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quinta-feira, 17 de março de 2022

MENORES SITIADOS. É A GUERRA CULTURAL. - Percival Puggina

Criança não vota. Por isso a esquerda perdeu o rumo no caso do Danilo Gentili. Saiba: a guerra cultural em curso no Brasil é uma guerra suja, ainda mais suja que a invasão da Ucrânia. Aqui, ela é silenciosa e visa crianças e adolescentes
Mentes deformadas são menos visíveis do que edifícios em chamas. Muitas vezes, os estragos reais dessa guerra se farão sentir anos mais tarde, como acontece em certos experimentos bélicos de laboratório.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Foi assim que tudo começou, aliás, nos laboratórios de Ciências Sociais da Escola de Frankfurt, nas primeiras décadas do século passado. A ideia central, como costuma acontecer no Brasil, só chegou ao conhecimento público com meio século de atraso, quando o processo já ia longe e quando os alertas já soavam como reclamos de quem grita para o ônibus que já partiu.

Correndo livre, leve e solto, inclusive sem nome de batismo conhecido, o politicamente correto já então inibia a manifestação de contrariedade e toda reclamação era percebida e combatida, entre outras rotulagens, como conservadorismo exacerbado e reacionarismo. Houve tempo suficiente para o completo controle da cultura da elite e da cultura popular. Aquela, na Universidade; esta, nos grandes meios de comunicação.

Como não poderia deixar de ser, a saborosa cultura do Ocidente foi virando essa gosma intragável que não sabe o que é nem para onde vai. Onde o que importa é fazer crer que há algo acontecendo. Pois é a própria Escola de Frankfurt: seus membros queriam destruir uma civilização sem a menor noção sobre o que iria ocupar esse lugar.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Entre os autores que eu lia nos anos 60 e 70, apenas Gustavo Corção e Nelson Rodrigues pareciam ver, nos acontecimentos, a guerra cultural e suas consequências. Com coragem, partiam para o ataque severo, no campo das ideias. Em palavras de Corção, “não há guerra com espingardas de rolha, baionetas de papelão e bombas de creme”.

Danilo Gentili foi à guerra. A violência que proporcionou, na cena de pedofilia que me recuso a descrever, não se combate com reclamação encaminhada a um 0800 da vida.  À sociedade, cabe chutar o politicamente correto, a tolerância covarde e viciosa, e responder com interdição, investigação e processo.

A cultura não é e não pode ser um valhacouto de criminosos, nem lugar sagrado onde só os devotos possam entrar. Num e noutro caso, porém, os membros do clube dispõem, como se sabe, de poderes próprios para lacrações e cancelamentos...

A audácia desse sujeito serviu para mostrar que não cometia qualquer excesso quem, contemplando a esmagadora derrota que sofríamos na guerra cultural até a eleição de 2018, enumerava os objetivos do esquerdismo revolucionário frankfurtiano: normalização da pedofilia e do incesto, publicidade e liberação das drogas, destruição da instituição familiar, implosão da Igreja Católica e infamação do cristianismo.

O governo, através do Ministério da Justiça, não jogou bombas de creme. Interditou. Cumpriu seu papel. Cumpra o seu o eleitor.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Ninguém problematiza o machismo estrutural entre os garis - Gazeta do Povo

Bruna Frascolla 

Identitarismo

O martírio de Joana Angélica. - Foto: Anônimo/ Wikimedia Commons

Quando desembarca no metrô em Ipanema, no Rio de Janeiro, tem-se a opção de sair pela Joana Angélica ou pela Maria Quitéria. Para o carioca, são apenas nomes de rua. Para os baianos, porém, Joana Angélica e Maria Quitéria são mulheres símbolo das guerras pela Independência da Bahia. Não foi um movimento separatista; foi um movimento para se libertar do jugo armado de Lisboa e acompanhar o Rio de Janeiro na Independência do Brasil.

Pelas minhas contas, o identitarismo começou a se impor no Brasil em 2015. Os conflitos armados pela Independência da Bahia começaram em fevereiro de 1822 (antes do grito às margens do Ipiranga) e terminaram em 2 de julho de 1823. Desde então, a Independência é muito comemorada em Salvador e no Recôncavo, e as heroínas são conhecidas desde a escola. Os baianos convivem com a memória de Joana Angélica e Maria Quitéria duzentos anos antes de aparecer a empoderada de cabelo rosa e argola de boi no nariz querendo nos catequizar em vitimismo. Os cariocas, em algum momento de sua urbanização, dedicaram os logradouros de Ipanema aos heróis da Independência da Bahia. Não deixaram de fora essas duas mulheres.

