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sexta-feira, 1 de março de 2019

Avanços e tropeços

Bolsonaro reforça liderança, recebe jornalistas e admite negociar reforma, mas...

Aos poucos, mas claramente, o presidente Jair Bolsonaro vai entendendo algumas premissas básicas do cargo, mas é aos poucos mesmo. Ele reluta, reclama de conselhos, ameaça não mudar nada e vai cedendo, mas mantendo a teimosia, ou uma implicância desnecessária e seletiva que não ajuda em nada. Depois de nomear um líder inexpressivo na Câmara, Major Vitor Hugo, e um neoaliado no Senado, Fernando Bezerra, Bolsonaro, enfim, acertou com a líder do governo no Congresso. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) é neófita no Parlamento, meio estabanada, mas tem algo que falta aos outros dois: liderança, personalidade, acesso direto ao Planalto. Dizem que chama o presidente de “Jair”.
É capaz, até, de fazer o que nenhum outro integrante da base aliada ao Planalto faz: bater de frente com o 03, o deputado Eduardo Bolsonaro. Vivem aos tapas e beijos, mas não rompem e estão ambos empenhados em ajudar Bolsonaro, o governo e a aprovação da “Nova Previdência” – apesar de declarações antigas dele contra a reforma. Mas o pai também era contra. Isso é passado. Poder é poder. Ontem, Joice Hasselmann já teve de apagar um início de incêndio, depois que Bolsonaro admitiu ceder em pontos da reforma, como a idade mínima para mulheres (de 62 para 60 anos) e as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC). O mercado reagiu mal e o pior foi o susto da área econômica.
Na quarta, Joice se reuniu com Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Ontem, já estava desde cedo com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. E coube a ela lembrar que, se tirar receita de um lado, vai ter de compensar de outro. Qual? O fato é que a conta de Guedes, de mais de R$ 1 trilhão, tem de fechar. Outra questão é como vai se materializar o pragmatismo da nova líder para negociar com o Congresso: vem aí distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões? Liberação de emendas parlamentares? Projetos camaradas para a base aliada? Caindo na real, após dois meses de mandato, Bolsonaro também começou a perceber que é bacana, e pode até ser divertido, governar com os filhos via redes sociais, mas isso não é tudo e pode ser perigoso. Redes sociais que aplaudem também apedrejam.
Assim, Bolsonaro inaugurou ontem algo comum em qualquer governo: conversas com jornalistas. É quando os presidentes abrem o coração, explicam suas decisões, projetam os próximos passos para os responsáveis pela cobertura e pela análise política. Olho no olho, tornam-se personagens de carne e osso, com seus defeitos e qualidades. É inexplicável que tenha deixado de fora jornalistas do Estado, da Folha e do jornal O Globo. Isso lembra Lula, que começou discriminando um jornalista daqui, outro dali, e, no fim, metia no Planalto ou no Alvorada até os tais “blogs sujos”, braços armados do PT na internet. Com Dilma, era pior. Assim como desdenhava a política, ela desdenhava o jornalismo.

Bolsonaro não disse que faria tudo diferente? Deveria começar com o tratamento igual da mídia, lembrando que há repórteres que passam dias inteiros no Planalto, cobrem os presidentes e os ministros do núcleo duro do poder e devem ser respeitados, levados em consideração e bem informados. Além de precisar de notícias, eles precisam entender a notícia. Todo governo tem dificuldades no começo, mas Bolsonaro, como diz FHC, está exagerando. Até quando acerta, dá um jeito de atrapalhar o acerto. Os filhos e os ministros da Educação, das Relações Exteriores, dos Direitos Humanos e do Meio Ambiente também não ajudam e pegou mal Sérgio Moro desconvidar a prestigiada cientista política Ilona Szabó para um conselho da Justiça. O governo tem muito a melhorar.  
[Bolsonaro tem dado suas mancadas, isso é indiscutível, mas, aos poucos vai tomando jeito:
- os filhos, gradativamente, estão sendo contidos;  
- um dos filhos apoiar um ditador não é nada que comprometa (ser filho do presidente, a mesma forma que não concede o direito de se imiscuir nos assuntos de governo, não obriga a pensar igual ao que pensam os formadores de opinião);
- qualquer um que seja convidado a exercer um cargo sujeito à demissão  'ad nutum' tem que estar preparado para ser desconvidado ou mesmo levar um chute no traseiro - ao aceitar sabe disso.
 
