-se com a haste vertical, revelando-nos a face do Deus verdadeiro e, ao mesmo tempo, o rosto do verdadeiro homem.
Deste modo, o Verbo divino encarnado e crucificado está nos convidando a nunca esquecermos qual é o caminho, a verdade e a vida.
Ele está nos lembrando, hoje e sempre, que seu coração transpassado está aberto para adentrarmos nele e, junto com Ele, ascendermos para junto da morada eterna e, Nele, permitirmos que o reino de Deus irradie sua luz neste mundo, através do nosso coração unido ao Dele.
E assim, com Ele, estaremos defendendo nossa consciência contra todas as ideologias mundanas que não medem esforços para nos destruir.

Por essa razão, e por muitas outras, Nosso Senhor nos admoesta para que o sigamos abraçando a nossa cruz de cada dia com Ele em nosso coração, sempre lembrando Dele quando voltarmos nossos olhos para os nossos semelhantes que, como nós, por mais desprezíveis que sejamos, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, que se fez como nós, que morreu por cada um de nós, para que lembremos, e jamais esqueçamos, quem somos.
Nós somos uma cruz, como disse o poeta.  

Uma cruz plantada neste mundo para almejar retornar ao descampado da eternidade, junto a árvore da vida.

O autor é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A Bacia de Pilatos", entre outros ebooks.

 

 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

O terrorismo do novo feminismo - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O caminho natural para os rapazes corretos, que seria conversar com as moças, flertar, trocar telefones, tomar um café e quem sabe encontrar uma namorada e seguir em um relacionamento saudável e maduro, tornou-se uma tarefa impossível


Ilustração: Shutterstock

College life. A expressão, muito usada pelos norte-americanos, se refere à vida universitária nos Estados Unidos que engloba estudos acadêmicos, discussões intelectuais, festas, eventos e a vida esportiva, para quem é atleta e para os alunos que apoiam os times universitários. As competições entre universidades nos Estados Unidos, aliás, é a grande razão pela qual eles são uma potência olímpica e esportiva. As universidades são a principal fonte que alimenta as ligas profissionais americanas, como NBA, NFL etc.Campeonato de Atletismo Indoor da Divisão I da Associação Atlética Universitária Nacional (NCAA, na sigla em inglês), em 2013 | Foto: Wikimedia Commons


A intensa vida universitária nos Estados Unidos
, além de marcante na vida de todo jovem americano, pode trazer encontros que acabam em relacionamentos duradouros e muitos casamentos. É ali, afinal, que a maturidade intelectual acaba florescendo de maneira mais estável, e os pares se encontram em muitas salas de aula ou eventos. Mas isso mudou. E muito.

Meu filho acabou de se formar em economia em Stanford e, infelizmente, para a sua geração a experiência do college life foi bem diferente. Houve uma pandemia, claro, e encontros com outras pessoas e professores se limitaram, por um ano, a frias janelinhas virtuais na tela do computador. Mas não foi apenas o vírus e a histeria trazida com ele que marcaram uma experiência diferente para os jovens dessa geração. Mesmo antes da pandemia, meu filho e seus amigos já relatavam uma aura diferente na vida social no campus. Rapazes bem-educados e respeitosos, eles tiveram dificuldades em entender o tom que é imposto hoje pelo atual movimento feminista global para cortejar, sempre de maneira respeitosa, uma moça. E optaram, na grande maioria das vezes, pelo silêncio e pela falta de ação.

O caminho natural para os rapazes corretos, que seria conversar com as moças, flertar, trocar telefones, tomar um café, trocar ideias e quem sabe encontrar uma namorada e seguir em um relacionamento saudável e maduro, foi tarefa impossível. Os jovens de hoje estão em pânico com as novas regras feministas. E não apenas em pânico, mas perdidos. Eles não sabem o que está na lista dos cancelamentos e da destruição de reputações. O respeito às mulheres, que sempre foi passado de geração em geração aos homens de bem, hoje não é mais válido. 

Há uma lista interminável do que pode e do que não pode ser feito ou dito, e nem sempre essa lista é conhecida pelos rapazes — ela muda de acordo com a lua, as estrelas, os “gatilhos”, o que a Madonna disse na TV e o que o movimento Me Too pregou na semana passada. Escuto constantemente dos rapazes: “Não sabemos se podemos elogiar o cabelo, ou se podemos falar que ela é bonita, ou se podemos mandar alguma mensagem chamando para um café sem que haja uma armadilha do outro lado que nos levará a uma acusação de assédio”. 
Então eles entram em uma bolha e só dão algum passo em direção a alguma moça se estiverem absolutamente certos de que não cairão em ciladas armadas para que elas marquem pontos com a turma feminista. Mesmo assim, a tática nessa guerra, não há outra expressão para a realidade, consiste em sempre estar com amigos por perto para que haja testemunhas e sempre tirar prints das mensagens que ELAS mandam para que qualquer um possa se defender de falsas acusações no futuro. Sim, é muito triste ver como os rapazes estão perdidos com o novo “empoderamento” feminino que vai acabar isolando as mulheres.Foto: Shutterstock
 
Mas essa triste constatação do que o novo feminismo está fazendo com os homens não é uma exclusividade da vida universitária. Recentemente, durante o lançamento de seu novo filme, o ator britânico Henry Cavill foi questionado novamente sobre uma entrevista que concedeu à revista GQ Australia, em 2018. Na ocasião, ele disse que não flertava mais por medo de ser acusado de assédio: “Algumas coisas têm de mudar [em relação a certas condutas masculinas], absolutamente. Mas é também importante manter as coisas boas, que eram qualidades no passado, e se livrar das coisas ruins”. E acrescentou: “Há algo maravilhoso em um homem indo atrás de uma mulher. Eu acho que uma mulher deveria ser cortejada, mas acho que eu sou tradicional por pensar assim. É muito difícil fazer isso se há certas regras em vigor. Porque é assim: ‘Bem, eu não quero levantar e ir falar com ela, porque eu serei chamado de estuprador, assediador ou algo assim’. Então você fica, tipo: ‘Esquece, eu vou chamar uma ex-namorada em vez disso e voltar para um relacionamento que nunca funcionou de verdade’. Mas pelo menos é mais seguro do que me jogar nas chamas de um incêndio, porque sou alguém que está sendo observado pelo público e, se eu flertar com alguém, quem sabe o que pode acontecer?”.

