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sábado, 10 de junho de 2023

Deputados de partidos da base de Lula assinam pedido de impeachment encabeçado pelo PL; veja lista - O Estado de S. Paulo

Natália Santos - Política

Documento tem assinatura de 47 parlamentares, sendo quatro de partidos aliados; pedido precisa de autorização do presidente da Câmara para avançar e não tem efeito imediato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é alvo de um novo pedido de impeachment na Câmara. O documento com 47 assinaturas, encabeçado por deputados do PL, tem também o apoio de quatro parlamentares de partidos que compõem a base do petista, PSD, MDB e União Brasil. O requerimento não tem efeito imediato e precisa do aval do presidente da Casa para tramitar. Até o momento, Lula tem ao menos seis pedidos protocolados que solicitam a saída dele do cargo.

As assinaturas de parlamentares de siglas com comando de ministérios reforçam o racha na base de apoio do governo. PSD, MDB e União Brasil têm nove ministérios, mesmo assim as bancadas desses partidos têm dado votos contra interesses do governo na Casa. O Palácio do Planalto tenta resolver o problema da falta de fidelidade.

No pedido de impeachment, os parlamentares alegam que Lula cometeu crime de responsabilidade em três momentos: ao declarar que a Venezuela é vítima de “narrativas” construídas por opositores, ao receber o presidente venezuelano Nicolás Maduro no País e ao indicar seu advogado Cristiano Zanin para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).

Qualquer cidadão pode apresentar um pedido de impeachment de um presidente da República desde que haja justificativa com detalhes do crime de responsabilidade cometido pelo chefe do Executivo.
Entretanto, para sair do papel e ir à discussão pelos deputados, o principal componente é a vontade política. 
O presidente da Câmara é quem define se o documento apresentado será arquivado ou encaminhado para análise dos parlamentares. Em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, foram protocolados cinco pedidos de impeachment contra o então presidente na Casa. Ele terminou o governo com mais de 150 denúncias. Nenhuma delas avançou.

Quatro parlamentares da base de Lula assinaram o novo pedido de impeachment: Sargento Fahur (PSD-PR), Delegado Palumbo (MDB-SP), Thiago Flores (MDB-RO) e Rodrigo Valadares (União-SE). O PSD comanda Agricultura, Pesca e Minas e Energia; o MDB, Planejamento, Cidades e Transportes; e o União Brasil, Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional.

Até março de 2023, a Câmara registrou seis pedidos de impeachment do presidente Lula. As motivações dos pedidos tratam de declarações de Lula, em especial a afirmação de que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se tratou de um golpe de Estado. Outros pontos também são abordados, como responsabilização pelos ataques do 8 de Janeiro e acusações sobre tentativas de impedir a abertura da CPMI para investigar os atos ocorridos na data em Brasília.

Confira a lista de assinantes do pedido de impeachment:

  1. Evair de Melo (PP-ES)
  2. Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
  3. Amalia Barros (PL-MT)
  4. Sargento Fahur (PSD-PR)
  5. Zé Trovão (PL-SC)
  6. Marcelo Moraes (PL-RS)
  7. Luiz Phelippe O. e Bragança (PL-SP)
  8. General Girão (PL-RN)
  9. Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF)
  10. Bia Kicis (PL-DF)
  11. Mario Frias (PL-SP)
  12. Maurício Marcon (Podemos-RS)
  13. Chris Tonietto (PL-RJ)
  14. Nikolas Ferreira (PL-MG)
  15. Fábio Costa (PP-AL)
  16. Coronel Meira (PL-PE)
  17. Coronel Telhada (PP-SP)
  18. Gustavo Gayer (PL-GO)
  19. Carlos Jordy (PL-RJ)
  20. Delegado Palumbo (MDB-SP)
  21. Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS)
  22. Daniela Reinehr (PL-SC)
  23. Delegado Caveira (PL-PA)
  24. Silvia Waiãpi (PL-AP)
  25. Sargento Gonçalves (PL-RN)
  26. Junio Amaral (PL-MG)
  27. Fernando Rodolfo (PL-PE)
  28. Bibo Nunes (PL-RS)
  29. Delegado Paulo Bilynsky (PL-SP)
  30. Abilio Brunini (PL-MT)
  31. Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
  32. Capitão Alberto Neto (PL-AM)
  33. Clarissa Tercio (PP-PE)
  34. Rodolfo Nogueira (PL-MS)
  35. Rodrigo Valadares (União-SE)
  36. Luiz Lima (PL-RJ)
  37. Carla Zambelli (PL-SP)
  38. Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG)
  39. Marcel Van Hattem (Novo-RS)
  40. André Fernandes (PL-CE)
  41. Thiago Flores (MDB-RO)
  42. Lucas Redecker (PSDB-RS)
  43. José Medeiros (PL-MT)
  44. Caroline de Toni (PL-SC)
  45. Mauricio Souza (PL-MG)
  46. Júlia Zanatta (PL-SC)
  47. Ubiratan Sanderson (PL-RS)