Vale lembrar que o patrulhamento que ele sofre de parte da Imprensa é tamanho que, em recente pesquisa, uma repórter de tradicional revista ao comentar o resultado da enquete - amplamente favorável ao nosso presidente, com índice de avaliação positiva superior ao percentual de votos que obteve no segundo turno das eleições
deu um jeito de colocar em segundo plano a avaliação positiva de forma a não mostrar o indiscutível: 
- o pesquisado quando avalia algo de forma positiva, está automaticamente aprovando - sem sentido, é que  avaliações positivas sejam apresentadas de forma a deixar, especialmente aos desavisados,  a impressão de rejeição ao que foi avaliado positivamente.]
 
Eliane  Cantanhêde - Folha de S. Paulo
 
 

 

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Ora, como é que grupos que afirmam ser o STF a sede da mentira ousam apresentar pauta ao tribunal? E se ele disser “sim”???

É desrespeitando o STF que Lula está se dando bem e conseguindo o que quer: permanecer em liberdade - assim, está se tornando um exemplo a ser seguido

[existe maior desrespeito do que chamar a Suprema Corte de 'supremo acovardado'?

Lula chamou, nenhum ministro reclamou, a PGR não representou contra ele e ainda ganho de bônus um salvo contudo.]

É detestável o rumo que as coisas tomaram. Grupos contrários à concessão do habeas corpus a Lula, incentivados pela militância de pessoas que ocupam funções de estado, plantaram um faixa em frente ao Supremo em que se lê: “1º de Abril: Feliz Dia do STF”, numa alusão ao “Dia da Mentira”. Ao mesmo tempo, lê-se numa outra: “STF: exigimos justiça e ética. Prisão em segunda instância já”. Ou ainda: “Venha exigir Lula na prisão 03/04 – 18h – STF”. Dizer o quê?


Se o tribunal é uma mentira, como dizem os valentes, como eles reivindicam, então, o que consideram ser justo àquele que têm como expressão da trapaça? Ainda que seu pedido viole a Constituição, e viola, é fato que quase a metade do tribunal defende a tese inconstitucional. Assim, a matéria pode ser considerada, com alguma generosidade, controversa. Bem, se, no entanto, desrespeitam de saída o tribunal que vai decidir, fazem um discurso sem lugar, absurdo em si. Ora, e se o tribunal que consideram uma mentira fizer o que eles desejam? Então ele passará a ser a fonte de onde emana a verdade?


A coisa não e só absurda. É autoritária também. Como respeitar intelectualmente quem acha que só é legítimo um tribunal que arbitra a favor de suas causas? É um troço obviamente fascistoide. E a agressão ao STF e aos ministros encontra eco e acolhida em alguns grupos cuja virulência retórica não deve nada aos tais blogs sujos, que se tornaram célebres no governo petista. Sim, eram financiados por dinheiro público. Hoje, há verdadeiras hordas em ação cujos financiadores não mostram a cara. Não vejo diferença entre traficantes de influências estatais e milicianos da desordem. São metáforas políticas da mesma disputa política que há nos morros no Rio. Com o resultado conhecido.

Blog do Reinaldo Azevedo


quarta-feira, 22 de março de 2017

Condução forçada de blogueiro petista, Constituição e o que penso

A ser verdade que Eduardo Guimarães foi instado a revelar sua fonte à PF, estamos diante de uma clara agressão a três dispositivos da Carta Magna

Lá vamos nós cuidar de assuntos difíceis. Lá vou eu fazer o que os meus adversários não fariam.

Aliás, os tempos andam tão favoráveis a covardes, a pusilânimes, a amoralistas que mesmo alguns aliados recuam quando percebem que a luta pode se tornar mais dura. Preferem ser doces com aqueles que os desprezam. É típico da psicologia de um covarde: está sempre implorando o olhar condescendente do inimigo. Sente-se protegido. E passa a alimentar rancor pelo aliado que lhe cobra coerência. A que me refiro? Antes do fato, que já foi noticiado por Mônica Bergamo, um pouco de memória.

