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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Tiranias têm medo - Percival Puggina

 
Os totalitarismos se alimentam dos próprios fantasmas. Corra a lista dos tiranos e vai encontrar o medo desses espectros comandando a violência do Estado totalitário.  
Num circuito fechado e crescente, o medo do tirano gera violência e a consciência disso aumenta-lhe o medo e ele intensifica a violência.  
Não é preciso que algo ocorra para que os tiranos instalem snipers nas coberturas, tenham calafrios ante uma espingarda de pressão, controlem o pensamento e sua exposição ao convívio social, liberem suas matilhas e riam sardonicamente do próprio poder.

Mais de cem milhões de cadáveres contam os períodos mais brutais dessa história comum. E se você acha muito, lembre-se que se eleva a bilhões o número de vidas humanas que, por esses mesmos motivos, foram vividas sem o usufruto do maravilhoso dom da liberdade. Ah, os males que a covardia dos tiranos provoca!  

Totalitarismos armam o Estado e desarmam os cidadãos. Tiranos cercam-se de guarda-costas robustos, fortemente armados e treinados em artes marciais. São lobos! E querem viver entre ovelhas... 
Exigem que os cidadãos sitiados por centenas de milhares de criminosos soltos em nossas ruas e estradas deponham ante o Estado as armas necessárias ao exercício do direito de defender a si mesmos e do dever de defender suas famílias.

Sim, no primeiro caso é um direito; no segundo, é um dever. Eu me defendo se quiser, mas proteger minha família é um dever ao qual não posso renunciar. E convenhamos, nada mais cretino do que imaginar o Estado cumprindo essa tarefa na hora da necessidade, no lugar dos fatos. Se lhe pedirem para provar a necessidade de possuir uma arma de defesa pessoal, mostre sua identidade e diga: “Sou brasileiro, delegado!”.

Independentemente de quem hoje andar com a faixa no peito, a esquerda conseguiu, ao correr dos anos, produzir uma legislação protetiva da criminalidade e a transformou num fenômeno de proporções demográficas. Este é um severíssimo divisor de águas!  
Principalmente quando, incluído nas primeiras medidas de um governo, revela suas prioridades. 
A direita, conservadora ou liberal, jamais defenderá qualquer brandura que amplie o número de criminosos em liberdade; jamais favorecerá ações de Estado que tornem altamente rentável e de baixo risco a vida criminosa, jamais subscreverá qualquer discurso que busque razões sociológicas para justificar a expansão da criminalidade. 
Essas razões são as proporcionadas pelas políticas sociais e econômicas, bem como pelas estratégias psicossociais com que a esquerda trabalha politicamente nesses círculos.

O leitor destas linhas sabe muito bem quem vitimiza o bandido, criminaliza a vítima e não quer nem ouvir falar em cumprimento de pena após condenação em segunda instância. E o leitor sabe por quê.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

A Revolução Permanente e o ativismo judicial - Revista Oeste

 Roberto Motta

Ao contrário do que pensa e prega essa elite, a noção de direitos humanos não começou na Revolução Francesa, apresentada como o ápice do desenvolvimento político e moral da humanidade 

Uma elite urbana de alta renda controla hoje o poder governamental, o poder corporativo e o discurso público na maior parte do planeta. Essa elite vive embriagada pelas piores partes do radicalismo da Revolução Francesa de 1789, e esqueceu, ou nunca conheceu, a Revolução Gloriosa de 1688 e a Revolução Americana de 1766.

Quadro que retrata a Revolução Gloriosa (1688), de Jan Hoynck van Papendrecht  | Foto: Wikimedia Commons

 Quadro que retrata a Revolução Gloriosa (1688), de Jan Hoynck van Papendrecht | Foto: Wikimedia Commons

Ao contrário do que pensa e prega essa elite, a noção de direitos humanos não começou na Revolução Francesa. As origens do conceito de direitos civis se perdem na história, e já estavam claramente presentes na tradição judaico-cristã.

A Magna Carta, apresentada pelos barões feudais ingleses ao rei João Sem Terra, em 1210, foi, na era moderna, provavelmente o primeiro documento a impor limites ao poder dos soberanos.

Os direitos dos cidadãos ingleses foram depois estabelecidos na Declaração de Direitos (Bill of Rights) escrita em 1689, durante a Revolução Gloriosa, que consolidou o poder do Parlamento. O documento, baseado nas ideias do filósofo John Locke, estabeleceu direitos civis básicos, confirmou os limites ao poder monárquico, garantiu eleições livres e liberdade de expressão.

Isso aconteceu em 1689 — exatos cem anos antes da Revolução Francesa. A Declaração de Direitos inglesa foi o modelo usado para redigir a Declaração de Direitos dos Estados Unidos de 1789 e a Declaração de Direitos Humanos da ONU de 1948. Mas o mundo parece que esqueceu.

A maioria de nós não aprendeu isso na escola. Nas aulas de história o foco é colocado, invariavelmente, na Revolução Francesa, apresentada como o ápice, ou a origem, do desenvolvimento filosófico, político e moral da humanidade. Na verdade, como disse a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, a revolução da França se pareceu mais com “uma sequência de expurgos, assassinatos em massa e guerra, tudo feito em nome de ideias abstratas formuladas por intelectuais vaidosos”.

Em vez de um evento único e homogêneo, a Revolução Francesa foi, na verdade, uma série de eventos nos quais grupos rivais — principalmente liberais e radicais — disputaram o controle do Estado francês, com diferentes vencedores em momentos diferentes, e onde os perdedores acabaram exilados ou até presos e mortos. A Revolução Francesa cortou a cabeça de milhares dos seus próprios criadores, e terminou na ditadura militar do general e imperador Napoleão Bonaparte — e, depois, vexame dos vexames, na restauração da monarquia.

Esses são os fatos. Apesar deles, ainda reina hegemônico o pensamento dos radicais revolucionários franceses, transfigurado pelo marxismo. Esse pensamento estabelece a primazia de uma suposta “igualdade” sobre todos os outros direitos, inclusive os direitos à vida, à liberdade e à propriedade. Igualdade supostae entre aspas —, porque é apenas uma construção teórica revolucionária, ausente, na prática, de todos os projetos socialistas e comunistas da história, sem uma única exceção.

Há quem diga que são duas as ideias essenciais da Revolução Francesa, inspiradoras dos modernos projetos políticos totalitários. A primeira é o conceito de igualdade absoluta entre indivíduos, a ser imposta a ferro e fogo (e a guilhotina, fuzilamento e campos de concentração, se necessário).

A segunda herança da Revolução Francesa seria o estabelecimento do papel do Estado como regulador racional do comportamento, do pensamento e do discurso público. A vida privada desaparece dentro do Estado. É preciso lembrar que os revolucionários franceses mudaram os nomes dos meses e dos dias da semana, e estabeleceram até o Culto do Ser Supremo, uma nova religião estatal que deveria substituir o Cristianismo. Maximillien Robespierre, o líder dos jacobinos, a facção mais radical da revolução, foi nomeado como Sumo Sacerdote do culto. Um mês depois ele era guilhotinado.