Natália Santos - Política - O Estado de S. Paulo


domingo, 19 de fevereiro de 2023

A nova arma de Lula contra as Forças Armadas

Planalto deu aval para tentativa de mudança em texto constitucional sobre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica

 A ideia de deputados do PT que pretendem alterar o artigo 142 da Constituição – texto que define o limite da atuação das Forças Armadasteve antes o aval do Palácio do Planalto.

É o que apurou a coluna. [o aval do Palácio do Planalto e NADA são exatamente a mesma coisa; inclusive, segundo O Globo nem os parlamentares petistas, os que votam - os que puxam o saco do Lula não votam e jornalistas da mídia militante, que cumprem pauta, também não votam, -  são favoráveis as mudanças.]

Os parlamentares vão apresentar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) com o objetivo de tirar qualquer dúvida que paira sobre a eterna falácia de que Exército, Marinha e Aeronáutica são o “poder moderador”.

Em VEJA, MATHEUS LEITÃO -  MATÉRIA COMPLETA

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Exército teve aval de Lula para vetar PM em acampamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval para o Exército realizar a operação de desmonte do acampamento golpista em frente ao quartel-general somente no dia seguinte à invasão às sedes dos três Poderes. A anuência presidencial foi dada após integrantes da Força afirmarem a Lula que a operação para o desmonte do acampamento feito pela Polícia Militar durante a noite do dia 8 de janeiro, sem planejamento prévio, poderia resultar em conflito e mortes. 

 Um cordão de soldados da Polícia do Exército obstrui a entrada na rua que dá acesso ao quartel-general do Exército, em Brasília. Na foto, é possível ver blindados estacionados para impedir a passagem de veículos.

 Auxiliares de Lula afirmaram à Folha que o presidente queria que os bolsonaristas fossem presos ainda durante a noite, mas concordou com o adiamento diante do risco de um cenário parecido ao descrito pelos militares.Pessoas próximas ao presidente dizem ainda que o Exército comunicou a Lula que havia pessoas armadas no acampamento. Os militares argumentaram que ocorreria uma tragédia caso a operação fosse realizada à noite.

O presidente, então, pediu que as forças de segurança discutissem as possibilidades colocadas à mesa. O aval de Lula foi dado ao general Gustavo Henrique Dutra, comandante militar do Planalto, durante reunião do oficial com o interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.

Dutra e Cappelli se encontraram na Catedral Militar Rainha da Paz, em Brasília, logo após os bolsonaristas radicais serem dispersados da Esplanada dos Ministérios e voltarem ao acampamento.A reunião começou sem acordo. A Polícia Militar havia recebido ordem do interventor para entrar na área militar e prender os golpistas. O Exército, no entanto, barrou o acesso dos policiais, posicionado três blindados Guarani e uma tropa de soldados em frente ao Setor Militar Urbano.

Diante do impasse, Cappelli enviou mensagens e telefonou para o ministro Flávio Dino (Justiça), em busca de apoio para prender os golpistas.Em movimento semelhante, o general Dutra fez um telefonema para o general Gonçalves Dias, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), para argumentar que a melhor decisão seria realizar o desmonte na manhã do dia seguinte.

Durante a ligação, Dias entregou o telefone para Lula, que estava ao seu lado. O presidente teve uma rápida conversa com o comandante militar. De acordo com relatos de pessoas com conhecimento do assunto, Dutra afirmou que uma operação noturna, sem planejamento, poderia resultar em confusão. Havia receio entre os militares de que um possível descontrole do desmonte do acampamento causasse correria, confronto com a polícia e violência.