É claro que a declaração do ator gerou a terceira guerra mundial cibernética. O movimento Me Too ficou ofendidíssimo, e a turba jacobina veio correndo pelo pescoço de Cavill. A verdade incomoda. Fato. E Henry fez aquilo que Jordan Peterson sempre nos aconselha a NÃO fazer — pedir desculpa por um crime que você não cometeu a uma turba sedenta de sangue. Após as críticas, o ator soltou um comunicado oficial de “esclarecimento”: “Vendo a reação ao artigo [da GQ Australia], em particular sobre meus sentimentos ao flertar e sobre o movimento #MeToo, eu quero me desculpar por qualquer confusão e má interpretação que isso tenha criado. Ser insensível não era a minha intenção. Eu quero esclarecer e confirmar que eu sempre mantive e sempre manterei o máximo respeito pelas mulheres, não importa se a relação for de amizade, profissional ou romântica. Nunca quis desrespeitar ninguém, de maneira alguma. Essa experiência me ensinou uma valiosa lição sobre contexto e liberdades editoriais”, finalizou.

Ou seja, o belo ator precisou se desculpar por falar que a grama é verde e o céu é azul. Cavill foi devorado pelo mostro de cabelo azul que foi criado pelo estúpido movimento Me Too, e a virulência à qual sua entrevista foi submetida — e trazida à superfície até hoje — só mostra o correto ponto do ator. Os homens estão com medo, pânico, das mulheres. Não importa o que façam, eles estarão sempre errados e pela simples razão de que há em curso uma guerra contra eles.Henry Cavill | Foto: Shutterstock

Esse tal “empoderamento” feminino, muito além do devido respeito às mulheres, vem trazendo consequências graves ao sexo feminino, não apenas no campo emocional, mas também no profissional. Em Wall Street, o coração financeiro da nação mais próspera do mundo, os homens passaram a evitar mulheres para fugir de acusações de assédio infundadas
Em uma pesquisa da Bloomberg, 30 executivos responderam sobre seu comportamento profissional em relação às mulheres, e o resultado é amedrontador — jantar sozinho, mesmo sendo um jantar profissional, com mulheres? Nem pensar. Muito menos ficar no mesmo andar do hotel. 
Os homens estão evitando até sentar ao lado delas nos voos. Os executivos de Wall Street estão assustados com o “efeito Me Too” e as denúncias infundadas de assédio sexual. 
Assustados com a lista, muitas vezes invisível, do que pode e do que não pode ser dito ou feito, os homens estão escolhendo o excesso de zelo — e a distância — e se guiando pelo pensamento “e se ela entender algo da forma errada? Melhor eu nem estar perto”.

Em um ambiente majoritariamente masculino, e com enorme potencial de crescimento para as mulheres, até aquelas corretas e REAIS, que querem distância do movimento feminista que se cala diante das atrocidades cometidas contra as mulheres no Afeganistão, por exemplo, acabam sendo marginalizadas e entrando no “pacote da segurança” masculina.

E, como parece não haver um caminho seguro para os homens, muitos são acusados de discriminação. Mas, diante do “novo normal”, eles ainda preferem essa rota do que o assassinato completo de reputação por “assédio sexual”.  
Um dos executivos de Wall Street ouvidos para a pesquisa da Bloomberg diz que se mantém num canto oposto aos das mulheres em elevadores, e outro executivo estabeleceu a idade mínima de 35 anos para as mulheres com quem ele janta durante viagens profissionais. 
Aterrorizados, eles também admitem que as mulheres acabam excluídas de ocasiões como happy hours, ajudando a criar um novo tipo de “clube dos meninos” entre funcionários de grandes corporações financeiras. Todos nós sabemos que o tal clube sempre existiu, mas havia sido deixado para trás diante do reconhecimento da capacidade intelectual e profissional das mulheres em ambientes outrora inóspitos para o sexo feminino.

E, vejam vocês, o comportamento narrado pelo meu filho e seus amigos no ambiente universitário também é compartilhado por homens formados, mais velhos e experientes. Um dos entrevistados relata que prefere a segurança exagerada e adota atitudes como ter sempre uma terceira pessoa junto nos encontros, ou manter a porta aberta enquanto conversa com uma mulher.A Bolsa de Valores de Nova York, na Wall Street, em 25 de junho de 2016 | Foto: Shutterstock

Parabéns, feministas. Vocês estão conseguindo isolar as mulheres. E, o pior, jogar na vala do comportamento comum atitudes machistas e abusivas, que devem ter todo o nosso desprezo, como se fossem a regra — e não a exceção. 
Dessa maneira, esse movimento tosco que também se cala quando homens resolvem competir em esportes femininos, tira toda a atenção necessária às reais vítimas de abusos sexuais.
 
Esse ambiente histérico — e estéril — criado por movimentos hipócritas e pelo politicamente correto, um ambiente onde o flerte saudável e o cortejo são demonizados e que impede relações verdadeiras e humanas trará exatamente o oposto ao que o movimento alega defender. 
No final, as mulheres se sentirão sozinhas e desvalorizadas. 
Esse ambiente de hipersensibilidade, em que qualquer aproximação masculina pode ser considerada assédio, está inibindo em escalas globais a naturalidade de sentimentos humanos genuínos e fundamentais para a sobrevivência das sociedades fortes — compostas da união das forças distintas de homens e mulheres.
 
É claro que o consentimento é o ponto central de qualquer relação correta entre um homem e uma mulher. No entanto, a paralisia que está sendo criada na aproximação NATURAL humana é e será sempre nociva para as mulheres e para todos nós. O politicamente correto já extrapolou todas as esferas do racional e ceifará de maneira permanente a sensatez, alimentando uma cultura destrutiva de desconfiança e paralisia. 
Há ainda os néscios que querem pregar a ideia bizarra de que homens são “mulheres com defeito”, e de que basta “castrá-los”, fazê-los pedir desculpas pelos pecados de todos os homens na Terra, no passado, no presente e no futuro, para que sejam dóceis, obedientes e respeitadores.

Quando qualquer coisa é comparada a estupro e abuso sexual, não estamos curando a sociedade, mas infectando relacionamentos com o veneno da desconfiança

A quebra de confiança entre os sexos é o legado trágico do vazio movimento feminista moderno, ou pelo menos a tentativa avassaladora de silenciar dissidentes que não rezam a cartilha hipócrita das feministas. A campanha do novo feminismo assumido pelo movimento Me Too assumiu um fervor inédito, que se alimenta da crescente acusação de que a masculinidade é vil, tóxica e inerentemente predatória.  