Execução de Robespierre e seus apoiadores, em 1794 - 
 Foto: Domínio Público

Uma série de marcos históricos conecta a Revolução Francesa ao mundo moderno. O primeiro pode ser a Comuna” de Paris de 1871, quando, logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia, um governo socialista radical tomou o controle da cidade e governou por três meses. Foi mais uma revolução para empilhar cadáveres e jogar cidadãos contra cidadãos. A Guarda Nacional enfrentou o Exército francês nas ruas da cidade, e a experiência serviu de inspiração para radicais de todo o mundo — incluindo um certo Vladimir Lenin.

Lenin lideraria a Revolução Russa de 1917. Em 1948 seria a vez de Mao liderar a Revolução Chinesa. Duas das maiores nações da Terra caíam sob regimes comunistas. Mas o comunismo, na prática, se revelou bem diferente do que pregara Marx. Em 1956, as denúncias do premiê soviético Nikita Kruschev sobre as atrocidades cometidas por Stalin desnudaram o caráter totalitário e criminoso do regime soviético, chocando militantes comunistas em todo o planeta.

Desse choque resultaria uma mudança de estratégia: abandona-se o projeto de revolução pelas armas em favor da ideia da revolução cultural, nascida do trabalho de Antônio Gramsci e promovida pela Escola de Frankfurt. Nas décadas seguintes, outros ativistas e ideólogos ampliam e disseminam a doutrina que ficaria conhecida como Gamscismo.

Saul Alinksy, nos Estados Unidos, ensinou aos militantes de esquerda suas Regras Para Radicais, explicando que “a questão nunca é a questão; a questão é sempre o poder”. Luigi Ferrajoli, na Itália, criou o garantismo penal, doutrina de desconstrução da justiça criminal através da dialética marxista que apresenta o criminoso como vítima da opressão capitalista que não merece que não pode — ser punido. Paulo Freire, no Brasil, inverte a lógica do sistema de ensino com a sua pedagogia do oprimido, que abandona o aprendizado em nome da mobilização para a revolução.

Consolida-se uma progressiva hegemonia da esquerda em áreas-chave da sociedade e do Estado, como a literatura, o teatro, as artes plásticas, a música, o cinema, a TV, as escolas públicas e privadas, as universidades e a justiça, especialmente a justiça criminal. Quase todo o discurso público passa a ser produzido ou controlado por um ecossistema político-midiático-cultural-acadêmico de orientação marxista.

Como explicou Olavo de Carvalho (a citação não é literal): a dominação é tão completa que se dissolve no ar e passa a ser imperceptível. É o novo normal: é o marxismo estrutural, parafraseando o grande Gustavo Maultasch.

O marxismo aplicado às questões étnicas virou a teoria crítica da raça“.  
O marxismo aplicado ao Direito virou o garantismo penal de Ferrajoli.  
O marxismo aplicado à sexualidade virou a ideologia de gênero. 
O marxismo aplicado à mídia virou o “combate à desinformação”. 
O marxismo aplicado à religião virou a teologia da libertação. 
O marxismo aplicado à educação virou a “pedagogia do oprimido” de Paulo Freire.
 
É assim que estávamos no início do século 21 vivendo sob uma hegemonia marxista estrutural, total e já quase imperceptível —, quando três fenômenos quase simultâneos começaram a ocorrer. 
O primeiro foi tecnológico: a difusão da internet e o surgimento das redes sociais, catapultado pela popularização dos telefones celulares. 
De repente, todo mundo tinha opinião e todo mundo divulgava essa opinião para o restante do mundo
Uma tia do zap do interior de Goiás podia ter mais leitores em um post do que o alcance do editorial de um grande jornal.
 
O segundo fenômeno foi social: a retomada das ruas brasileiras pela população de bem, pelo cidadão comum, por famílias, idosos e crianças. Enquanto no restante da América Latina as ruas são vermelhas, dominadas por movimentos de extrema esquerda, as ruas no Brasil são verde-amarelas. 
Enquanto no Chile os manifestantes queimam igrejas e ônibus, no Brasil — desde 2014 — eles cantam o Hino Nacional, enrolam-se na bandeira e não jogam lixo no chão.
povo na rua - Sete de Setembro
Vista aérea da Avenida Paulista, em São Paulo, 
no 7 de Setembro de 2022 | Foto: ChoiceImages/Revista Oeste
O terceiro fenômeno, entrelaçado com esses dois, foi o renascimento da direita no Brasil. 
Esse renascimento começou timidamente, com a reorganização do liberalismo nacional, impulsionada por entidades como o Instituto Mises Brasil, o Instituto Liberal, o Instituto Millenium e o Instituto de Formação de Líderes, e editoras como LVM, Avis Rara e Vide Editorial. 
Em seguida, foi a vez de o conservadorismo brasileiro ressurgir com a criação de inúmeros grupos, como o Movimento Brasil Conservador, o Instituto Brasileiro Conservador e mais recentemente o Instituto Conserva Rio, e editoras como Opção C, Editora E.D.A e BKCC, entre muitas outras.

Liberais e conservadores perderam a vergonha de assumir sua posição política. A direita brasileira saiu do armário. Esses três fenômenos, juntos, tiveram várias consequências. A primeira foi um inédito desafio ao poder vigente, que perdeu o monopólio do discurso e da comunicação de massa

É difícil imaginar essa operação acontecendo em um mundo onde o acesso à informação é controlado e o sentimento da sociedade não pode ser percebido instantaneamente

A Operação Lava Jato foi outra consequência. É difícil imaginar essa operação acontecendo em um mundo onde o acesso à informação é controlado e o sentimento da sociedade não pode ser percebido instantaneamente. 
Isso, inclusive, explica o que foi chamado por alguns críticos de “espetacularização” das investigações — na verdade o que se viu, talvez pela primeira vez na história brasileira, foi uma preocupação das autoridades em dar satisfações à sociedade sobre o seu trabalho. Nada mais natural e republicano do que tentar corresponder aos anseios dos cidadãos.

O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão e as condenações de Luiz Inácio foram consequências diretas da mobilização da sociedade, organizada nas redes e expressa em manifestações de rua cada vez maiores, coordenadas pelas redes sociais e pelo WhatsApp. Outra consequência foi a popularização da política: hoje é mais provável que o brasileiro saiba a composição do STF do que a escalação da Seleção de futebol — um fenômeno inimaginável há poucos anos.

Por último, a consequência mais impressionante e de maior impacto: a decadência, em praça pública, da grande mídia, que entrou em uma espiral mortal de perda de credibilidade, audiência e receita. O lugar vazio foi preenchido pela ascensão de uma mídia “alternativa”, liderada tanto por jornalistas de renome quanto por cidadãos comuns, que descobriram em si o interesse e a capacidade para o trabalho jornalístico.