Lula concordou que, se houvesse risco de uma tragédia, seria melhor realizar a operação no dia seguinte. O presidente, porém, disse que os golpistas eram criminosos e que as prisões deveriam ser feitas. Na manhã de 9 de janeiro, a Polícia Militar do DF e a Polícia do Exército realizaram a operação para o desmonte do acampamento e efetuaram a prisão de cerca de 1.200 bolsonaristas, que foram conduzidos em dezenas de ônibus para triagem na Academia Nacional da Polícia Federal.

A conversa entre Lula e o general Dutra ocorreu por volta de 21h, no início das discussões entre o interventor e o Exército. Após a ligação, os ministros José Múcio Monteiro (Defesa), Rui Costa (Casa Civil) e Flávio Dino foram ao Comando Militar do Planalto para discutir o assunto. Ainda estavam presentes o general Dutra e o ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda --demitido, entre outras razões, pela condução da crise desencadeada em 8 de janeiro. A reunião foi descrita por participantes como tensa, com posições divergentes entre integrantes do governo.

Dino e Rui Costa chegaram a defender uma ação mais incisiva ainda durante a madrugada, enquanto Múcio estava alinhado aos militares a favor da operação no dia seguinte. Por volta de meia-noite, as autoridades decidiram montar um plano para a retirada dos bolsonaristas na manhã de segunda, conforme o aval de Lula. Com o acordo, as viaturas da PM do DF deixaram as proximidades do Setor Militar Urbano, e os tanques de guerra, que impediam a entrada dos policiais, voltaram para os batalhões.

Ricardo Cappelli relatou parte da divergência em seu relatório final sobre a intervenção, entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) e membros do Executivo. "A linha [feita pela PM] seguiu avançando até chegar na entrada do Setor Militar Urbano, onde o interventor federal determinou que o comandante-geral da PM-DF mobilizasse a tropa para efetuar as prisões no acampamento em frente ao QG do Exército, movimento que foi abortado pela intervenção do general Dutra, comandante militar do Planalto, que ponderou para que a ação acontecesse somente no dia seguinte pela manhã", descreveu Cappelli no texto.

Antes dos ataques de 8 de janeiro, o Exército havia estabelecido uma estratégia para a retirada lenta e gradual das estruturas montadas em frente ao quartel-general, em Brasília. A conduta do Exército, que tolerou o acampamento desde a vitória eleitoral de Lula, foi criticada por aliados do petista por ser complacente com manifestantes antidemocráticos radicalizados.

Levantamentos internos feitos nas vésperas dos ataques contra as sedes dos três Poderes mostravam que havia cerca de 200 pessoas no acampamento bolsonarista --número considerado baixo pelos militares, diante das milhares de pessoas que ocuparam o Setor Militar Urbano nas primeiras semanas de novembro.

Fotos aéreas do local eram enviadas com regularidade para o Ministério da Defesa. José Múcio chegou a relatar ao presidente, durante a primeira reunião ministerial do governo Lula, em 6 de janeiro, que o acampamento estava se esvaindo. Dutra deve deixar o Comando Militar do Planalto em março, após o Alto Comando do Exército discutir as novas movimentações dos oficiais. A saída do general três estrelas, como revelou a Folha, já estava acertada antes da demissão do ex-comandante Júlio César de Arruda e, segundo fontes militares, não tem relação direta com o acampamento golpista. [se percebe que um dos expoentes da mídia militante, traz à tona um assunto já esgotado - será uma forma de desviar os olhos dos brasileiros do fato de quem em 31 dias de governo, o atual governo  nada fez em termos de governar?]

Poder - Folha de S.Paulo

 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O INFERNO DAS LEIS - Sérgio Alves de Oliveira

Minha ideia inicial seria usar outro título. Um pouco diferente:"ABAIXO ESSAS LEIS (OU) QUANDO O ANARQUISMO SE TORNA LEGÍTIMO". Mas ele seria demasiado longo. Então resolvi usá-lo como se subtítulo fosse, antecipando o conteúdo.
Observe-se, portanto, que não estamos nos referindo "às"leis",como espécie de norma jurídica, e principal fonte do direito positivo, absolutamente necessárias num mundo com tamanha complexidade, porém "dessas" leis,das leis que regulam a vida "infernal" dos brasileiros, das leis paridas pela pior escória da sociedade levada a fazer política. 
E de forma alguma se entenda essa colocação como defesa da filosofia ANARQUISTA, como poderia parecer à primeira vista, porém da sua validade em situações excepcionais, relativamente às leis feitas "contra" o povo,o que em determinadas situações teria força para "absolver" a prática do anarquismo.