O medo dos homens é legitimado, pois qualquer acusação é tratada como fato, e os homens são vistos como “o inimigo”, um desvio incorporado que deve ser remodelado na imagem de uma mulher. Sua sexualidade é assumida como naturalmente brutal, uma ameaça a ser controlada e reduzida para que o homem individual seja considerado “seguro”.Ilustração: Shutterstock

Embora a disposição das mulheres para responsabilizar os homens por reais comportamentos sexuais criminosos deva ser aplaudida, a abordagem de terra arrasada que estamos vendo hoje é destrutiva — ela mina a confiança saudável e o mais grave: a própria segurança de todas nós. 
Quando qualquer coisa é comparada a estupro e abuso sexual, não estamos curando a sociedade, mas infectando relacionamentos com o veneno da desconfiança. 
Seja no local de trabalho, em um restaurante, uma igreja, seja em casa, a interação entre um homem e uma mulher é única e primordial para todos os outros relacionamentos. 
Quando uma quebra de confiança acontece, quando o medo do outro sexo se generaliza, a sociedade simplesmente não consegue prosperar.
 
Tudo o que envolve a dinâmica sexual saudável é essencial para o relacionamento entre homens e mulheres. Para que a confiança floresça, essa realidade não pode ser negada e deve ser tratada com respeito, cuidado e honestidade, e não simplesmente apagada da vida moderna. Não pode haver abuso nessa relação, e uma parte da polaridade — seja ela masculina ou feminina — não pode ser rotulada como tóxica, brutal ou maligna, inclusive como foi feito no passado por certas religiões totalitárias em relação à sexualidade feminina. 
Uma vez que esse rótulo fica impregnado, a desconfiança é gerada em detrimento de todos. 
Se as mulheres acreditam que todos os homens são perigosos, não pode haver confiança entre os sexos.
 
Os homens não vão se tornar eunucos, mudar e se comportar como o sexo oposto, abandonando sua masculinidade natural, só porque algumas mulheres querem que tenhamos medo dela.  
Isso é impossível, essa é a identidade e a natureza dos homens, e ela não pode ser expurgada sem destruir quem eles são como indivíduos livres, como homens e protetores. Sim, protetores. 
Por causa dessa masculinidade de homens bons e fortes, o mundo é um lugar mais seguro e livre para todos nós.


Leia também “Deixem as crianças em paz”

 

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

 

 

terça-feira, 13 de junho de 2023

Pato ou águia? A decisão é só sua.

Autor desconhecido

Você decide.

Eu estava no aeroporto quando um taxista se aproximou.

A primeira coisa que notei no táxi foi uma frase, logo li:

- Pato ou águia? Você decide.

A segunda coisa que notei foi um táxi limpo e brilhante, o motorista bem vestido, camisa branca e calças bem passadas, com gravata.
O taxista saiu, me abriu a porta e disse:

"Eu sou João, seu chofer. Enquanto guardo sua bagagem, gostaria que o senhor lesse neste cartão qual é a minha missão."

No cartão estava escrito:

 Missão de João
- Levar meus clientes a seu destino de forma rápida, segura e econômica, oferecendo um ambiente amigável.

Fiquei impressionado.

O interior do táxi estava igualmente limpo.

João  me perguntou:
"O Senhor aceita um café?"
Brincando com ele eu disse: "não, eu prefiro um suco".

Imediatamente ele respondeu:

"sem problema.

Eu tenho uma térmica com suco normal e também diet, bem como água" também me disse:

"se desejar ler,  tenho o jornal de hoje e também algumas revistas."

Ao começar a corrida João  me disse:
"essas são as estações de rádio que tenho e esse é o repertório que elas tocam."

Como se já não fosse muito, o João ainda me perguntou se a temperatura do ar condicionado estava boa.

Daí me avisou qual era a melhor rota para meu destino e se eu queria conversar com ele ou se preferia que eu não fosse interrompido.
Eu perguntei:
"você sempre atende seus clientes assim?"

 "Não", ele respondeu.
"Não sempre. Somente nos últimos dois anos. Meus primeiros anos como taxista passei a maior parte do tempo me queixando igual aos demais taxistas.

Um dia ouvi um doutor especialista em desenvolvimento pessoal. Ele escreveu um livro chamado Quem você é faz a diferença. Ele dizia: se você levanta pela manhã esperando ter um péssimo dia, certamente o terá.


Não seja um PATO!
Seja uma ÁGUIA!
Os patos só fazem barulho e se queixam, as águias se elevam acima do grupo.
Eu estava todo o tempo fazendo barulho e me queixando.
Então decidi mudar minhas atitudes e ser uma águia.

Olhei os outros táxis e motoristas.

Os táxis sujos, os motoristas pouco amigáveis e os clientes insatisfeitos.

Decidi fazer umas mudanças.
Como meus clientes responderam bem, fiz mais algumas mudanças.


No meu primeiro ano como águia,  dupliquei meu faturamento. Este ano, já quadrupliquei.

O senhor teve sorte de tomar meu táxi hoje. Já não estou mais na parada de táxis. Meus clientes fazem reserva pelo meu celular ou mandam mensagem. Se não posso atender, consigo um amigo taxista "águia" confiável para fazer o serviço."
João era diferente.
Oferecia um serviço de limusine em um táxi normal. João, o taxista, decidiu deixar de fazer ruído e queixar-se como fazem os patos e passou a voar por sobre o grupo, como fazem as águias.

Não importa se você trabalha em um escritório, com manutenção, professor, servidor público, político, executivo, empregado ou profissional liberal ou taxista!

Como você se comporta?
Se dedica a fazer barulho e se queixar? Ou está se elevando acima dos demais?
Lembre-se: A DECISÃO É SUA.
Essa chave só abre pelo lado de dentro!
E CADA VEZ VOCÊ TEM MENOS TEMPO PARA MUDAR!

Site puggina.org. - Autor Desconhecido 

 


quinta-feira, 4 de maio de 2023

A hora do chá - Revista Oeste

No Brasil, essa aventura começou em 1808, com a vinda da Família Real portuguesa e a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Filhas de Boston, 
Dai preferência ao nosso chá Souchong. 
Comprai grande quantidade. 
Pois se assim não fizerdes, encantadoras meninas, 
Degolaremos vós todas, e incendiaremos a cidade.” 