Esses cidadãos comuns — chamados pejorativamente de blogueiros — somos todos nós. Pela primeira vez na história podemos nos comunicar diretamente, sem a mediação obrigatória de veículos de imprensa ou de autoridades acadêmicas. Tudo isso gerou uma forte reação do sistema — ou establishment, mecanismo, estamento burocrático ou globalistas —, chame como quiser. Essa reação tomou diversas formas.

A censura foi ressuscitada, agora de banho tomado, fofa e perfumada, sob os nomes politicamente corretos de “checagem de fatos” e “combate à desinformação”. Qualquer publicação que não tenha sido feita por um veículo da grande mídiapor uma mídia de esquerda, para ser mais preciso corre o risco de ser classificada como “fake news”.

Políticos de oposição mandaram os escrúpulos às favas e mergulharam na exploração da pandemia para ganhos político-eleitorais. Bom senso e responsabilidade cederam lugar a uma busca desesperada por “protagonismo vacinal”, e pelo primeiro lugar em uma competição nacional para descobrir quem cometeria a violação mais grave dos direitos civis da população: transportes públicos foram cancelados, portas de lojas foram soldadas, pessoas foram presas e agredidas apenas por andar na rua, frequentar praças ou, no Rio de Janeiro — isso eu mesmo testemunhei — pelo crime de dar um mergulho no mar.

Um inédito “consórcio de veículos de imprensa” foi formado para garantir o monopólio midiático em torno de uma mesma narrativa de terror sanitário. 
Ativistas políticos disfarçados de jornalistas — filhos do casamento ideológico de Paulo Freire com Stalin — iniciaram uma guerra pela disseminação de verdades “científicas” que dispensavam a ciência e demonizavam qualquer contraditório. Sou pela vidavirou o grito de guerra dos jacobinos mascarados.
A mistura tóxica de ideologia, desespero eleitoral e corrupção intelectual levou ao “fique em casa” totalitário, repaginado agora, em 2022, como “fique em casa, se puder”. 
Os ideólogos que operam dentro do sistema de justiça criminal usaram a oportunidade para soltar mais de 60 mil criminosos que estavam presos em todo o país, para preservá-los da pandemia — e ainda conseguiram uma decisão do Supremo Tribunal Federal determinando a suspensão de operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro — supostamente para não atrapalhar as medidas sanitárias. A suspensão vigora até hoje.

E o absurdo maior de todos, para o qual, um dia, haverá de ser instalado um tribunal especial de crimes contra a humanidade: o fechamento das escolas. Um ato insensato, anticientífico e ideológico que significou, para várias gerações de crianças e adolescentes, a condenação a uma vida de ignorância, pobreza, vício, crime e dependência do Estado.

Ao mesmo tempo em que tudo isso ocorria, o sistema colocava em ação outra estratégia: o ativismo judicial. Não é necessário detalhar a trajetória recente do ativismo judicial no Brasil
Isso já foi explicado em livros espetaculares, como:
-   O Inquérito do Fim do MundoSereis Como Deuses: o STF e a Subversão da Justiça, Suprema Desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil e Guerra à Polícia: Reflexões Sobre a ADPF 635, todos da excelente Editora E.D.A.

Como alertou o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux em seu discurso de posse:

“…alguns grupos de poder que não desejam arcar com as consequências de suas próprias decisões acabam por permitir a transferência voluntária e prematura de conflitos de natureza política para o Poder Judiciário, instando os juízes a plasmarem provimentos judiciais sobre temas que demandam debate em outras arenas.

Essa prática tem exposto o Poder Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal, a um protagonismo deletério, corroendo a credibilidade dos tribunais quando decidem questões permeadas por desacordos morais que deveriam ter sido decididas no Parlamento”.

Os tribunais passaram a receber demandas que não envolvem interpretação jurídica, mas apenas decisões políticas. Decisões políticas são o domínio de políticos; o domínio dos tribunais é a aplicação das leis em nome da justiça. [domínio que não inclui, nem fundamenta, a intromissão do Poder Judiciário nos demais poderes, incluindo pretensões legislativa via 'interpretações criativas'.]

O ativismo judicial é uma violação da autonomia e da independência dos Poderes republicanos
Ele é parte da reação de um sistema acostumado durante muito tempo ao poder quase absoluto. 
Esse sistema se recusa a aceitar uma forma de expressão e organização política que dispense a mediação da diminuta elite urbana.

Uma elite que dá mais valor às opiniões de alguns servidores do Judiciário do que aos votos de 58 milhões de pessoas e que se embriaga de radicalismo chique, esquecendo-se de um detalhe importante: depois de toda a embriaguez, vem a ressaca.

Leia também “Uma coleção de apetites”

Roberto Motta, colunista - Revista Oeste

domingo, 21 de agosto de 2022

O destino macabro dos cadáveres com batimentos cardíacos

'Cadáveres' com batimentos cardíacos são corpos que tiveram morte cerebral, mas que têm pulso e órgãos que funcionam

Seus corações ainda estão batendo. Eles urinam. Seus corpos não se decompõem e eles estão quentes ao toque. Seus estômagos fazem barulho, suas feridas curam e seus intestinos conseguem digerir alimentos. Eles podem sofrer ataques cardíacos, pegar febre e sofrer escaras. Eles podem corar e suar - e até ter filhos!

E, ainda assim, segundo a maior parte das definições legais e a ampla maioria dos médicos, esses pacientes estão completa e inquestionavelmente mortos. São os cadáveres com batimentos cardíacos - corpos que tiveram morte cerebral, mas que têm pulso e órgãos que funcionam.

Seus custos médicos são astronômicos (até US$ 217.784, ou cerca de R$ 1,12 milhão, por apenas algumas semanas). Mas, com um pouco de sorte e muita ajuda, hoje é possível que o corpo sobreviva por meses - em casos raros, até décadas - mesmo estando tecnicamente morto.

Como isso é possível? Por que isso acontece? E como os médicos sabem que eles estão realmente mortos?

Enterros prematuros
Identificar os mortos nunca foi uma tarefa fácil.

Na França do século 19, havia 30 teorias sobre como dizer se alguém morreu. Elas incluíam desde fixar pinças aos mamilos da pessoa até colocar sanguessugas no orifício anal.

Em outros lugares, os métodos mais confiáveis incluíam gritar o nome do paciente - se ele ignorasse o chamado por três vezes, é porque estava morto - ou pressionar um espelho sob o nariz da pessoa para ver se embaçava.

médico analisando paciente
Getty Images
As primeiras tentativas de verificar sinais de vida incluíram fixar pinças aos mamilos das pessoas

É desnecessário afirmar que nenhum desses métodos convenceu a Medicina.

Até que, em 1846, a Academia de Ciências de Paris, na França, lançou uma competição para encontrar "o melhor trabalho sobre os sinais da morte e os meios de evitar enterros prematuros". Foi quando um jovem médico francês tentou a sorte.

