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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Planalto está apreensivo com eventual cassação de Cunha



Orientação é aguardar tom que presidente afastado da Câmara adotará
A reação do Palácio do Planalto à aprovação do parecer que pede a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Conselho de Ética pode ser resumida em duas palavras: silêncio e apreensão. Ministros e auxiliares diretos do presidente interino, Michel Temer, se esquivam de opinar publicamente sobre a situação do peemedebista. A orientação dada por Temer é para que todos evitem declarações até que saibam o tom que será adotado por Cunha.  — Sem comentários. Esse é um assunto da Câmara — reagiu o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), logo após o anúncio do resultado de 11 votos a 9 no Conselho de Ética pela aprovação de parecer que pede cassação de Cunha.

Ao sair de uma reunião em direção ao encontro de Temer, Padilha seguiu a mesma linha e ignorou as insistentes perguntas de jornalistas sobre o resultado do Conselho. Ficou mudo e, ao se despedir, virou-se e fez troça: — Resultado? Que resultado? Apesar de expressarem despreocupação nas declarações públicas, ministros peemedebistas e interlocutores próximos ao presidente interino avaliam que a situação é "muito delicada" e que causa apreensão no governo pelos desdobramentos que a eventual cassação venha a ter. 

A avaliação no governo é que a aprovação do parecer pela cassação no Conselho de Ética torna a situação de Cunha muito difícil no plenário. Ninguém acredita em uma reversão do quadro. — A situação é muito delicada. Qual será a reação de Cunha, que tom ele adotará? 

Há apreensão com o desfecho de tudo isso — disse um interlocutor do Planalto.

Ao voltar do Rio para Brasília, na tarde desta terça-feira, Temer avaliou com seus principais auxiliares os cenários decorrentes do resultado do Conselho de Ética. Com Cunha cassado, avaliou o presidente interino, o cuidado do Planalto com gestos e ações precisaria ser redobrado para evitar uma "contaminação" na bancada suprapartidária comandada por Cunha. Temer receia que qualquer movimentação abrupta ou declaração descuidada de integrantes do governo prejudiquem as votações e acabem com a ampla maioria numérica que o presidente interino tem na Casa.

Cunha e Temer são aliados históricos e pertencem ao mesmo grupo político dentro do PMDB. O partido é tradicionalmente segmentado entre os peemedebistas do Senado, comandados pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); e pelos peemedebistas da Câmara, liderados por Cunha e por Temer. Na tarde de segunda-feira, pessoas próximas ao presidente interino passaram a traçar um cenário de cassação pelos movimentos dos deputados da tropa de choque de Cunha. As declarações do deputado Carlos Marum (PMDB-MS), de que Cunha deveria renunciar à Presidência da Câmara para manter o mandato, foram entendidas no Planalto como uma sinalização de que o pior estava por vir.— Nada surpreende a gente mais — disse um auxiliar presidencial.

Habitualmente cuidadoso com as palavras, Temer terá que se superar para evitar "melindrar" Cunha com gestos ou opiniões. Segundo um interlocutor palaciano, os sinais do Planalto serão importantes na relação mantida a partir da decisão do Conselho de Ética. Assim como evitou polêmica na demissão de Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento, Temer deverá manter o mesmo cuidado para não provocar Cunha, que é seu aliado histórico e dos principais ministros políticos do governo, Geddel e Eliseu Padilha (Casa Civil).

A ida de Temer ao Congresso para levar a Proposta de Emenda Constitucional que fixa um teto nas despesas do Executivo foi suspensa. Ele iria nesta quarta-feira, mas, por indefinição quanto ao período em que irar vigorar o teto e também porque não apresentou a proposta para os líderes da base aliada, a entrega já havia ficado para quinta-feira, antes do relatório que pede a cassação de Eduardo Cunha ser aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara. Agora, com a decisão tomada pelos deputados, avaliação da equipe de Temer é que o ambiente político na Câmara está conturbado para uma visita presidencial. A entrega da PEC deverá ficar para a próxima semana.

Fonte: O Globo