Propaganda inglesa de chá aos súditos rebeldes − Século 18 

O chá disputa com o café a fama de ser a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Dada a população da China, Índia e Ásia, o chá deve liderar. O Viaduto do Chá, em São Paulo, o Casarão do Chá, em Mogi das Cruzes, o KKKK (Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha), em Registro, e a Vista Chinesa, no Rio de Janeiro, são marcos na história do chá no Brasil. Após a fase de ouro no século passado, o cultivo e o consumo do chá diminuíram. Agora, voltaram a crescer produção, consumo, qualidade e sofisticação dos produtos. A bebida, de várias raízes culturais, oferece diversidade de aromas, sabores, preparos, louças e um objeto cujo nome evoca sua função: a chaleira. O serviço do chá é símbolo de acolhida e partilha. Take your time. Participe desta história, escrita aqui por portugueses, brasileiros, chineses e japoneses. 

O chá ou chá-da-Índia (Camellia sinensis), Theaceae, é nativo das florestas do nordeste da Índia, confins da China, Birmânia e Vietnã. Após hibernar, com a elevação da temperatura na primavera, surgem os brotos. As folhas tenras são colhidas para a produção de chá. Elas contêm enzimas oxidantes. Colhidas, adquirem cor escura. O chá preto resulta desse processo. No chá verde, as folhas são submetidas ao calor (desativa as enzimas, conserva a cor da clorofila e os componentes ativos) por torrefação (forno) ou cozimento (vapor), método peculiar do Japão. 

A origem da palavra chá é chinesa. Seu sinograma é 茶, vocalizado como tza ou tzai. As duas denominações, chá e tê, derivam do mesmo sinograma e existem em várias em línguas. Chá, em português, russo (tchai), grego (tshai), japonês (ochá), árabe (chai), hindu (chai), thai (cha), romeno (cai), ucraniano (chaj), croata (caj), checo (caj), turco (cay), somali (shaah) e, sobretudo, em mandarim (chá) e cantonês (chá). Te, em espanhol, francês (thé), italiano (te), alemão (der tee), holandês (thee), dinamarquês (te), sueco (te), finlandês (tee), norueguês (te), islandês (te), armênio (te), húngaro (tea), hebraico (teh), tamil (tea), indonésio (teh), zulu (itiyé) e, sobretudo, em singalês (thê). Em filipino, as palavras tê e chá se encontram (tsaa) e em polonês, nunca se viram: herbata. Nossa Senhora de Czestochowa! 

Existem três lendas sobre a origem do chá. Na versão chinesa, milhares de anos atrás, o lendário imperador Shennong fervia água sob o abrigo de uma árvore para saciar sua sede. Uma brisa agitou os galhos, soltou algumas folhas. Misturadas à água, deram-lhe cor e fragrância. O imperador provou e aprovou: nasceu o chá, 2737 a.C. Na versão indiana, o monge persa BodhiDharma decidiu pregar os preceitos de Buda na China. Para ser digno da missão, jurou não dormir durante nove anos. Só isso. Três anos sem dormir, ficou sonolento. Ia sucumbir ao sono quando colheu folhas de chá selvagem e as mordeu. As virtudes revigorantes fizeram efeito: Dharma animou-se. Viveu acordado os últimos seis anos da missão. Haja teína! Já na versão japonesa, BodhiDharma, exausto, dormiu durante suas devoções. Furioso com sua fraqueza, cortou suas pálpebras e as jogou no chão. Harakiri de pálpebras. Anos depois, suas pálpebras deram à luz um arbusto desconhecido. Ele provou as folhas e percebeu sua propriedade de manter seus olhos abertos. Daí o hábito de cultivar o chá por onde ele andou.

(...)

Após a Guerra, com a recuperação dos tradicionais fornecedores asiáticos, fazendas foram vendidas e fábricas fechadas. Aí, o chá de saquinho expandiu o consumo (praticidade), mesmo se as folhas quebradas reduzem a qualidade da bebida. A nova forma de infusão ajudou indústria e exportações até a década de 1990. O acúmulo de problemas econômicos e o pareamento do dólar causaram o declínio da produção. As fábricas no Ribeira encerraram atividades, com exceção da Amaya Chás. Uma década passou, e o chá ressurgiu. 

A busca de vida saudável e novos hábitos de consumo contribuíram. Hoje, variedades cultivadas, sistemas de produção, técnicas de colheita e pós-colheita ganharam muita sofisticação. Entre os principais fornecedores de chá estão: Amaya Chás, Sítio Shimada, Sítio Yamamaru e Yamamotoyama. Fundada no Japão, em 1620, a Yamamotoyama trouxe ao Brasil a variedade Yabukita de chá verde (日本), a mais difundida no Japão, e outras como Yutaka Midori e Asatsuyu. Com 200 hectares entre Araucária (PR) e São Miguel Arcanjo (SP), a empresa produz cerca de 800 toneladas (20% orgânicos). A maior parte é exportada ao Japão e aos Estados Unidos. 

Para o Sebrae e a Associação Brasileira do Chá, os chás brasileiros são de qualidade: verde, verde em pó, preto, branco, azul (oolong), vermelho (Pu-erh), semi e pós fermentados e blends (laranja, jasmim, chocolate, berries etc.), de produção orgânica, artesanal e industrial, nas mais diversas apresentações. Produtores e locais de cultivo aumentaram. Existem opções de acessórios (bules, canecas e garrafas com infusor, chaleiras, louças…), cursos (Escola de Chá Embahú), webinars, tea tours e livros. Um caminho é o mercado de produtos premium. O chá dividirá cada vez mais a cena com o café e outras bebidas. Pode anotar. De folha em folha, de xícara em xícara. 

 Jardim Botânico do Rio de Janeiro | Foto: Reproduão/Wikimedia Commons

Leia também “A soja fecha o verão e entra em seu lar”

Evaristo de Miranda, colunista - CONTEÚDO GRATUITO - Revista Oeste

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

O medo ridículo de ser preso por críticas ao STF - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

Tic tac



Como a lei não vale mais nada, pode até ser ridículo, mas também é natural sentir medo depois de fazer uma criticazinha ao STF.| Foto: Reprodução/ Twitter

Ao meu lado, minha mulher me pergunta sobre o que escrevi. Ao ouvir “STF” ou “Alexandre de Moraes”, o que tem acontecido com uma frequência incomum, ela baixa melancolicamente a cabeça, me olha como se eu tivesse sido desenganado pelos médicos e sai para arrumar uma malinha e deixar preparado o café dos policiais federais.

Amigos também têm me alertado para o perigo iminente. Uns dizem que vão rezar por mim. Outros me pedem para apagar nossas conversas por WhatsApp. Até aqui, tenho entendido essas reações como divertidos exageros de pessoas que de alguma forma se preocupam comigo. Eu rio, dou de ombros ou respondo com alguma piada sobre a vida amorosa entre os presidiários.