Eugène Bouchut idealizou que, se o coração de uma pessoa houvesse parado de bater, com certeza ela estava morta. Por isso, ele sugeriu usar o recém-inventado estetoscópio para ouvir as batidas do coração. Se o médico não ouvisse nada por dois minutos, o paciente poderia ser enterrado com segurança.

Bouchut ganhou a competição e sua definição de "morte clínica" ficou estabelecida, chegando a ser imortalizada em livros, filmes e na sabedoria popular.

(...)

O desfibrilador foi o primeiro de uma enxurrada de novas e revolucionárias técnicas, que incluíram ventiladores mecânicos e sondas de alimentação, cateteres e máquinas de diálise. Pela primeira vez, você podia perder certas funções do corpo e continuar vivo.

Nosso entendimento da morte estava se modificando, até que a invenção do eletroencefalograma, que pode ser usado para identificar a atividade cerebral, foi o golpe final. A partir dos anos 1950, médicos em todo o mundo começaram a descobrir que alguns dos seus pacientes, que antes haviam sido considerados em estado de coma, na verdade não tinham atividade cerebral.

Na França, o misterioso fenômeno era chamado de coma dépasse (literalmente, "estado além do coma", em francês). Eles haviam descoberto os "cadáveres com batimentos cardíacos" - pessoas cujos corpos estavam vivos, mas seus cérebros estavam mortos.


cérebro
Getty Images
O cérebro usa até 25% do oxigênio do nosso corpo. Por isso, ele é o primeiro órgão a morrer quando paramos de respirar.

(...)

O que nos traz de volta àquela eterna questão médica: se o seu coração ainda está batendo, como os médicos podem afirmar que você está morto?

Inicialmente, os médicos identificavam vítimas de coma dépasse verificando a ausência de atividade cerebral em um eletroencefalograma. Mas havia um problema.

O álcool, a anestesia, algumas doenças (como a hipotermia) e muitos remédios (incluindo o ansiolítico diazepam, ou Valium) podem "desligar" a atividade cerebral, ludibriando assustadoramente os médicos, que podem pensar que o paciente está morto.

(...)

"outras questões."

E tudo pode ficar muito mais complicado em breve. Atualmente, os médicos estão sujeitos à "regra do doador morto", que determina que nenhum órgão pode ser removido antes da morte da pessoa - o que significa total morte cerebral ou coração que já parou de bater. Mas algumas pessoas, incluindo Veatch, acham que isso precisa mudar.

Eles propuseram a definição de "cérebro superior", que significa que uma pessoa não está morta quando seu coração para de bater, nem mesmo quando ela para de respirar. Uma pessoa está morta quando perde sua "personalidade".

As pessoas com partes fundamentais do cérebro intactas e a capacidade de respirar independentemente estariam mortas, desde que não pudessem mais ter pensamentos conscientes.

Com essa definição ampliada, os médicos de transplantes teriam acesso a um conjunto muito maior de potenciais doadores que os disponíveis atualmente e poderiam salvar um número incontável de vidas.

A morte não é um evento, é um processo. Mas, mesmo depois de milhares de anos de tentativas, ainda estamos buscando algo mais definitivo. Não parece que este processo vá acabar em breve.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

Esta tradução foi publicada originalmente aqui: https://www.bbc.com/portuguese/revista-62571699

 Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA
 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Teatro chinfrim de “pacifistas” defensores da violência - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


A esquerda sempre dá seu jeito de sambar em cima de cadáveres cujo sangue sequer esfriou ainda, caso enxergue algum dividendo político. É justamente o que está fazendo no caso da confusão que terminou em morte em Foz do Iguaçu.
Devido ao fato de um dos atiradores ser bolsonarista, a turma logo viu a oportunidade para impor sua narrativa: seguidores do presidente invadem festas de opositores atirando para matar.

Não importa que as imagens das câmeras mostrem algo diferente. Não importa que se trate, infelizmente, de mais um caso de violência banal como tantos pelo país, cujo pretexto fora a política dessa vez, mas poderia ter sido o futebol, a religião, uma desavença boba qualquer.

Governo eleva projeção de crescimento do PIB de 2022 para 2% e reduz previsão de inflação

O que diz o acordo militar com a China aprovado pelo Uruguai – e suspenso após pressão dos EUA

A politização do caso, que é de polícia, era irresistível para quem vive em palanque e não liga para nada mais. Alguns parentes da vítima petista estão incomodados com esse uso político do caso, com razão. Mas afetações morais burguesas nunca foram impeditivos para a tática socialista.

E eis que figuras como Gleisi Hoffmann e Randolfe Rodrigues resolveram bancar os pacifistas! 
Foram até o ministro Alexandre de Moraes entregar "carta" para demonstrar preocupação com a violência política. 
Um teatro chinfrim armado com a cumplicidade do futuro presidente do TSE para ajudar na narrativa patética de que Bolsonaro é quem instiga atos violentos - justo aquele que foi a maior vítima de um, ao ser esfaqueado por um ex-filiado do PSOL que quase o matou. [por falar em ministro Moraes, andamos tão enrolados com alguns assuntos de grande importância, que não temos acompanhado alguns temas. Um deles é: nos parece que o ministro do STF não está mais aplicando multas ao deputado federal Daniel Silveira. 
Perguntamos:
- perdemos o rumo da prosa e as multas continuam sendo aplicadas?
- o ministro reconheceu, talvez devido manifestações da PGR, que o Decreto de perdão do presidente Bolsonaro ao deputado é válido e tem que ser cumprido?  
Agradecemos aos que nos responderem.] 
 
Gleisi e Randolfe são defensores do regime cubano, que prende jovens pelo "crime" de condenar a ditadura.  
Eles também apoiam a ditadura venezuelana de Maduro, que usa milícias para espancar e intimidar manifestantes. 
Os petistas já deram declarações bizarras, como quando Dirceu disse que opositores tinham que apanhar nas urnas e nas ruas, ou quando a própria Gleisi disse que gente teria de morrer para impedir o "fascismo" do atual governo.

O ex-presidente Lula, que esses "pacifistas" de araque apoiam, disse semana passada mesmo que tinha uma dívida de gratidão, que dinheiro não paga, com o ex-vereador petista Maninho, por tê-lo "defendido" de um crítico. A "defesa", na prática, foi empurrar o sujeito em direção a um caminhão e deixá-lo estirado no asfalto sangrando até quase morrer, com traumatismo craniano.

A patota que defende os black blocs, o MTST e o MST, movimentos extremamente violentos e criminosos, resolveu posar de filhotes de Gandhi, para ajudar no discurso surrado de que o bolsonarismo representa a verdadeira ameaça violenta na política nacional. É tudo ridículo demais, um esquete medíocre do sistema podre unido.