Que fizeram elas pela Independência? Em 19 de fevereiro de 1822, quando a soldadesca baiana ensaiava reações anárquicas à ocupação militar portuguesa, a abadessa Joana Angélica escondera mais uma vez os revoltosos baianos no Convento da Lapa. Eles atacavam e se escondiam lá, para grande irritação dos portugueses. Estes foram ao convento, tiveram uma altercação com a abadessa e a trespassaram com uma baioneta. Ela morreu no dia 20 de fevereiro de 1822, causando uma imensa comoção e incendiando o povo. Segundo a versão ensinada às crianças em casa pelas famílias e nas escolas pelos professores, Joana Angélica teria dito aos portugueses que eles só entrariam ali passando por cima de seu cadáver. Seu ato de bravura custara-lhe a vida.

Quanto a Maria Quitéria, sua excepcional bravura fez dela um símbolo da independência baiana. Ela era casada e o marido não queria ir para a guerra. Então ela pegou a farda dele, vestiu-se de soldado e foi. Sua destacada participação foi reconhecida pelas autoridades militares, que lhe deram um kilt escocês para improvisar um fardamento feminino. É com o kilt que ela é representada em pinturas e monumentos. Primeira mulher a sentar praça no Brasil, ela ganhou uma medalha da Ordem do Cruzeiro.

A revolta das Luluzinhas
Duzentos anos depois de Maria Quitéria optar por uma atividade essencialmente masculina e obter êxito nisso, as manas empoderadas se esvaem em lágrimas digitais por causa de uma piada. Mais: a piada era sobre uma obra cujos dirigentes se gabavam de escolher as pessoas em função do “gênero”, tinha um monte de mulheres (o que de fato é bem incomum em engenharia), e... caiu.

Como ninguém ainda conseguiu controlar a internet, começou a circular um vídeo em que uma porção de manas empoderadas do mundo corporativo ficava falando de como é importante contratar mulheres. Uma certa Vilma Dias Armenini, analista de RH, disse: “Procuro sempre contratar as mulheres”. Noutros tempos, causaria vergonha admitir preconceito assim. Ao cabo, as misândricas querem o roubar emprego dos homens e ainda levar a pensão “alimentícia” dos homens. Como é que o homem vai bancar o iPhone das crianças se o RH deve se esforçar ao máximo para não empregá-lo?

O vídeo usou este material da cambaleante construtora Acciona, pôs cortes com cenas do desmoronamento da obra e incluiu legendas irônicas. Uma engenheira aparece dizendo “Tem uma barreira na engenharia com relação às mulheres”, e sobe o letreiro “Por que será?”. Corta para o desabamento. Foto das manas triunfais ganha as letras: “As grandes guerreiras!”.

Eduardo Bolsonaro compartilhou nas redes uma versão reduzida do vídeo satírico e disse o óbvio: “‘Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc”. Eis uma mensagem em perfeita conformidade com a igualdade de oportunidades, contrária à discriminação por sexo e cor.

Mas agora é feio ser contra a discriminação por sexo e cor. Ser a favor à igualdade de oportunidades faz de você extrema-direita. O sucessor de Prestes tuitou: “Atenção, mulheres! Eduardo Bolsonaro acha vocês incompetentes. No que depender dele, vocês não terão emprego e serão sempre culpadas antes mesmo de qualquer apuração. Ele não respeita mulheres, mas gosta do seu voto. Dêem a resposta a esse misógino e misógino pai dele em outubro!”. Isto não é verdade. O deputado não defendeu que apenas homens fossem contratados. Se Roberto Freire acha que uma mulher precisa de discriminação misândrica para ser contratada, o machista é ele. 

A coluna de Monica Bergamo, conhecido canal de divulgação do PT,  toma as dores da empresa: “O material original exaltava a participação de mulheres no empreendimento, destacando a contratação de engenheiras para o canteiro de obras e de outras profissionais envolvidas diretamente nos trabalhos. Na versão feita agora, para relacionar o rompimento na pista à participação feminina e questionar a competência das profissionais unicamente por causa do gênero delas, imagens e falas de entrevistadas foram tiradas de contexto e ridicularizadas”.

Ciência social de RH
O raciocínio de fundo merece ser chamado de ciência social de RH. Entende-se que homens e mulheres são tabula rasa, e toda diferença entre os sexos se explica por coerção estatal. Elas olham para qualquer emprego do mundo corporativo e perguntam: “Por que não são 50% de homens e 50% de mulheres?” Resposta: machismo estrutural. Como corrigir? Na mão grande, discriminando os homens. E se for 100% de mulheres, está ótimo, porque há injustiças históricas a serem reparadas.

