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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Quando o movimento LGBT passa a odiar uma trans - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Ao anunciar a candidatura pelo Partido Republicano, Caitlyn Jenner é cruelmente atacada pela turma do 'menos ódio e mais amor' 

Caitlyn Jenner discursa em Los Angeles
Caitlyn Jenner discursa em Los Angeles | Foto: Regina Wagner/Geisler-Fotopress/DPA via ZUMA Press

Você não precisa ser uma atleta de alta performance ou um fanático por esportes olímpicos para perceber que o decatlo não é chamado de esporte dos atletas de ferro à toa. Ser uma medalhista olímpica é uma honra. Ser um medalhista de ouro olímpico em decatlo é entrar para sempre no hall dos deuses do Olimpo.

Bruce Jenner começou sua carreira atlética na Newton High School, em Connecticut, onde praticou futebol americano, basquete e atletismo. De forma independente, começou a praticar esqui aquático. Tornou-se campeão da Costa Leste em 1966. Depois, novamente em 1969 e 1971. Jenner ingressou no Graceland College (Lamoni, Iowa), em 1969, com uma bolsa de estudos em razão de seu desempenho no futebol. Porém, uma lesão no joelho o restringiu ao basquete e ao atletismo. Ele se destacou no atletismo e, aos 22 anos, conquistou um lugar na equipe norte-americana de decatlo para os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, na Alemanha. Ficou em décimo lugar. Mais tarde, em entrevistas, confessou que a recordação de ver o vencedor no pódio foi marcante. No avião, de volta para casa, jurou voltar para conquistar a medalha de ouro. Aquela sensação o consumiu por mais quatro anos.

Jenner chegou aos Jogos de Montreal, em 1976, no auge da Guerra Fria, praticamente como um desconhecido. O jovem norte-americano de sorriso fácil rapidamente chamou a atenção da lenda soviética Nikolai Avilov, que lutava para manter o título de campeão olímpico. Durante a corrida dos 100 metros, Jenner quebrou o seu recorde pessoal. Depois, repetiu o feito nas quatro competições seguintes: salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e a corrida de 400 metros.

Parte do sonho americano é tornar-se um herói, entrar no panteão dos mitos que jamais serão esquecidos. E Bruce Jenner fez a sua parte. Logo após o ouro olímpico em 1976, foi idolatrado nos quatro cantos da América. Tornou-se comentarista esportivo, escreveu uma autobiografia, rodou o país com discursos motivacionais, seu rosto estava estampado em todos os lugares, de linha de roupas a caixas de cereais matinais. Bruce was the man.

​​Caitlyn Jenner discursa em Los Angeles - 
 Foto: Regina Wagner/Geisler-Fotopress/DPA via ZUMA Press

A nova geração de norte-americanos conhece Jenner em razão de sua presença no império dos reality shows. Graças ao casamento, em 1991, com Kris Jenner, a mãe de Kim Kardashian, e de suas irmãs Khloé e Kourtney, Bruce era o patriarca mais famoso do showbiz. Depois de alguns anos exibindo visível transformação física em frente às câmeras, Bruce Jenner anunciou, em abril de 2015, que se identificava como mulher e, dois meses depois, revelou que queria ser chamada de Caitlyn Jenner.

Imediatamente, Caitlyn virou a grande heroína da comunidade LGBT e das manchetes que dão destaque à ideologia de gênero. Ela assinou um contrato para ter na TV seu próprio reality show, I Am Cait, que documentava sua transição e durou duas temporadas. A mudança pública para uma identidade de gênero feminina tornou-se o grande orgulho de um movimento cultural que busca aumentar a visibilidade dos transgêneros. Caitlyn Jenner, mais uma vez, foi amplamente elogiada, idolatrada e colocada no hall dos deuses do Olimpo.

Não por muito tempo.

O ódio nunca foi sobre o que é falado, mas sobre quem está falando

O que parecia ser a história perfeita de superação, do início ao fim, em vários aspectos, encontrou nesta semana um obstáculo olímpico e dificílimo de ser superado. Caitlyn Jenner é republicana e anunciou que concorrerá ao governo da Califórnia. Gavin Newson, o atual governador democrata, terá seu nome na cédula de julho no processo de recall, depois de protocolado o abaixo-assinado com mais de 2 milhões de assinaturas de eleitores californianos pedindo sua remoção do cargo no meio do mandato. Newson teve uma atuação desastrosa no comando do Estado durante a pandemia, com lockdowns eternos, ordens executivas inconstitucionais, recordes de desempregados e de pedidos de falência de empresas.

Leia também “Está na hora de descarrilhar o trem do orgulho LGBT”

 

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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Liberdade de opinião não pode ser confundida com homofobia - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo

O caso Maurício Souza

A perseguição desencadeada contra o atleta Maurício Luiz de Souza, jogador da seleção brasileira de vôlei, é um escândalo destes tempos em que o totalitarismo, a intolerância e o rancor são impostos à sociedade com violência cada vez maior pelos movimentos “politicamente corretos”. Foi um linchamento, puro e simples, da reputação e da carreira esportiva de um cidadão brasileiro que não fez absolutamente nada de errado, e nem outra coisa além de exercer o direito constitucional à expressão do seu próprio pensamento.

Maurício entrou, apenas pelo fato de manifestar uma opinião, na zona de tiro do “movimento gay” — foi executado, sem apelação ou direito de defesa, com o seu desligamento do Minas Tênis Clube por pressão dos patrocinadores Fiat e Gerdau. Ou seja: atleta desse clube não tem o direito de pensar como um cidadão livre — ou, então, tem de esconder aquilo que pensa.

O jogador não cometeu, nem em atos e nem em intenção, nenhum delito de “homofobia”, a acusação genérica que lhe foi feita e apresentada como motivo para a sua punição. O que ele fez? Apenas comentou, em suas redes sociais, que desaprova a entrada de um homem de 50 anos, pai de filhas e com o dobro do tamanho das outras jogadoras, numa equipe universitária de basquete nos Estados Unidos. Em sua opinião, não está certo admitir, em times femininos, homens que se descrevem como “transgêneros” após passarem por cirurgias — só isso.

Qual a lei, ou o mero código de conduta social, que Maurício poderia ter desrespeitado com as suas palavras? 
Ele não insultou ninguém. Não cometeu nenhum ato de discriminação. Não agrediu. Não agiu com desrespeito. 
Não violou o direito à orientação sexual de qualquer praticante de esportes — apenas disse que é contra a participação de homens biológicos em equipes de mulheres. É um ponto de vista, unicamente isso. Há gente a favor, há gente contra. Onde pode estar o crime?

O jogador da seleção brasileira também disse que não gostou do novo Superman gay — nem da “linguagem neutra” que a Rede Globo quer adotar numa de suas próximas novelas. Mas e daí? Por acaso alguém é obrigado a aprovar a última versão do super-herói, ou uma novela de televisão onde os personagens vão falar “ile”, “aquile” e “novéle”?

Estão construindo no Brasil, com o apoio de empresas como Fiat e Gerdau, e de clubes esportivos como o Minas, uma máquina de repressão à liberdade. Ser ”homofóbico”, segundo essa maneira de ver o mundo, não é mais praticar atos de violência, de discriminação ou de desrespeito aos homossexuais, conforme estabelecem as leis — é, simplesmente, desagradar a quem controla alguma das facções do “movimento gay”. Onde está o ódio, aí nas palavras de Maurício ou na sua punição?

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 24 de outubro de 2021

O efeito dominó do bem - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Kyrie Irving | Foto: Divulgação
Kyrie Irving - Foto: Divulgação 
 
Um dos atletas que seguiram a mesma linha foi Kyrie Irving, estrela do Brooklyn Nets. Ele se recusa a ser espetado, apesar da marcação cerrada dos Nets e da mídia. Continua firme, com uma postura amparada em princípios e não na da maioria dos colegas, frequentemente elogiados pelo ativismo a favor do grupo Black Lives Matter. Não há como esconder a hipocrisia. No caso de Irving, essa vida negra não importa tanto assim para a patrulha da covid.

Durante semanas, a imprensa militante e lobista das big pharmas tenta retratá-lo como alguém que tem opiniões malucas sobre a vacinação. Rumores sobre suas reais razões para não se vacinar inundaram as páginas de notícias. Até que, cansado das falácias e dos ataques da mídia, ele decidiu usar seu perfil no Instagram na semana passada para fazer uma transmissão. Quase 100 mil pessoas acompanharam ao vivo o atleta exibindo seus motivos — numa clara demonstração de coragem — para não seguir a corrente do momento: vacine-se e cale-se. Aqui, um detalhe importante: Irving nunca se declarou “antivacina”. Ele apenas argumenta que está preocupado porque as pessoas estão perdendo seus empregos por causa da imposição da vacina.

A transmissão ao vivo foi uma ode à liberdade, à responsabilidade, à ética, à honestidade intelectual e aos direitos civis e divinos. De acordo com Irving, seus princípios estão acima de determinações draconianas e inconstitucionais, projetos de controle social, da própria liga norte-americana de basquete profissional e até dos milhões de dólares que pode perder por não se vacinar — a consequência imediata deverá ser a proibição de entrar em quadra.

A conversa durou 20 minutos e já foi vista por milhões de pessoas. Trata-se de um conteúdo rico e profundo do início ao fim. Irving fez questão de deixar claro que não será refém de grupos ideológicos. “Se sou responsável pela minha própria vida, então tenho de falar sobre coisas que realmente importam para mim. Tive de parar de fugir e usar a minha plataforma para falar sobre o que é verdadeiro e o que é meu”, disse.

“Ninguém vai sequestrar a minha voz, ninguém vai tirar de mim o poder que tenho de falar sobre essas coisas. Preste atenção no que está acontecendo no mundo real: as pessoas estão perdendo seus empregos devido a essas ordens (refere-se à obrigatoriedade das vacinas). Eu respeito isso e não quero brincar com as emoções das pessoas. Mas use a lógica: o que você faria se se sentisse desconfortável ao entrar na temporada quando foi prometido que você teria isenções ou que não teria de ser forçado a tomar a vacina?”

Ele também demonstrou estar cansado de ouvir “especialistas” e os juízes da pandemia: “É impressionante ouvir a maneira como as pessoas falam, cheias de convicção sobre o que eu deveria estar fazendo da minha vida e o que os meus companheiros deveriam estar sentindo por mim, ou o que a organização está pensando de mim…”

“Não estou aqui para dar a vocês todas as informações ou mostrar sabedoria e conhecimento. Estou aqui apenas para permanecer real. Eu sempre serei fiel a mim e essa é a minha vida. Faço o que eu quiser com ela, este é um corpo que eu recebi, um único corpo que eu recebi de Deus, e você está me dizendo o que devo fazer com ele?”, afirmou, em tom de desabafo. “Estou sendo pressionado em algo que é muito maior do que apenas um jogo de basquete.”

Durante todo o tempo de sua live, Kyrie Irving não se colocou em um pedestal de soberba, como outros jogadores milionários da liga que usam a plataforma para dizer como são oprimidos: “Sou um ser humano, tenho emoções, sentimentos, pensamentos, coisas que guardo para mim, coisas que compartilho, e vou me manter fundamentado no que acredito. É simples assim”.

Na conversa com milhares de fãs, o jogador chamou a atenção para a preocupante cegueira dos tempos atuais, na qual lockdowns e vacinas experimentais são obrigatórios — e questionamentos se tornaram crimes inafiançáveis. “Estamos num tempo louco! Quantas pessoas estão realmente pensando com uma visão equilibrada? Quantas estão realmente pensando sobre o futuro do que está acontecendo?”, disse. “Não machuquei ninguém nem cometi nenhum crime. Não estou aqui agindo como um idiota, mas cuidando da minha família. Não é normal o que está acontecendo.”

