Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador bandeira vermelha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bandeira vermelha. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Profanação de igreja e ofensa à fé religiosa são atos inaceitáveis - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Invasão de igreja gera onda de críticas em todo o país; vereador do PT é alvo de pedido de cassação  Fotografia/Mandato
Um absurdo a profanação de uma igreja católica histórica em Curitiba. Um grupo de pessoas conduzido por um vereador do PT de nome Renato Freitas, portando bandeira vermelha do partido comunista, entrou na igreja na hora em que os fieis estavam esperando o início da missa. Gritaram palavras de ordem e ofensas à Igreja Católica – e isso fica de aviso aos milhões de católicos brasileiros, porque pode ser só o início. No Chile, em outubro de 2020, duas igrejas foram queimadas.

Falas de Barroso polarizaram muito e contribuíram pouco para o debate
Tirania da vacina desperta batalhas judiciais por liberdade

A igreja foi construída no século 18 por escravos, chamada de Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos de São Benedito. Durante muitos anos, foi local de missa de corpo presente das pessoas que morriam em Curitiba. Essa igreja chegou a ser matriz de Curitiba. Então, a profanação foi muito grave. A Câmara de Vereadores precisa fazer alguma coisa contra esse parlamentar.

Os invasores participavam de um protesto pela morte do congolês Moïse Mugenyi, no Rio de Janeiro. Ele foi morto depois de cobrar uma dívida em um quiosque na Barra da Tijuca. [lembrando que o congolês, um homem negro, foi assassinado por homens negros = racismo de negro contra negro?]  Foi derrubado no chão no bate e boca por três homens que acabaram matando-o a pauladas. Os três estão presos e as Polícias Militar e a Civil estão investigando o caso.

Agora, essas pessoas que estavam na igreja, que chamavam os católicos e a igreja de fascista, nazista e racista, é que são racistas, na verdade. Como nós sabemos, racista é todo aquele que põe a diferença de cor e a diferença de etnia como medida de todas as coisas. Os não racistas vêem a pessoa como normal, um igual, uma pessoa humana, sem se importar com a cor e a etnia, importando, sim, o seu caráter e valor.

Convite para posse
O presidente J
air Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira (7) a visita dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, respectivamente futuro presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois, em setembro, Moraes vai virar o presidente e presidir a eleição. Os dois foram entregar o convite a Bolsonaro para a posse deles no próximo dia 22. [até em um ato  meramente protocolar, os ministros cuidaram de demonstrar desapreço ao presidente da República - marcaram o compromisso como um ato qualquer, na véspera. 
Os ministros citados se consideram tão importantes, que entenderam desnecessária maior antecedência na marcação da visita = supomos que imaginaram que o presidente desmarcaria qualquer compromisso para recebê-los. Felizmente, Bolsonaro tratou o compromisso como algo comum e os recebeu no intervalo entre audiências concedidas a outras autoridades.]

Como marcaram na véspera, o presidente não pôde desmarcar o que estava na agenda, de modo que gabinete do presidente estavam presentes, acompanhando o encontro com a possibilidade de escutar o que estavam conversando, o ministro da Defesa, Braga Netto, e os três comandantes militares, mais o advogado-geral da União e o secretário nacional de Justiça. A conversa durou cerca de 10 minutos. À tarde, eles entregaram o mesmo convite para os presidentes da Câmara e do Senado.

Registro o fato porque não deixa de ser significativo, uma vez que não há nenhum ambiente amistoso entre Bolsonaro e os dois ministros do TSE.

Dois pesos e duas medidas
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, não aceitou pedido da defesa do ex-ministro Antonio Palocci, que queria igualdade de tratamento em relação a Lula. Anularam o processo do ex-presidente e desbloquearam os bens dele. Já Palocci, que está no mesmo processo, na mesma vara em que Sergio Moro era juiz em Curitiba, continua com todos os bens bloqueados.

Palocci fez uma delação premiada que deixou Lula furioso, pois disse que o petista recebia dinheiro levado por ele próprio. Mas Lewandowski não atendeu ao pedido da defesa. São dois pesos e duas medidas. São essas coisas que precisamos acompanhar no nosso Supremo.

[Sobre a invasão covarde, repugnante da Igreja Nossa Senhora do Rosário, saiba mais clicando aqui OU qual lei.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Quem está falando sozinho? - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Quando alguém diz que a presença livre e pacífica de multidões na rua é um ato “antidemocrático”, é esse alguém, e não você, quem está com um problema severo de rompimento com a realidade 

Uma das coisas mais prodigiosas ditas pela mídia em sua desesperada cobertura das manifestações públicas em favor de Jair Bolsonaro e contra seus inimigos, a começar pelo STF, é que o presidente está “isolado”, ou mesmo “totalmente isolado”. Na hora em que disseram isso, na televisão, as imagens mostravam a Avenida Paulista e as ruas vizinhas ocupadas por um mar sem fim de gente — talvez 250.000 pessoas, talvez mais, não tem a menor importância; é óbvio que estava ali a maior multidão que foi para as ruas desde a campanha pelas “Diretas Já”, ou pelo “Fora Dilma” de 2016. Então: como assim, “isolado”? 
Justo na hora em que Bolsonaro dava a mais evidente demonstração de sua força popular vão dizer que ele está sem força? 
Não podiam dizer isso numa outra hora qualquer? É surreal.
Manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, no dia 7 de Setembro 2021 | Foto: Gabriela Bilú/Estadão Conteúdo
Manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, no dia 7 de Setembro 2021 | Foto: Gabriela Bilú/Estadão Conteúdo

Foi comum durante o Dia 7 de Setembro, e vem sendo cada vez mais comum no noticiário político: as imagens mostram a realidade — aliás, a única realidade que existe —, e os jornalistas dizem o contrário daquilo que o público está vendo. Todo mundo viu, é claro, que a mídia brasileira tida como “importante” se afundou num colapso nervoso incontrolável desde que os fatos começaram a mostrar que o povo estava a caminho de forrar a Paulista, a Esplanada dos Ministérios e a Praia de Copacabana, entre muitos outros lugares, com uma manifestação gigante de massas. 

Os jornalistas que acompanharam o episódio já tinham decidido que seria o contrário; só estavam preparados para dizer que os atos pró-Bolsonaro seriam um fracasso fatal para o presidente, que o povo estava na praia, que haveria mortes e sabe lá Deus quantos horrores mais. Quando aconteceu o oposto do que já tinham decidido que iria acontecer, seus circuitos mentais cederam e a cobertura entrou em pane. Não havia um plano “B”. O plano “B” que lhes ocorreu foi radicalizar o plano “A”.

É como se a imprensa, no Brasil, estivesse tentando tornar-se um grande Pravda

Na mesma linha de militância, publicou-se uma foto da Avenida Paulista lotada de manifestantes de verde e amarelo, no dia 7 de Setembro, com os seguintes dizeres: Milhares se manifestam contra Bolsonaro na Avenida Paulista. Outra foto, agora da minúscula manifestação contra os “atos antidemocráticos” e contra o presidente, com bandeira vermelha e tudo, ia na direção exatamente oposta: “Manifestantes dão apoio a Bolsonaro”. Analistas políticos, falando enquanto a televisão mostrava as imagens aéreas da multidão em São Paulo, diziam que “os índices de popularidade de Bolsonaro nunca foram tão baixos”. O que aquela gente toda estava fazendo na rua, então? É um caso evidente, mais um, em que a mídia substitui a realidade registrada em público, com vídeo e áudio, pelos comunicados do Datafolha. Outro recurso, utilizado do começo ao fim da cobertura, foi dizer que o número de manifestantes era “muito inferior” ao que Bolsonaro esperava — ou seja, a multidão que o sujeito estava vendo à sua frente (ou ao seu lado, para os que foram à rua) era a prova de “um fracasso”.