Não é de hoje que esse medinho reside nos que me rodeiam e até em mim, na forma de um incômodo lembrete sussurrado que me alerta a não confiar em quaisquer garantias jurídicas. A lei não vale mais nada
Tanto é assim que, há mais de um ano, escrevi que minha mulher havia me proibido de falar sobre o STF. 
E já naquela época, e naquela crônica, eu dizia que juntar o esse, o tê e o éfe, mesmo que fosse num texto de humor, tinha se tornado mesmo uma atividade de risco.


Tolo que sou, de lá para cá desobedeci minha mulher várias vezes
. Vezes demais. Tanto que outro dia um amigo me apontou o dedo ameaçador e cometeu o erro fatal de dizer que eu era obcecado pelo STF. Antes de jogar o corpo dele no lago do parque Barigui, esclareci para o cadáver que obcecado mesmo sou apenas por minha coleção de selos. E voltei para casa e escrevi alguma coisa. Provavelmente sobre o STF. Alguma crônica temerária que, por ingenuidade e estupidez, considerei a coisa mais normal do mundo.

Mas ontem (22) não. Ontem foi diferente. Ontem demorei para pegar no sono. Uns quinze minutos a mais do que o normal, mas demorei. Ontem fiquei acalentando pesadelos que me lembraram das noites em que li “Papillon” numa edição baratinha, em papel jornal. 
A autobiografia de Henri Charrière marcou profundamente aquele pré-adolescente de cabelos fartos e orelhas de abano. Desde que o li, há mais de três décadas, trago em mim esse trauma imaginário da injustiça e de todo o sofrimento que ela acarreta. E principalmente uma ânsia até inexplicável por uma liberdade que nunca me foi tirada.

Algodão 500 fios
Ainda bem que as fantasias com aquela prisão na Ilha do Diabo não duraram muito. É que o lado cômico, o lado patético, o lado ridículo do meu temorzinho provinciano e da situação política que vivemos se impôs. Ele sempre se impõe, reduzindo todo e qualquer medo imaginário à sua devida insignificância. “Está dormindo?”, perguntei para minha mulher. “Estava, né?”, respondeu ela. Sei lá que tipo de discussão se deu depois disso, porque quando percebi estávamos nós dois gargalhando das muitas suposições cômicas envolvendo minha prisão.

Rimos da prisão em si, a Catota se aninhando no colo de um policial enquanto outro me algemava. Rimos da minha evidente vulnerabilidade no sistema prisional. Rimos do uniforme de presidiário – largo ou justo demais na pança. Rimos ao imaginar o Sindicato dos Jornalistas do Paraná saindo em minha defesa. Rimos da oportunidade de eu finalmente botar as leituras em dia. Rimos quando um carro de polícia passou na rua. Aí, quando as risadas já estavam se esgotando, pousei a cabeça no delicioso travesseiro de pena e perguntei: “Será que na penitenciária as fronhas são de algodão egípcio 500 fios?”. Rimos mais um pouco.

Até que voltamos a nos dedicar ao nobre objetivo de cair no sono
. Ela já roncava o ronco mais doce e afinado do mundo quando me lembrei de um documentário sobre o grande Robin Williams. Já mais para o fim, o filme mostra um livro no qual o ator escreveu algo como “só quero ajudar as pessoas a sentirem menos medo”. Ao espírito da frase bela e simples, não temi acordar a mulher, mesmo sabendo que ela acordaria rosnando. Para aqueles olhos cheios de uma raiva sonolenta e fingida, repeti a frase. E a acariciei como se aquele gesto fosse mesmo uma despedida. Ela riu da pieguice da cena e, para me consolar, disse que era justamente isso o que eu estava fazendo: ajudando as pessoas a sentirem menos medo. Fiz de conta que acreditei.

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 26 de maio de 2022

O agronegócio alimenta o Brasil - Revista Oeste

 
Ceasa no Rio de Janeiro | Foto: Shutterstock
 
Ceasa no Rio de Janeiro | Foto: Shutterstock

O mito de que o agronegócio alimenta o mundo, mas deixa o brasileiro passando fome, não se sustenta mais. Nem a concepção de que dependemos de pequenos agricultores primitivos, como o clichê criado por movimentos de esquerda.

A produção agrícola que fornece alimentos para a população do Brasil não é aquela cultivada apenas na enxada, no arado puxado à tração animal e adubada somente com esterco. Esse agricultor ainda existe, mas não consegue colher mais que o suficiente para o próprio sustento. Equipamentos como tablets e drones aparecem com frequência cada vez maior no campo.

O agronegócio, que pode ser familiar ou empresarial, usa técnicas modernas e ocorre em áreas de todos os tamanhos. O Censo Agro 2017 mostrou, por exemplo, que o número de tratores, próximo de 250 mil em 1975, pulou para 1,25 milhão.

Com a evolução tecnológica continuamente avançando na área rural, a disponibilidade de alimentos deu um salto. A produtividade do arroz, um dos principais pratos consumidos no país, aumentou mais de seis vezes desde o fim da década de 1970, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para o feijão, o crescimento chegou a três vezes. Em quase 50 anos, a cultura de grãos no Brasil ficou, em média, quatro vezes mais eficiente. A colheita saiu de cerca de uma tonelada por hectare para quase quatro toneladas por hectare em 2021.

Primeiro Mundo em comida na mesa
O agronegócio brasileiro consegue disponibilizar cerca de 13 milhões de toneladas de arroz e feijão anualmente para o consumo interno. São 60 quilos por habitante, ou 240 quilos para uma família formada por pai, mãe e dois filhos.

A fabricação do óleo de soja, amplamente utilizado nos lares nacionais, é sete vezes superior ao consumo interno. E a safra do grão in natura — acima de 120 milhões de toneladas — supera em mais de duas vezes a demanda do país. A colheita de milho, outro item bastante procurado, deve passar de 100 milhões de toneladas neste ano, sendo que 77 milhões delas ficarão por aqui.

No Brasil robusto na produção de alimentos, a média de quilocalorias consumida diariamente por habitante chega a 3,3 milsão 100 quilocalorias a mais que a Suécia, e acima também de nações como Holanda e Nova Zelândia. Os dados fazem parte de um levantamento realizado em 2018 pelo site Our World In Data, vinculado à Universidade de Oxford. Como costuma dizer o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura durante o governo Lula, “comida no Brasil não falta. A distribuição que é ruim.

Mais carne que a média da OCDE
A oferta de carnes por habitante, somando bovinos, suínos, aves e carneiros, se aproximou de 80 quilos por ano em 2019, conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, na sigla em inglês). O consumo brasileiro ficou acima da média dos países membros do órgão, que o coloca como o sexto maior per capita do planeta. À frente do Brasil estão Estados Unidos, Israel, Austrália, Argentina e Chile.