Durante a fase de vida, geralmente na juventude, em que a pessoa enxerga ingenuamente o mundo, como se fosse um "mar-de-rosas", de esperanças, mais de alegrias do que de tristezas, a minha turma de formandos na Faculdade de Direito escolheu para lema de formatura a frase "PARA SERMOS LIVRES TEMOS QUE SER ESCRAVOS DA LEI" !!!

Mas já naquela ocasião recebi o lema de formatura com certo ceticismo. Na aparência era bonito.Uma frase de efeito impactante.Um sinal de resignação à justiça. Mas no seu conteúdo, no fundo,estaria refletindo uma verdade? E se não estivesse refletindo uma verdade, como iniciar com tranquilidade na alma e no senso de justiça uma nobre carreira relacionada ao direito,a advocacia, que eu queria seguir,adotando de "cara" uma mentira a nortear a profissão?

Embora naquela ocasião eu não soubesse exatamente a razão do meu ceticismo com o lema, o "tempo" acabou me ensinando como eu estivera certo ao questionar aquela mentira da solenidade de formatura.

E a conclusão a que hoje chego, passados mais de 50 anos da formatura em Direito, é que não só o lema não "fechava" com a verdade, como além disso a contrariava. A vida "real"estava contrastando com a vida "teórica" das leis.

Nesse sentido,o aceite "cégo" das leis, só porque "são" leis, incontáveis vezes feitas para satisfazer interesses estranhos,alheios ao bem comum, sem dúvida alguma configuram uma farsa, sem legítima representatividade. E essa farsa se tornou a nova modalidade dos tiranos governarem e fazerem as leis, substituindo os antigos absolutismos pelas falsas democracias,chamadas de "oclocracias" pelo historiador e geógrafo POLÍBIO,da Antiga Grécia.
É por essa razão que os mandatos eletivos concedidos pelo voto podem não passar de procurações com plenos e ilimitados poderes para exercício de ditaduras temporárias nos Poderes Executivo e Legislativo,que por suas vezes nomeiam e aprovam os nomes dos membros dos diversos tribunais judiciários, fechando assim "cerco do poder".

O anarquismo é uma ideologia política oposta a todo tipo de hierarquia e dominação política, econômica,social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as religiões e o patriarcado. Sugere superar a ordem social através da "autogestão",na busca de uma sociedade "libertária" baseada na cooperação e na ajuda mútua,onde as pessoas se associam livremente. Surgiu no Século 19,durante a Segunda Revolução Industrial,com Pierre-Joseph Proudhon,na Associação Internacional do Trabalho-AIT,no final da década de 1860. Pierre já havia escrito,em 1840,"O que é a propriedade",que teve larga influência nos movimentos operários,revolucionários e sociais da época. Na Revolução Francesa,Robespierre desqualificou os anarquistas,em vista dos grupos radicais de oposição.O "socialismo libertário",o "comunismo libertário",e o "socialismo antiautoritário",são entendidos como sinônimos do anarquismo,que também se confunde com a "esquerda socialista revolucionária".

Outro importante soldado do anarquismo foi o russo Mikhail Bakunin, com seu livro "Estatismo e Anarquia", de 1873,onde desenvolveu a sua teoria do Estado. Suas críticas abrangeram o estatismo em todas as suas formas,desde os mais autoritários, até aos mais brandos. Afirmou que o Estado "é a proteção da exploração,da especulação,e da propriedade privada",e que o proletário "só possui como riqueza os seus braços,nada tem a esperar do Estado,encontrando nele apenas uma organização feita para impedir a qualquer preço a sua emancipação".

Após o seu surgimento, o anarquismo não deu mais trégua por onde passou no mundo,agindo em todos os continentes. Participou ativamente da Revolução Bolchevique ,na Rússia,em outubro de 1917,na Revolução Mexicana de 1910, influenciando um dos seus líderes, Emiliano Zapatta, que em 1915 já contava com um exército de 70 mil combatentes.

