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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Bretton Woods - Hora de reconstruir - O Estado de S. Paulo

Celso Ming 

Cenário pós-pandemia exige um novo Bretton Woods, diz a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional

Tempo de reconstrução
No pronunciamento desta quinta-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a búlgara Kristalina Georgieva, pediu que a comunidade internacional encare os problemas da hora com o espírito da Conferência de Bretton Woods. Esse foi o grande acordo costurado em 1946 nessa minúscula localidade do Estado de New Hampshire, nos Estados Unidos, em que 44 representantes dos principais países liderados pelos Estados Unidos definiram as bases econômicas da reconstrução.

Em 1944, a economia mundial estava prostrada em consequência de duas enormes devastações: a da Grande Depressão dos anos 1930 e a da 2.ª Grande Guerra, de 1939 a 1945. Bretton Woods restabeleceu a ordem monetária global, ainda baseada no padrão ouro. Também criou o Fundo Monetário Internacional, para socorrer os países nos casos de incapacidade de pagamento no mercado internacional, e o Banco Mundial, para ajudar a financiar o desenvolvimento econômico dos países pobres.

O momento, disse Georgieva, é de um novo Bretton Woods. E ela enumera os estragos de um ano de pandemia: “Mais de 1 milhão de mortos, encolhimento de 4,4% no PIB global e nova queda de US$ 11 trilhões na produção no ano que vem”. E acrescenta que, neste ano, a pobreza aumentou pela primeira vez em décadas. Apesar das proporções do desastre, as tarefas de reconstrução são incomensuravelmente menores do que as que existiam na segunda metade dos anos 1940, quando grande extensão da infraestrutura e da capacidade de produção foi destruída pelos bombardeios na Europa e na Ásia. 

Não dá para dizer que vem faltando ajuda. A própria Georgieva comemora a injeção de US$ 12 trilhões em recursos fiscais por parte dos Tesouros nacionais e de mais US$ 7,5 trilhões pelos grandes bancos centrais. Se o momento é de ampla reconstrução, não vai ser preciso reerguer fábricas, portos, ferrovias e estradas e recuperar tantos campos devastados. Mas é preciso mais investimento, cuja função será ajudar a aumentar a produção de riquezas e a criar postos de trabalho.

Se o momento é de um novo Bretton Woods, também é o de uma mensagem, que na ocasião foi proferida pelo maior economista do século 20, John Maynard Keynes. Em 1944, ele pediu um grande esforço de cooperação global, capaz de assentar as bases para uma nova irmandade entre os povos. Um dos campos que podem alavancar os novos tempos é o encaminhamento de projetos de substituição de energia fóssil por energia renovável. O mundo enfrenta hoje um desastre econômico de natureza ambiental da ordem de US$ 1,3 trilhão. Mas “podemos chegar a 2050 com zero de emissões de gás carbônico e ajudar a criar milhões de empregos”, sugere Georgieva.

As maiores limitações estão no campo fiscal. Em 2021, os países avançados terão uma dívida acumulada de 125% do PIB e os países emergentes, de 65% do PIB. A dívida bruta do Brasil se encaminha rapidamente para os 100% do PIB. Mas é preciso enfrentar esses apertos não como problema incontornável, mas como obstáculos adicionais a superar. O tempo dirá se esses apelos encontram algum eco.

Celso Ming, jornalista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

À espera de que mesmo?



A primeira questão que me ocorre é se faz algum sentido (ético, não político) a sorte da presidente Dilma estar nas mãos de Eduardo Cunha
Como estou escrevendo antes de possíveis desfechos, inclusive a decisão de Eduardo Cunha, que ficou para a próxima semana, de abrir ou não processo de impeachment contra a presidente, vou ter que fazer digressões para não fugir ao inevitável tema da crise política que domina todas as rodas de conversas. A pergunta é sempre “o que vai acontecer?”, como se alguém tivesse a resposta.