Ainda falando da contribuição pecuária, as granjas nacionais de galinha produziram cerca de 55 bilhões de ovos em 2021. Praticamente 100% ficou no mercado interno, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. E existe também a ordenha de leite de vaca, estimada em 35 bilhões de litros em 2020. Ou seja: 160 litros por habitante.

Gigante na produção
O Valor Bruto da Produção rural vai passar de R$ 1 trilhão pelo segundo ano seguido em 2022. Além de todos os itens já citados, a conta também inclui grandes volumes de algodão, amendoim, banana, batata, café, cana-de-açúcar, laranja, tomate e outros. Na prática, quase todos os alimentos consumidos no país têm origem local. Tanto que a exportação agrícola foi dez vezes maior que a importação: praticamente 120 milhões de toneladas, contra 12 milhões de toneladas.

O agronegócio também abrange a agricultura familiar. Esse modelo não está ligado à renda ou à tecnologia embarcada na propriedade

Na pauta da importação agrícola, o trigo aparece com o maior peso: 6 milhões de toneladas. Apesar disso, metade da demanda interna de 12 milhões de toneladas vem das lavouras nacionais. E, graças às sementes desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a autossuficiência pode ser alcançada. Tudo depende de políticas públicas e crédito.

Prosperidade no campo e na cidade
Essa expressiva produção também traz desenvolvimento rural e urbano às regiões onde ela acontece. O cerrado baiano é uma das partes beneficiadas do país. Júlio Cézar Busato, atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, viu e viveu esse desenvolvimento agrícola.

A família Busato partiu de uma propriedade modesta, com cerca de 80 hectares no interior do Rio Grande do Sul, na década de 1980 para um grupo empresarial familiar que emprega em torno de mil funcionários atualmente. Em entrevista a Oeste, o empresário comentou a transformação gerada pelo impacto positivo da agricultura na região do município de Luís Eduardo Magalhães, no interior da Bahia.  “Quando cheguei, em 1987, o oeste da Bahia plantava 183 mil hectares de soja, e hoje o plantio chega a 2,7 milhões de hectares, contando soja, milho, algodão, frutas e outras culturas”, comentou. “Luís Eduardo Magalhães era um posto de gasolina abandonado no meio do nada. Agora, a cidade tem o terceiro IDH da Bahia e 100 mil habitantes. Isso mostra o desenvolvimento que a agricultura traz. Todo mundo ganha dinheiro com esse ciclo, não apenas o agricultor. Na fazenda, existem vários funcionários de diferentes áreas, como técnicos, agrônomos, operadores de máquinas, mecânicos e cozinheiros. São eles que vão comprar carros, colocar os filhos em escola particular, construir suas casas, ir aos supermercados. É isso que movimenta a economia e que fez brotar numa região oportunidades para se libertarem da pobreza e da dependência dos programas sociais.”

Agronegócio também é familiar
No Brasil, propagou-se a ideia de que o agronegócio não é o grande fornecedor de alimentos. Essa distorção coloca — erroneamente — o agricultor rudimentar, com pouco espaço de terra e baixa tecnologia, como o maior responsável pela comida que vai para a mesa. O mito confunde inclusive esse tipo de produtor com o que seria a agricultura familiar.

O fato é que o agronegócio também abrange a agricultura familiar. Esse modelo não está ligado à renda ou à tecnologia embarcada na propriedade. Para ser uma chamada Unidade Familiar de Produção Agrícola (UFPA), o estabelecimento rural precisa atender a quatro critérios definidos em lei: a propriedade não pode ultrapassar as dimensões de quatro módulos fiscais, a renda da família deve vir majoritariamente daquela terra e a gestão bem como a maior parte da mão de obra empregada têm de ser familiar.

As regras não proíbem o uso das mais avançadas tecnologias, a venda para outros países nem o acúmulo de riqueza. Em alguns casos, as propriedades podem até mesmo ter dimensões que não parecem exatamente “pequenas”.

A medida de cada módulo fiscal é diferente de um município para outro. Em Mato Grosso, o Estado que tem a produção agrícola com o maior Valor Bruto no Brasil, o módulo fiscal varia de 60 a 100 hectares. Sendo assim, uma fazenda com 400 hectares (em torno de 500 campos de futebol) pode ser uma UFPA.

Em Guaxupé (MG), por exemplo, a agricultura familiar está limitada a 100 hectares de terra. A Cooxupé, cooperativa dos cafeicultores locais, formada por agricultores desse modelo de produção, é uma das grandes exportadoras do grão do país e aplica as mais modernas técnicas na lavoura para garantir produtividade e qualidade.

A origem da safra
Realizado em 2017, o último Censo Agropecuário revelou que 77% dos estabelecimentos rurais fazem parte da agricultura familiar. Eles, porém, ocupam 27% das terras dedicadas à agropecuária no Brasil. Todo o restante — quase três quartos da área agrícola — é gerido pelo modelo denominado empresarial. Isso mostra a colcha de retalhos que forma o campo brasileiro. A produção de alimentos, no fim das contas, é feita nos dois modelos interligados. O que faz a força da produção brasileira chegar às nossas mesas.

Leia também "Potássio para dar e vender"

Artur Piva, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 30 de novembro de 2021

OBITUÁRIO DO SENSO COMUM, PUBLICADO NO LONDON TIMES

Autor desconhecido

Hoje lamentamos o falecimento de um velho e querido amigo, o Senso Comum, que viveu conosco por longos anos.

Ninguém sabe ao certo sua idade, já que seus registros se perderam na burocracia. Ele será lembrado por ter cultivado lições valiosas como:

- Saber quando sair da chuva;

- Por que o pássaro madrugador surpreende o verme;

- A vida nem sempre é justa;

- Talvez tenha sido minha culpa.

Senso Comum tinha políticas financeiras simples e sólidas (não gaste mais do que você pode ganhar) e estratégias confiáveis ??(são os adultos e não as crianças que estão no comando).  Senso Comum perdeu terreno quando os pais atacaram os professores por tentarem disciplinar crianças que eles, pais, falharam em disciplinar.

Ele diminuiu ainda mais quando as escolas foram obrigadas a obter licença dos pais  para administrar protetor solar ou aspirina a um aluno; mas não puderam informar quando uma estudante grávida queria fazer aborto.

Senso Comum perdeu a vontade de viver quando igrejas se tornaram negócios e os criminosos receberam melhor tratamento do que suas vítimas.

