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sábado, 2 de março de 2019

Do lado certo

A esquerda brasileira e o PT não quiseram reconhecer o fato de que a Venezuela se transformou numa tirania imposta pela força bruta de malfeitores

Publicado na edição impressa de VEJA

Há certas horas, no Brasil de hoje, em que é realmente um alívio lembrar que o presidente da República não é Fernando Haddad. Agora, justamente, é uma hora dessas. O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está em guerra contra a maioria da população do seu próprio país; sua última ideia foi fechar as fronteiras com o Brasil e a Colômbia para não deixar que entrem no país alimentos, remédios e outros artigos de primeiríssima necessidade. É um novo patamar, ao que parece, em matéria de brutalidade. Da mesma maneira que um exército trata de cortar todos os possíveis suprimentos da força inimiga, os militares, as “milícias” armadas e os outros gangsteres que mandam hoje na Venezuela acham que quanto mais fome, doença e calamidades os venezuelanos sofrerem, mais fraca vai ficar a oposição. Pode ser. Pode não ser. O fato é que um pacote de arroz ou uma bolsinha de soro fisiológico viraram alvos estratégicos a serem destruídos. Outro fato é que o governo do Brasil estaria dando apoio pleno a Maduro se o resultado do segundo turno da eleição tivesse sido o contrário do que foi.

Muito se ouviu falar da situação perigosíssima que teria sido criada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao declarar-se, antes mesmo de tomar posse, absolutamente contra a ditadura venezuelana. De lá para cá, pelo menos 50 outros países com credenciais democráticas acima de qualquer discussão tomaram a mesma decisão ─ Maduro, neste lado do campo, nem sequer é mais reconhecido como o presidente legal da Venezuela. Fica difícil entender, então, por que o Brasil estaria numa situação mais segura se tivesse ficado dentro do bando de regimes fora da lei, do ponto de vista democrático, que apoia a tirania ─ lugares como Cuba, Rússia, China e outros da mesma natureza. A verdade, para não “problematizar” uma situação onde não há problema nenhum a ser esclarecido, é que a esquerda brasileira em geral e o PT em particular não quiseram até agora reconhecer o fato de que a Venezuela, há muitos anos, se transformou numa tirania imposta pela força bruta de um condomínio de malfeitores. (O ex-presidente Lula chegou a dizer que o verdadeiro problema da Venezuela era ter “democracia demais”.) Por preguiça mental, covardia e simples cobiça, preferiram abraçar a mentira, sempre muito bem remunerada pelas Odebrecht da vida, de que o “bolivarianismo” era um movimento “de resistência à direita”. Daí não conseguiram sair nunca mais.

***

Uma das chateações dos cidadãos que não gostam do governo Bolsonaro, muitos dos quais sonham que ele não complete os quatro anos previstos na lei, é a curta duração que os seus problemas têm tido até agora. É uma decepção. Os bolsonarianos, segundo garante o noticiário cotidiano, vivem criando crises descritas como mortais dentro do governo; mas as crises, infelizmente para quem torce contra, estão acabando rápido demais. Já se perdeu a conta de quantos terremotos ameaçaram liquidar o governo nesta sua existência de meros dois meses, ou nem isso; a esperança é que o próximo cataclisma, enfim, consiga pegar. Um dos melhores momentos nessa sucessão de problemas que queimam a largada teve como herói o filho mais jovem do presidente. Como Oliver Cromwell pouco depois da guerra civil na Inglaterra do século XVII, o rapaz parece ter declarado a si próprio como uma espécie de “Lord Protector” do Reino; mas o seu papel de protetor do pai e da República, que estaria afundando o governo em desordem fatal, não durou nem quarenta dias úteis. Aparentemente, ele está de volta às suas atividades normais como vereador do Rio de Janeiro. Se a escrita seguida pelo governo até agora for mantida, é por lá que deverá ficar.
MATÉRIA COMPLETA na edição impressa de Veja

Fatos - J R Guzzo  
 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Bolsonaro e Duvivier são dois “clowns” que existem para referendar a ignorância de seus respectivos públicos



A concepção de poder de ambos é fascista; num caso, fascismo de direita; no outro, de esquerda
Eu não tenho receio de patrulha, não! De nenhum tipo. Nem a dos petralhas nem a dos “bolsonarianos”, que resolveram fazer uma corrente para me demonizar. Gente que elogia torturador tem um encontro reservado com a lata do lixo da história. Assim como os terroristas. Como a gente vê, estes, também, cedo ou tarde, dizem a que vieram. Quando a conversão não é verdadeira, o que sobra é a hipocrisia. [esclarecimento: o ‘torturador’ defendido com veemência por Bolsonaro – que endossamos – foi alvo de diversos processos na Justiça,  mas não foi condenado em nenhum.
Portanto, a não ser que a Constituição tenha sido alterada, Bolsonaro não elogiou nenhum torturador e sim um valoroso militar, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, Exército Brasileiro, falecido recentemente e que por diversas vezes arriscou a vida combatendo porcos terroristas – muitos dos quais hoje4 estão no governo que se desmancha.
Já aquela coisa, mais conhecida por ex-BBB, especialista em defender tudo que não presta, quebrou o decoro parlamentar e deve perder o mandato no processo que será aberto nos próximos dias.]