A primeira questão que me ocorre é se faz algum sentido (ético, não político) a sorte de Dilma estar nas mãos de Eduardo Cunha. Apesar das mentiras de campanha, dos desacertos e das trapalhadas no governo, ela é reconhecida até pelos adversários como honesta. [Dilma não está sendo acusada, ainda, da prática de atos desonestos e sim de cometer outros crimes – lembramos que existes no ordenamento jurídico brasileiro outros crimes, além do assalto aos cofres públicos - , com a agravante que mesmo condenada no TCU continua violando à Lei de Responsabilidade Fiscal com a prática constante de novos pedaladas.

Quanto ao deputado Eduardo Cunha, até que seja julgado, condenado e afastada da presidência da Câmara dos Deputados continua sendo o legítimo juiz para a fase inicial que livrará o Brasil da Dilma e do que ainda resta dessa nojenta corja esquerdista.]    

Já ele não goza mais do “benefício da dúvida” nem por parte do PSDB, que o apoiou até que o tsunami de denúncias do Ministério Público daqui e sobretudo da Suíça o afogasse em acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro desviado da Petrobras, além de contas secretas e milionárias no exterior em seu nome e de sua família. [quanta parcialidade! o deputado Eduardo Cunha sequer foi acusado formalmente e já querem lhe cassar o “beneficio da dúvida”. E o autor da ridícula tentativa quer conceder à Dilma – julgada e condenada pelo TCU – o mesmo beneficio, já estando a mandatária sendo acusada de reincidência no delito ‘pedaladas fiscais’.] Fico imaginando a cara dos que empunharam numa passeata o cartaz “Somos milhões de Cunhas”. (Na internet, já houve a correção para “Somos os mil$hões do Cunha”).

No último fim de semana e começo desta, o governo, com seus ministros, e a oposição, com seus líderes, passaram horas reunidos discutindo estratégias para lidar com o ex-aliado dos dois lados, um cada vez mais poderoso fiel da balança. Nesse clima de conspiração que alternou do cambalacho ao troca-troca com ameaças, a oposição foi oportunista. Os governistas pelo menos estavam tentando salvar a pele, enquanto os adversários não conseguiram disfarçar o verdadeiro objetivo, que era conseguir o impedimento de Dilma
[mas a meta de qualquer PESSOA DE BEM deve ser EXCLUIR,  definitivamente, Dilma, Lula e o restante da petralhada da vida pública. São sujos e incompetentes em demasia e devem ser neutralizados, já que só assim vão parar de faz mal ao BRASIL e aos BRASILEIROS.]  Ambos disputando a proteção do... já ia escrever “Coisa ruim”, mas me lembrei dos 50 processos que ele moveu contra colegas jornalistas, até por tê-lo chamado por essa alcunha (desculpem o trocadilho).
 
Não sei se a presidente conseguiu de juristas pareceres consistentes contestando os argumentos baseados na rejeição das contas do governo pelo TCU e nas ações no TSE pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer. O argumento é que o que foi feito não constitui crime de responsabilidade que justifique a punição drástica dos dois. [As ações que correm no TCU contra Dilma cuidam da prática pela ‘búlgara’ de crimes de violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
As ações que estão em curso no TSE cuidam de fraudes na campanha eleitoral da Dilma-Temer em 2014 e representam infrações a outras leis e com outras penas. De tudo, resta indiscutível que crimes não faltam  para permitir a destruição de Dilma e Temer – que nas ações no TCU é inocente e nas  em curso no TSE é comparsa da Dilma.]

Confesso que, diante dessa “regra do jogo”, em que alguns personagens, imitando a ficção, são o que fingem não ser — jurando inocência —, não hesito em torcer contra o impedimento de Dilma, não porque seja uma tentativa de “golpe”, como alegam os mesmos que um dia foram para a rua pedir “Fora FH!”. Mas porque estamos à espera de que mesmo? Olhando em volta, o futuro imediato preocupa tanto quanto o presente. Ruim com ela, pode ser pior sem ela.

Por: Zuenir Ventura – O Globo