Existe um blogueiro de esquerda chamado Eduardo Guimarães. Ele edita o “Blog da Cidadania”. Os que conhecem a página sabem que só não sou chamado de “santo” pelo sr. Guimarães. Todo o resto é permitido, em textos e comentários. Quando eu fazia “Primeira Leitura”, chegamos a trocar e-mails. Ele comentava na página. Nas vezes em que falamos, houve cordialidade, até onde me lembro.

Quando ele criou a página, passei a ser do demônio de plantão dele e de seus parceiros de jornada nos blogs que passaram a ser conhecidos como “sujos”, alcunha que eles próprios assumiram depois. Era uma tentativa de ironia. Virou uma manifestação de sinceridade.

E por que sujos? Porque a maioria, senão a totalidade, era alimentada por dinheiro público, por verba publicitária do governo federal, das estatais, dos sindicatos, de unidades da federação estaduais e municipais comandadas pelo PT. Não sei, nem interessa agora, se Guimarães foi um dos contemplados por Petrobras, Banco do Brasil, CEF, Correios e afins. Sua página, com certeza, tinha mais visibilidade do que a de alguns pistoleiros profissionais.

Uma coisa é certa: ele integrava o pool dos ditos “blogueiros progressistas”, que volta e meia “entrevistavam” (pensem nessa palavra com muitas aspas) Lula e Dilma. Não é originalmente jornalista — desconheço a profissão primeira. Mas reconheço que sua página conservou um viés de militância petista que os “profissionais” haviam perdido. Afinal, queriam era dinheiro!
Agora ao ponto.
Leio na coluna de Mônica:
“O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, determinou a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, que edita o Blog da Cidadania. A Polícia Federal cumpriu o mandado na manhã desta terça (21) e levou o profissional para a superintendência do órgão, onde ele deu depoimento. ..."



 

 

 

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Blogs com dinheiro público



[os famigerados Blogs 'chapa branca' ou 'blogs sujos', tão ao gosto do PT.]

Os blogueiros com verba cortada nunca contrariaram seus generosos financiadores
A presidente Dilma Rousseff deu vários e sérios motivos – sua irresponsabilidade fiscal, sua desastrada política econômica, a conivência com o esquema de corrupção revelado pela Lava Jato, além de sua inabilidade política e sua incapacidade administrativa – para que a população fosse às ruas clamar por seu impeachment. Nesse elenco de razões, deve-se incluir uma que – é de justiça reconhecersempre causou especial repugnância à consciência democrática da população brasileira: a prática lulopetista de usar dinheiro público para custear ações ideológico-partidárias.

Pois esse problema começa a ser corrigido. Conforme reportagem do Estadão, o presidente em exercício Michel Temer cortou a principal fonte de recursos de blogs e sites cuja única razão de existir era apoiar o PT. O Palácio do Planalto bloqueou ao menos R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até dezembro em publicidade de Ministérios e empresas estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

O principal site afetado pela medida é o Brasil 247”, que deixará de receber R$ 2,1 milhões do governo federal. Outros sites que não receberão recursos federais são oDiário do Centro do Mundo” (R$ 1,1 milhão), “Blog Conversa Afiada” (R$ 865 mil), Pragmatismo Político(R$ 219 mil), “Blog do Esmael Morais” (R$ 168 mil) e “Blog do Cafezinho” (R$ 124 mil). Como se vê, o lulopetismo era generoso com seus amigos.

O novo governo também determinou o bloqueio de verbas para alguns jornalistas que tinham contratos com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Num caso, os valores chegavam a R$ 1,9 milhão. Noutro, o montante total era de R$ 1,5 milhão.

Logo após assumir interinamente a Presidência da República, Michel Temer havia vetado repasse no valor de R$ 100 mil da Caixa Econômica Federal para o 5.º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, ocorrido em Belo Horizonte e que contou com a participação de Dilma Rousseff numa de suas sessões. O manifesto redigido no evento chegava a dizer que o impeachment era parte de uma “estratégia de recolonização do continente e de desestabilização dos Brics”.

O rápido corte dessas verbas, como se vê, era mais que necessário. Era uma verdadeira afronta aos princípios de um Estado Democrático de Direito, cuja atuação deve refletir uma profunda isenção política e ideológica, o custeio com dinheiro público de um evento cuja única finalidade era apoiar o PT. Em alguns casos, como já reconheceu a Justiça, difamando oponentes políticos.