Imagem publicada no Instagram do jornal O Estado de S. Paulo no dia 12 de setembro, quando aconteceram as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro:

Imagens disponíveis para venda no banco de imagens do Estadão Conteúdo, com fotografias sobre as manifestações dos dias 7 e 12 de setembro:

A coisa foi por aí aforauma coleção, exibida horas a fio, de afirmações desconexas, falsificação maciça de fatos, momentos de histeria e, do começo ao fim, puro e simples rancor em estado sólido. Tudo bem, é claro, se essas coisas são feitas pelo departamento de propaganda Lula-PT, ou por militantes da “terceira via” e de outras bobagens parecidas — política é assim mesmo, um ringue de terceira classe onde qualquer golpe sujo está sempre valendo. Mas o noticiário da imprensa não é, em nenhuma democracia, uma atividade política — isso é coisa de ditadura com jornal único. De órgãos de comunicação em regimes livres esperam-se conduta, regras e procedimentos de quem se compromete com a fé pública — e não o que está sendo feito na mídia brasileira de hoje, em que a militância política aberta passou a ser vista como um direito, ou mesmo um dever do jornalista.

É como se a imprensa, no Brasil, estivesse tentando tornar-se um grande Pravda, o jornal oficial da antiga Rússia comunista. Já criaram, na covid, um “consórcio” de órgãos de comunicação que se obrigam a publicar as mesmas informações, em regime de veículo único. 
As manifestações pró-Bolsonaro foram uma visão de como seria um consórcio no noticiário das questões nacionais; ele não existe, ou ainda não existe, em contrato assinado, mas já está existindo na prática. 
Nesse caso, no mundo mental dos jornalistas brasileiros, não deve haver a “diversidade” que deixa todos tão excitados nos demais assuntos; em política, ao contrário, especialmente quando se trata de Jair Bolsonaro, a diversidade é terminantemente proibida.  
Só é permitido escrever e falar contra.

A mídia brasileira pode estar sendo apenas um espelho de si própria

Surge dessa unanimidade de imprensa com genética comunista, na verdade, o incômodo que um número cada vez maior de brasileiros comuns vem sentindo no seu dia a dia. Eles não “entendem de política”, não fazem parte da bolha intelectual e vivem conectados a atividades que se destinam a fazer o país funcionar, em vez de fazer “um mundo melhor”. Esse desconforto pode ser resumido numa pergunta frequente: “Por que nada do que eu leio, ouço ou vejo na imprensa combina com o que eu penso ou sinto?” 
O cidadão fica sem entender. Não há uma vez, nunca, que ele entre em contato com a mídia e encontre alguma coisa com a qual esteja de acordo. Aí vem a dúvida: será que eu estou maluco? 
Será que ninguém pensa como eu, ou acha a mesma coisa que eu sobre assunto nenhum? 
Será que todo mundo está errado e só eu estou certo? 
Você sabe que não perdeu a sua capacidade de raciocinar com base na lógica comum. Que diabo está acontecendo, então?

Essas dúvidas abrem a oportunidade de pensar em algo muito interessante: e se esse todo mundo não for mesmo todo o mundo? Ou, em outras palavras: e se forem eles, e não você, que estão na minoria? Nesse caso quem está isolada é a imprensa. Junto com o mundinho dos intelectuais e artistas, dos “especialistas” que dão 100% das entrevistas sobre qualquer assunto, de transgêneros a queimadas na Amazônia, e dos cientistas sociais, políticos e de todos os tipos que aparecem nas mesas-redondas depois do horário nobre, a mídia brasileira pode estar sendo apenas um espelho de si própria, e não da realidade. 

O fato, indiscutível, é que as ruas do Brasil foram tomadas por centenas de milhares de pessoas no dia 7 de Setembro — no exato momento em que os meios de comunicação e o seu entorno estão dizendo que as manifestações são um fracasso, ou, pior ainda, um “erro”. Da mesma forma, os protestos contra Bolsonaro e a favor do STF e do “Estado de direito” foram uma humilhação para quem tomou parte nelas, a começar pelos quatro, cinco ou seis “candidatáveis” (tanto faz) que participaram do fiasco. Não é o cidadão, aí, quem está falando sozinho.

As manifestações de 7 de Setembro serviram, talvez mais que qualquer outra coisa, para devolver aos brasileiros comuns a confiança em sua própria cabeça. Quando alguém diz que a presença livre, espontânea e pacífica de multidões maciças na rua é um ato “antidemocrático”, é esse alguém, e não você, quem está com um problema severo de rompimento com a realidade. Pense nisso.

Leia também “Manual prático do golpe” 

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

terça-feira, 6 de julho de 2021

Crise hídrica e outras confusões - Míriam Leitão

 O Globo

Governo Bolsonaro permanece negando a gravidade da falta de água

Sair da negação e falar a verdade. Esse é o primeiro passo para o país enfrentar a crise hídrica. Há 20 anos foi assim e deu certo. O governo Bolsonaro permanece negando a gravidade da falta de água. Fez uma MP para criar um comitê de gestão, que pode tudo menos decidir pelo racionamento. Ontem foi anunciado aumento dos combustíveis, isso também afetará a tarifa de energia. A inflação sobe, a popularidade despenca, a CPI revela desmandos e corrupção e o governo tem medo de dizer a verdade sobre a crise hídrica.
 [Informar sobre a crise hídrica faz chover?  
Ao que se sabe não, mas é um bom tema a ser manipulado e usado contra o Governo. Logo vão estar acusando o governo Bolsonaro de 'genocídio' de peixes - afinal, genocídio de seres humanos é uma das acusações que tentam colar no presidente Bolsonaro, devido a lamentável mortandade causada pela nefasta covid-19 = tentativa que resulta em fracasso total.
Quando a mortandade de peixes tiver inicio (normal em época de seca)  a mídia militante - contra o Brasil - iniciará seus trabalhos,  acusando o governo Bolsonaro de negacionismo; formarão um consórcio para acompanhar a crise hídrica e a TV Funerária passará a divulgar o número diário de peixes mortos, a média, etc. 
Sabem que o governo Bolsonaro não criou o coronavírus e que  chuvas são assunto de São Pedro - o que isenta o presidente de qualquer responsabilidade sobre a seca.  Indiscutivelmente, a Covid-19 causou uma dos maiores catástrofes que se abateu sobre o mundo - vidas humanas, representam perdas irreparáveis = jamais se substitui um ente querido morto por um outro = mas com o fim da pandemia, graças a DEUS, cada dia mais próximo, tentarão continuar o desmonte do governo Bolsonaro com a mortandade de peixes = o que importa é notícia ruim. Mais uma vez os inimigos do Brasil, fracassarão.]
Usina Hidrelétrica Belo Monte fica localizada no rio Xingu, no Pará

A crise de 2001 foi provocada pela falta de planejamento, mas apesar de ser conhecido com “o apagão”, transformou-se num “case” de sucesso de gestão. Um dos gestores daquela crise de 2001 foi David Zylbersztajn, que na época era presidente da Agência Nacional do Petróleo. Ele compara: Tem agora uma repetição do erro do passado que foi entrar em negação, no início. Mas lá o sinal vermelho apareceu em maio. No dia primeiro de junho foi decretado o racionamento. Agora estamos em julho, o período seco está mais agudo e já perdemos mais de um mês em relação à ação tomada em 2001.

Ele acha que o risco de racionamento está muito alto, muito além do aceitável. A grande vantagem é que em 2001 mais de 80% da energia consumida no Brasil era hidráulica. Agora, um pouco mais de 60%. Foram desenvolvidas as energias eólica e solar, juntas têm mais de 10%, e continuam crescendo. Além disso, foi instalado o parque térmico de energia fóssil, e essas usinas, apesar de serem caras e sujas, foram colocadas no sistema. Tudo isso atenuou o problema, mas ao mesmo tempo, aumentou o uso competitivo da água.

As hidrelétricas mais velhas eram com reservatórios, e as que foram construídas depois são a fio d’água. Nos anos 80 chegou a haver planejamento plurianual para cinco anos. – Agora não tem nem para um. E nem tem como ser diferente. Pegue Belo Monte, o lago que estava previsto iria inundar aldeias indígenas e uma parte da cidade de Altamira. Belo Monte segurou a produção de energia até agora, mas vai começar a cair drasticamente– disse David.

A construção da usina produziu um grande estrago ambiental mesmo sendo sem o reservatório previsto. E tem uma oscilação na capacidade de produção enorme, que começa a declinar justamente agora no período mais seco. Em agosto e setembro estará gerando em torno da metade da sua capacidade. O que mudou fortemente nesse período de vinte anos foi a eólica que chegou a segurar, em alguns dias, 100% da demanda do Nordeste. A escassez é principalmente no Sudeste, onde está 60% a 70% da acumulação necessária do Brasil todo. – O sistema de transmissão está mais parrudo hoje do que era em 2001, mas o problema é manter a transmissão nos horários de pico. O governo tinha que conseguir deslocar o horário de pico, ou, como se diz na pandemia, achatar a curva – explica David.

E como fazer isso? Como foi feito em 2001, quando o governo abriu o jogo e falou claro. Sob o comando do então ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente, o governo admitiu o tamanho do problema, assumiu o seu erro, e passou a mobilizar a sociedade.  Um livro lançado recentemente conta o que foi aquele período. “Curto-circuito”, de Roberto Rockmann e Lucio Mattos.  Uma coisa que fizemos naquela época foi distinguir os consumidores. A bandeira vermelha não pode ser igual para todo mundo, tem que ser proporcional ao consumo. Quem tem renda baixa, será muito prejudicado. O pequeno negócio, também. [desse aspecto é impossível discordar; a bandeira vermelha tem que ser aplicada acima de um determinado consumo mensal (tipo não ser aplicável aos consumidores com gasto até 100 kWh/mês.) 
A partir do consumo de 100 kWh/mês, deve começar a incidência da bandeira vermelha, em percentual menor do que o aplicado sobre quem gasta 200 kWh/mês - este deve pagar um pouco mais = ainda que abaixo do pago por quem gasta 300 kWh/mês . 
Mais importante que representar uma renda extra para o sistema, é que a bandeira vermelha incentive redução de consumo e penalize os gastadores.]

O que fez a diferença em 2001 foi um ambiente de diálogo permanente com o país. Parente e todos os integrantes da Câmara que geriu a crise falavam o tempo todo, com a imprensa, com todos os setores envolvidos. Virou uma mobilização nacional. O consumo demorou uns sete anos para voltar ao que era porque o país ficou mais eficiente.  – Ninguém tinha visto aquilo, reduzir a carga de um país em 20% pelo lado da demanda. Essa conversa franca com a sociedade ajudou. É como se a população dissesse, “vocês têm culpa, mas eu vou ajudar”. O sinal econômico funcionou, quem reduzisse o consumo pagava menos – conta David.

Agora, o governo prefere dizer que não vai ter racionamento. Só poderá evitá-lo se tomar as medidas certas. E nada será resolvido à moda militar, mas sim pela boa gestão. Se o racionamento for necessário e não for decretado, aí sim o país viverá um apagão. [como de hábito já insinuam uma catástrofe  ainda não certa.
Dão a entender que o meio eficaz para se evitar o racionamento, é divulgar o risco de catástrofe de ocorrência ainda não certa - exatamente como tentaram fazer na covid-19,com os fracassados distanciamento social  e isolamento meia-boca.]
 
Míriam Leitão, jornalista - O Globo

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dilma mente: a redução será de até 20% na bandeira vermelha = no valor total da conta será inferior 5%

Governo vai reduzir preço da bandeira vermelha da conta de luz em até 20%

A redução vai ser inferior a R$ 1 do valor da bandeira, o que no total da conta é pouco mais que nada.  Reduzir R$ 5 no valor total da conta de luz é menos de 1% para uma conta que só este ano já teve reajuste superior a 50%

Dilma anunciou que redução será possível devido ao desligamento de usinas térmicas na última semana; segundo o ministro de Minas e Energia, redução do preço começa em setembro

A presidente Dilma Rousseff disse ser lastimável o aumento nas contas de luz, mas anunciou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai reduzir de 15% a 20% o preço da bandeira tarifária vermelha graças ao desligamento de usinas térmicas na última semana. "Sem sombra de dúvidas, é verdade que as contas de luz aumentaram, o que nós lastimamos. Por causa da falta de energia para sustentar a oferta de luz tivemos que usar as térmicas, pagando bem mais do que se tivéssemos só energia hidrelétrica no nosso sistema", disse Dilma.
Segundo ela, o desligamento de 2.000 megawatts em geração térmica no último sábado possibilitará uma mudança no regime de bandeira vermelha, que hoje cobra nas contas de luz um adicional de R$ 5,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Desde janeiro vigora a bandeira vermelha, a mais cara, em todo o País. 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará uma consulta pública, mas a estimativa é de uma redução de 15% a 20% na bandeira vermelha. Com a regularização do regime hidrológico, teremos cada vez mais boas notícias", completou.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que haverá um desconto na bandeira vermelha em setembro, mas não uma redução para a bandeira amarela porque o País ainda está em seu "período seco". "Ainda não temos a segurança para acionarmos a bandeira amarela. Em outubro e novembro faremos avaliação", disse.

Segundo o ministro, com o desconto que será definido até o dia 28 deste mês, a bandeira vermelha de setembro cairá dos atuais R$ 5,50 por 100 kilowatts-hora (kWh) para R$ 5 ou até R$ 4,50.


Governo anuncia R$ 186 bilhões de investimento em energia elétrica até 2018
O governo federal anunciou a contratação de investimentos de R$ 186 bilhões até 2018 em energia elétrica, considerando empreendimentos já planejados e anunciados anteriormente, sendo R$ 81 bilhões gastos ate aquele ano e R$ 105 bilhões a partir de 2019. Do total, serão R$ 116 bilhões para geração e R$ 70 bilhões para transmissão de energia. Esses investimentos representam um implemento de geração de 25 mil megawatts (MW) a 31,5 mil MW, além de 37,6 mil quilômetros em novas linhas de transmissão. Os investimentos fazem parte do Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE), lançado nesta terça-feira, 11, pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga.

O ministro Eduardo Braga afirmou que o governo está avançando com cuidado no que diz respeito à questão ambiental para alcançar um programa robusto no setor elétrico. "O Brasil dará respostas que a economia e o povo brasileiro tanto esperam do governo", disse. "Estamos conseguindo superar os desafios que a natureza e as circunstâncias colocaram à nossa frente. Temos assegurado a entrega da energia", completou.


Segundo o ministro, o racionamento de 2001 teve um grande custo para a economia do País. Ele acrescentou que o custo da energia precisa ser compatível com os preços internacionais. "Precisamos de um setor cada vez mais robusto, com fontes limpas e custos compatíveis", completou.
O programa é um combinado dos investimentos já anunciados pelo setor elétrico para os próximos anos. Segundo o ministro o PIEE tem o objetivo de mostrar que o planejamento de longo prazo do setor elétrico é "vitorioso" e terá continuidade.

De acordo com vídeo institucional apresentado no início da cerimônia, o objetivo do programa é manter a matriz energética limpa e a custos declinantes, para que os custos da eletricidade 2018 cheguem a patamares compatíveis com o mercado internacional.

Braga destacou um dos desafios do programa é ter mais fontes renováveis de energia na matriz brasileira. "Vamos avançar para promover a competitividade necessária para nossos produtos", afirmou.

Entre as hidrelétricas a serem contratadas até 2018, o governo voltou a citar a Usina de São Luiz Tapajós, com capacidade de 8.040 megawatts (MW), que ano após ano não consegue entrar nos leilões do setor. "Estamos em fase final de licenciamento para o leilão dessa usina até o fim do ano", frisou. Outra usina listada na região Norte, no mesmo rio, é a usina de Jatobá, com capacidade de 2.328 MW. Já a região Sul, conta com cinco usinas pequenas: Ercilândia (87 MW), Foz Piquiri (93 MW), Paranhos (67 MW), Telêmaco Borba (118 MW) e Apertados (139 MW).

 Fonte: Agência Estado

 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Acredite: a conta de luz vai subir pela terceira vez em 12 meses

Mais uma vez a tarifa cobrada pela Companhia Energética de Brasília (CEB) sofrerá reajuste. Além do aumento, o consumidor brasiliense reclama do sistema de bandeiras, que se mantém na cor vermelha desde a sua criação

A conta de luz deve subir ainda mais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgará, no próximo dia 25, o reajuste anual para a Companhia Energética de Brasília (CEB). Será a terceira revisão tarifária nos últimos 12 meses. Com isso, a energia elétrica se transformou em um dos serviços que mais contribuem para acelerar a inflação e pesar no orçamento familiar. De agosto do ano passado a março deste ano, o consumidor viu a fatura aumentar 47,53%, sem contar o acréscimo proveniente da bandeira vermelha — há 17 meses, o alerta mais caro está vigente e deve se manter até 2016, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS) e especialistas ouvidos pelo Correio.

Para Luciano Duque, mestre em engenharia elétrica do Uniceub, o reajuste para a CEB deve ser mais alto do que a inflação. “As distribuidoras tinham dívidas com o Tesouro Nacional, mas, em períodos passados, ele bancou a dívida. Com a crise, não bancou mais. Esse é o caso da CEB. Parte dessa dívida deve ser inserida no aumento de tarifas, fora os aumentos no custo de geração”, analisa.

Duque lembra também que o desconto de 18% para o consumidor residencial anunciado pela presidente Dilma Rousseff, em janeiro de 2013, ainda repercute no aumento, pois, sem poder subir os preços e com reservatórios vazios, as concessionárias ficaram endividadas e tiveram de recorrer a empréstimos.

A conta ficou ainda mais salgada com a vigência das bandeiras de consumo, desde janeiro de 2015. No ano passado, o sistema estava em funcionamento, mas sem a cobrança. O sinal vermelho para as regiões Centro-Oeste e Sudeste está acionado desde fevereiro de 2014. Dessa forma, desde a implantação da tarifa, o brasiliense pagou pela geração mais cara. “A tendência é manter a bandeira vermelha porque o custo da geração vai continuar alto. Isso virou a CPMF da energia elétrica. É um dinheiro a mais que o governo acostumou a receber”, analisa Luiz Gonzaga, engenheiro eletricista e proprietário da Comparte Serviços e Participações.


Fonte: Correio Braziliense




sexta-feira, 31 de julho de 2015

Bandeira vermelha - Conta de luz segue mais cara em agosto, diz Aneel



Pela bandeira vermelha, os consumidores pagam R$ 5,50 a mais para cada 100 quilowatt-hora utilizados
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou nesta sexta-feira, 31, que a bandeira tarifária de agosto continuará vermelha para todo o País. Desde quando começou a vigorar, em janeiro deste ano, o regime de bandeiras permanece no patamar que gera maior cobrança adicional nas contas de luz, refletindo o alto custo da geração de eletricidade.

Quando a bandeira é vermelha, os consumidores pagam R$ 5,50 a mais para cada 100 quilowatt-hora (kWh) utilizados. No caso da bandeira amarela, essa taxa sobre as tarifas é de R$ 2,50 a cada 100 kWh consumidos. Já na bandeira verde, acionada nos meses mais favoráveis à geração de eletricidade, não há cobrança adicional nas contas de luz. As bandeiras só não valem para os Estados de Roraima e Amapá, que ainda não estão conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Apesar da melhora no regime de chuvas e da diminuição da demanda prevista de consumo de eletricidade no País, o diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, havia adiantado na última terça-feira que a bandeira tarifária de agosto deveria continuar vermelha. "Apesar das chuvas terem melhorado e de haver uma sinalização de redução na carga prevista até o fim do ano, mesmo assim a bandeira tarifária continuará vermelha. Mas estamos vendo um cenário positivo à frente e o preço da energia no curto prazo (PLD) tem sido decrescente", avaliou Rufino.

E essa cobrança pode ficar ainda maior a partir de 2017. Para tentar solucionar o problema do déficit na geração de energia hidrelétrica - o chamado risco hidrológico (GSF) -, o governo propôs esta semana aos agentes produtores de eletricidade transferir o risco dessa falta de energia dos geradores para os consumidores finais, por meio das bandeiras tarifárias. Em contrapartida, haveria um desconto nos preços de geração.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Deu a louca nas contas de luz

Não adianta sair apagando as luzes e tropeçar na escuridão, na vã esperança de economizar energia

 A bandeira vermelha anda fazendo estragos por onde passa. Foi fincada em nossas contas de luz – e o consumidor berra como pode nas redes sociais contra algo que escapa a sua compreensão. A cor vermelha da bandeira significa “perigo”: um adicional pelo uso da energia das termelétricas.

Ao receber uma conta até três vezes mais alta, é esquisito ler que o reajuste médio da tarifa de energia elétrica foi de 39%. E só neste ano de 2015. Porque a realidade é muito pior – e também envolve a inépcia, a omissão e o mau funcionamento de operadoras, leituristas e medidores. Além de falta de transparência no atendimento.

Não adianta sair apagando as luzes e ir tropeçando na escuridão, na vã esperança de ser premiado por economizar e viver na penumbra. A conta é um choque maior a cada mês. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) subiu 1,32% em março, o pior resultado em 20 anos. O vilão maior? A tarifa de luz, que só no mês passado subiu 22,08%.

Somos vítimas da incompetência de anos desse governo na administração das contas públicas. Somos punidos pela conveniente cegueira do PT em ano eleitoral, ao ignorar a crise da água. Prefeitos podem processar a presidente Dilma quando ela tenta “renegociar”, eufemismo para “arrecadar mais e cobrir o rombo federal”. Prefeitos têm a caneta na mão e não querem pagar pela irresponsabilidade fiscal da equipe de Dilma no primeiro mandato, que maquiou cifras e contabilidades. Nós, consumidores, só podemos entubar.

Alguns economistas tentam acalmar os ânimos dizendo que o governo concentrou seu pacote de maldades agora para aliviar depois. “É aquela ideia do Maquiavel de que maldade se faz toda de uma vez”, disse ao jornal O Globo Luís Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.

Mas já está claro que voltamos a viver no mundo assombrado das estatísticas mirabolantes. Ler na imprensa que a inflação anual está em 8,13% e que o custo com alimentação em março subiu 1,17% é um convite irresistível para as donas de casa brasileiras saírem em gigantesco panelaço contra a dona da casa do Planalto.

Quem vai ao supermercado semanalmente sabe que o custo com comida subiu muito mais. No mercado, ainda dá para substituir produtos. Mas, na hora em que a tarifa da energia elétrica chega, dá até medo abrir e verificar consumo e valores. Se não pagarmos, a luz será cortada. Simples assim.  O círculo é vicioso e viciado. Não há como fazer caber no orçamento doméstico os aumentos súbitos e escorchantes como os das tarifas públicas, transporte, educação, saúde e alimentos. O desemprego sobe.

As distribuidoras de energia estão se prevenindo contra a inadimplência desde já. Se você pensa que sua conta de luz já chegou ao limite máximo, prepare-se. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda como repassar o “calote” do vizinho para você. Assim, vamos pagar mais ainda por quem não pode arcar com os aumentos.   O consumidor também precisa estar atento para erros absurdos em suas contas. Por causa de medidores defeituosos, falhas em leituras ou motivos não revelados. No Rio de Janeiro, reuni alguns exemplos de queixas consideradas procedentes e improcedentes pela Light.

A atriz Guida Vianna reproduziu suas contas nas redes sociais. Em janeiro, R$ 237,41. Em fevereiro, R$ 333,13. Em março, R$ 960,20. “É possível?”, perguntou. A Light admitiu, em carta, que o valor identificado para devolução era de R$ 660,19 e seria descontado nas próximas contas. “Sinceramente”, disse Guida, “acho que o que valeu foi botar a boca no Facebook.” Não foi explicada a origem do erro.

Outra atriz, Dani Antunes, não obteve a mesma atenção da Light. Sem ar, sem TV, sem ferro de passar, com chuveiro elétrico queimado, num apartamento pequeno de dois quartos no Morro do Vidigal, Zona Sul da cidade, viu seu consumo médio de luz, de 70 kWh, saltar para 150 kWh, depois para 220 kWh e, enfim, 621 kWh. Mandou e-mail para a Ouvidoria, a Light prometeu verificar, mas não enviou ninguém. Em carta, disse que a reclamação era “improcedente” e que, se ela não pagasse a conta, a luz seria cortada e o nome da proprietária iria parar no SPC. Abuso? “A Light sempre aumenta aleatoriamente meu consumo no verão, mesmo que eu passe o verão fora da cidade, com  apartamento fechado”, disse Dani.

Fiz várias perguntas específicas à Light por e-mail. Perguntei quantas reclamações desse tipo a Light recebeu nos três primeiros meses por ano, quantas foram consideradas procedentes e quantos clientes foram ressarcidos. Perguntei qual foi o valor total cobrado a mais erradamente nesse período. E quais são os principais motivos de erro nas contas. Recebi uma resposta protocolar, me remetendo ao site da Aneel. Descaso? No Brasil, ficamos no escuro.

Por: Ruth de Aquino - Revista Época