Mandam-me um texto de um imbecil, segundo o qual eu quero ser “aceito pela esquerda”. Pobre idiota! Vá perguntar a um esquerdista de miolos com quem ele aceita debater: se com Bolsonaro ou comigo. O deputado é um conservador “fast food”. Seus seguidores não costumam ter opiniões políticas nem informação: são movidos a ressentimento.

Bolsonaro é um humorista de maus bofes. É o Gregório Duvivier dos ressentidos. E Duvivier é o Bolsonaro dos que se sentem representados pelo status quo. Ambos reduzem problemas complexos a uma caricatura e depois passam a fazer digressões sobre as próprias deformações que dizem ser a realidade. Ocupam-se mais em demonizar o pensamento alheio do que em dizer quais são seus valores.

Se eu temesse correntes organizadas de opinião, não teria batido em Lula quando seu governo era aprovado por 86% dos brasileiros, segundo institutos de opinião. Assim, que os milicianos do Duvivier e do Bolsonaro se assanhem à vontade. A diferença entre eles é apenas de pretensão. O rapazola certamente se acha muito mais instruído do que o outro. No terreno em que ambos opinam, são ignorâncias opostas e complementares.

E isso se prova na prática. A Folha pediu a 23 colunistas que apontassem medidas que o país precisa adotar, independentemente de que seja governo. Duvivier quer isto:  “(…) A primeira coisa seria dissolver o Congresso e pedir novas eleições — sem financiamento empresarial. Enquanto isso não acontece, legalizaria a maconha e impostaria o consumo — a verba gorda iria para saúde. Legalizaria o aborto e ofereceria de forma gratuita e segura pelo SUS. Retiraria a isenção tributária das igrejas —pastores pagariam imposto como todo mundo—, e os impostos iriam para a educação.

Demarcaria terras indígenas e desapropriaria latifúndios. Daria incentivos aos agricultores de orgânicos. Taxaria mais a herança e menos o consumo. Taxaria mais a renda e menos o trabalho. Isentaria de imposto as bicicletas para incentivar o uso. Investiria na infraestrutura ferroviária ao invés da rodoviária. Na energia solar e eólica ao invés da nuclear ou hidrelétrica. Quando finalmente elegessem o Congresso, esse seria muito melhor e mais limpo, porque estaria lá representando o povo, e não bancos ou empreiteiras.”  À parte as firulas para a esquerda do Leblon, é o programa de um fascista. Notem que ele fecha o Congresso para implementar as reformas — como fez a ditadura militar com o Pacote de Abril (pesquisar) — e, como está escrito, “quando, finalmente, elegessem o Congresso, esse seria melhor e mais limpo”.

Na vigência do período reformista — que certamente seria tocado por um Comitê de Salvação Nacional dos Amigos de Duvivier —, seríamos obviamente governados por uma ditadura.

E, claro, Stalin se reviraria no túmulo de inveja. Duvivier causaria fome em massa — com a desapropriação do que chama “latifúndios”, que já não existem mais no Brasil — e o subsídio à agricultura orgânica — cara, de baixa produtividade e incapaz de ter escala para alimentar milhões de pessoas. Pergunte se ele tem noção do peso que tem o agronegócio na pauta de exportações do Brasil. Ele não precisa saber.

É bem verdade que esse período de agruras do Brasil poderia ser minorado pela maconha e pela legalização do aborto. E não pensem que esse rapaz está brincando, não. Hoje, como o principal palhaço ideológico da esquerda, ele tenta falar a sério. Que tirano, tiranete ou tiranófilo não sonha em gozar de um período com poderes absolutos para “consertar o Brasil”? A ditadura que Bolsonaro defende fez isso. A ditadura que Duvivier defende gostaria disso.

Duro mesmo, difícil, complicado, meus caros, é mudar o Brasil com democracia. Mas eu não abro mão dela. Que esses dois “clowns” sigam vida afora fazendo seu “stand up” para plateias que se sentem satisfeitas ao ver que seu líder não lhes cobra nada além daquilo que elas julgam saber.

Só assim a ignorância de suas respectivas audiências e a sua própria podem seguir infinitas e satisfeitas de si. Porque, afinal, aí está o conforto moral do estúpido: ele jamais se pergunta por quê?

Fonte: Reinaldo Azevedo  - Blog na Veja