Tais blogs sempre disseram ser independentes. Mas eles nunca contrariaram seus generosos financiadores. Suas publicações comprovam seu fiel serviço ao PT. O objetivo é simplesmente prestar apoio ao projeto de poder lulopetista, que sempre fez questão de ignorar qualquer separação entre governo e partido.

Como já era de esperar, diante da prudente medida do governo de Michel Temer de cortar suas fontes de receitajá que não cabe ao governo federal financiar ações partidárias –, alguns blogs denunciaram estar sob censura. Alegaram que, com a medida, o Palácio do Planalto pretendia calar a crítica. O blog “O Cafezinho” denunciou, por exemplo, a perseguição contra “meia dúzia de blogs (…) que se especializaram em fazer a desconstrução da narrativa golpista da mídia”. Não conseguem, como se vê, esconder seu caráter partidário e parcial – e repetem a torto e a direito, em coro, a matraca do golpe.

Bem fez, por isso, o presidente em exercício Michel Temer em cortar o quanto antes esses financiamentos. Era um escândalo essa política petista de bancar os amigos. 

Era a cabal comprovação do descaramento do PT no trato com a coisa pública, como se as verbas públicas pudessem ser usadas a seu bel-prazer, sem a menor preocupação em respeitar a lei e o interesse público.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo





sexta-feira, 20 de maio de 2016

Secom manda suspender patrocínio da CEF para encontro de “blogs sujos”


Adivinhem quem vai fazer o discurso de abertura... Sim! Ela, a “Afastada”. Secom tem de fazer uma auditoria na área
Aplausos para a decisão! O governo Michel Temer ordenou que a Caixa Econômica Federal suspenda o patrocínio de R$ 100 mil reais para um evento promovido pelos sedizentes blogueiros progressistas, que já contavam com farto financiamento de estatais e do próprio governo federal.

O 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais acontece entre os dias 20 e 22 de maio em Belo Horizonte, Minas. Adivinhem quem vai abrir o encontro… Sim, Dilma Rousseff, a Afastada. O tema não poderia ser mais eloquente: “A defesa da democracia e a luta contra o golpismo midiático”. Entenda-se: para um blogueiro dito “progressista”, de esquerda, “golpistas” são aqueles que não concordam com eles e que defendem a Constituição.

Aliás, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) mandou reavaliar todas os contratos de publicidade com os veículos de comunicação. Até porque a companheirada decidiu torrar toda a verba, né?, o que inclui a farta distribuição de dinheiro para os blogs sujos.

A questão é tão importante para o PT que Rui Falcão, presidente do partido, resolveu escrever sobre o assunto na página oficial da legenda. Ele acha um absurdo que o governo federal e as empresas públicas parem de financiar blogs que se dedicam a defender o PT e os petistas e a atacar os adversários do partido — ou aqueles que eles julgam adversários. Falcão acha que a função do estado brasileiro é defender a sua agremiação.

A questão chega a ser surrealista. Venham cá: se um governo pode financiar os ditos “blogs progressistas”, não poderia, então, financiar também “blogs reacionários”??? A propósito: o que há de “progressista” em ter o nariz marrom, em viver de joelhos para o poder, em exercer a voz do oficialismo?

Aliás, espero que o governo Temer mude a relação com os veículos de comunicação. Há que se criar um critério objetivo para distribuir a verba publicitária que pertence ao povo brasileiro, não aos partidos. O único critério aceitável é o técnico. Não! Eu não acho que, agora, chegou a hora de “pagar para o outro lado”; eu não acho que Temer deva financiar os blogs que falem bem dele e mal do PT. Eu sou contra esse tipo de pistolagem. É preciso respeitar o dinheiro dos brasileiros.

Até porque, meus caros, não duvidem que alguns dos blogs sujos mudariam bem fácil de lado… Bastaria pagar o preço. É preciso parar com essa sem-vergonhice. Isso é chantagem.

Auditoria
Mas é preciso mais do que isso. A Secom tem de proceder a uma auditoria rigorosa para saber como o dinheiro da publicidade oficial foi empregado, ao longo dos anos, para fazer o trabalho sujo dos sujos. O lugar de alguns personagens que fizeram parte desse enredo macabro é a cadeia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


sábado, 21 de março de 2015

A crise é o PT! Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois?