Senso Comum levou uma surra quando você não conseguiu se defender de um ladrão em sua própria casa, ou o ladrão pôde processá-lo por agressão. [não pode ser esquecido: ou a polícia foi obrigada, por decisão do STF,  a solicitar autorização prévia ao Ministério Público, para prender bandidos em favelas ou mesmo cumprir mandados judiciais.] 

Senso Comum finalmente perdeu a vontade de viver quando uma mulher derramou café fumegante no próprio colo e foi indenizada pela cafeteria com vultoso acordo judicial.

Senso Comum foi precedido, na morte, por seus pais Verdade e Confiança;

- por sua esposa, Discrição,

- por sua filha, Responsabilidade,

- e por seu filho, Razão.

Deixa cinco dissidentes;

- Eu sei meus direitos,

- Eu quero isso agora,

- Outra pessoa é a culpada,

- Eu sou uma vítima,

- Pague-me por não fazer nada.

Poucos compareceram ao funeral porque poucos perceberam que havia partido.

Se você ainda o recorda, passe isto adiante isso. Se não, junte-se à maioria e não faça coisa alguma.

 Autor Desconhecido - Site do Percival Puggina


domingo, 21 de novembro de 2021

Visita de Bolsonaro ao Golfo Pérsico foi exitosa e produtiva - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia
 
O presidente Jair Bolsonaro está de volta ao Brasil depois de uma exitosa e produtiva visita a países árabes do Golfo Pérsico riquíssimos em petrodólares. A viagem começou pelos Emirados Árabes, em Dubai, na Expo 2020, e foi um sucesso. Fez amizade com os príncipes, almoçou com empresários e teve o Dia do Brasil, no dia 15 de novembro. Também foram fechados negócios, com a venda de aviões e material bélico brasileiros.
 
Bolsonaro visita o evento Dubai Air Show: comitiva presidencial fechou acordos e apresentou produtos brasileiros aos países árabes
Bolsonaro visita o evento Dubai Air Show: comitiva presidencial fechou acordos e apresentou produtos brasileiros aos países árabes| Foto: Alan Santos/PR

Os árabes compraram também alimentos, principalmente frango, além de café e mate. Também houve intenções de investimentos em infraestrutura e em papéis do agro. Dali ele foi para o Bahrein, onde inaugurou uma embaixada brasileira, liderou uma motociata e foi muito bem recepcionado. Os chefes de Estado estavam de braços abertos para os brasileiros. Saudação na rua do povo e crianças com a bandeirinha brasileira, foi uma festa.

O que vem sendo feito na Amazônia e quase ninguém fala

E no Catar, onde vai ter Copa do Mundo no ano que vem, Bolsonaro se encontrou com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Ele ganhou uma bola e uma camisa da Fifa com o seu nome. Como retribuição, Bolsonaro o presenteou com uma camisa canarinho. Eles visitaram juntos um estádio maravilhoso, que já está pronto um ano antes da competição. Chegaram a bater bola no gramado.

Filiação a novo partido
Agora que Bolsonaro está de volta todos estão esperando para saber como vai ficar a filiação partidária do presidente. Ele viajou ao Oriente Médio sob o anúncio de que assinaria a ficha no próximo dia 22 para entrar no Partido Liberal (PL).

Mas lá pelas tantas, Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, o manda-chuva do PL, se desentenderam principalmente por causa do apoio do partido a Rodrigo Garcia, candidato de João Doria ao governo de São Paulo. Mas todos sabem que o candidato de Bolsonaro é o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. E tem mais divergências em Alagoas, no Piauí, no Amazonas…

Mas agora as lideranças do PL se reuniram e anunciaram que estão dando carta branca para Valdemar Costa Neto negociar o que quiser com o presidente Bolsonaro para não perdê-lo. Afinal, ele é o candidato que puxa voto. Só lembrar que na eleição passada elegeu os governadores do Rio de Janeiro e o de São Paulo, só pra citar alguns.

A tradução dessa carta branca é aceitar qualquer condição de Bolsonaro para entrar no partido. Afinal, o partido precisa do presidente da República mais do que Bolsonaro precisa do PL. Ele tem ainda a opção do Partido Progressista (PP), em que esteve por 11 anos e que é uma legenda que tem muitos prefeitos e deputados pelo país.

O PL tem a terceira bancada da Câmara em tamanho, com 43 deputados, que têm uma fidelidade de 88% nas votações. Um deles, talvez o mais fiel, é o Marco Feliciano (SP). E no Senado, o partido tem quatro senadores com uma fidelidade de 84% nas votações. Um dos mais conhecidos é Jorginho Mello, de Santa Catarina. E o partido ainda tem 347 prefeitos.

Partido é tudo igual
Um amigo me questionou por que tanta celeuma com o PL, já que ele não é tão diferente dos outros partidos, e eu concordei. Pode ser que todos sejam mais ou menos iguais, tem lá o chefão e os seus problemas de um modo geral. Não há muita diferença, infelizmente, partidos no Brasil são agremiações, não são conjuntos de doutrinas políticas. São interesses momentâneos, às vezes fisiológicos, e união de gente que tem o mesmo interesse.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Constituição proíbe que CPI convoque o presidente da República - Gazeta do Povo

VOZES - Alexandre Garcia

Assisti imagens da operação da Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal, que tinha como alvo garimpeiros ilegais na reserva indígena Munduruku, no Pará. O vídeo mostra helicópteros da PF lançando bombas de efeito moral e manifestantes feridos por balas de borracha. O povoado da cidade próxima se revoltou contra os policiais que lá estavam. Alguns indígenas supostamente aliciados pelos garimpeiros estavam entre os manifestantes que tentaram parar a operação. Isso me deixa confuso.

Alguns povos indígenas, com o apoio da Funai, estão buscando sua libertação financeira através da agricultura e da pecuária. É tudo muito moderno e com preocupação com o meio ambiente. Esse agro indígena exporta e planta com produtividade e variedade de alimentos — da soja ao café. Essa é uma questão que tem que ser resolvida porque é muito bom que eles se libertem dessa tutela de alguns espertalhões que querem mantê-los em uma redoma para mostrar em Paris o índio todo paramentado. 
 
