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domingo, 3 de abril de 2022

Um Oscar para o Oscar - Ana Paula Henkel

Foi-se o tempo das manhãs de ressaca por ter ido dormir de madrugada depois de passar horas assistindo à cerimônia e torcendo para o filme A ou a atriz B levarem a famosa estatueta. Hollywood há alguns anos se tornou um show de hipocrisia, ataques políticos a apenas um lado do espectro político-ideológico e piadas sem graça feitas por e para os hedonistas da indústria. Se você, assim como eu, há muito tempo não assistia à cerimônia, certamente agora você já sabe que Will Smith decidiu dar um tapa na cara de Chris Rock durante a transmissão do Oscar no último domingo. Depois de esbofetear o mestre de cerimônia, Smith voltou ao seu lugar e gritou: “Mantenha o nome da minha esposa fora da m… da sua boca”, mostrando estar consternado com uma piada que Rock fez sobre o cabelo raspado de Jada Pinkett Smith, esposa de Will. Jada tem uma condição chamada alopecia, que resulta em perda de cabelo, e Chris brincou sobre ela estar em G.I. Jane 2, referindo-se a uma continuação de G.I. Jane, filme estrelado por Demi Moore, em que ela raspa a cabeça para encenar uma mulher que passa por um treinamento de operações militares. Poucos momentos depois do tapa, antes que alguém pudesse realmente digerir a cena vista no palco, Smith ganhou o prêmio de melhor ator e em seu discurso se desculpou, em lágrimas, com a Academia, dizendo que sentia que precisava defender sua família.

Will Smith é um conhecido ator de blockbusters, como Homens de Preto, no entanto, não foi a primeira vez que o estrelato de Will Smith foi definido mais por sua vida pessoal do que por seus papéis na tela. Recentemente, ele documentou sua perda de peso em um programa no YouTube chamado Best Shape of My Life. Ele também apareceu na série do Facebook de sua esposa Red Table Talk, para discutir o casamento que há anos demonstra sinais de uma crise permanente com assumidos casos de traição por parte dela. Na série Welcome to Earth, do gigante Walt Disney, Smith testou sua coragem pessoal em aventuras na natureza ao redor do mundo. 

Em novembro do ano passado, revelando segredos profundos, o ator escreveu em Will, seu livro de memórias e que esteve durante vários meses nas listas de best-sellers: “O que você passou a entender como ‘Will Smith’, o aniquilador de alienígenas, a estrela de cinema maior que a vida, é em grande parte uma construção — um personagem cuidadosamente elaborado e afiado — projetada para me proteger”. Em uma recente entrevista, Jada Smith, que já admitiu ter tido outras relações fora do casamento com Will, declarou que gostaria de viver um “casamento aberto” e que “casamento não é prisão”.

Enquanto muitos debatiam quem estava com a razão na bofetada agora vista por milhões e milhões de pessoas no mundo, se a piada de Chris Rock foi apenas uma piada de mau gosto ou um ataque à honra de Jada Smith e, por isso, Will estava coberto de razão em defender a honra de sua esposa, eu, como moradora da Califórnia há muitos anos e observadora das ações, reações e estratégias da bolha hollywoodiana, não pude deixar de contemplar alguns aspectos, no mínimo curiosos, no episódio. Como se trata de Hollywood, eu também não descartaria a hipótese de uma encenação.

Primeiro, não pude deixar de notar que os dois grandes patrocinadores do Oscar neste ano eram dois grandes nomes das big pharmas: Biontech e Pfizer. Sim, a Pfizer da pandemia e das controversas vacinas. Devido à condição capilar de Jada Smith, exposta pela “piada” de Chris Rock, a alopecia foi um dos assuntos mais debatidos e procurados nas ferramentas de busca nas 48 horas após o Oscar. Dentre os milhões de cliques e links, a cura para a doença estava entre as palavras mais pesquisadas. Curiosamente (coloque seu chapéu de alumínio agora!), em 2018, a Pfizer iniciou testes para um medicamento chamado Allegro 2b/3. Em agosto de 2021, a farmacêutica anunciou os resultados positivos dos testes finais da medicação e agora, em 24 de fevereiro, o NIH (National Institute of Health), o órgão administrador de pesquisas médicas dos EUA, publicou oficialmente os resultados do Allegro2b/3, que — curiosamente — promete tratar e curar a alopecia, a doença de Jada Smith que causa a queda de cabelo. Exposição planejada?