O anarquismo também deu presença no Brasil. Em 1889 foi fundada uma comuna experimental baseada nas premissas anarquistas,no município de Palmeira,Paraná,liderada pelo escritor ,agrônomo e "anarquista" italiano Giovanni Rossi. O propósito seria a implantação de uma comunidade anarquista chamada "Novo Tempo",uma utopia baseada no trabalho,na vida e no amor livre, libertário.  A pedido de Rossi,o compositor Carlos Gomes,da famosa ópera "O Guarani", que era amigo comum de ambos,conseguindo com o Imperador Dom Pedro II que fosse doada à "comuna" uma área de terras de 300 alqueires,onde foi instalada a COLÔNIA CECÍLIA,inicialmente com cerca de 300 pessoas. Mas com a queda do Império,e a implantação da República,justamente em 1889,essa prometida doação não foi formalizada,e Rossi acabou tendo que comprar a área. Mas a "colônia" não durou muito ,devido principalmente à falta de "vocação"rural dos "colonos",que chegaram a passar fome.Mas a atitude de Dom Pedro II,em recepcionar com terras os anarquistas da Itália,demonstra ter sido ele o chefe de estado brasileiro mais democrático de todos os tempos. Embora seu regime de governo fosse o "Imperial",prometeu terras a anarquistas que evidentemente não se submeteriam jamais à sua autoridade.Um exemplo de democrata.

Interessante é observar que na história da humanidade os anarquistas quase sempre trabalharam ao lado dos socialistas, progressistas, comunistas, e todos os seus "parentes", porém jamais foram os principais protagonistas desses movimentos, e os que realmente se beneficiaram com a mudança na tomada do poder. Como "acessórios" das revoluções vitoriosas,invariavelmente os anarquistas ficaram alijados do poder. Foram "descartados".E talvez o principal motivo tenha sido as visões completamente diferentes entre uns e outros, relativamente ao comportamento sentado no trono do poder. Como os anarquistas iriam mandar se a sua filosofia não permitia?

É por isso que o poder jamais contou com a participação anarquista após a vitória. Os anarquistas só foram "usados" pelos "outros",que jamais,em lugar algum do mundo,tituberam em usar o poder sem limites ,tanto que todos os países esquerdistas ou socialistas são governados com mão de ferro por tiranos que têm a cara de pau de se acharem "democratas".

Mas talvez os anarquistas excepcionalmente pudessem "esquecer" dos comunistas,dos quais sempre foram "acessórios", e agora se tornarem protagonistas das mudanças que o Brasil precisa para destravar o seu desenvolvimento, E as travas do desenvolvimento do Brasil são os excessos e as qualidades ruins de leis,editadas por gente da pior espécie,que chegaram, a tal ponto de estupidez, que nem vale mais no Brasil a aplicação do princípio jurídico "ignorantia legis neminem excusat" (a ignorância da lei não escusa). Isso porque seria absolutamente impossível à memória humana gravar as avalanches de leis que são despejadas todos os dias pelos legisladores federais, estaduais,e municipiais, sem contar as outras normas jurídicas expedidas por outras autoridades, pelo Poder Executivo, e as "leis" feitas pelo Supremo Tribunal Federal. "Memória" para essa avalanche de leis só nos mais sofisticados computadores.,talvez na NASA !!! A "humana" não dá conta de tanta informação.

E essa espessa "nuvem" de leis que foi deixada pela esquerda enquanto governou, de 1985 a 2018,  se trata de uma só das modalidades do "aparelhamento" feito pela esquerda no Brasil. 
O aparelhamento "legislativo",que inclusive deixa o Presidente da República amarrado na sua cadeira sem poder fazer o que deve ser feito, porque sempre tem alguma lei impedindo. E esquerda no parlamento boicotando qualquer reforma. 
É por isso que uns dizem que o país não anda com as leis,mas "tropeça" nas leis.
E toda essa situação recebe o "aval" da lei maior, a Constituição de 1988, feita à sombra da fraude do "Plano Cruzado",que elegeu a maioria dos constituintes "farsantes".[COMENTÁRIO: entendemos conveniente consignar que a inobservância de leis por não estarem de acordo com o entendimento do 'rebelde' não é conveniente e tal prática ocorrendo estaremos diante do anarquismo, doutrina deplorável; sendo óbvio, os que discordam de uma lei, ou de uma decisão judicial prolatada com fulcro em uma lei,  possuem o DIREITO e até o DEVER de contestar judicialmente, junto á instância superior.
Nos parece caber unicamente ao Poder Judiciário suspender ou mesmo anular uma lei, porém, o PODER de SUSPENDER, ANULAR, não autoriza ao Judiciário legislar sobre o tema ou se valer de 'interpretações adaptativas', que 'produzam' uma lei, ou legislar, por analogia, em matéria penal.
A competência legislativa é exclusiva do Poder Legislativo, exceto em situações especiais, nas quais o Poder Executivo pode legislar por Medida Provisória ou via Decreto.]