Curiosamente, só fazem essas perguntas a respeito de profissões de status em que homens costumam maioria, tal como engenharia. Ninguém problematiza o machismo estrutural dos garis nem quer botar cota para mulher entre eles. Enfermagem, embora goze de certo status, também não conta: ninguém quer desconstruir a masculinidade botando cota para homem.  Tratas-se, no frigir dos ovos, de um movimento dogmático que visa a reserva de vagas de trabalho para mulheres de classe média.

Se acreditarmos nas Luluzinhas do mundo corporativo (mundo este que corrompeu universidades, dando-lhes dinheiro via Fundação Ford), não é preciso investigar nada sobre os impactos da evolução nas diferenças entre o cérebro humano de ambos os sexos. Isso, sim, é negacionismo científico. Implica ignorar todo o campo da psicologia evolutiva.

O mundo do RH

Outra implicação problemática é a passividade da mulher. Em princípio estou aqui, feito um objeto, até que uma graciosa mana do RH resolva me empoderar, tirando o emprego de um “macho escroto” e dando-o para mim. Fico sentadinha esperando a gerência cuidar de mim e da justiça terrena.
Se for verdade que o mundo funciona assim, como explicar a decisão de Quitéria de pegar a farda do marido, se passar por homem e ir à luta? Onde ficam a liberdade individual e a iniciativa própria? O mundo ideal teria um RH gigante gerindo a humanidade?
 
Eu acredito que uma grande obra projetada por engenheiras pode ser bem feita, desde que as engenheiras tenham passado por um processo seletivo meritocrático. 
Se a empresa fizer um processo seletivo lacrador e contratar uma engenheira negra gorda trans lésbica cadeirante para fazer uma pontezinha, eu vou de barco.

O caso de Maria Quitéria mostra que mulheres podem, por mérito próprio, se sobressair em atividades essencialmente masculinas. No caso de Maria Quitéria em particular, a bravura é essencial para o seu destaque, e a passividade é completamente incompatível com isto.

Há outras mulheres de sucesso cuja atividade prescinde de bravura. Marie Curie, por exemplo, precisou superar preconceitos para se firmar como cientista. As virtudes de um cientista são bem diferentes das de militares. Assim, ela não precisa ser brava para ser boa; bastava fazer grandes descobertas científicas. O Ocidente fez com que as mulheres não precisassem de uma bravura especial para se dedicar a uma profissão pacífica. Mulheres não precisam mais enfrentar preconceito ao entrar na universidade, e está muito bem assim. Isso é igualdade de oportunidades.

Agora, já imaginaram se a Independência da Bahia dependesse do RH da Acciona? Cataria Maria Quitéria pela mãozinha junto com uma porção de donas de casa. O mérito iria pelas cucuias, e o batalhão das mulheres seria uma piada pronta. Se o RH da Acciona cuidasse da ciência, tampouco daria muito certo para Marie Curie. Alocada num “time” feminino cheio de donas de casas recrutadas a contragosto para cumprir tabela, ela se perderia na multidão de nulidades e seria impedida de trabalhar com um colaborador, que por acaso era o seu marido.

Deus me livre de RHs. Se vir uma Luluzinha querendo me recrutar, declaro voto em Eduardo Bolsonaro na hora.
 
Bruna Frascolla,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Judiciário enfim reage ao golpismo de Bolsonaro - O Globo

Bernardo Mello Franco

ANTES TARDE DO QUE NUNCA

O Judiciário despertou do sono profundo e começou a reagir aos insultos, chantagens e ameaças de Jair Bolsonaro. O movimento foi puxado pelo ministro Luís Roberto Barroso, alvo número um do capitão. Quando o ministro da Defesa apontou a baioneta para o Congresso, o presidente do TSE deu dois telefonemas e declarou que as instituições estavam funcionando. [será que em um dos dois telefonemas o ministro Barroso explicou as razões para ser absurdamente contrário ao VOTO AUDITÁVEL = REGISTRO DO VOTO?  
Uma explicação coerente e convincente - dos danos que serão causados ao processo eleitoral se a Justiça Eleitoral e os brasileiros passarem a dispor de um meio eficiente, palpável e seguro de auditar os votos - seria mais que suficiente para os brasileiros se convencerem da não necessidade do REGISTRO DO VOTO.] Onze dias depois, mudou o tom, usou a palavra “golpismo” e reconheceu que a democracia está sob ataque. “Há coisas erradas acontecendo no país, e nós todos precisamos estar atentos. Precisamos das instituições e precisamos da sociedade civil, ambas bem alertas”, disse Barroso.

O ministro enumerou dez países em que autocratas eleitos pelo voto popular estão “desconstruindo, tijolo por tijolo, os pilares da democracia”. E advertiu que o objetivo da ofensiva contra a urna eletrônica é um só: “pavimentar o caminho da quebra da legalidade”. Barroso não se limitou às palavras. Anunciou duas medidas práticas, que receberam apoio unânime na Corte: a abertura de inquérito administrativo e o envio de notícia-crime ao Supremo.