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade

Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho.

Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil.

Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero.

Ainda que a estrela ajardinada tenha sido removida semanas depois, em face das críticas que provocou, seu simbolismo mostrou-se irremovível. “O Brasil é nosso”, dizem os petistas. Lula, no recente ato da ABI, bradou que “a Petrobras é nossa” isto é, deles, que, com base nisso, a sugaram até a falência.

Num de seus inumeráveis arroubos de palanque, registrados no Youtube, Lula diz que só não descobriu o Brasil porque “não estava vivo naquela época”. Se estivesse, é o que se deduz, teria se antecipado a Pedro Álvares Cabral. Como não foi possível, joga ao lixo os 500 anos que o precederam e inaugura uma nova história. Esse sentimento de posse em relação ao país e suas instituições explica a, digamos assim, dificuldade do PT em aceitar a alternância no poder. São capazes, nas palavras da candidata Dilma Roussef, de “fazer o diabo” para ganhar as eleições. E fizeram e ganharam, mas o “diabo” mandou a conta, que aí está.

A insistência com que o PT repete que venceu as eleições sugere que ele mesmo não está convencido disso. Venceu, mas como? Mediante compromissos que não está cumprindo e não terá como cumprir. Não só: venceu por estreita margem, que, numa pesquisa, indicaria empate técnico.

Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois? De que lado estão? Dilma não parece ter entendido que, na soma total, foi eleita por uma minoria – e mesmo esta acabou frustrada pelo descumprimento das promessas eleitorais. Isso explica o fato de estar refém de vaias, manifestações e panelaços. Para se locomover, precisa acionar um vasto aparato de blindagem, que contrasta com o fato de estar no terceiro mês deste segundo mandato. O “Fora FHC”, acionado menos de um mês após a posse de Fernando Henrique - reeleito no primeiro turno, em 1999 -, não foi um grito das ruas. Foi concebido por alguns aloprados do PT, sob o comando do então governador gaúcho Tarso Genro. Não prosperou exatamente porque faltou o grito das ruas. Agora, acontece o contrário: os tucanos se opõem ao “Fora Dilma”, enquanto as ruas bradam por ele. Que governador petista se disporia às vaias de sua base e do adversário como aconteceu quinta-feira passada, em Goiânia, com o governador tucano Marcone Perillo – para defender a presidente em nome da tolerância política?

O sentimento petista de posse legítima e definitiva do país dificulta a negociação da crise. Documento interno vazado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República recomenda que se invista nos blogs sujos aqueles pagos com dinheiro público para difamar adversários e nos “guerrilheiros” (sic) virtuais.

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade: se a notícia é boa, é jornalismo; se é ruim, é publicidade golpista. Como não noticiar dois milhões de pessoas nas ruas do país contra o governo?

O fracasso das manifestações do partido no dia 13 indica que já não manda nas ruas. O “exército do Stédile” carece de mão de obra. Não bastam sanduíche de mortadela e cachê. Sem classe média a mesma que levou o PT ao poder e hoje o abandona -, não há movimento nas ruas, não há revolução, não há nada. [retificando: na maior parte das cidades, os gatos pingados que saíram às ruas para formar o 'exército de Stédile', foram vítima da mania petista de enganar, ludibriar, roubar = pelo prazer de roubar enganam os próprios comparsas: se venderam por R$ 50, condução e um sanduba de mortadela e receberam um pão com margarina.]  
 
Marx, Lênin, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara eram todos de classe média. É onde se produz e se põe em cena a chamada massa crítica de qualquer sociedade, à direita ou à esquerda.  A “elite branca” termo racista (e, portanto, criminoso) com que o PT busca satanizar a classe média e apostar na divisão do país é responsável pela construção do PT, que não possui (nunca possuiu) um único negro em seu comando.

Lá estão os olhos azuis de Marta Suplicy, João Pedro Stédile, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Renato Duque, entre outros. O mesmo partido que diz ter levado 20 milhões à classe média agora a abomina e discrimina racialmente.  Um partido nutrido nas elites acadêmicas de São Paulo tem tanta legitimidade para rejeitar a “elite branca” quanto para defender a Petrobras. E o resultado de tanta contradição para não “largar o osso” (vide Cid Gomes) é que o partido não vê saída para a crise – e por um motivo simples: ele próprio é a crise.