Estaria aí um bom tema para os anarquistas se debruçarem. E eu os ajudaria.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


segunda-feira, 16 de maio de 2022

‘Preocupação’ de Biden com Bolsonaro e eleições no Brasil pode ter efeito oposto - VOZES

Diogo Schelp

Diplomacia

Autoridades e ex-diplomatas americanos vêm sinalizando a preocupação do governo Joe Biden com as tentativas frequentes do presidente Jair Bolsonaro de deslegitimar as eleições no Brasil. 
Esses alertas, por mais bem intencionados que possam parecer, pouco ou nada têm a contribuir para a confiança dos brasileiros no processo ou para afastar o risco de contestação do resultado por parte de Bolsonaro e dos militares que ele diz ter ao seu lado.

Recentemente, veio à tona a informação, revelada pela agência de notícias Reuters, de que William Burns, diretor da CIA, a agência de espionagem americana, encontrou-se em julho do ano passado com os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria Geral da Presidência. Na ocasião, Burns teria dito aos dois generais e homens de confiança de Bolsonaro que o presidente brasileiro deveria parar de lançar dúvida sobre o sistema de votação.[o senhor Burns vá dar palpites nos assuntos do seu país; dos assuntos do Brasil quem cuida são os brasileiros e o presidente da República e os parlamentares - que foram eleitos para cuidar desse e de outros assuntos.]

Tanto Bolsonaro como o ministro Heleno negam que o assunto das eleições no Brasil tenha entrado nas conversas com o representante do governo americano. Já o governo americano não confirmou e nem negou o teor do encontro de Burns em Brasília. Em vez disso, reafirmou a confiança no sistema eleitoral brasileiro: "É importante que os brasileiros, enquanto aguardam ansiosamente as eleições, tenham confiança em seu sistema eleitoral e que o Brasil está em posição de demonstrar ao mundo, através de duas eleições, a força duradoura da democracia brasileira", disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, o equivalente americano do nosso Ministério das Relações Exteriores, ao ser questionado em uma coletiva de imprensa sobre a notícia da reunião do diretor da CIA com os ministros brasileiros, em 2021.[se o governo americano confia tanto no sistema eleitoral brasileiro, qual o motivo de não usar tão eficiente sistema? usando o sistema brasileiro e as urnas eletrônicas os Estados Unidos passarão a desfrutar da companhia de Bangladesh, Brasil e Butão.]

Price acrescentou que o governo Biden tem "confiança nas instituições democráticas brasileiras" e que o Brasil "tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação eleitoral".

Em bom inglês diplomático, ao afirmar exatamente o oposto do que Bolsonaro vem dizendo em suas lives e em seus discursos de pré-campanha — em que o presidente sistematicamente lança dúvidas sobre a lisura do processo de contagem de votos ou a confiabilidade das urnas — Price dá o recado de que os Estados Unidos estão atentos para o risco de uma ruptura institucional no Brasil por meio de uma possível tentativa de tumultuar o processo eleitoral ou de contestar o resultado da votação.

Na semana passada, foi a vez de Victoria Nuland, subsecretária de Estado, reforçar o recado de preocupação com as eleições no Brasil. Em entrevista à BBC News Brasil, Nuland disse que "o que precisa acontecer são eleições livres e justas, usando as estruturas institucionais que já serviram bem a vocês (brasileiros) no passado".
[senhora Nuland, o acima dito para o senhor Burns vale na íntegra para a senhora. Cuide dos assuntos norte-americanos.]
E mais: "Temos confiança no seu sistema eleitoral. Os brasileiros também precisam ter confiança", disse Nuland. Observe a mensagem simples e direta do governo Biden a Bolsonaro contida nessas palavras. Nas entrelinhas (ou entre parênteses), Nuland está dizendo que (ao contrário de Bolsonaro) o governo americano confia no sistema eleitoral brasileiro. E que o essencial mesmo é que os brasileiros tenham a mesma confiança (que, portanto, não pode ser destruída ou minada).