A investigação do TSE vai apurar a prática [(sic) ?] de seis crimes na pregação contra as urnas: corrupção, fraude, conduta vedada a agente público, campanha extemporânea, uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e econômico. No Supremo, Bolsonaro deve entrar na mira do inquérito das fake news, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.  As iniciativas driblam a omissão do deputado Arthur Lira e do procurador Augusto Aras, que cruzam os braços diante da escalada autoritária.

[respeitosamente, recomendamos a todos - especialmente ao ilustre articulista, que torce para que gasolina seja usada para apagar fogo (prática que o ministro Fux, sabiamente, repudia) - a leitura da matéria do colunista  Elio Gaspari, publicada em O Globo, desta data.]

Agora o presidente do Supremo, Luiz Fux, deve ser cobrado a sair da inércia. Na segunda-feira, ele ensaiou mais um discurso apaziguador. Falou em “aprendizado mútuo” e pediu “diálogo” e “harmonia”. Foi solenemente ignorado por Bolsonaro, que reagiu com novos ataques aos tribunais.

Não há espaço para cafezinho com quem ameaça rasgar a Constituição para se manter no poder a qualquer custo. O Judiciário demorou, mas ergueu as primeiras barricadas contra o golpismo. Antes tarde do que nunca.

Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo


quinta-feira, 5 de abril de 2018

Supremo julgou Lula com a baioneta no pescoço


No julgamento do mensalão, um ministro disse que o Supremo votaria “com a faca no pescoço". 

Ontem o tribunal se viu sob a mira da baioneta. Ela foi apontada pelo comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas.  Na véspera de outro julgamento importante, o general tentou emparedar a Corte. Não precisou de tanques. Sacou o celular e disparou dois tuítes. Em 436 caracteres, disse “à Nação” que apoiava o sentimento “de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”. Acrescentou que o Exército se manteria “atento às suas missões institucionais”. [desde quando ser contra a impunidade de criminosos condenados é crime? é intenção de ameaça?
desde quanto declarar que uma Instituição da República tem atenção com seus deveres, ou missões, institucionais, é crime ou ameaça?
Crime - que justifica qualquer prisão preventiva, desde que haja interesse em punir criminosos - é um condenado por NOVE JUÍZES e réu em mais sete crimes, sair pelo Brasil afora em caravana ofendendo autoridades constituídas, ameaçando  convocar um bando de marginais, os facínoras do 'mst' que ele chama de 'exército de Stédile', e nada é feito para conter tamanha conduta criminosa.(a Constituição Federal proíbe associação paramilitar)
Isto sim, é CRIME que justifica prisão preventiva, valendo o mesmo para a senadora, ré e presidente do PT, Gleisi Hoffmann que teve a ousadia de ameaçar de morte quem tentasse prender Lula.]
 
As mensagens foram a senha para uma noite de alta tensão em Brasília. Políticos, advogados e juízes trocaram ligações e mensagens nervosas. Tentavam entender se o país estava diante de uma ameaça de golpe militar, 34 anos depois de reconquistar a democracia. Não se sabe se Villas Bôas iria tão longe, mas o comunicado alvoroçou a caserna. “Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens!”, empolgou-se o general Paulo Chagas. Alguns dias antes, ele celebrava o aniversário da quartelada de 1964 — em suas palavras, uma “revolução democrática” [PATRIÓTICA e REDENTORA.]
 
O deputado Jair Bolsonaro também vibrou. “Estamos juntos General Villas Boas", escreveu, torturando a legalidade e as regras de pontuação. O ex-capitão é outro nostálgico da ditadura. Na ausência de Lula, ele lidera a corrida presidencial.  A agitação dos coturnos elevou a pressão sobre o Supremo na véspera de um julgamento crucial para a eleição. Os ministros tentaram disfarçar o incômodo com a baioneta. Só o decano Celso de Mello ousou contestar o general, quando a sessão já se encaminhava para o fim.

Como esperado, a decisão ficou nas mãos de Rosa Weber. Ela frustrou a defesa e negou o habeas corpus ao ex-presidente. Disse que seguia a atual jurisprudência da Corte, e não as suas convicções pessoais.  O resultado seguiu o roteiro desenhado por uma autoridade sem Twitter: a ministra Cármen Lúcia. Contrariando os veteranos da Corte, ela passou o caso de Lula à frente de duas ações genéricas que questionam as prisões em segunda instância. Sem a manobra da presidente do Supremo, o voto de Rosa seria outro, e o petista não estaria a caminho da cadeia. [o Regimento Interno do STF concede à Presidência do STF autoridade para pautar os julgamentos.]

Bernardo  Mello Franco - O Globo