E além de parlamentares esquerdistas e ministros supremos, o teatro conta, claro, com a velha imprensa. 
Merval Pereira, em sua coluna de hoje no GLOBO, responsabiliza Bolsonaro pelo clima de violência política no país e traça um paralelo com milícias armadas que fariam "rondas" para perseguir petistas. 
O irônico é que os perseguidos pelo sistema, aqueles que efetivamente foram presos ou levaram facadas, são justamente os bolsonaristas. Mas isso é apenas um detalhe nesse filme de categoria D criado pela oposição...

Rodrigo Constantino, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES

 

 

 

 

terça-feira, 28 de junho de 2022

Insegurança pública. - A incongruência sem fim...

Sílvio Munhoz

A manchete da revista Oeste (um dos bastiões da verdadeira imprensa nos dias atuais), não faz você pensar o porquê do sucesso imediato e estrondoso da série ENTRE LOBOS?  
A razão é singela, por tratar de forma realista – nua e crua como se costuma dizer – aquele que talvez seja o maior problema brasileiro nas últimas décadas e que com certeza impacta a vida de todo brasileiro do Oiapoque ao Chuí, deixando no seu caminho: rios de sangue; pilhas de cadáveres; milhares de familiares que choram em seus túmulos; incontáveis vítimas sobreviventes, mas traumatizadas; e uma população atemorizada.

Esse que, um dia foi o cenário das grandes cidades, hoje atinge os mais recônditos rincões brasileiros, pois a criminalidade organizada, seja através de espécies de crimes como o “novo cangaço” ou por intermédio do flagelo do tráfico de drogas não se importa mais com o número de habitantes.

Vemos hoje grades, muros altos, arame farpado, câmeras de vigilância, seguranças vigiando cada centímetro. O cenário pintado lido fora do contexto – por quem não leu os primeiros parágrafos, por exemplo -, poderia levar a imaginar que descrevo um presídio... não, descrevi as ruas e as casas brasileiras nos dias atuais, sem importar o tamanho da cidade. Pior é quando nossos coirmãos brasileiros, pela condição econômica não podem pagar por tais cuidados vivem à mercê da criminalidade, cada dia mais violenta e mais ousada, pois, ao invés, de dura e severamente combatida como necessário, ao contrário por muitos é “empoderada” (detesto essa palavra).[Então somos dois; a prefiro quando pode ser substituída por empoleirada = tipo galinhas no poleiro,]

Pelo viés ideológico imposto à sociedade por anos a fio e que tomou conta das escolas (onde ladrão é chamado, propositalmente, de trabalhador) e universidades (onde penetrou profundamente a teoria de um comunista italiano chamada “garantismo”) o bandido é a vítima da sociedade e protegido por muitos, cristalizando a cena descrita em 1967 por Mário Ferreira dos Santos em invasão vertical dos bárbaros[1], só é punido severamente quem ataca alguém da tribo ou ideais desta; crimes cometidos por membros da tribo, contra inimigos ou quem não pertence ao “grupo”, ou por pessoas que não pertencem à “patota”,  recebem pouca ou nenhuma punição.

Como pode? A criminalidade aumenta cada dia mais e o combate não aumenta na mesma proporção, pior, por vezes é dificultado? EIS AS INCONGRUÊNCIAS SEM FIM do sistema atual de combate ao crime. Presenciamos verdadeiros duplipensares Orwellianos de alguns e outros que olvidam a CF, a Lei e até a regra básica de aplicação do direito no Brasil, que determina: “seja observado pelo Juiz ao aplicar a lei o BEM COMUM”[2]...

Dois exemplos a título de contexto. Lembram do episódio da Vila Cruzeiro no RJ e o Procurador do MPF veja Império da Bandidolatria[3]- que após o evento impetrou ação civil pública para impedir a atuação da Polícia Rodoviária Federal, mesmo estando em vigência a Lei 13.675/2018 que criou o SUSP (sistema único de segurança pública), que incentiva atuação conjunta das polícias para o combate permanente ao crime organizado e à corrupção, sob o argumento de que no meio daquelas favelas do RJ não passava nenhuma Rodovia Federal e esta seria a competência da PRF, combater os delitos em tais estradas... pois bem, o Juízo da 26ª Vara Federal do RJ, nos autos da Ação Civil Pública n.º 50403630320224025101, acolheu o pedido liminarmente, impedindo a atuação da PRF, ao menos até o julgamento final da ação.

Dias após a decisão, o Procurador, em foco, envia ofício/urgente[4] ao Diretor-Geral da PRF do RJ, para dizer que deveria atender às requisições do Ministério Público, não obstante o determinado pelo Judiciário na ação que impetrara (se as determinações do MP prevalecem as decisões do judiciário não entendi o porquê de impetrar a ação). [tem procurador que considera o Ministério Público o Quarto Poder - pensa igual ao sábio ministro do STF, que declarou no exterior, em um seminário jurídico, que o STF era o PODER MODERADOR do Brasil.] No caso a PRF deixara de participar, em virtude da decisão judicial, de uma operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (formado por Auditores-Fiscais do Trabalho, Procuradores da República, Procuradores do Trabalho e Defensores Públicos da União) visando ao combate do trabalho escravo (crime grave que deve ser combatido). O motivo da ação não era por inexistir rodovia federal na Vila Cruzeiro. Será que o trabalho escravo ocorria no leito de alguma estrada da união. Pergunta retórica e irrespondível, pois frutos da INCONGRUÊNCIA. O combate aos “pequenos empresários das drogas do RJ” não faz parte da agenda, proíbo a participação. Para atacar aquele delito que “quero” investigar por fazer parte da agenda, obrigo o auxílio. A PRF deveria participar nas duas situações. Como digo, verdadeiro duplipensar Orwelliano.

Por sorte ainda há juízes no Brasil e o Presidente do Tribunal Regional da 2.ª Região, Dr. Messod Azulay Neto, a pedido da União cassou a liminar que impedia a participação da PRF nas operações conjuntas.

O outro caso, que demonstra o desprezo à Constituição Federal e ao bem comum, aconteceu em uma cidade da Serra do Rio Grande do Sul, chamada Bento Gonçalves já ouviram falar por conta dos vinhos e espumantes e do recente “desconvite” de um Ministro.

No dia 13 de junho na cidade de 120mil habitantes, a Brigada Militar (como chamamos aqui a Polícia Militar) foi informado por seu Setor de Inteligência da ocorrência de tráfico de drogas em duas residências: em uma era feita a distribuição para várias pessoas que a repassavam na forma de tele-entrega, enquanto a outra servia de depósito.

Os policiais fizeram uma “campana” na frente da primeira e visualizaram movimento de distribuição de drogas, abordaram um dos flagrados que saia e encontraram entorpecentes. O detido admitiu que distribuía na forma de tele-entrega. 
Neste momento saía outra pessoa que ao perceber a polícia fugiu para se esconder no interior da residência, a polícia o perseguiu e entrou no local onde encontraram mais pessoas, algumas fracionando a droga sobre uma mesa e farta quantidade de maconha e cocaína além de outros pertences comuns à prática do tráfico, após revistaram um carro, que o Serviço de Inteligência apontara como sendo usado para o tráfico, e no seu interior apreendidos 15 tijolos de maconha.

