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domingo, 25 de setembro de 2022

Padre Kelmon, ausência de Lula, vara curta, feminismo e orçamento secreto: veja 5 destaques do debate do SBT

O debate entre presidenciáveis realizado pelo SBT, neste sábado, teve como alguns dos seus principais pontos repercutidos a performance do candidato do PTB, Padre Kelmon, e a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A senadora Soraya Thronicke (União) provocou risos nos bastidores dos estúdios ao dizer para que Jair Bolsonaro (PL) "não cutucasse onça com a sua vara curta", ao responder a uma provocação do adversário, que disse que ela e Simone Tebet (MDB) votaram a favor da derrubada do veto ao orçamento secreto. [essa senadora, por absoluta falta de propostas, VIÁVEIS, vai aos debates apenas para     EXPELIR bobagens, frases desgastadas, expressões que seriam aceitáveis, até cômicas, se PROFERIDAS no picadeiro de um circo.]

 Debate entre candidatos à presidência da República no SBT

Debate entre candidatos à presidência da República no SBT Maria Isabel Oliveira

Padre Kelmon gerou polêmica ao questionar a Tebet sobre a defesa ao direito ao aborto e relacionar este posicionamento ao feminismo da adversária.

A ausência de Lula
Ausente do debate, Lula foi criticado pela maioria dos outros candidatos no primeiro bloco do programa. A bancada de Lula, vazia, foi mantida no cenário e apontada pelo mediador, Carlos Nascimento. Ele informou que o petista foi convidado, "mas não quis participar do debate". 
Tebet afirmou que quem não estava presente "não gosta de trabalhar". Bolsonaro o chamou de "presidiário ausente"
Ciro, ao comentar a falta de Lula, criticou o chamado "voto útil". Lula produziu uma onda de propaganda que é a seguinte: todo mundo que não for Lula é fascista. E ele tem uma oportunidade de caracterizar como fascista o Bolsonaro. Ao invés de vir aqui, foge, desrespeitando você — afirmou Ciro.

"A sua vara curta"

Falas da senadora Soraya Thronicke durante o debate dominaram as discussões sobre o tema nas redes sociais e viraram memes. Em direito de resposta após o presidente Jair Bolsonaro tê-la acusado de "estelionato eleitoral" em 2018, ao se associar à imagem do então candidato para se eleger senadora, Soraya sugeriu que Bolsonaro "não cutuque onça com sua vara curta", retomando a associação de sua imagem com uma onça, bandeira que já aparece em propagandas eleitorais da candidata. [o estelionato ocorreu quando aquela senadora,  em 2018, uma desconhecida candidata ao Senado, usou material com o nome de Bolsonaro em sua campanha.]

Em outro momento, ao formular uma pergunta ao presidenciável pelo Novo Felipe D'Ávila, Soraya afirmou, fazendo referência a Bolsonaro:— O que é que não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado, tira remédio da farmácia popular, mas mantém compra de viagra, não compra vacina, mas distribui prótese peniana para seus amigos?[já que esse parágrafo foi dedicado a uma senadora que não apresenta propostas = SEM PROPOSTA = SEM NOÇÃO =  perguntamos: apresente uma, pelo menos uma, proposta viável; mas, por favor, não expila bobagens.]

Padre Kelmon
Estreante em debates presidenciais, Padre Kelmon chamou atenção com trajes característicos da matriz ortodoxa da Igreja Católica e defesa enfática do movimento pró-vida. O candidato, ainda desconhecido por muitos na véspera das eleições, foi alçado a cabeça de chapa depois que a candidatura de Roberto Jefferson (PTB) foi indeferida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele realizou uma dobradinha com Bolsonaro e fez uma defesa enfática do governo. 
 

Padre Kelmon sai em defesa de Bolsonaro - Candidato do PTB defendeu o atual presidente durante debate

Bolsonaro (PL) afirmou que é acusado injustamente de ser corrupto e que seu governo está há "três anos e meio sem corrupção", ignorando casos investigados, como o do balcão de negócios no MEC. Depois, em pergunta a Padre Kelmon (PTB), disse que se preocupa com os trabalhadores "massacrados" na pandemia. Kelmon seguiu na "dobradinha" com o presidente. Defendeu as políticas econômicas do governo federal.— Será que o presidente da República não fez algo de bom para o povo do Brasil? Vocês só enxergam maldade, corrupção — disse o petebista. 


Depredação, queima da bandeira do Brasil e vandalismo [ofensa a Pátria, o que é aprovado pelo criminoso petista e por toda a maldita esquerda. Em um Brasil sério, a partir de 1º jan 2023, será CRIME GRAVE, punido no mínimo com uns 10 anos de reclusão = imprescritível e inafiançável.]

Contestações ao feminismo                                                                      Para a senadora Simone Tebet (MDB), o padre citou a defesa ao aborto para questionar se a adversária era feminista. Em resposta, a emedebista disse que, para ela, o feminismo envolve defender o direito das mulheres e combater a violência doméstica. Disse que é católica e contra o aborto. [se essa senadora se diz católica e é contra o aborto, sua condição de CATÓLICA, a obriga sempre a se declarar contra o aborto e ninguém, até uma senadora, pode servir a dois senhores = no caso a DEUS e ao diabo, já que ser feminista significa apoiar TODAS AS BANDEIRAS DAS FEMINISTA = por atos, omissões, palavras.]

— Isso não me faz menos feminista — afirmou.

Kelmon disse que Simone, então, "trai o movimento feminista". 

Orçamento secreto
Bolsonaro procurou se desvencilhar do chamado “orçamento secreto” no terceiro bloco do debate presidencial. Ele disse ter vetado o orçamento secreto e afirmou que em seu governo "não há corrupção".  - O orçamento secreto eu vetei, mas o Congresso derrubou o veto com o apoio das senadoras aqui. Eu não tenho qualquer acesso ao orçamento secreto. Eu não sei para onde vai o dinheiro desse tal orçamento secreto. Pode perguntar para essas senadoras aqui, que elas te responderão com toda certeza — disse ao ser questionado sobre a diferença do orçamento secreto e o mensalão. Ele afirmou que as candidatas Tebet e Soraya foram parlamentares que votaram a favor do orçamento secreto.
 
Eleições - O Globo 
 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Facção do STF intensifica caça a quem defende Bolsonaro e combate a corrupção

O Brasil viveu as últimas décadas sob extrema impunidade. A partir do governo Fernando Henrique Cardoso, aprofundou-se a corrupção. O Congresso Nacional passou a funcionar como balcão de negócios. A compra escancarada da reeleição de FHC e a licença para que a organização criminosa do PT aparelhasse a máquina pública deram início à privatização do Estado.

A passagem da faixa presidencial de FHC a Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou um processo de degradação sem precedente das instituições.
Paralelamente, montava-se o instrumento que 'garantiria' o esquema predador que estava sendo montado no Executivo e no Legislativo: estava nascendo um novo Supremo Tribunal Federal formado a caráter por tipos selecionados a dedo pelos presidentes da República Sarney, Collor e FHC, e que firmou-se definitivamente sob Lula e Dilma.  Executivo e Judiciário aparelhados e um Legislativo cada vez mais corrupto, estava pronta a receita para a bandalheira ilimitada. O que se constata hoje nos atos do STF, mantendo fora do xilindró ladrões de todas as matizes, inclusive Luiz Inácio Lula da Silva, símbolo do sistema instalado ao final do regime militar, é o 'sucesso' da obra de Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma (Temer, não esqueçam, era vice de Dilma).

Notem quem são os 11 integrantes do Supremo: Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Carmem Lúcia. Já no Mensalão, concebido por Lula, ficou explícita a digital do sistema corrupto. O chefe da quadrilha sequer foi denunciado. Lula saíu incólume e os seus quadrilheiros (políticos e tesoureiros do covil do PT) foram rapidamente soltos.  Alguns retornaram à cena do crime. Como José Dirceu, outra vez solto pelas excelências. Afinal escaladas para 'garantir' a impunidade. Livre de qualquer punição no Mensalão, Lula criou o Petrolão. Condenado em segunda instância, o petista foi parar na cadeia. Depois de manifestações em todo o país em defesa da moralidade. Afinal, Lula é o símbolo da imoralidade. Mas, lá estava o STF de plantão. Soltou Lula.

O impeachment de Dilma ocorreu em face da mobilização popular. Os políticos foram constrangidos a cassar a 'laranja'. Mas, de novo, lá estava o STF, através do notório Lewandowski, para manter os direitos políticos de Dilma. Uma afronta que a nação, indignada, engoliu. 
Nas eleições de 2018, o povo elegeu Jair Bolsonaro presidente da República. Na posse do novo mandatário, a 'excelência' Rosa Weber, presidente do Tribunal Eleitoral, discursou com a Constituição à mão. Depois, entregou o livro a Bolsonaro. 

Quer dizer, uma ministra que chegou ao STF pela amizade com um ex-marido de Dilma, mandava um recado ao presidente da República.
Era a 'senha' de que a corrupção deveria seguir intocável. Weber não estava preocupada com o cumprimento da Constituição. Sinalizava que os 'juízes' interpretariam a Constituição de forma que o sistema fosse preservado. A partir de então, o que a nação assiste é digno de uma ditadura. 

Sem algo consistente que leve à condenação do presidente da República, o STF faz comparação do governo Bolsonaro com a Alemanha de Hitler. Ameaça apreender o telefone celular de Bolsonaro.
Por fim, produz prisões políticas de aliados de Bolsonaro, como se estivéssemos numa ditadura. Seguem o ensinamento de Lênin, “acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”. A facção do STF intensifica caça a quem combate a corrupção. O aparelhamento da máquina pública sob FHC foi concebida para isso.  Ou o cidadão reage à truculência do Supremo ou, logo, tipos como FHC e Lula estarão de volta ao poder.  A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, segundo Karl Marx.
Melhor não apostar na farsa.

Rota 2014 - Transcrito por Blog Prontidão Total



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O balcão de negócios da reforma

É o que temos, pois o debate e o voto por principios estão em falta

Às vezes dá a impressão de que muitos deputados e senadores pensaram assim: "se os políticos já estão desmoralizados na opinião pública, se o povo já está irritado, se a Lava Jato está na marcação,  então a gente nem precisa mais fingir; agora é pagou-levou".
Só isso explica a sinceridade com que muitos deles contam que podem votar a favor da reforma da previdência em troca de cargos no governo federal ou verbas distribuídas pelo presidente Temer. Reparem: não se trata de votar um projeto de lei que cria, digamos,  o dia nacional da honestidade; trata-se da reforma mais importante para a solvência das contas públicas nas próximas décadas. 
 
Pois se barganha se vale duas diretorias, uma superintendência de ministério ou uma presidência de estatal. Ou verba pública para comprar furgões com gabinete de dentista. Aliás, o presidente Temer deveria usar preferencialmente esse tipo de moeda. O deputado chega lá pedindo uma diretoria da Eletronorte. O presidente barganha e oferece a liberação de verba para a compra de caminhões de água para as regiões da seca; ou para aquisição de laboratórios para escolas da área eleitoral do político; e por aí vai. Tem muita coisa a oferecer, já que são tantas carências.
 
É claro que isso não é novo na política. Os riscos também são os mesmos: gabinetes dentários sem dentistas; ambulâncias sem médicos e sem hospital onde entregar os pacientes; caminhão de água sem gasolina e também por aí vai. É, pensando bem, talvez uma diretoria de estatal saia mais barato, ainda mais agora que a Lava Jato está em cima do pessoal. É o que temos, pois o debate e o voto por princípios, por uma determinada visão da sociedade, estão em falta. Considerem o PSDB. O partido, com méritos, na época de FHC, colocou na pauta o tema da reforma da previdência, parte de uma proposta mais geral de organização do Estado e das finanças públicas. Economistas ligados ao partido desenvolveram as mais importantes ideias nesse campo.
 
Pois então, o PSDB tem 46 deputados federais, que ainda estão discutindo como votarão nessa questão. O novo presidente da legenda, o governador paulista Geraldo Alckmin, conseguiu que o diretório nacional fechasse questão a favor da reforma. Mas não fixou penalidades para o parlamentar que desobedecer a instrução partidária. Resultado: pessoal do partido está achando que Alckmin terá feito muito e demonstrado máxima força se conseguir pelo menos 30 votos a favor da reforma. E os outros? Dizem que não querem votar a reforma porque isso fortaleceria Temer para as eleições de 2018 e, pois, enfraqueceria as pretensões presidenciais do PSDB. Mas o candidato tucano é o próprio Alckmin, que está pedindo votos para a reforma.
 
Aliás, esse movimento do governador paulista é interpretado como um gesto corajoso, de boa vontade e de visão mais larga. Até pode ser, dadas as circunstâncias, mas, caramba! pessoal, a reforma é tema do PSDB. Que o apoio ostensivo de Alckmin seja interpretado como ato ousado - eis um sinal dos tempos. Mau sinal. Há outros. Como os parlamentares que dizem compreender a necessidade da reforma, mas que não podem votar porque eleitores estão contra. Também é de reparar: a reforma é necessária para o equilíbrio das contas públicas, o que vai liberar recursos para que o governo preste os serviços de saúde, educação, segurança etc. Ou seja, a reforma terá efeitos positivos para o povo. Se o parlamentar pensa assim, então deveria tentar convencer seus eleitores em vez de simplesmente jogar a bola para a frente.
 
Na verdade, não há convicção nenhuma. Apenas cálculos para salvar o mandato. Outros sinais aparecem nas negociações em torno das candidaturas presidenciais. O PSB, por exemplo, namora o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa. Faz sentido. O PSB é socialista, o ministro do mensalão tem ideias mais à esquerda. Mas isso não quer dizer muita coisa, pois outra ala do PSB quer fazer aliança com Alckmin. Pois, o PSB é contra as reformas, contra as privatizações, mas há socialistas (?) pensando em aliança com Alckmin, que apoia reformas e privatizações. E que faz privatizações em São Paulo tendo como vice um membro do PSB.
 
O pessoal do PMDB considera perfeitamente natural ser o partido do presidente das reformas e, nos Estados,  fazer alianças com Lula, que também acha muito normal atacar o governo golpista e se aliar com os aliados dele. 
Isso tudo para uma eleição que deveria ser tão importante.

Por:
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desencanto

As eleições mostram um profundo desencanto com a política. Poder-se-ia, mesmo, dizer que os decepcionados com a política foram os grandes vencedores. Os escândalos de corrupção, atingindo vários partidos e, mormente, o PT tiveram profunda influência sobre o processo eleitoral. Uma mensagem foi transmitida: os cidadãos das grandes capitais já não mais aguentam uma política que virou, para muitos, balcão de negócios.

Vejamos alguns números: os votos nulos, brancos e abstenções alcançaram a cifra de 38% em Porto Alegre. Cifra igual ocorreu em São Paulo, atingindo, no Rio de Janeiro, 42%. A votar nestes políticos, os cidadãos optaram por um não global a todos, repetindo, de outra maneira, a revolta que se expressou nas manifestações de rua dos últimos anos. Seguindo esta lógica, o PT foi o maior derrotado, elegendo apenas um prefeito de capital, no Acre, cidade sem maior expressão nacional. O partido símbolo da corrupção foi duramente responsabilizado por suas práticas de desvio e apropriação de recursos públicos.

São Paulo e Porto Alegre foram cidades importantes para os petistas. São capitais fundadoras do partido, tendo fornecido seus quadros mais importantes e expressivos contingentes de eleitores.  Na capital paulista, o partido não conseguiu reeleger o seu prefeito, que perde em primeiro turno. O não ao petista foi inequívoco, apesar do apoio de Lula, que nada mais agrega em termos eleitorais. Está mais para a cela 13 do que para o paço municipal. Note-se que o PT, com Haddad, governou a cidade por 12 anos.

Em Porto Alegre, o partido não conseguiu colocar o seu candidato no segundo turno, amargando 16% dos votos válidos. Um fracasso e isto tendo já governado a cidade por 16 anos. Um bastião petista foi derrubado. Note-se, ademais, que o candidato, que tinha sido um bom prefeito, não está em anda envolvido pela corrupção e foi tragado, literalmente, pela onda antipetista. O mesmo fenômeno ocorreu em Caxias, com o ex-ministro Pepe Vargas não tendo ido ao segundo turno, tendo sido ele também um bom prefeito, não envolvido pela corrupção. Foram responsabilizados pelo coletivo ao qual pertencem.

Observe-se, por último, que o novo foi apreciado pelos cidadãos, com João Dória vencendo no primeiro turno em São Paulo e Nelson Marchezan Junior indo ao segundo turno em primeira posição.  São eles assim percebidos por uma população que procurou dizer não aos que fizeram do bem público um objeto de transação partidária e privada.


Fonte: Denis Lerrer Rosenfield - Zero Hora 
 

sábado, 3 de outubro de 2015

Dilma Rousseff consegue envelhecer o novo - chama de reforma do estado o que não passa de uma reles negociação para garantir por mais algumas semanas sua permanência no cargo

Dilma faz o que dizia ser 'escândalo', e envelhece o novo

A presidente Dilma Rousseff conseguiu envelhecer o novo. Apresentou como reforma do estado o que é, na verdade, a negociação de apoio à sua permanência no cargo. 

Defendeu como administração da coalizão o que foi mais um evento do lamentável toma-lá-dá-cá. E, de quebra, entrou em nova contradição com o que dizia na campanha.  Vale a pena ver de novo o que ela disse há pouco mais de um ano, no dia 15 de setembro de 2014, diante da declaração feita pelos candidatos Marina Silva e Aécio Neves de que era preciso reduzir o número de ministérios. “Acho um verdadeiro escândalo querer acabar com ministério. Tem gente querendo reduzir ministérios. Vocês podem saber os ministérios que eles querem reduzir. Um deles é o da Igualdade Racial, o outro é o que luta em defesa da mulher. O outro é de Direitos Humanos. E tem um ministério que eu criei e eles estão querendo acabar que é o da micro e pequena empresa.”

A redução de ministérios tem vantagens, claro, porque o gigantesco gabinete da presidente só servia para gastos excessivos e para ministros continuarem batendo cabeça. Era o caso da Secretaria de Assuntos Estratégicos que, por falta do que fazer ou por temperamento do ministro, invadia área de outras pastas. É lógico que é bom ter essa visão estratégica dentro do Planejamento. A redução significará corte de gastos, apesar de ela não ter reconhecido isso durante a campanha. Dilma usou também o tema para constranger os outros candidatos, e hoje diz que o faz em nome da modernização do estado.

Se a redução é bem-vinda, a forma e o objetivo da mudança anunciada nesta sexta-feira são o que há de mais antigo e deplorável na política brasileira. Ela perdeu a chance de fazer uma verdadeira reforma quando anunciou ministros sem qualificação para os cargos que ocuparão, ligados a caciques que estão sob a mira da lei, ou ligadas a práticas que precisam ser abandonadas.

A presidente afirmou que o governo é de coalizão e ela precisa governar com as forças que a apoiam. É verdade. Disse que é preciso estabilidade política. E é verdade. Mas o momento em que esse discurso de renovação e estabilidade se perde é quando chegam os nomes — e as sombras por trás dos nomes. Neste momento, deixa de ser a natural administração da coalizão de governo, para ser um mero balcão de negócios.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Congresso aceita chantagem e libera manobra fiscal de Dilma - a oposição perdeu ganhando

Congresso aceita chantagem e libera manobra fiscal de Dilma

Texto principal da medida foi aprovado após 18 horas de sessão. Análise da última emenda ao projeto, no entanto, impediu que votação fosse concluída

O Congresso Nacional aprovou na madrugada desta quinta-feira a manobra fiscal do governo para maquiar o descumprimento da meta do superávit primário. Depois de dezoito horas de uma sessão conturbada, o texto principal do Projeto de Lei do Congresso (PLN) 36/2014, que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), recebeu o aval dos parlamentares – que, com isso, receberão ao todo 444 milhões de reais em emendas. Na Câmara, o placar foi de 240 votos a favor, 60 contra e 9 abstenções. No Senado, o texto obteve 39 votos a favor e 1 contra.


Manifestantes em protesto contra a votação da mudanças feitas pelo governo federal na LDO tentam entrar no Congresso Nacional e são barrados pela segurança da Casa - Fernando Bezerra Jr./EFE  

O efeito prático da medida é a redução da meta de superávit para 2014: de 116,1 bilhões para 49,1 bilhões de reais. A meta de superávit é a economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida. Diante do aumento dos gastos públicos em 2014, sem que houvesse também a elevação da arrecadação, o governo se encontrava em uma encruzilhada: se não mudasse a LDO, não conseguiria fechar as contas.

Emenda – A votação, entretanto, ainda não foi encerrada. Faltou quórum para a análise da última emenda ao texto: de autoria do PSDB, a proposta altera o projeto e inclui uma limitação nas despesas discricionárias, de forma que o governo só possa gastar o mesmo montante executado no orçamento do ano anterior. Às 4h57, o presidente Renan Calheiros encerrou os trabalhos. Com isso, a redação final do PLN 36 não foi aprovada e a votação terá de ser concluída na próxima terça, em sessão marcada para o meio-dia. São nulas, entretanto, as chances de a emenda do PSDB ser aprovada. 


Maratona – Por meio da apresentação de emendas, de questões de ordem e de pedidos de verificação de quórum, os parlamentares da oposição conseguiram prolongar os trabalhos até a madrugada. Com isso, o plenário foi se esvaziando. Por volta de 1h30 da madrugada, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), pedia aos líderes aliados que telefonassem aos parlamentares ausentes para pedir a presença deles em plenário. Na última votação nominal, perto das 4 horas, o quórum entre os senadores foi de 41, exatamente o mínimo necessário para impedir a derrubada da sessão.

A sessão do Congresso teve início pouco depois das 10h de quarta. Antes de apreciar o texto, era preciso analisar dois vetos presidenciais e um projeto que concede crédito adicional a aposentados do Instituto Aerus de Seguridade Social. Foi o que os parlamentares fizeram em meio a longas e extenuantes sessões. Enquanto isso, as galerias estavam vazias porque o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) ordenou que a segurança barrasse qualquer manifestante.

Os governistas repetiam a tese de que o PLN 36 era importante para reorganizar as finanças públicas. E acusavam a oposição de oportunismo: "Tem setores da oposição flertando com o golpismo. Estão se vestindo da roupagem da velha política golpista da UDN", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Em resposta, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou o passado de cara-pintada do petista e respondeu chamando Lindbergh de "chapa-branca".

Antes, o tucano já havia afirmado que o governo estabeleceu um preço para cada parlamentar: 748.000 reais, o valor que será liberado a cada um agora que a manobra foi aprovada. Mesmo integrantes de partidos aliados se queixaram da chantagem. "Estamos tornando o mais explícito possível o escambo, o troca-troca, o toma-lá-dá-cá que a República vivenciou nos últimos anos", disse o deputado Esperidião Amim (PP-SC).

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que a maioria dos parlamentares agiu como cúmplices. "Os senhores vão pagar caro por esse voto desastroso para a economia do Brasil. As consequências serão dramáticas", disse ele.