O objetivo não é que eles percam os costumes e a língua e sim ganhar autonomia e liberdade para poder comprar o que quiserem — televisão, parabólica ou automóveis. [a inclusão  nas compras de hábito de adquirir ferramentas para trabalhar, seria ótima.]    

overnadores convocados na CPI
Os senadores da CPI da Covid decidiram convocar governadores para depor. Entre eles, Ibaneis Rocha (DF), Wilson Lima (AM), Waldez Góes (AP), Helder Barbalho (PA), Marcos Rocha (RO), Antônio Denarium (RR), Carlos Moisés (SC), Mauro Carlesse (TO) e Wellington Dias (PI). A convocação do governador do Piauí é boa dada a questão do Consórcio do Nordeste que comprou respiradores e eles não chegaram. No entanto, faltou convocar Carlos Gabas, que é o secretário executivo do grupo.

Foi bom terem convocado o governador amazonense Wilson Lima porque também chamaram Paulo Barauna, da White Martins, empresa que fornece oxigênio para Manaus e outras grandes cidades do país. E também foi aprovada a reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello. Eu fico pensando que os senadores estão chamando ele de novo porque não conseguiram descobrir nada da primeira vez e não sabem o que fazer. Isso virou o vale a pena ver de novo, mas realmente essa reprise é válida. Como eu sempre digo, os membros da CPI estão revelando mais que os depoentes.

Randolfe desconhece a Constituição
 senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tentou colocar em pauta a convocação do presidente Jair Bolsonaro para depor na CPI. Mas o artigo 50 da Constituição permite apenas a convocação de autoridades submetidas ao presidente da República e não ele. Acho que o parlamentar estava tentando desviar um pouco a atenção dos governadores ao chamar Bolsonaro para depor.

Outra coisa: o regimento interno do Senado proíbe que comissões parlamentares de inquéritos investigem assuntos relacionados aos estados. Mas esse não é um assunto de estado e sim de verba federal, por isso o Tribunal de Contas da União vai até o município analisar os gastos com verba da União.  O senador Marcos Rogério (DEM-RO) propôs a convocação do pastor Silas Malafaia, mas o pedido foi recusado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), com a justificativa que muitos o guem e acreditam nele. Será que ele indefere qualquer pessoa que tenha muitos seguidores?
[esses parlamentares da CPI Covidão são tão sem noção, que adotam posturas cômicas, ridículas e inúteis. 
Querem colocar Bolsonaro no tronco por não ter adquirido as vacinas da Pfizer. Fingem esquecer que no inicio das tratativas com a Pfizer além de contrato draconiano, com violações até a soberania nacional brasileira, o imunizante da Pfizer exigia refrigeração de -75º C, complicador que não podia ser ignorado - só agora, praticamente um ano após, é que a necessidade de frio polar foi atenuada.
Além do que naquela época era  a vacina daquela farmacêutica ainda estava sendo desenvolvida. Não esqueçamos que até nos dias atuais, a Pfizer continua com dificuldades para cumprir prazos de entrega. 
Hoje, no 'circo parlamentar de inquérito', Dimas Covas, cabo eleitoral do Doria e também diretor do Butantan,declarou que Bolsonaro não aceitou em junho do ano passado adquirir 40.000.000  de doses da Coronavac - "esqueceu" que nos dias atuais o Butantan tem atrasado entregas contratadas do imunizante - do que adiantaria ter adquirido aqueles milhões de doses extras, se não consegue entregar nem as contratadas agora?]

O objetivo era ter como depoente quem aconselha o presidente da República. O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente, confirmou essa tese e reforçou que chamar ele seria bom.
 
IGUALDADE ENTRE CIDADÃOS BRASILEIROS  E CIDADÃOS INDÍGENAS E BRASILEIROS
[é essencial,  inadiável que os indígenas brasileiros sejam considerados e tratados como BRASILEIROS = CIDADÃOS COM DIREITOS E DEVERES IGUAIS aos de milhões de brasileiros.
A postura atual de considerar os indígenas incapazes e cidadãos com direitos e sem deveres só favorece e interessa aos espertalhões.  Vez ou outra com apoio de alguma ONG estrangeira - interessada não no bem estar do silvícola brasileiro e sim nas vantagens materiais que podem tirar deles - vão a uma aldeia indígena,um índio programado para falar em nome dos demais assume a palavra, discorre sobre problemas que afetam seus liderados, fala sobre necessidade de mais terra e dinheiro para os indígenas, uma TV grava e logo surge mais recursos para manter os indígenas na ociosidade - uma TV grava imagens os índios dançando, portando instrumentos musicais = nunca,ou raramente,  é mostrado um indígena trabalhando a terra - seja com um arado, uma enxada, uma foice. 
Defendemos que os indígenas sejam tratados da mesma forma que são os mais de 200.000.000 de brasileiros - com DIREITOS e DEVERES.  Alguém já parou para pensar que se os milhões que são enviados para os índios,  fossem utilizados para pagar auxílio emergencial para MILHÕES DE BRASILEIROS que tentam sobreviver com R$ 250 mensais - quantos MILHÕES DE CIDADÃOS BRASILEIROS  - tão brasileiros quanto os índios e mais necessitados seriam beneficiados?
Além de ajuda financeira, logística ainda tem os milhões de hectares das terras indígenas - havendo caso de 50.000 hectares para 12 índios. 
Por isso é que a afirmação feita pelo  Secretário de Assuntos Fundiários, que o índio é o maior latifundiário do Brasil, não foi contestada e permanece atual. 
INDÍGENAS BRASILEIROS = CIDADÃOS BRASILEIROS -= DIREITOS IGUAIS e DEVERES IGUAIS.
Eventuais ajustes em situações pontuais poderão ser resolvidos com medidas específicas.]  

Operação contra ex-presidente do TCDF
Na quarta-feira (26) de manhã, a PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Brasília. Entre os endereços, a casa e o escritório da ex-presidente do Tribunal de Contas do Distrito Federal, Anilcéia Machado. Ela já foi duas vezes presidente do TCDF e duas vezes deputada distrital. É aquela coisa, a pessoa não é reeleita e é nomeada para um cargo em órgão público, está cheio de gente que passou pela mesma situação no Tribunal de Contas do DF. Anilcéia foi uma espécie de prefeita na cidade de Sobradinho (DF).

Além dela, houve mais sete alvos na operação Pacare, que significa acalmar, sossegar. Talvez seja amansar com o dinheiro público, porque os dois inquéritos abertos investigam pagamentos ilícitos para uma empresa com dinheiro que deveria ser destinado à saúde pública do DF.  Os envolvidos podem ser acusados de crimes como peculato, corrupção, prevaricação, advocacia administrativa, falsidade ideológica e uso de verba federal em licitações.

VEJA TAMBÉM: A minha visão sobre o espetáculo da doutora Mayra na CPI

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES