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domingo, 6 de março de 2022

Insider: “Como se defender de um ataque nuclear”

 Revista Oeste

Algumas das orientações parecem bem ingênuas, mas podem funcionar em alguns casos 

Com as constantes ameaças de escalada militar de Vladimir Putin, a possibilidade de uma guerra nuclear voltou a se tornar assunto. O site Insider publicou um passo a passo de algo considerado praticamente impossível: defender-se da devastação de armas atômicas.

O “guia” diz que em caso de ataque, a população teria de 15 a 30 minutos para tomar alguma providência. Isso vai depender da distância que você estiver do centro da explosão. A radiação emanada pela bomba diminui 55% uma hora depois da explosão e 80% depois de 24 horas.

Primeiros 30 minutos procure abrigo, proteja os olhos, jogue-se no chão, mantenha a boca aberta para evitar o rompimento dos tímpanos com a pressão.

Primeiros 45 minutos – fuja da direção do vento, que vai trazer a nuvem radiativa. Se não encontrar um abrigo específico para guerra nuclear, procure qualquer construção. Se for num edifício, tente chegar aos andares intermediários. E fique longe das janelas.

Primeiras 24 horas – tome um banho assim que puder com água quente sem machucar a pele. Mesmo em hospitais especializados um banho é a primeira providência tomada para afastar os elementos radiativos da pele. Não coma nada que não estiver embalado, enlatado ou dentro de um refrigerador, especialmente frutas e vegetais.

As recomendações parecem ingênuas, mas podem funcionar em muitos casos. Mas escapar de uma explosão nuclear é apenas a primeira parte do problema e o mais importante é evitar que uma guerra desse tipo aconteça. Algumas das suas  piores consequências acontecem depois das explosões, como alertou o filme O Dia Seguinte, de 1983.

 Redação - Revista OESTE


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

“Acho que fui estuprada” - Gazeta do Povo

Bruna Frascolla

A atriz Mônica Martelli

Diz a chamada do site de notícias Uol: “Mônica Martelli revela descoberta no 'Saia Justa': 'Acho que fui estuprada’”. Nas condições normais, a frase “acho que fui estuprada” sai da boca de alguém que ficou desacordado e não sabe o que se passou enquanto isso. O indivíduo que acorde nessa situação deverá correr à delegacia o mais rápido possível, sem tomar banho, para fazer exames toxicológicos e de corpo de delito. O exame toxicológico mostrará se o indivíduo foi dopado, a falta de banho servirá para não apagar vestígios materiais e o exame de corpo de delito é realizado por um legista com a finalidade de averiguar as marcas de lesões no corpo.

 

A atriz Mônica Martelli: “Acho que fui estuprada”| Foto: TV Globo / João Cotta

É possível, também, que o indivíduo tenha ficado nessa situação numa época em que ainda era ingênuo, e só mais tarde venha a suspeitar do que aconteceu. Nesse caso, muito provavelmente todas as provas terão sido apagadas, e, como todos são inocentes até prova em contrário, a vítima pensará duas vezes antes de sair acusando em público. Nada impede, porém, que fique de olho no abusador à solta e que tente descobrir um caso fresco, que possa ser levado à polícia.

Como a atriz Mônica Martelli não se enquadra no primeiro caso, somos levados a imaginar que tenha sido uma revelação de um caso tenebroso guardado nos galpões da memória, daqueles bem suculentos para o jornalismo de mundo cão. Teríamos um escândalo do tipo do de Joanna Maranhão, a nadadora olímpica que acusou o treinador de abusar das alunas e desencadeou uma espécie de Me Too nos esportes.

Mas tampouco era esse o caso de Mônica Martelli a matéria. Ela aprendeu uma definição nova de estupro, raciocinou e – tcharam! – concluiu que talvez tenha sido estuprada. Afinal, ela foi a blocos de carnaval e lá as pessoas dão a língua. Leiamos juntos, para não dizerem que estou inventando: “Mônica Martelli constatou, em bate papo com Splash [do Uol], a violência que sofria diariamente [sic!] nas ruas com a ajuda das conversas no "Saia Justa", programa do GNT […]. O pano de fundo era a campanha "Não é Não!", que foi criada por um coletivo de mulheres em 2017 e que ganhou força no Carnaval. […] ‘Essa forma abusiva como tratam o corpo da mulher é normal para a gente, de nos protegermos com um casaco de moletom para o cara não colocar a língua para fora ou para não ouvirmos piadinhas. Sempre foi normal. A partir do momento que a discussão veio, eu falei, acho que fui abusada. Descobri isso aqui’, explica Martelli.”

Então ficamos assim: se algumas madames com consciência social se sentarem no sofá dos estúdios da Globo e passarem horas reclamando da vida e dos homens, vão concluir que foram todas estupradas, ou abusadas.


Os primórdios da confusão entre fiu-fiu com estupro
Fiz em voz alta uma leitura dramática da matéria do Uol para a minha tia. Ela lembrou que a finada matriarca da família, minha avó, ficou arrasada quando percebeu que não tinha mais cantada quando ela passava em obra. Por conseguinte, usando o léxico das madames da Globo, devo concluir que vovó gostava de ser estuprada ou abusada. Na verdade, eu até me lembro de quando surgiu essa conversa de que fiu-fiu era assédio. Em 2013, apareceu um tal de Think Olga com uma estatística debaixo do braço, dizendo que a maioria das mulheres não gosta de cantada de rua, e criou a campanha “Chega de fiu-fiu”, feita para combater “o abuso”.

Eu me lembro disso justo por causa da vovó, que sabidamente gostava de receber cantada de pedreiro. Se acreditássemos que a maioria das mulheres não gosta de receber cantada de pedreiro, admitiríamos a existência de uma minoria que gosta. A vovó cabia dentro da estatística do Think Olga, de modo que seria forçoso concluir que algumas mulheres gostam de abuso. Abuso deixa de ser algo objetivo e passa a ser aquilo que contraria o gosto da maioria.

No mais, a própria pergunta pode ser ambígua. Creio que a maioria esmagadora das mulheres não leva a sério o pedreiro que dá a cantada na obra; ou, por outra, creio que a vida amorosa do pedreiro não é composta por mulheres que ouviram seu “fiu-fiu” no canteiro, mas sim por mulheres que ele conheceu enquanto dançava coladinho ao som de Marília Mendonça. As mulheres não gostam da cantada em si mesma do pedreiro, mas sim do fato de saberem que movimentam a obra. Se um instituto fizesse em 2013 a pergunta “Você gosta de passar na obra e não ouvir nem um fiu-fiu?”, eu aposto que a maioria esmagadora das mulheres diria que não. A falta de cantada nas obras serve mais para marcar que a mulher está tão atraente quanto um pedaço de tijolo – daí a natural desolação da vovó.

Mas as obras estão bem menos assanhadas do que nos idos de 2013. Agora, se a feminista passar por uma obra e escutar o silêncio, pode chamar isso de empoderamento. Eis uma conquista.


 Agora é bonito ser vítima
Uns anos atrás, as feministas falavam que as vítimas de estupro precisavam ser encorajadas a superar a vergonha para poderem denunciar. E é verdade: dificilmente uma vítima de estupro sairia por aí trombeteando a própria violação. A causa dessa vergonha, porém, não é o machismo. A despeito da própria inocência, as pessoas decentes têm vergonha de passar por situações degradantes. Sobreviventes de guerras não têm prazer em contar que reviraram lixo para encontrar comida. Essa situação é degradante. Hannah Arendt dizia que Primo Levi tinha inventado tudo, porque quem passou por campo de concentração não quer falar sobre o assunto. Estupro é degradante. Isso basta para as vítimas terem vergonha de saírem contando por aí.

É fácil pensarmos em outro motivo importante: pena pode ser um sentimento benigno em si mesmo, mas ser olhado com pena diminui a autoestima de qualquer um. Há quem esconda câncer por esse motivo. Como é possível que de repente seja bonito sair se dizendo estuprada? Só mesmo com uma considerável mudança cultural. É bem o que vemos no nicho lacrador da sociedade, onde reina a celebração das vítimas.

É um problema bem sério a falta de discernimento entre o que é estupro e o que não é. Por um lado, fomenta acusações falsas que podem acabar com a vida de um homem e que sobrecarregam inutilmente as forças policiais e, por outro, atrapalha as vítimas reais de estupro, que precisam de clareza, informação e polícia.

Desigualdade entre os sexos
Por fim, cabe notar que esse é um problema prevalente entre mulheres. A base natural da moralidade humana impediu que os homens aderissem tanto a esse comportamento. Evolutivamente, é um problema no mercado sexual os homens ostentarem fraqueza. Já as mulheres, não. Podem posar de donzelas indefesas à vontade, que vai ter homem que vai achar bonito. Só tem é que tomar cuidado para não parar na cadeia.

Bruna Frascolla, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

 

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Banho de água fria

PIB e estudantada nas ruas encolhem o que seria a melhor semana de Bolsonaro

[A estudantada nas ruas não conta, visto ser formada em grande parte por idiotas úteis aos interesses antipatrióticos da quadrilha do 'quanto pior, melhor'; a maioria dos que são realmente estudantes - entre os que posam de estudantes tem militantes da quadrilha citada - sabe que protestar por cortes que não ocorreram, equivale a  servir de idiota para uma causa contra o Brasil;

o PIB, qualquer pessoa medianamente informada sabia que seria negativo ou, se muito, igual a zero.

Curioso é que ninguém destaca que a ideia do Supremo participar do pacto do foi do presidente daquela Corte; 

alguns jornais, - vide destaque parágrafo abaixo  - tentam até atribuir a ideia original do pacto ao nosso presidente da República.

Ainda sobre as manifestações mantemos o entendimento que são desnecessárias , visto que ainda que 10.000.000 decidam ir as ruas para protestas contra os cortes (que não ocorreram, contingenciar não é cortar) ou 10.000.000 expressem nas ruas posição favorável ao governo Bolsonaro, nada vai mudar, haja vista que o Congresso Nacional é quem decide sobre as leis - contamos que o STF em algum momento vai deixar de usurpar competência constitucional  do Poder Legislativo (legislar) e se limitar a julgar.]

A expectativa de que esta fosse a melhor semana do presidente Jair Bolsonaro, em seus cinco meses de governo, ruiu ontem com o anúncio do PIB negativo e o despertar de um velho ator da política brasileira: a estudantada. Uma nova fase de recessão entrou no radar e o bolsonarismo conseguiu acionar o antibolsonarismo. 

Desde as manifestações de domingo a seu favor, Bolsonaro andava saltitante e feliz. Propôs um “pacto” ao Legislativo e ao Judiciário (aliás, alvos dos atos bolsonaristas), aprovou sem dificuldade a MP que reformou a Esplanada dos Ministérios e foi a pé, simpaticamente, ao Congresso.

Dizem que “alegria de pobre dura pouco”, mas, desta vez, foi a alegria do presidente que durou apenas três dias. Já na quinta-feira, o desânimo voltou a turvar o ambiente político, econômico e, consequentemente, social. Agora, com uma novidade: o intocável Paulo Guedes começa a ser arranhado. A queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre não surpreendeu o mercado, mas contém alguns dados de doer. Foi o primeiro recuo desde 2016 e escancarou a dificuldade do País em garantir investimento. Por quê? Porque os erros políticos do governo Bolsonaro afetam a confiança e a economia. Quem investe num ambiente desses, cheio de trapalhadas e incógnitas?

Um dos erros é provocar, sistematicamente, um setor com alto poder de mobilização, a educação. O primeiro ministro, Vélez Rodríguez, foi engolido por um redemoinho ideológico. O segundo, Abraham Weintraub, já assumiu cutucando a onça com vara curta. Ambos veem esquerdistas por todos os lados, mas Weintraub foi das palavras aos atos, com cortes no orçamento das universidades, desdém pela área de Humanas e redução das pesquisas (sem falar na desconfiança de órgãos de excelência como IBGE e Fiocruz, que têm fortes laços com a academia). De tanto insistir, o governo conseguiu devolver os estudantes às ruas, depois de anos e anos de preguiça, leniência e alegre promiscuidade da UNE com o poder na era PT.


Bolsonaro teve uma inegável vitória com as manifestações de domingo. Agora, está zero a zero. Os atos a favor dele tinham pauta genérica, com público aberto, e os de ontem tinham foco específico, reunindo estudantes, professores e suas famílias, mas também ocorreram em todos os Estados e no DF. Fazendo as contas, o resultado é que os times entraram em campo e não vão sair tão cedo. É bom para o governo ter “povo” nas ruas o tempo todo? Difícil achar que sim.

Foi embalado pelo apoio de domingo que o presidente resgatou a proposta de um “pacto nacional” feita pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli. Fala-se em pacto quando o ambiente político e econômico não é bom, recorre-se à “governabilidade” e o grande beneficiário é sempre o mesmo: o presidente da República.

Todos os presidentes pós-redemocratização tentaram articular em algum momento um pacto em torno de si, mas o único grande pacto realmente efetivo no País foi o governo Itamar Franco, na base do “quem pariu Mateus que o embale”. Todas as forças políticas relevantes, exceto o PT, cumpriram o compromisso de garantir uma travessia tranquila de dois anos após o impeachment/renúncia de Collor.

Para qualquer pacto é preciso uma disposição de acertar e de somar, não dividir. Se a previsão do PIB cai pela 13.ª semana, a sensação é de que o governo não está acertando. E os atos de ontem funcionam como um banho de água fria. Os bolsonaristas vão ter de fazer muita manifestação para tentar reverter o desânimo, mas nem eles nem Paulo Guedes podem tudo. O presidente precisa dar uma forcinha.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Presídio federal de Brasília está prestes a ficar pronto, após anos de problemas na execução da obra



Prometida no governo Lula, prisão federal em Brasília será concluída


[sendo notório que Lula gosta demais de uma inauguração, sugerimos que ele inaugure o presídio de segurança máxima, em Brasília, de uma forma diferente: logo que expedida a primeira ordem de prisão contra o ex-presidente ele comece a cumprir a pena no presídio.] 

União quer entregar o presídio de segurança máxima, em Brasília, ainda este ano 
Da entrada do presídio federal de segurança máxima, em fase final de construção em Brasília, até chegar às celas que vão abrigar os criminosos mais perigosos do país são 17 portões de ferro. Grades que ficam para trás enquanto o interior do cárcere vai se revelando nos detalhes milimetricamente projetados para tentar garantir a ordem e o isolamento dos detentos.
Por enquanto, apenas operários e máquinas ocupam o espaço visitado, na semana passada, pelo GLOBO. Eles fazem as intervenções finais naquela que será a quinta prisão federal do Brasil. O governo Temer quer inaugurá-la ainda este ano, encerrando um pacote de cinco presídios da União prometidos no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula para receber lideranças do crime organizado.
No fim do segundo governo do petista, Brasília foi escolhida para receber o último dos presídios. Passados quase dez anos, após licitações frustradas e até falência de uma empresa contratada, a penitenciária está prestes a ser entregue, ao custo de aproximadamente R$ 40 milhões. A arquitetura é semelhante à das quatro prisões federais em funcionamento, que ficam em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO). Ao todo, abrigam cerca de 570 presos em 832 vagas. Funcionam com uma reserva técnica de 30% de ociosidade para receber detentos enviados de forma emergencial pelos estados, como quando há rebeliões ou massacres.
O quinto presídio federal fica a menos de 20 quilômetros do Centro de Brasília e da Praça dos Três Poderes que reúne o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. É vizinho do Complexo da Papuda, onde hoje estão presos famosos da Lava-Jato, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o doleiro Lúcio Funaro e o executivo Ricardo Saud. Passando de carro ou ônibus na pista em frente à área, é possível ver o presídio semiacabado, que tem como seu ponto mais alto a caixa d’água. Também se destacam as quatro torres de vigilância, de onde agentes federais de execução penal terão visão privilegiada. Mas é por dentro que se tem a dimensão do cárcere concebido para ser o mais rigoroso do país.
Assim como nos demais presídios federais, são 208 vagas na unidade de Brasília. As celas, todas individuais, medem cerca de sete metros quadrados, com cama, bancada, banco, pia e vaso sanitário. Tudo de concreto, pregado ao chão. Uma estante do mesmo material corta uma das paredes para que o detento coloque os poucos objetos permitidos, como até dez fotografias da família e livros do próprio presídio.
A espessa porta de metal da cela, de cor preta, só tem duas pequenas aberturas. É por ali que o preso recebe comida, entrega a roupa suja, faz contato com os agentes. Ali também ele deposita as duas mãos para trás para serem algemadas antes de a porta ser aberta.
Celas individuais medem cerca de sete metros quadrados, com cama, bancada, banco, pia e vaso sanitário.
Fiação elétrica e encanamento, exceto o da torneira da pia, são inacessíveis ao preso, pois ficam isolados numa estrutura arquitetônica paralela à da cela. Se uma lâmpada queima, por exemplo, será trocada sem que ninguém precise entrar no local. A água do chuveiro é controlada remotamente. Em horário marcado, a ducha encravada no teto é ligada para que o preso tome banho.
O detento do sistema federal tem duas horas de banho de sol. Nas outras 22 ele fica dentro da cela, exceto se tiver autorização para estudar, frequentar a biblioteca ou fazer outra atividade. Mas não há relaxamento da segurança nesses momentos. Na sala de aula, ainda sem mobiliário, uma grade separa professor de alunos.
Quem não sai da cela nem por um segundo é o preso que comete uma falha disciplinar grave e vai para o “castigo” — o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Há 12 celas de RDD, com aproximadamente 12 metros quadrados, ou seja, quase o dobro do tamanho do modelo convencional. O espaço é maior porque conta com o solário, pequeno corredor onde o detento toma o banho de sol.
É proibido filmar ou fotografar os deslocamentos internos no presídio por questões de segurança. O penitenciária se divide em quatro vivências, que funcionam como pequenas prisões. Em cada uma delas, há espaço para 52 detidos, pátio para visitas de familiares e para banho de sol, além do parlatório, local onde o preso conversa com o advogado. Um vidro separa os interlocutores, que só se falam por interfone. As conversas nas quatro penitenciárias federais são gravadas, por decisão judicial. O mesmo deve ocorrer na unidade de Brasília.
As visitas de parentes também são monitoradas por vídeo e áudio, embora nem sempre seja possível captar as conversas. O local do encontro, em que é permitido o contato físico, é simples: um pátio coberto, com bancos de concreto, e um agente federal vigiando todos os movimentos.
Salas que serão ocupadas por equipes de saúde, como enfermeiros, dentistas e psicólogos, já estão prontas. Assim como espaços administrativos. Faltam mobiliário e equipamentos de segurança, como esteira de raio-x de pórtico que detecta metal.
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, responsável pelas unidades, garante que “praticamente todo o aparelhamento para o funcionamento da quinta penitenciária Federal em Brasília já foi licitado e, inclusive, já está sendo entregue.” Os servidores para atuar no local, segundo o órgão, também estão garantidos.
RESISTENCIA DIFICULTA INSTALAÇÃO DE OUTRAS UNIDADES
O governo Temer prometeu criar cinco presídios federais de segurança máxima no início deste ano como parte do Plano Nacional de Segurança Pública, mas até agora só conseguiu garantir o terreno de uma unidade, em Charqueadas (RS). Nos demais locais cotados para recebê-los, uma rejeição da população ou das autoridades barrou o projeto.
Em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, o Ministério Público do estado divulgou nota para criticar o projeto de instalação de um presídio federal. O procurador-geral de Justiça do Amazonas, Fábio Monteiro, coloca-se como “radicalmente contra”:— Fazer um presídio federal dentro da área que tem a maior entrada de cocaína do país é surreal. Se o projeto for adiante, vamos usar todos os instrumentos jurídicos possíveis para impedir.
Itajaí, em Santa Catarina, é outro município sondado para receber um presídio. Mas lá também houve reação do Ministério Público Federal, que teme um recrudescimento da violência. Em Baieux, na Paraíba, a rejeição partiu do governo estadual, enquanto a prefeitura simpatizava com a ideia. Entre as vantagens listadas a prefeitos e estados pela União, está a dinamização da economia local, com abertura de postos de trabalho, já que o presídio precisa de serviços contratados, como limpeza, lavanderia e manutenção de viaturas.
As equipes do governo também costumam argumentar que os presídios comandados pela União têm padrão de excelência, sem registros de rebeliões ou fugas. Mas nem sempre os argumentos convencem. Até mesmo em virtude de informações recentes de que a ordem para iniciar uma guerra na favela da Rocinha, no Rio, teria supostamente partido de dentro de um presídio federal.

Há ainda investigações apontando que detentos ordenaram de dentro do sistema federal a morte de agentes penitenciários. O fato é admitido pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça, responsável pelos presídios da União, que em função disso restringiu as visitas íntimas nas unidades federais.
Cada presídio custa cerca de R$ 40 milhões. O governo continua procurando terrenos nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. O Centro-Oeste não está na lista porque já conta com duas unidades penais federais: a de Campo Grande e a de Brasília, em fase final de construção. “Visitas técnicas estão sendo realizadas em vários municípios do país para verificação das condições e critérios para construção das novas unidades federais”, afirma o Depen, em nota.

Fonte: O Globo