Por: Ruy Fabiano, jornalista - O Globo 

 

 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Dilma derrete



Popularidade de Dilma derrete: 62% de ruim e péssimo contra apenas 13% de ótimo e bom; o Nordeste e os mais pobres desistiram da petista. Pior: há aloprados querendo piorar tudo
A Secretaria de Comunicação do governo, cujo titular é Thomas Traumann, elaborou um documento aloprado sobre a situação política do país, propondo um conjunto de ações eivado de ilegalidades. Acredita-se na possibilidade de reverter o desgaste de Dilma na base da “guerrilha” de propaganda, como está lá. Leiam post a respeito. Entre as propostas, está intensificar a relação com os chamadosblogs sujos”, que seriam os “soldados de fora” que atirariam com munição fornecida pelo governo.  Pois é…

Se a receita fosse mesmo essa, a Secom teria que, literalmente, chafurdar no mar de lama. Por quê? Dilma Rousseff derreteu. Em pouco mais de um mês, os que consideravam seu governo ótimo e bom despencaram de 44% para 13%. Os que o avaliam como ruim ou péssimo saltaram de 23% para 62%, e caíram de 35% para 24% os que o veem como regular. Os números são do Datafolha e estão na edição da Folha desta quarta. O instituto entrevistou 2.842 pessoas entre os dias 16 e 17. Pode-se argumentar que os dados estão sob o impacto dos protestos do dia 15. Mas também é possível considerar que os protestos do dia 15 só foram tão bem sucedidos porque esses sãos os números, não é mesmo?

Não há boa notícia possível para Dilma. Pela primeira vez, desde que o PT está no poder, a reprovação ao governo no Nordeste encosta nos números do Sudeste, onde a presidente conta com apenas 10% de ótimo e bom e 66% de ruim e péssimo. Entre os nordestinos, esses números são, respectivamente, 16% e 55%. A região mais severa com a presidente é o Centro-Oeste: 75% de ruim e péssimo e só 10% de ótimo e bom. No Sul, estes números são, na ordem, 64% e 13%. Só a Região Norte destoa um pouco, mas ainda com números francamente hostis à presidente: 51% de ruim e péssimo e 21% de bom e ótimo.

Dilma, como eu já havia apontado aqui na pesquisa de fevereiro, viu desabar a sua popularidade entre os pobres: acham seu governo ruim ou péssimo 60% dos que ganham até dois salários mínimos; 66% dos que recebem de dois a cinco; 65% entre os que ganham entre cinco e dez e mais de dez. O seu mais alto índice de ótimo e bom, bem mixuruca, está na faixa de até dois mínimos: 15%; o mais baixo, na de dois a cinco: 10%.

Se os números são ruins, as expectativas podem ser piores. Sessenta por cento acreditam que a situação econômica vai piorar, e só 15%, que vai melhorar. Para 77%, a inflação vai subir, e só 6% acreditam que vai cair. Creem que o desemprego vai aumentar 69% dos entrevistados, contra apenas 12% que pensam o contrário. Segundo o Datafolha, é o maior pessimismo registrado no país desde 1997. O governo e os petistas deveriam parar com essa bobagem de que os protestos contra o governo são coisa de rico, não é mesmo? Como se nota, os pobres formam hoje um formidável público potencial para as manifestações. Ainda que não tenham aderido em massa à mobilização do dia 15, parece que podem fazê-lo a qualquer momento. Se a tática desesperada da Secom for posta em prática, aí é que o bicho pode mesmo pegar. A nota atribuída pelos entrevistados a Dilma também caiu: de 4,8 em fevereiro para 3,7 agora.

O Congresso não merece avaliação melhor em tempos de petrolão: só 9% dizem que seu trabalho é ótimo ou bom, contra 50% que o têm como ruim e péssimo. Os números são péssimos, sim, mas é evidente que a crise política não tem origem no Parlamento.  Como Dilma sai das cordas? Uma coisa é certa: não é alimentando a guerra suja, como sugere um documento da Secom. Talvez um primeiro passo fosse se cercar de gente capaz de entender a natureza da crise. Até agora, não há ninguém com esse perfil. O petismo aloprado só a aproxima ainda mais do abismo.


Fonte: Reinaldo Azevedo – Revista VEJA