Em face das descobertas feitas no primeiro endereço foram ao segundo (depósito) e entrando no mesmo detiveram outro envolvido o qual guardava, pasmem, 372 tijolos de maconha[5], um veículo roubado, fardamentos das polícias civil e militar, rádios HT na frequência policial, placas falsas, inúmeros celulares dentre outros pertences.

O segundo flagrante não foi homologado. AJuíza[6] entendeu que a invasão de domicílio foi injustificada
Ao contrário da primeira na qual realizaram “campana” e observaram o delito, na segunda casa a entrada estaria embasada só no Serviço de Inteligência. Raciocínio enviesado: parte de jurisprudência equivocada e minoritária para soltar perigoso traficante; não adiantava fazer “campana”, era depósito e quem poderia ir pegar droga, caso necessário, fora detido no flagrante anterior; terceiro, a confirmação da primeira como ponto de distribuição e da efetiva utilização do veículo no negócio espúrio, comprovava a investigação da Inteligência de a segunda ser o depósito da quadrilha, permitindo acesso sem mandato, pois ali ocorria a prática de um flagrante delito (verdadeiramente, permanente), como permite a exceção da regra constitucional. A casa é o abrigo inviolável do cidadão e não o bunker da bandidagem!..

Dos 07 traficantes presos na primeira casa embora homologado o flagrante, concedeu liberdade provisória para 05, “pois não representariam perigo à ordem pública e a preventiva não pode estar sustentada só na gravidade abstrata do crime” (Constituição Federal equipara tráfico de drogas a crime hediondo, regra que muitos aplicadores do direito esquecem). Como quadrilha de traficantes com tal magnitude, em uma cidade média do interior de um Estado, com a qual são apreendidos em torno de 400 tijolos de maconha (somem os quilos da segunda prisão, descritos no rodapé), além de quantidade significativa de cocaína, pode não representar perigo concreto?? Percebem decisão que tangencia a Constituição Federal e a Lei e olvida, totalmente, o BEM COMUM, que deveria orientar os julgamentos de todos os juízes...

Resumo da ópera, de 08 traficantes presos em flagrante, com massiva quantidade de entorpecentes, 06 foram soltos para continuar “empresariando a venda” em Bento Gonçalves, porém, ainda há Promotores de Justiça preocupados em proteger a sociedade e combater a criminalidade no Rio Grande do Sul, pois o Dr. Manuel Figueiredo Antunes recorreu da decisão e impetrou uma cautelar inominada para conceder efeito suspensivo ao recurso, visando a manter os acusados detidos até a decisão do Tribunal de Justiça[7]. Oremos para a reversão da decisão.

Dois casos que bem demonstram o porquê de tamanho sucesso de um documentário sobre segurança pública. O pior é que, ainda há no Brasil quem defenda desencarceramento em massa, sustentando que se prende muito e mal. Quando ouvir alguém dizendo tal asneira lembre um dado informado no documentário e pensem, podem estar caminhando ao seu lado no instante que escrevo estas mal traçadas linhas...

“Existem no Brasil + de 500mil mandados de prisão não cumpridos. Meio milhão de pessoas que deviam estar presas estão soltas, neste exato instante. Documentário Entre Lobos do Brasil Paralelo.

Que Deus tenha piedade de nós!..   

O autor é cronista do Portal Tribuna Diária presidente do Movimento Ministério Público pródo  Sociedade e   membro do COM Movimento Contra a Impunidade.

 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Acusado pelo irmão por sumiço de meninos na Baixada diz que jogou sacos em rio a pedido de traficantes - O Globo

 Ao prestar depoimento à polícia, contudo, homem afirmou que não sabia o que estava dentro dos invólucros descartados; Justiça negou pedido de prisão [novidade.]

[Garotos desapareceram em dezembro 2020.] 

Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique desapareceram dia 27 de dezembro Foto: Reprodução

Um suspeito de envolvimento no sumiço de três crianças em Belford Roxo, denunciado por um irmão como tendo sido a pessoa que jogou os corpos dos meninos em um rio, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Ele não confessou o crime, mas admitiu ter jogado sacos entregues por traficantes embaixo de uma ponte da cidade, situada na Baixada Fluminense. O delegado Uriel Alcântara, titular da DHBF, pediu a prisão do homem, mas a Justiça não deferiu o pedido e ele continua em liberdade. [prender? para que? também não vão perder tempo protegendo o irmão denunciante - se proteger dificultará a quase certa vingança dos traficantes.] Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, sumiram no dia 27 de dezembro do ano passado.

Desaparecidos:  Operação termina sem informações sobre paradeiro dos três meninos de Belford Roxo

De acordo com a denúncia feita pelo  irmão do suspeito, os meninos teriam sido espancados e mortos a mando do traficante José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, que tem a prisão decretada por tráfico. [decretada, porém, não efetuada; fácil para o 'piranha' permanecer em liberdade: basta se esconder em uma das favelas do Rio - áreas em que por suprema determinação a Polícia não pode entrar.] O motivo do crime, ainda segundo o denunciante, seria que uma das crianças estaria envolvida no furto de uma gaiola de passarinho. O homem procurou inicialmente o 39º BPM (Belford Roxo) e depois foi encaminhado para a DHBF, onde contou que os corpos foram jogados na localidade conhecida como Ponte de Ferro 38, no bairro Amapá, na divisa dos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias.

 O ponto indicado fica em um local ermo, próximo ao Arco Metropolitano, e é considerado como área de desova de cadáveres. No depoimento prestado pelo suspeito,  ouvido na DHBF nesta quarta-feira, ele afirma que não sabia o que havia no interior dos sacos que foram jogados no rio, próximo à Estrada Manoel de Sá. 

Ainda não se sabe quando a polícia fará buscas para tentar encontrar os corpos dos garotos desaparecidos e confirmar se realmente foram ou não assassinados. Nesta quinta-feira, um parente dos meninos disse ainda não ter sido procurado pela polícia e que nada sabia sobre a denúncia feita nesta quarta-feira.  —  Não sabemos de nada. A polícia não nos comunicou nada oficialmente. Ainda continuamos com o mesmo sofrimento de não saber o que aconteceu com os meninos —  disse o tio de um dos meninos.

Pistas falsas:  Trotes e até tentativa de extorsão dificultam localização de meninos desaparecidos na Baixada

As três crianças foram vistas pela última vez em uma feira do bairro Areia Branca, também em Belford Roxo. Moradores do Morro do Castelar, localidade que tem o comércio de drogas controlado pelo traficante Piranha, os meninos ainda foram flagrados por uma câmera de segurança quando estavam a caminho da feira.