Dilma – A aprovação da manobra é essencial para que a presidente escape de um possível processo por crime de responsabilidade. No esforço para obter ajuda do Congresso, Dilma se reuniu com líderes da base aliada na segunda e pediu o apoio deles na votação. No mesmo dia, veio à tona um decreto em que ela libera 748.000 reais em emendas parlamentares para cada deputado e senador. Com uma condição: desde que o PLN 36 seja aprovado. Por oficializar o balcão de negócios, a proposta constrangeu os aliados e teve o efeito contrário em alguns casos: deputados e senadores temiam que, dando uma vitória fácil ao governo logo após a chantagem, estariam admitindo que têm um preço.

O texto chegou ao Congresso no dia 11 de novembro e tramitou sob fortes críticas da oposição. O debate sobre o PLN elevou a tensão no Congresso. Na terça, a votação não teve início por causa de um tumulto na galeria do plenário. Um grupo de pessoas que estava no local passou a protestar. Um dos gritos "Vai para Cuba" foi ouvido como "vagabunda" pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que pediu a Renan que liberasse as galerias. Os agentes da Polícia Legislativa chegaram a usar uma arma de choques elétricos. Após uma hora com a sessão parada, Renan Calheiros encerrou os trabalhos, que foram retomados na manhã desta quarta


Governo venceu perdendo. Ou: Vitória de Pirro. Ou: Oposição perdeu ganhando


Mais de 18 horas! Esse foi o tempo que durou a sessão do Congresso que debateu, votou e aprovou o projeto de lei do governo federal que, na prática, elimina as metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias, numa clara ofensa ao Artigo 165 da Constituição. Acabou a sessão: 4h58. A oposição tentou aprovar alguns destaques. Como dizia o poeta, “debalde!”. O governo conseguiu, como dizer?, unir a base. Dilma, que deve estar dormindo a esta hora, tomará o café da manhã convicta de que a sua base tem um preço. E ninguém poderá condená-la por fazer esse mau juízo dos seus companheiros, não é mesmo?

Como vocês devem se lembrar, decreto presidencial eleva em R$ 748 mil o valor das emendas individuais de deputados e senadores, mas condicionando essa elevação à aprovação do texto escandaloso. Na Câmara, o texto principal foi aprovado por 240 votos a favor e 60 contrários não custa lembrar que a Casa tem 513 deputados. Vá lá: 40% não foram reeleitos e talvez já tenham deixado Brasília, mas a adesão ao projeto, ainda assim, é baixa. No Senado, o texto contou com 40 votos a favor e um contra. Foi na trave. Como o quórum mínimo era de 41 senadores, Renan Calheiros, que presidia a sessão do Congresso — as duas Casas unidas —, computou o seu voto, o que não é usual.

A oposição foi derrotada no mérito? Foi, sim! Mas fez um belo papel. Esse é o caminho. O projeto do governo foi esmiuçado, detalhado, exposto com todos seus descalabros e despropósitos. A canseira foi grande. Também devem se considerar vitoriosas as pessoas que se mobilizaram para protestar em Brasília, obrigando Renan Calheiros a recorrer à truculência para esvaziar as galerias. Era certo que o governo venceria, mas foi, sim, uma vitória de Pirro, conseguida a um custo alto — inclusive o moral. 

E o Congresso que vem por aí no ano que vem é menos servil do que esse.

A oposição, finalmente, dá sinais de como é que se devem fazer as coisas. Isso é o que se espera dela. Essa é a cobrança de pelo menos 51 milhões de eleitores — hoje, talvez sejam mais. Essa é a oposição que presta contas a quem a escolheu para enfrentar o governo, não aquela que endossou, de maneira preguiçosa e impensada, o nome de Vital do Rêgo para o TCU.

E, é claro, se a oposição quiser, a questão tem de ser levada ao Supremo Tribunal Federal. A Constituição foi violada.
 
Por Reinaldo Azevedo Revista Veja