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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

A bizarra profecia de Nostradamus que já abalou o Rock in Rio

Quando o evento surgiu, em 1985, circulavam boatos de que uma grande reunião de jovens na América do Sul acabaria em tragédia

Em 1985, a ideia de reunir 200 000 pessoas por dia para assistir às maiores bandas do mundo em solo brasileiro era um projeto que parecia megalomaníaco. 
Com uma aura quase mística, a primeira edição do Rock in Rio chegou cercada de altas expectativas. A maioria delas era positiva, mas uma exceção ameaçava atrapalhar a festa.
 Às vésperas do festival, circularam boatos sobre uma suposta profecia de Nostradamus prevendo que “um grande encontro de jovens na América do Sul perto do final do século terminaria com uma tragédia que causaria a morte de milhares de pessoas” – o público, é claro, juntou as peças e elegeu o Rock in Rio como local da catástrofe anunciada.

Para a sorte dos organizadores, o medo não impediu que os fãs do rock comparecessem em peso a Jacarepaguá para assistir aos shows do Queen, Iron Maiden, AC/DC e outros astros da época. Mas havia, sim, uma clima de tensão no ar – e até a Igreja católica se meteu na história. Pouco antes do início do festival, o cardeal arcebispo D. Eugênio Sales divulgou uma nota condenando o evento e dizendo que o rock seria um estilo que agiria contra a moral, já que o gênero costumava ser ligado ao diabo.

Houve, no entanto, quem resolvesse desafiar o universo e brincar com a situação. O cantor Eduardo Dusek aproveitou o furor da falsa profecia para fazer piada e promover uma de suas músicas, batizada com o nome do profeta. “Nostradamus gostava muito de rock’nroll”, disse no palco. A alemã Nina Hagen entrou no clima e disse em uma coletiva que um grande desastre seria positivo. “Trinta e cinco milhões de naves alienígenas estarão a postos para salvar a gente. Só os muito ruins não serão resgatados”, debochou ela.

Para a sorte dos presentes, nenhuma tragédia se concretizou naquele ano. Na edição seguinte, em 1991, um novo boato voltou a ganhar força. Agora, a previsão dava conta de que o Maracanã iria desmoronar. A organização chegou até a fazer obras extras no estádio só para acalmar a população. De novo, nada aconteceu, e o festival segue firme e forte até hoje, sempre rendendo boas histórias.

[sobre a tragédia vale registrar que,  segundo vários autores,  Nostradamus previu que o fim do mundo seria na virada do milênio = alguns autores até exploraram um suposto acerto do profeta sobre o atentado contra o Papa João Paulo II   diziam que em uma profecia  de Nostradamus consta um trecho com o texto: "... quando a rosa vermelha florescer na França, o Papa com dois nomes, que sucedeu ao de breve pontificado, sofrerá grave atentado atentado... ". 

Simples, foi fácil associar a vitória do partido socialista na França - símbolo uma rosa vermelha - ao  Papa João Paulo II, sucessor do Papa Albino Luciano, 33 dias de pontificado, e teríamos um acerto do vidente ao fim do mundo. Nada ocorreu na virada do milênio - sobre fim do mundo, o evento mais recente foi a instauração pelo STF do "inquérito do fim do mundo".

Por tudo, preferimos as palavras de Jesus Cristo em Mc 13.32-37; Lc 21.34-36; 17.26-27, 34-35; 12.39-46, Mt 24.36-51; Lc 21.34-36.]

O Som e a Fúria - Revista VEJA


terça-feira, 16 de abril de 2019

Toffoli, uma caricatura de ditador

Ou falta conhecimento jurídico a Toffoli ou sobra vocação a ditador

A censura voltou!


De duas uma. Ou falta conhecimento jurídico ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ou sobra vocação para ditador. Há uma terceira hipótese: à ignorância jurídica e à vocação para ditador alia-se o medo de ser flagrado em ato ilícito.  Está na Constituição: “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social”. Está lá também: “É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

E como se não bastasse, outro artigo da Constituição determina: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Seria preciso dizer algo mais a respeito? Por desnecessário, não.
Pois bem: Toffoli pediu e seu colega Alexandre de Moraes ordenou à revista eletrônica Crusoé e ao site O Antagonista a retirada do ar de uma reportagem onde o empresário Marcelo Odebrecht revela quem era o dono do codinome “amigo do amigo do meu pai”.

O pai de Marcelo se chama Emílio. O amigo de Emílio era Lula. O amigo de Lula era Toffoli. Foi o que Marcelo contou em depoimento à Lava Jato. Toffoli foi o advogado-geral da União entre 2007 e 2009 enquanto Lula presidia o país e a Odebrecht ganhava dinheiro. Ganhou muito nos dois mandatos de Lula, inclusive superfaturando o preço para a construção de uma hidrelétrica no Rio Madeira. A Odebrecht pagou propina no contrato firmado com o governo. Marcelo disse não saber a quem a propina foi paga. O mais escandaloso nisso tudo, para além da censura, foi que o depoimento de Marcelo, uma vez tornado público, acabou retirado dos autos da Lava Jato depois que juiz da 13ª Vara, Luiz Antonio Bonat, pediu informações a respeito. Quem retirou? Por ordem de quem?

Em resumo: a Lava Jato quis saber quem era “o amigo do amigo do meu pai”, fato; Marcelo respondeu que era Toffoli, fato; a Crusoé e O Antagonista limitaram-se a contar o que havia ocorrido, fato. Então a censura proibida pela Constituição foi restabelecida no país, fato.  Uma aberração deu origem a outra. A censura é filha da portaria baixada por Toffoli para apurar “notícias fraudulentas, denunciações caluniosas e infrações revestidas de animus caluniador, difamador e injurioso que possam atingir a honorabilidade e a segurança do STF, de seus membros e familiares”.

Alexandre de Moraes foi designado por Toffoli para presidir o inquérito aberto. Ele pode convocar juízes para auxiliá-lo – e já o fez. E acionar a Polícia Federal, e já acionou. Alexandre é quem dirá se uma notícia é fake, caluniosa, e se põe em risco a segurança do STF enquanto instituição, ou dos seus ministros e parentes. A portaria de Toffoli envergonhou vários dos seus pares, a maioria deles, contudo, sem coragem suficiente para declarar que ela é simplesmente bizarra e deve ser revogada o mais rápido possível. Se não for, melhor que se reconheça que no país da jabuticaba brotou mais uma a ditadura da toga.