Tecnologia: Análise de imagens em laboratório pode ajudar polícia a esclarecer desaparecimento de três crianças na Baixada

Pelo menos duas testemunhas também afirmaram, ao prestar depoimento na DHBF, terem visto os garotos no local. A polícia trabalha com a hipótese de que os meninos tenham desaparecido logo após sair da feira ou nas proximidades da comunidade em que moravam.

Procurada, a Polícia Civil emitiu uma nota sobre caso. Abaixo, a íntegra do documento.

"Um homem se apresentou no 39º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Belford Roxo e acusou o próprio irmão por envolvimento no desaparecimento de Lucas Matheus, Alexandre Silva e Fernando Henrique, que teriam sido mortos por traficantes da comunidade Castelar, em Belford Roxo. Após a declaração, o acusado foi detido pela PM e os dois foram ouvidos por agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). 

Em depoimento na unidade policial, ele negou as acusações feitas pelo irmão. Segundo a DHBF, as investigações continuam e buscas serão realizadas na possível área onde os corpos das crianças teriam sido levados."

Rio - O Globo


sexta-feira, 7 de maio de 2021

POR QUE "IMPÉRIO DA LEI" PARECE NOME DE ESCOLA DE SAMBA

Percival Puggina

     

Tive a felicidade de conhecer o Rio de Janeiro no tempo em que seus morros eram expressões do capricho paisagístico de Deus no ato da Criação. Entre as preciosidades dessa estética divina destaco as agulhas pétreas dos Alpes e dos Andes, que vi como inspiração gelada do gótico que tanto fascínio exerce sobre mim.

No Rio é diferente. Aliás, é o oposto. A mão de Deus moldou, ali,  curvas tropicais, sensuais, grávidas de vida. A beleza da cidade costumava atrair um qualificado turismo nacional e internacional. De lá para cá, morros se tornaram ameaça soturna a pesar sobre a “cidade a seus pés”. Regiões inteiras tornaram-se palco de uma guerra sem fim, focos de insegurança, sedes de estados paralelos, casamatas de organizações criminosas, ocupações viciosas do espaço urbano que expandiram seu modelo pelos outros grandes centros do país.

Ontem, 6 de maio, a favela do Jacarezinho foi palco de uma ação policial que deixou 25 mortos. Aliciamento de crianças e adolescentes para o tráfico, roubo de cargas, homicídios, sequestros de pessoas e de trens são alguns dos ramos de negócios da quadrilha que atua na região. Desconheço os detalhes da operação, mas não vejo como aceitável que ações criminosas mesmo quando eventuais, fiquem sem resposta policial, judicial e penal.

Mesmo acostumada a dormir ouvindo o espocar dos tiroteios e o matracar das metralhadoras, mesmo habituada a contar, toda manhã, cadáveres abandonados pelos criminosos, o número de vítimas dessa operação ganhou manchetes em todo o país. O que se colhe no Rio de Janeiro nestas últimas décadas é rescaldo da tolerância. Contaminadas pela corrupção, sua política, sua justiça, sua polícia foram sendo moldadas por um estilo de vida que zombou da virtude e se foi deixando encantar por seus demônios. Enquanto isso, parte da sociedade aderiu a uma falsa virtude que pretende combater o crime com pombas brancas, flores e pulsantes coraçõezinhos feitos com as mãos.

O saneamento de uma região conflagrada com ações de atenção social não prescinde da ação policial contra a criminalidade, nem do revide quando bandidos, armados, disparam contra a polícia. Nenhuma sociedade civilizada pode tolerar que criminosos ajam impunemente e atirem contra a polícia que expõe a própria vida para protegê-la.[o mais grave é que existe uma decisão monocrática do ministro Fachin, STF, proibindo - no mínimo, dificultando - ações policiais contra o crime organizado em área de favelas.

Há o risco do plenário virtual do Supremo confirmar tal decisão e com isso o Rio de Janeiro passa a ter áreas sob total controle do crime organizado e nas quais a polícia n]não pode entrar.]

O que se vê no Rio é um microcosmo compactado da realidade nacional. Não difere do que se observa no Brasil, nesse combate com objetivos revolucionários, multilateral, aos valores e princípios cujo abandono nos tem custado tão caro. Tão caro que “império da lei” mais parece nome de escola de samba.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Totalitários sempre tentam destruir núcleo familiar - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino 

O núcleo familiar é a essência da sociedade, o pilar da civilização. É na família que somos educados, civilizados, conhecemos o amor, o respeito, os limites. Daí a crueldade ímpar e indizível de quando os próprios pais são os algozes dos filhos, ou quando estes se tornam inimigos ou até assassinos dos próprios criadores. Felizmente, situações bem raras, e que geram profunda revolta na sociedade.

Proteger as crianças é uma obrigação do estado. Mas isso quer dizer garantir o básico, impedir abusos que atinjam a dignidade humana. Não é o estado ser o educador das crianças no lugar dos pais. Porém, esse é exatamente o anseio de todo totalitário: substituir o papel dos pais, usar o estado para controlar cada indivíduo. E, para tanto, é necessário justamente enfraquecer o elo familiar.
 
Não por caso todo regime coletivista comunista tentou fazer isso. Até as refeições deveriam ser comunitárias, para acabar com o convívio da família nesse momento crucial de conversas. Marx e Engels chegaram a pregar abertamente contra as famílias, que enxergavam como autoritárias e como obstáculo ao comunismo. A Escola de Frankfurt foi pelo mesmo caminho depois. A esquerda totalitária odeia o conceito de família tradicional, "burguesa".
 
É da família que saem os valores da liberdade individual, e daí se constrói o tecido social. Para se viver numa sociedade de confiança, torna-se essencial ter famílias saudáveis em vez de disfuncionais. Quem quer substituir a família pelo estado precisa, portanto, enfraquecer os laços de família, e com isso produzir desconfiança geral, esgarçando esse tecido social até o caos total, para que o estado absolutista possa entrar em cena.
 
Nada disso é tese conspiratória, mas sim projetos bem declarados de revolucionários, e experimentos que produziram terror e caos no passado. Para jogar uns contra os outros na sociedade, o ponto de largada será a família. Não foi por outro motivo que o genocida Mao Tse-Tung usou crianças em sua "revolução cultural", formando um exército de pirralhos dispostos a matar os membros de suas próprias famílias por serem "contrarrevolucionários".
 
Em Cuba, Fidel Castro incentivou que filhos denunciassem seus pais também, e vizinhos que "entregassem" vizinhos "perigosos" poderiam receber recompensas. Foi o mesmo no nacional-socialismo e todo modelo totalitário. O tirano instiga cada um a se tornar um X9, um caguete, pois não há polícia secreta capaz de dar conta do recado completo. Na Alemanha comunista, parcela significativa da população trabalhava para a Stasi.
 