Questionado sobre uma possível suspensão a Irving caso ele se recuse a tomar a vacina, o Brooklyn Nets declarou que essa é uma possibilidade, assim como o bloqueio do milionário salário. Irving não se intimidou e rebateu: “Ninguém deveria ser forçado a fazer nada que não queira com seus corpos. Se você escolher tomar ou não a vacina, apoio. Faça o que for melhor para você, mas isso não significa começar a julgar as pessoas pelo que elas estão fazendo com suas vidas.”

Assim como todos os “cancelados” nesta pandemia, nenhum argumento que a estrela da NBA apresentou foi rebatido por nenhum veículo de repercussão mundial. Em vez disso, os abutres usaram a velha tática de matar o mensageiro, demonizando suas falas e fazendo chacota de seu comportamento. Mas e Kyrie Irving? Com tranquilidade, mostrou que não vai ceder à turba sedenta de sangue. “Eles me chamam de pouco inteligente e outros nomes que nunca vão dizer na minha cara. Defendo coisas muito maiores do que um jogo de basquete. E, agora, não é mais sobre o jogo, é sobre ajudar seu próximo a entender que tem uma escolha.”

Irving finalizou sua transmissão com a mensagem que sempre sustentou: “Você tem de ter certas convicções por si próprio. Tenho de tomar minhas decisões por mim mesmo, porque tudo isso vai continuar a evoluir em torno de ‘você vai sair e vai perder dinheiro’. E daí? Não se trata mais do dinheiro. Nem sempre se trata de dinheiro, mas de liberdade”.

O fato é que ele assumiu uma posição muito mais baseada em princípios do que a maioria dos atletas elogiada por ativismos toscos. Originalmente, Irving teria perdido apenas metade da temporada do Nets por causa da imposição da vacina em Nova Iorque. Ocorre que o Nets decidiu dar um passo adiante e o proibiu de treinar ou jogar — em casa e fora.

Agora compare a postura de Kyrie Irving com a de Colin Kaepernick, que desistiu de sua carreira medíocre na NFL para receber milhões para ser um ativista da justiça social — enquanto fingia o tempo todo que queria continuar jogando. Ou aos atletas que foram elogiados por atrasar jogos da NBA em um ou dois dias por causa da morte de George Floyd. E que tal a estrela da NBA LeBron James? Ex-companheiro de equipe de Irving, ele não sacrifica nada além de sua própria dignidade sempre que decide falar sobre política ou protestar ajoelhando em toalhinhas macias.

A comunidade médica ainda tem muitas perguntas sobre esse vírus e as vacinas, mas não há dúvida de que Irving está realmente arriscando sua carreira por algo em que acredita.  No ano passado, já com a pandemia em curso, o jornalista norte-americano Tucker Carlson, cancelado pela enésima vez por trazer a verdade à tona e expor os jacobinos virtuais, disse: “Tenha certeza de que, se você defende a verdade, eles virão atrás de você. A tentação é entrar em pânico. Não entre em pânico. Você tem de manter a cabeça e dizer a verdade. Se você demonstrar fraqueza, eles te esmagarão”.

Carlson termina afirmando que o resultado é um só: “Antes que você perceba, estará confessando crimes que não cometeu. Portanto, mantenha sua dignidade. No final, você ficará muito satisfeito com isso, porque a vida não vale a pena ser vivida sem ela”.

domingo, 24 de junho de 2018

Quebra a perna

Aqui se grita cada vez mais alto em favor da igualdade ─ e aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o que poderia tornar as pessoas menos desiguais 

Publicado na edição impressa de VEJA

Os meios de comunicação mostraram há pouco tempo o manifesto de uma mulher, então moradora de rua no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, a respeito de suas convicções em matéria de moradia. Despejada, junto com outros moradores, do edifício público que haviam invadido ali na praça, e que acabara de desabar depois de um incêndio, ela decidira ficar acampada em frente à ruína. “Só saio daqui com a chave da minha casa na mão”, declarou. O desabamento, na sua opinião, lhe deu o direito de ganhar uma casa “do governo” ─ e ela não estava disposta a sair por aí procurando um outro lugar para morar quando tinha certeza de que a autoridade pública lhe devia a propriedade de um imóvel residencial. Sua reivindicação foi tratada como a coisa mais normal do mundo.