E tem mais. Conforme revelado pelo jornalista Thomas Traumann, da Veja, diplomatas americanos distribuíram a executivos de multinacionais com atuação no Brasil cópias de um artigo publicado em 29 de abril no jornal O Globo, de autoria de Scott Hamilton, ex-cônsul americano no Rio de Janeiro, que faz duras críticas aos ataques de Bolsonaro ao sistema de votação e que defende que Biden deixe claro ao presidente brasileiro que não aceitar o resultado das urnas trará graves retaliações por parte dos Estados Unidos.O fato de o artigo ter sido distribuído por diplomatas americanos em atividade pode indicar um aval oficial às medidas defendidas por Hamilton.

Toda essa movimentação de bastidores, com declarações públicas calculadas para demonstrar a preocupação do governo Biden com os ataques de Bolsonaro ao sistema de votação ou com uma possível estratégia para tumultuar e não aceitar o resultado das eleições no Brasil, pode ter o efeito inverso do esperado — ou seja, o de demover Bolsonaro de seguir deslegitimando o processo eleitoral ou de tentar uma ruptura institucional.

Joe Biden é visto por apoiadores do presidente como um esquerdista, progressista e abortista que sequer deveria estar ocupando a cadeira presidencial dos Estados Unidos, porque acreditam na versão trumpiana de que as eleições americanas de 2020 foram fraudadas.[o presidente Biden é um esquerdista, adepto na NOM, favorável ao aborto, a ideologia de gênero e outras posições favoráveis a destruição dos VALORES que são cultuados nos Estados Unidos, Brasil e em outros países de longa data.

Além do mais, aquele senhor é possuidor de notória incompetência e outras falhas maiores. Saiba mais lendo: O presidente senil;     Apertem os cintos, o comandante sumiu - Revista Oeste e Uma tragédia anunciada

Na esquerda lulista, a pressão de Biden sobre Bolsonaro é até comemorada, mas não sem certa ironia e sem o velho ranço antiamericano da esquerda tupiniquim.  Dado o longo histórico de interferências dos Estados Unidos em questões políticas domésticas em países da América Latina, não é fácil nem mesmo para a esquerda engolir com gosto os palpites da atual diplomacia americana a respeito das eleições no Brasil.

É melhor deixar que os brasileiros cuidem de seus próprios problemas.

Diogo Schelp, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 

 

quinta-feira, 12 de março de 2020

Convocação de Bolsonaro para 15 de março se trata de legítima defesa contra o Congresso/STF - Sérgio Alves de Oliveira


As recentes manifestações de desagrado das representações maiores dos  Poderes Judiciário e Legislativo, respectivamente, Ministro  Dias Toffoli, Presidente do STF, Deputado Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados e Senador Davi Alcolumbre, Presidente do Senado, contra o “reforço” dado pelo Presidente Bolsonaro à convocação dos protestos marcados para 15 de março vindouro, demonstram, com toda a clareza, o absoluto despreparo dessas autoridades “constitucionais” para exercício dos cargos que ocupam.

O verdadeiro “choque” causado por essas manifestações estapafúrdias das autoridades maiores dos Poderes Judiciário e Legislativo, reside principalmente nas suas incompreensíveis “alienações” sobre os dizeres dos   artigos 23 e 25 do Código Penal,”escritos” pelo Poder Legislativo, e guarnecidos pelo tribunal constitucional”, “última instância”, o STF.

E essa escancarada “alienação” reside no fato  do absoluto desprezo da lei que aprovaram, e “guarnecem”, respectivamente, representadas pelos citados artigos do Código Penal Brasileiro, que define a ocorrência da LEGÍTIMA DEFESA como excludente de criminalidade.

Com efeito, por um lado, o artigo 23 do CPB, exclui de ilicitude, de crime, o fato praticado em “legítima defesa” (inciso II) ; por outro o artigo 25 dispõe: “Entende-se em LEGÍTIMA  DEFESA quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Ora, para governo das “distintas” autoridades  maiores dos Poderes Judiciário e Legislativo, Jair Bolsonaro ,que acabou reforçando a convocação para os protestos de 15 de março,ocupa atualmente a chefia do Poder Executivo Federal, em vista da sua eleição para Presidente da República, nas eleições de outubro de 2018.

Jair Bolsonaro, portanto, como Presidente da República, vale-se do seu direito de “repelir injusta agressão” (atual),o que é absolutamente incontestável devido ao boicote  e sabotagem contra o seu governo, patrocinados, de forma escancarada e coordenada, pelo Poder Legislativo, com “aval” do Supremo Tribunal Federal. 