Bem, teorias conspiratórias à parte, o que não consegui deixar de notar foi a série de eventos hipócritas dentro de um evento bizarro, ensaiado ou não. Voltemos a fita um pouco. Há alguns anos, Hollywood encabeçou a criação do “Me Too”, movimento de “empoderamento feminino” contra o assédio sexual na indústria. Muitas atrizes de Hollywood que hoje são festejadas como “quebradoras do silêncio” passaram anos numa bizarra mudez alimentando uma perturbadora cumplicidade com produtores endinheirados e que acabou protegendo predadores sexuais. Enquanto roteiros de filmes eram trocados e fotos no tapete vermelho com vestidos de grife eram tiradas, outras mulheres sem a mesma projeção que as “empoderadas” de Hollywood eram vítimas de estupros e assédio sexual.  Por que demoraram tantos anos para se tornar “a voz das mulheres”?

Enquanto essas mulheres poderosas e milionárias davam belos discursos com os olhos marejados sobre o assédio e a violência contra a mulher, elas também fingiam não saber quem eram os predadores, alguns deles na plateia, como Harvey Weinstein. Celebridades, homens e mulheres consagrados que escolheram se calar por anos e anos contra os algozes de quem não tinha a mesma voz. 

Perdoem meu francês, mas como respeitar mulheres que descem a roupa para subir mais rápido na vida e depois de conquistar todo dinheiro e sucesso posam de porta-vozes contra o assédio e a violência sexual? 
Quantas mulheres tão ou mais talentosas e aptas para seus postos abriram mão de estar no topo para manter a própria dignidade? 
É bom deixar bem claro: os vilões dessas histórias de assédio são evidentemente os assediadores, mas quem topa voluntariamente trocar sexo por uma promoção ou um caminho mais curto para a fama não merece prêmios nem respeito pelo simples motivo de que muitas mulheres, na mesma situação, recusaram a oferta. Outras ainda denunciaram seus agressores, correndo todo tipo de risco para que esses monstros não cometessem mais crimes e fizessem mais vítimas. E isso é só uma parte de Hollywood.

E se Chris Rock fosse um comediante branco fazendo uma piada horrorosa com uma mulher negra?

Nos últimos anos, temos sido bombardeados com a vil agenda do atual progressismo segregacionista. Mulheres contra homens, filhos contra pais, negros contra brancos, homossexuais contra heterossexuais. É a máxima da estratégia de guerra, tão usada pela seita marxista: dividir para conquistar, agora de roupa nova. No caso de Hollywood, de roupa de grife. Há quanto tempo escutamos que tudo é racismo, tudo é misoginia, tudo é homofobia… Tudo é tudo! O que faz com que todos sejamos racistas, homofóbicos, misóginos, ninguém, de fato, é. Na nação mais livre e empreendedora do mundo, onde a ascensão através do trabalho árduo anda de mãos dadas com oportunidades, parte doente da atual sociedade norte-americana vive entoando que a América é dominada pelo racismo estrutural, presente no seu DNA. O racismo sistêmico, assim pregam, está por todo lado. 

Policiais matam negros apenas por causa da cor de sua pele. Negros não conseguem lugares de destaque na racista sociedade norte-americana e discursos em festas como o Oscar pregam a injustiça contra pessoas negras que não têm oportunidades no seletíssimo clube hollywoodiano. O fato curioso da semana, ou a realidade esbofeteando a bolha, é testemunharmos três personagens milionários da nata do entretenimento três afro-norte-americanos —, moradores de bairros ricos e elegantes de Los Angeles e do Estado com o maior PIB dos EUA e o quinto do mundo, sendo protagonistas no polêmico evento visto por milhões e milhões de pessoas no mundo. O ingresso mais barato do show de Chris Rock passou de US$ 80 para US$ 350.

Outros pontos interessantes sobre a bofetada são perguntas que deixaram a esquerda norte-americana confusa e sem resposta: se Jada Smith teve sua honra ferida por uma piada de gosto duvidoso (seja lá o que honra signifique para o casal que vive em um casamento aberto), o que aconteceu com a tal “masculinidade tóxica”? Homens defendendo suas esposas? Um pilar do conservadorismo norte-americano? Shame! Onde já se viu isso, progressistas? Mulheres empoderadas não precisam de homens! Como é mesmo a frase que as feministas do “Me Too” costumam dizer aqui? Ah, é… We are enough, ou nós somos suficientes. Hum.