O totalitarismo não pode abrir mão dos "traíras" que, com pouco apreço pela liberdade, ou por excesso de medo, comportem-se como agentes do estado opressor. O ressentimento seria outro componente: o invejoso que sempre detestou o vizinho ou mesmo o irmão enxerga na ideologia um instrumento para se vingar, para punir o desafeto.
 
Eis o pano de fundo para chegarmos ao cerne da questão aqui: essa pandemia está servindo para que mentes totalitárias saiam do armário e avancem contra o núcleo familiar. 
Um vídeo produzido pelo governo estadual de São Paulo mostra uma jovem num bar com alguns amigos infectando depois seu pai de covid, o que o leva para a UTI. Campanha de persuasão dos perigos de contágio tudo bem, mas isso já é terrorismo psicológico tentando incutir culpa nos filhos, gerando intrigas familiares. 
 
Um jornal carioca foi pelo mesmo caminho com essa reportagem:
Além do pânico, querem meter culpa nos jovens e só vão relaxar um pouco quando irmão denunciar irmão, filho entregar pai e vice-versa. Já estamos num ambiente em que vizinhos se consideram "cruzados pela vida" ao denunciar um churrasco na casa do outro vizinho, o que é assustador. Agora estão tentando ir mais longe, e colocar membros da mesma família em confronto.
 
A pandemia é grave, ceifa vidas, espalha o medo. Mas seu custo não pode ser medido somente numa contagem mórbida de cadáveres
Nossas liberdades mais básicas estão ameaçadas. Nosso valores mais caros estão em risco. 
Não resta dúvida de que os totalitários viram na crise da pandemia uma oportunidade para instaurar regimes controladores e opressores. 
E eles sempre começam com a destruição das famílias.
 
Rodrigo Constantino, jornalista  -   Gazeta do Povo - VOZES
 

sexta-feira, 5 de março de 2021

No banquete de Bolsonaro, somos 210 milhões de leitões no espeto ... Reinaldo Azevedo

Folha de S. Paulo

Parte do STF ajudou a pavimentar o caminho para a terra dos mortos. E agora? Como enfrentar a necropolítica?

Na terça (2), houve recorde de mortes por Covid-19 no país, já superado por outros. Jair Bolsonaro estava num almoço festivo no Alvorada com políticos mineiros. Peça de resistência do cardápio: brasileiro no espeto. Estávamos lá na forma de um leitão esturricado. Somos a carne barata do capitão tresloucado, cercado de generais por todos os lados.

[Discordamos de praticamente tudo que o ilustre colunista escreveu nesta matéria.
Mas o nosso DEVER COM A VERDADE, impõe destacar sua coerência = desde os tempos em que a Lava-Jato representava a MÃE DE TODAS AS BONDADES, a posição do jornalista era crítica buscando alertar para os arroubos justiceiros daquela operação. 
Encerramos, sugerindo ao ilustre Reinaldo que esqueça o impeachment e prepare sua competência para elogiar, apoiar, os muitos beneficios que incidirão sobre o Brasil e todos os brasileiros a partir de 2023 = segundo mandato do capitão. O primeiro está sofrendo alguns percalços, afinal não é fácil governar em um período de uma pandemia com mais de 2.000.000 de mortos. Diante disso, os esperneios -= boicotes e sabotagens - dos inimigos do Brasil, nada representam.]
 

 
Imagem: Reprodução UOL - Coluna Reinaldo Azevedo

Nesta quinta, com um novo marco de cadáveres, ele conclamou os brasileiros a cair na vida para entrar na morte. "Chega de mimimi", exortou. Afirmou que, na Bíblia, a expressão "não temas" aparece 365 vezes. Teve de consultar um papel. Não conseguiria reter na memória tanta informação. Disse o troço olhando estranhamente para o lado, como se fizesse o download de algo que não era deste mundo.

Vamos a uma indagação que fez história: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?" É um dos tuítes golpistas que o general Eduardo Villas Bôas, então comandante do Exército, dirigiu ao STF no dia 3 de abril de 2018. Mais de 260 mil mortes depois, será que ele tem a resposta?

A intimidação tinha como alvos os ministros do STF. Queria que endossassem o voto de Edson Fachin, relator do HC de Lula, que mantinha o ex-presidente na cadeia contra a Constituição e contra o Código de Processo Penal. O resultado saiu ao gosto da caserna. Fachin não soltou nem Lula nem um pio. Três anos depois, o jacobino tardio anuncia que a democracia está sendo ameaçada por militarismo, intimidação aos Poderes, depreciação do voto, ataques à liberdade de imprensa, armamentismo, recusa antecipada ao resultado das eleições e, claro!, corrupção.

Os seis primeiros itens servem apenas para lavar o sétimo. O paladino do moralismo em que jaz a moral continua a fazer a defesa incondicional da Lava Jato e de seus métodos criminosos. Em offs nada sutis, o ministro tem especulado que a suspeição de Sergio Moroe, pois, a anulação da condenação de Lula no caso do tríplex— pode ter um efeito cascata, atingindo outros casos. A sugestão implícita é clara e indecente: mantenha-se a sentença insustentável para salvar o sistema.

Fachin é o emblema de um tempo em que o Supremo, por sua maioria, faltou miseravelmente ao país, permitindo que o Estado de Direito se esboroasse no grau zero da legalidade, fragmentando-se em solipsismos de suposta vocação redentora, com o alegado propósito de excluir malfeitores da vida pública. Bolsonaro e os milicos souberam percorrer a trilha que unia a destruição do devido processo legal à terra dos, em breve, 300 mil mortos.

O tribunal que ajudou a promoverpor sua maioria, não por unanimidade — a razia na política se queda inerme e perplexo diante da devastação produzida pelo presidente da República e por alguns de seus ministros. No que lhe tem sido dado arbitrar, é verdade, tem feito a coisa certa em relação à Covid-19. Ocorre que há pouca margem de manobra.

Como esquecer? Políticos se tornaram réus, alguns defenestrados da vida pública, porque a corte acolheu denúncias segundo as quais doações então legais a campanhas eram formas veladas de corrupção, bastando para tanto as delações premiadas arrancadas no cárcere por procuradores dispostos a fazer com que seus reféns "mijassem sangue". Mistificação, demagogia e truculência abriam a picada para os cemitérios.

O delírio punitivista em que se perdeu o Judiciário, em especial o STF —e Fachin continua caudatário desse desastre—, não protege, como se vê, os brasileiros da sanha homicida do Poder Executivo; de sua incompetência; da negação do saber científico; da distribuição de drogas sabidamente ineficazes no combate à Covid-19; da negligência no trato com as vacinas; da, para ser sintético, necropolítica. O impeachment de Bolsonaro não está no horizonte. Pergunto-me: o que mais pode fazer o Estado legal, de que o STF é a expressão maior e o intérprete final, para impedir que o presidente da República trate 210 milhões de brasileiros como leitões no espeto?

Reinaldo Azevedo, jornalista - Folha de S. Paulo