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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

“Ação, Reação, Xeque-mate” e outras cinco notas de Carlos Brickmann



O governo demorou para encontrar o caminho da reação, mas o trabalho que realiza contra a Operação Lava Jato é hoje visível: corte de verbas da Polícia Federal, intensa mobilização de jornalistas aliados, especialmente nas redes virtuais, mas não exclusivamente nela, contra delegados, promotores e o juiz Sérgio Moro (só no dia 7, esta coluna recebeu, de apenas um dos profissionais engajados, quatro ataques pesados ao juiz e à PF ─ num deles, fala-se em “quadrilha Moro”), tentativas de vitimizar os inocentes pixulequeiros presos em Curitiba.

Diante do risco de abafamento das investigações, há quem diga que documentação sobre o escândalo acabou em mãos dos equivalentes americanos à PF e ao Ministério Público. As investigações dos EUA tocam em dois temas: primeiro, o envolvimento de cidadãos, sistema financeiro e empresas dos EUA no Petrolão (lá é crime); segundo, o processo que investidores em títulos da Petrobras na Bolsa de Nova York movem contra a empresa, pedindo reposição das perdas que tiveram com a redução dos lucros causada pela pixulecagem e a consequente diminuição do valor dos papeis em seu poder. É coisa grande, de algumas dezenas de bilhões de dólares. Até um acordo giraria em torno de cifras monumentais.

É o xeque-mate na tentativa de abafar as investigações: lá não há como bloqueá-las. Como provou o caso Marin, se houve uso de empresas americanas nas manobras, eles investigam e divulgam tudo. E, como no caso das Mãos Limpas, na Itália, o farol que orienta Moro, se a justiça for feita sua missão está cumprida.

Esquentando
Não esqueça: Lula depôs cinco horas na Polícia Federal. Quem diria que isso poderia acontecer? A Polícia Federal encontrou no celular de Léo Pinheiro, chefão da empreiteira OAS, troca de mensagens com Jaques Wagner, hoje chefe da Casa Civil, sobre liberação de pagamentos no Ministério dos Transportes. O Supremo autorizou a quebra dos sigilos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de sua esposa e de sua filha.
Se alguém acha que a guerra política foi arquivada, ou amenizada, depois que o Supremo dificultou o impeachment, está enganado.

Eduardo Cunha, o equilibrista
Pesquisa do Instituto Paraná em São Paulo apurou que Eduardo Cunha (PMDB ─ Rio) não tem a confiança de 81,9% dos eleitores para comandar, moral e legalmente, o impeachment (que, aliás, é defendido por ampla maioria).  
[ressalve-se que os eleitores que formam o fantástico percentual de 89,1%, são totalmente desorientados, sem noção – o que os habilita a serem eleitores de Lula.  
São tão obtusos que dizem que o Cunha não tem competência para comandar o impeachment;
Não sabem que o impeachment, será conduzido pelo Senado da República,  presidido = comandado = em todos os procedimentos relativos ao processo de impedimento pelo presidente do STF.
O deputado Eduardo Cunha apenas e tão somente acatou o pedido de impeachment, dando o encaminhamento devido – isso, nem na terra do estrupício cuja mãe nasceu analfabeta pode ser considerado exercer comando.]  

- E, para 74%, Cunha deveria ter o mandato cassado. [existem denúncias contra Cunha que serão investigadas e se forem  verdadeiras, forem fatos que constituam crimes, poderão motivas a cassação, até mesmo prisão, do presidente da Câmara.]

Sem apoio do eleitor, como Cunha sobrevive? Sobrevive porque, tendo sempre atendido aos mais extravagantes pedidos de seus colegas parlamentares, por mais caros que fossem, recebe ainda sua solidariedade. Em Brasília, uma mão lava a outra, e ambas lavam o Cunha. [o apoio do eleitor ou rejeição não tem nenhuma influência sobre o destino de Cunha, que só será candidato – caso não tenha sido cassado e perdido os direitos políticos – em 2018].
O caso de Dilma, por envolver impeachment,  julgamento político, está sujeito à vontade popular – as manifestações que certamente ocorrerão vão mostrar aos deputados e senadores que Dilma é culpada e deve ser excluída da vida pública. As mesmas manifestações retirarão dos senadores qualquer vontade de aliviar para Dilma.
Quanto ao caso do Cunha, sendo as denúncias apresentadas contra ele aceitas pelo Supremo e indo a julgamento naquela Corte, haverá um julgamento técnico, totalmente  imune as pressões populares.]

Schahin, a defesa
O Grupo Schahin, a respeito da saída do país dos navios NS Cerrado e NS Sertão, declara: “Com o objetivo de impedir a transferência de posse das embarcações para os credores, a Schahin atuou junto à 4ª e à 35ª Varas Cíveis de São Paulo, à 3ª Vara Cível de Macaé (RJ), à 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial da capital paulista e à 5ª Vara Federal de Execuções Fiscais de São Paulo, bem como perante os Tribunais de Justiça de São Paulo e do Rio de Janeiro, além da Receita Federal e Marinha, para reter os navios no Brasil. Por ordem do juiz Rodrigo César Fernandes Marinho, de Macaé, contudo, as embarcações foram transferidas para os credores que, como já se sabia, as levariam para o exterior. Registre-se que, ao resistir a dar cumprimento à ordem do juiz de Macaé, por orientação da Schahin, o comandante do navio NS Cerrado foi ameaçado de prisão. A empresa ser agora acusada de ter contribuído para a fuga dos navios, que levaram a bordo equipamentos e ferramentas da Schahin, bem como contêineres pertencentes a fornecedores de alimentos para os trabalhadores, é intolerável. O Grupo Schahin informa que entregou essas informações, nesta quinta-feira, 7, à Força Tarefa da Operação Lava Jato. O ofício desmente notícias que reproduzem acusações atribuídas ao auditor fiscal Roberto Leonel de Oliveira Lima, da Receita Federal. O grupo oficiará à Receita sobre tais declarações à imprensa, que geraram grande prejuízos de imagem no mercado financeiro”.

Prefeitos, os bons e os maus
Outra pesquisa do Instituto Paraná, sobre prefeitos de 13 capitais, divulgada por VEJA
o melhor é ACM Neto (DEM), Salvador, com 84,7% de aprovação. O segundo é Rui Palmeira (PSDB), Maceió, com aprovação de 64,4%.
Os dois piores são do PT: Paulo Garcia, Goiânia, 73,7% de rejeição, e Fernando Haddad, São Paulo, com rejeição de 69,8%.

A festa continua
A monarquia brasileira balançava, e a Corte promoveu um grande baile na Ilha Fiscal, no Rio, em homenagem à tripulação do navio chileno Almirante Cochrane. Custou 10% do orçamento anual do Rio de Janeiro. Seis dias depois, o imperador foi deposto.

A história se repete: o Rio está sem dinheiro para atender a seus doentes, faltam remédios básicos nos hospitais, mas o Palácio Laranjeiras, que não é nem onde mora o governador nem onde trabalha, está sendo reformado para que Sua Excelência possa praticar natação. Orçamento: R$ 2,3 milhões.

Fonte: Coluna de Carlos Brickmann - http://www.brickmann.com.br/