Outra pergunta que é impossível não fazer: e se Chris Rock fosse um comediante branco fazendo uma piada horrorosa com uma mulher negra? E se Chris Rock tivesse feito uma piada com uma doença de uma atriz branca e seu marido loiro de olhos azuis tivesse se levantado e dado um tapa na cara do comediante negro? 

Sim, estaríamos na Terceira Guerra Mundial. E mais: a turma que prega amor entre todos os seres humanos, como é mesmo que eles dizem?…Ah! Love is love, agora valida a agressão física quando ofensas verbais são proferidas, ou temos que analisar antes a cor da pele, o gênero, a orientação sexual e, claro, o lado no espectro político-ideológico? A pergunta é retórica.

A Academia disse na quarta-feira que iniciou processos disciplinares contra Will Smith por violar seus padrões de conduta, “incluindo contato físico inadequado, comportamento abusivo ou ameaçador e comprometer a integridade da Academia”. Smith terá pelo menos 15 dias para responder sobre suas violações e poderá oferecer uma resposta por escrito. As punições podem incluir suspensão, expulsão ou outras sanções, disse o comunicado da Academia. O conselho se reúne novamente em 18 de abril. Na segunda-feira, Smith pediu desculpas a Chris Rock, à Academia e aos espectadores do programa em um post no Instagram, chamando seu comportamento de “inaceitável e imperdoável”.

Em Hollywood e para Hollywood, tudo é possível. Se o tapa foi pura encenação, só o tempo dirá, mas, assim como nas telas, é claro como o brilho das estatuetas que estas celebridades escondem verdades inconvenientes para blindar uma vida de festas, glamour, dinheiro e mentiras. Hipocrisia e atuações dignas de um Oscar.

Leia também “Uma agressão às mulheres”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Cotado para o STF e Como foi o ‘divórcio’ de Flávio Bolsonaro e a Kopenhagen - Radar

Robson Bonim

Cotado para o STF, juiz evangélico é promovido desembargador no TRF-2

Defendido por líderes religiosos, William Douglas virou desembargador por tempo de carreira

 Apontado como candidato “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal, o juiz federal William Douglas, titular da 4ª Vara Federal de Niterói, foi promovido a desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região nesta quinta-feira.

O nome de Douglas é defendido por líderes evangélicos como Silas Malafaia e R.R. Soares para a vaga que abrirá com a aposentadoria compulsória do ministro Marco Aurélio Mello, em julho.  Evangélico e autor de best-sellers do direito, Douglas é juiz federal desde 1993. A promoção a desembargador, aprovada por unanimidade pelos integrantes do TRF2, ocorreu por tempo na carreira.

 Filho do presidente fechou a loja de chocolates que ficou famosa ao virar cenário de investigações no caso das rachadinhas

A Kopenhagen facilitou bastante a saída de Flávio Bolsonaro de sua rede de franqueados. Preocupada com o prejuízo de imagem gerado pelo noticiário em torno da loja do parceiro, a marca julgou melhor deixar de lado as letras miúda do contrato com o senador.

Blog Radar - Revista - VEJA


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

O antirracismo como ideologia da classe dominante - Revista Oeste

A nova elite política e cultural quer que o racismo continue indefinidamente para beneficiar-se dos movimentos antirracistas

O ano de 2020 foi moldado por duas coisas. O novo coronavírus dominou todos os aspectos de nossa vida. Mas algo mais também nos agarrou: o antirracismo. Em maio, chocados com a morte de George Floyd pelas mãos de um policial de Minneapolis, nos Estados Unidos, pessoas em todo o mundo saíram do confinamento para participar dos protestos Black Lives Matter (BLM). Estátuas foram derrubadas, figuras públicas se ajoelharam em solidariedade e muitas pessoas bloquearam suas postagens nas redes sociais por um dia. Escolas, universidades e locais de trabalho intensificaram o treinamento em diversidade e iniciativas antirracistas.