Não ocorreu a ninguém que “o governo” não tem dinheiro para lhe “dar” nada ─ nem casa e nem coisa nenhuma. Só a população pode pagar essa e qualquer outra despesa feita em nome do público, pois só ela trabalha, produz e ganha o dinheiro que o governo lhe arranca e, basicamente, gasta para sustentar a si mesmo. Chave de casa? Esqueça. Eis aí uma curta e clara ilustração do tumulto mental a que foi reduzida a “questão social” neste país.

Aqui se grita cada vez mais alto em favor da igualdade ─ e aqui se faz cada vez mais o contrário de tudo o que poderia tornar as pessoas menos desiguais entre si. A mulher sem casa no meio da rua é um monumento à desigualdade. Ela não é desigual em relação aos ricos ou aos cidadãos das classes médias. É desigual em relação à maioria dos brasileiros que mora debaixo de um teto, em moradias com 50 diferentes tons de pobreza. Não haverá esperança para ela, e para todos os que vivem no mesmo abismo, enquanto praticamente todas as forças que influem no Brasil insistirem em impor a ideia de que a “igualdade” e os “direitos iguais” para todos são “prioridades”. Em sua maneira de ver o mundo, a igualdade tem de ser obtida já, por votação de leis, cobrança de mais impostos e atuação do governo ─ e não, segundo exigem as realidades da vida, como consequência da criação de riquezas, de um avanço revolucionário na educação e na multiplicação das oportunidades. A única coisa que se consegue por este caminho é ter uma quantidade cada vez maior de leis mandando os cidadãos serem iguais ─ e, ao mesmo tempo, dificuldades cada vez mais perversas para a liberdade de produzir e gerar progresso. 

Resultado: em vez de ficar mais perto, a igualdade fica mais longe.

Circula atualmente nas redes sociais um vídeo muito interessante a este respeito. Nele, o autor de uma palestra para um grupo de jovens nos Estados Unidos diz que hoje em dia a essência da moral, tanto nas ideias como nas ações da vida pública, é a pregação da igualdade entre todos. Para isso, segundo os evangelistas deste credo, tudo vale ─ sua recomendação principal para eliminar as desigualdades, aliás, é cometer atos de violência contra os que estão acima de você. São os que têm mais talento, mais habilidade, mais inteligência. São as pessoas que criam, que brilham, que têm sucesso. No fundo, são as que mais contribuem para o conjunto da sociedade ─ e, em consequência dos seus méritos, obtêm muito mais riqueza, prestígio e conforto que os demais. A visão predominante, no mundo intelectual e político de hoje, é que tal situação é uma injustiça que tornará inviável a sobrevivência das sociedades. O maior dever atual que um cidadão pode ter na vida, assim, é exigir a diminuição da distância entre “os que têm” e “os que não têm”. Têm ou não têm o quê? Qualquer coisa. Basta que alguém tenha mais que a maioria. Pronto: está criada a desigualdade e ela tem de ser eliminada.

O palestrante, para ilustrar o seu ponto de vista, cita então o maior astro do basquetebol americano e mundial do momento, LeBron James ─ e diz que, pela moral vigente, e para se respeitar a igualdade, ele teria o direito de entrar numa quadra de basquete com LeBron e exigir chances iguais de vitória numa partida entre os dois. Como? Obviamente, ele não teria condições de fazer um único ponto contra o campeão. Também não pode aprender nada de basquete. A solução para haver uma disputa igual seria quebrar as duas pernas de LeBron, e possivelmente também um braço ─ isso sim, seria fazer justiça. Engraçado, não é mesmo? Pois acontece todos os dias. Como não podem quebrar de verdade as pernas dos que estão acima, socam impostos neles, cada vez mais. É assim que pretendem criar igualdade para a mulher do Largo do Paissandu.

J R Guzzo - Veja
 

 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ninguém está a salvo das balas perdidas no Rio de Janeiro

Quando os tiroteios entre policiais e traficantes de drogas param nas comunidades do Rio de Janeiro, começa o luto pelas vítimas da guerra urbana, geralmente crianças, como Maria Eduarda, surpreendida por rajada de “balas perdidas” no interior de sua escola. Os confrontos começam de repente e ninguém está a salvo dos disparos de fuzis AK-47 ou outro armamento pesado que fere e mata em bairros pobres e densamente povoados.

A AFP coletou histórias de pessoas que ficaram presas em meio ao fogo cruzado em seu projeto multimídia “Balas perdidas, vidas destruídas pela violência do Rio”.  O projeto revela como as balas perdidas são um símbolo que acrescenta crueldade à grave crise de segurança da cidade que recebeu os Jogos Olímpicos e é o principal destino turístico do Brasil.  Maria Eduarda Alves era uma menina de 13 anos, aluna dedicada, que amava jogar basquete. Ela conseguia fazer as coisas bem feitas em uma cidade difícil.

Mas, em 30 de março, tudo desmoronou quando policiais abriram fogo contra supostos traficantes de drogas e uma rajada de balas de fuzil atravessou as grades de sua escola na zona norte da cidade.  Os agentes com toda probabilidade não se deram conta do ocorrido, pois estavam concluindo sua operação do lado de fora. [os aqui chamados de 'supostos traficantes de drogas' eram realmente traficantes e os policiais tiveram que efetuar disparos ou seriam assassinados pelos bandidos.
A fatalidade que vitimou a menina Maria Eduarda - mais uma inocente vítima de balas perdidas - não pode ser atribuída à ação dos policiais, que foi correta, necessária e inadiável.
Causa estranheza a presença de um pedestre no local e momento adequados para gravar um vídeo que é utilizado para acusar os policiais, que defendiam a própria vida, de executores dos bandidos - isso não investigam.] 
 
Um vídeo caseiro, gravado por um pedestre, mostra pouco depois os agentes executando dois homens caídos no chão, aparentemente feridos.  Maria Eduarda, que tinha ido pegar água durante a aula de educação física, já estava morta. “Beijei, beijei ela, ela estava quentinha. Beijei ela… Muito sangue… Foi (sic) dois tiros na cabecinha”, contou à AFP sua mãe, Rosilene Alves Ferreira, de 53 anos, lembrando o momento em que chegou ao local pouco após a tragédia.

Esse tipo de incidente, que daria capa nos jornais em outras partes do mundo, no Rio raramente saem das páginas policiais. As balas podem ceifar repentinamente a vida de uma pessoa na porta de uma igreja, no estacionamento, em um restaurante. De dia ou à noite. As paredes das casas das favelas nem sempre conseguem deter os projéteis e por isso até permanecer em casa pode ser perigoso.

Não existem registros oficiais de feridos ou mortos por balas perdidas, mas dados alternativos são explícitos. O jornal O Globo contabilizou 623 casos na primeira metade do ano, com 67 mortes no Estado do Rio.

– A lógica da morte –
Apesar da falta de informação oficial sobre as vítimas de balas perdidas, a ONG Rio de Paz realiza desde 2007 um cuidadoso registro dos menores atingidos por esse impiedoso capítulo da guerra contra o tráfico. Em pouco mais de uma década foram assassinados 42, contando bebês, crianças e adolescentes. Alguns morreram dentro do carro da família, outros jogando futebol ou enquanto dormiam. E esse número cresce rapidamente: dez crianças perderam a vida em 2016 e dez este ano. Ambos os registros superaram os sete mortos de 2015 e representaram um grande salto com relação aos dez que morreram nos cinco anos anteriores.

Antônio Carlos Costa, fundador do Rio de Paz, diz que a combinação de áreas densamente povoadas, armamento com alto poder de fogo e disputas entre quadrilhas pelo controle do tráfico formam um coquetel mortal.  Mas Costa reserva suas críticas mais ácidas para a Polícia que – afirma – considera os bairros zonas de guerra.
“As operações policiais seguem a lógica da morte, a lógica de atirar primeiro para saber quem é depois”, disse à AFP.
“Eles perderam de vista os riscos que eles impõem aos civis”, acrescentou. [tudo indica que esse Antonio Carlos está entre os adeptos de que os policiais conversem com os bandidos, se ofereçam para ir desarmados até os traficantes - esquece o citado cidadão que são bandidos prontos a matar ou morrer e que portam armamento mais pesado que os utilizados pelos policiais e que tem como regra atirar primeiro - raramente a polícia tem condições de ter a iniciativa de efetuar o primeiro disparo, essa opção cabe aos bandidos.]
As autoridades respondem que os traficantes de drogas dominam bairros inteiros à ponta de bala. E têm razões para acreditar que estão em uma guerra: só este ano, 126 policiais foram assassinados no Rio de Janeiro até esta segunda-feira. Em grande parte, foram mortos fora de serviço, ao serem identificados como agentes durante assaltos, segundo versões oficiais.

A espiral de violência é mais um flagelo de um estado afetado por problemas financeiros, pela corrupção às vezes vinculada ao esbanjamento dos Jogos Olímpicos e que levou três ex-governadores para a prisão e pela desmoralização generalizada das tropas.  Mas enquanto este debate continua, vítimas acidentais como Maria Eduarda seguem tão vulneráveis como sempre.  “Claro que não vieram à caça da Maria, não vieram para matar Maria, mas foram imprudentes… Mataram. Eles viram o colégio, tinha um colégio e foi (sic) mais de 60 tiros”, lembra sua mãe, em declarações à AFP.

O especial da AFPBalas perdidas, vidas destruídas pela violência no Rio”,  conta oito histórias de pessoas cujas vidas foram ceifadas ou abaladas irreversivelmente por este flagelo.

AFP

 

domingo, 21 de agosto de 2016

Equipe masculina de vôlei vai em busca de mais uma medalha de ouro para o Brasil

Onde ver os brasileiros no último dia do Rio-2016

Depois de mais de duas semanas de muita emoção, os jogos olímpicos do Rio-2016 chegam ao fim na noite de hoje. Com seis ouros, seis pratas e seis bronzes até agora, o Brasil já fez a sua melhor campanha em Olimpíadas e ainda tem mais uma medalha garantida na final do vôlei de quadra masculino, quando o Brasil enfrenta a Itália em busca de mais um ouro. 
 
E mais: o dia começa com a maratona masculina e segue repleto de finais importantes, no basquete, no handebol masculino e na ginástica rítmica.

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Atletismo: a prova da maratona masculina acontece na manhã desse domingo, às 9h30. A largada é no sambódromo e o pelotão segue por diversos bairros da cidade. Solonei da Silva, Marílson Gomes dos Santos e Paulo Roberto de Paula são o Brasil na corrida. 
 Vôlei: depois de passar dificuldade na fase de grupos, onde enfrentou a França num jogo de vida ou morte, a seleção brasileira masculina de vôlei encontrou o seu melhor jogo e chegou na final depois de uma vitória convincente sobre a Rússia. Hoje eles enfrentam a Itália, uma das seleções que derrotou o Brasil na primeira fase, em busca da sua terceira medalha de ouro olímpica, a partir de 13h15m.

Basquete: a favoritíssima seleção de basquete masculina americana enfrenta a Sérvia em busca de mais um ouro olímpico, às 15h45, enquanto Austrália e Espanha se enfrentam para ver quem fica com o bronze, a partir de 11h30m.

Handebol: outra modalidade que terá sua final nesse domingo, a partir das 14h. França e Dinamarca se enfrentam para ver quem fica com a medalha dourada.

A FESTA OLÍMPICA NA CIDADE
No Porto Maravilha:
20h - Exibição da cerimônia de encerramento, nos palcos Encontros e Tendências
18h - Festa baile charme do Viaduto de Madureira, no palco Amanhã

No Parque Madureira:

18h - O encontro de carnavais recebe a Mangueira e o Cordão do Boitatá
20h - Transmissão da cerimônia de encerramento, no palco Madureira

Fonte: O Globo