Obviamente, houve protestos contra o racismo no passado. Mas no último ano foi diferente. Nunca antes pessoas em todos os continentes, em países e cidades que enfrentam seus próprios problemas, compareceram em tão grande número para apoiar a mesma causa. Nunca antes livros como White Fragility (Fragilidade Branca), Por Que Eu Não Converso Mais com Pessoas Brancas sobre Raça e Como Ser um Antirracista se tornaram best-sellers internacionais. E nunca antes um movimento de protesto teve tanto apoio do establishment. No Reino Unido, o BLM foi publicamente aprovado pela família real, pela Premier League do futebol e por políticos importantes. Corporações multinacionais também entraram em ação. O fabricante de sorvete Ben & Jerry’s comprometeu-se a fazer todo o possível para desmantelar a supremacia branca, enquanto as universidades de primeira linha emitem declarações denunciando seu racismo institucional.

A integração e o apoio da elite a iniciativas antirracismo indicam uma nova compreensão do racismo. A Critical Race Theory (teoria crítica da raça — CRT, na sigla em inglês) costumava ser uma atividade minoritária, um obscuro interesse acadêmico. Em 2020, forneceu a justificativa para protestos, livros, oficinas de diversidade e aulas escolares. Em junho, o Canal 4 britânico exibiu A Escola Que Tentou Acabar com o Racismo, série documental que acompanha a trajetória de crianças em um programa de reeducação antirracista com base nos princípios da CRT. 

Novas frases entraram em nosso vocabulário. Termos como racismo sistêmico, preconceito inconsciente, privilégio branco, apropriação cultural, reparações, microagressão e interseccionalidade migraram de acadêmicos e ativistas para jornais, discussões de rádio, campanhas de caridade e aulas escolares. O presidente dos EUA, Donald Trump, e a ministra da Igualdade do Reino Unido, Kemi Badenoch, fizeram discursos citando explicitamente a CRT e apontando quão nociva ela pode ser.

O que é a Critical Race Theory?
A CRT começa com um desafio ao racismo “científico” do século 19 e início do século 20. Nos tempos do Império Britânico, a exploração colonial e a escravidão eram justificadas pela crença de que os brancos eram física, mental e moralmente superiores às pessoas que eles governavam. Essa visão se estendia à classe trabalhadora doméstica, que era retratada como geneticamente distinta e inferior à classe alta. Essa compreensão biológica da raça começou a ser questionada após a 2ª  Guerra Mundial, embora seu legado tenha continuado a se manifestar na África do Sul na era do apartheid, no sul dos Estados Unidos com as leis de Jim Crow e no Reino Unido com a discriminação.

Os teóricos críticos da raça não são os primeiros a apontar que a raça é socialmente construída; ou seja, não é um fenômeno que ocorre de modo natural, mas criado e tornado significativo por pessoas coletivamente, ao longo do tempo e do lugar. Poucos hoje discordam disso. Contudo, enquanto uma geração anterior de antirracistas desafiou o significado social atribuído às diferenças biológicas para argumentar que havia uma raça, a raça humana, e enfatizou traços universais que criam uma humanidade comum independentemente da cor da pele, os teóricos raciais críticos argumentam que, uma vez construída, a raça se torna um fato incontestável. Como Robin DiAngelo explica em White Fragility: “Embora não haja raça biológica como a entendemos, a raça como construção social tem um significado profundo e molda todos os aspectos de nossa vida”.

Quando a raça é vista dessa forma, o racismo é entendido como sistêmico; isto é, construído na própria estrutura das sociedades concebidas por brancos, para o benefício dos brancos. Os defensores da CRT argumentam que as ideias de superioridade branca e inferioridade negra são intrínsecas à nossa língua, à cultura e até mesmo a interpretações da História. Todos os aspectos de nossa vida diária, desde educação, policiamento, serviço de saúde e emprego, assumem uma norma branca, argumentam eles, e isso ridiculariza a igualdade perante a lei e a noção liberal de igualdade de oportunidades. Como a jornalista Reni Eddo-Lodge explica em Por Que Eu Não Converso Mais com Pessoas Brancas sobre Raça: “Se você é branco, sua raça quase certamente terá um impacto positivo na trajetória de sua vida de alguma forma. E provavelmente você nem vai notar. Em um argumento inescapavelmente circular, a raça é construída e tornada significativa por meio do racismo; são as experiências cotidianas das pessoas em uma sociedade racista que criam a realidade da raça”.

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Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA  

Joanna Williams está atualmente pesquisando crimes de ódio em seu papel como diretora do Projeto Liberdade, Democracia e Vítima no think tank Civitas