E esse reforço  presidencial à convocação para os protestos de 15 de março, sem dúvida foi LEGÍTIMA DEFESA , em relação ao  cargo que ocupa, e para o qual foi eleito  em outubro de 2018,2º Turno, com 57 milhões de votos, sendo usado, ”moderadamente”, como ”meio necessário para repelir  injusta agressão”, do Congresso Nacional, e do Supremo Tribunal Federal, representado por seu Presidente, Dias Toffoli.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Congresso desiste de adiar reajuste de servidor

O Congresso enviou para o gavetão dos assuntos pendentes a medida provisória de Michel Temer que adiaria para 2020 o reajuste salarial de 372 mil servidores públicos (209 mil ativos e 163 mil aposentados). Convencidos de que o presidente da República sancionará nesta semana o aumento de 16,38% para ministros do Supremo Tribunal Federal, os parlamentares concluíram que já não faz sentido arrochar o contracheque do funcionalismo.

Sem o adiamento, o governo de Jair Bolsonaro, a ser empossado em 1º de janeiro, deixará de economizar R$ 4,7 bilhões em 2019. Considerando-se que o reajuste do Supremo custará pelo menos R$ 4 bilhões, a nova administração terá de cavar no deficitário orçamento do ano que vem R$ 8,7 bilhões. O prazo para o anúncio da decisão de Temer sobre a folha do Supremo vence nesta quarta-feira (28).

Deputados e senadores enxergaram o provável aval do presidente para o tônico salarial do STF como um lavar de mãos. Estranharam que Bolsonaro e seus operadores não tenham se mobilizado para desarmar no Legislativo as bombas salariais. E optaram por não se indispor com as corporações beneficiadas com os reajustes —entre elas a elite da Polícia Federal, da Receita Federal e do Banco Central.

A MP do adiamento teria de passar por uma comissão especial antes de chegar aos plenários da Câmara e do Senado. O colegiado já se reuniu três vezes para escolher um presidente, um vice e um relator. Faltou quórum. Não há no calendário do Legislativo, por ora, nenhum vestígio de agendamento de uma nova reunião da comissão. A proposta de Temer deve caducar por decurso de prazo.

Blog do Josias de Souza 

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cunha: ‘governo está fazendo ajuste na conta dos outros’ - pergunta que não quer calar: Janot, quando você vai denunciar o Renan?

Presidente da Câmara afirma que aprovação do retorno da CPMF é 'muito pouco provável' e dá mostras de que Planalto terá trabalho para conseguir aval do Congresso para ajustes

Na semana passada, os presidentes da Câmara e do Senado enviaram um recado claro ao Palácio do Planalto: o aumento de tributos só seria discutido após o governo enxugar a sua própria máquina. Em um jogo de cena, foi embutido no corte de 26 bilhões de reais anunciado nesta segunda-feira uma economia de 200 milhões de reais referente à reforma ministerial, valor visto como apenas um "trocado" e que deve ter consequências diretas na aprovação dessas medidas no Congresso. Para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "o governo está fazendo ajuste na conta dos outros". "É um pseudocorte de despesas", afirmou o chefe da Câmara.

Cunha vê com ceticismo a possibilidade de o Congresso dar aval a algumas propostas do governo, entre elas o retorno da CPMF, cuja aprovação é vista por ele como "muito pouco provável". "O governo está com uma base muito frágil e, além disso, o tempo dessa matéria tramitar é muito longo. Acho temeroso querer condicionar o sucesso de um ajuste fiscal a uma receita que nós sabemos ser de difícil equacionamento", disse. A recriação da CPMF depende de aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que exige tramitação em duas comissões, votação em dois turnos e ainda um quórum mais elevado - três quintos dos votos, sendo 308 na Câmara e 49 no Senado. "A gente tem de aplaudir a iniciativa do governo de buscar um ajuste. Porém, que faça um ajuste nas suas despesas e de verdade. Não se mexeu uma vírgula nos programas sociais. Eu não sei se a sociedade quer pagar mais imposto para manter os vários programas que o governo tem. Uma coisa é o governo fazer os programas sociais dentro da sua arrecadação. A outra é querer colocar mais carga tributária para isso", disse Cunha.

Em busca de apoio no Congresso, a presidente Dilma Rousseff ligou para Eduardo Cunha nesta tarde para explicar as medidas. Ele evitou detalhar a conversa, mas não dá sinais de que vai se esforçar para dar alguma ajuda: "Na prática, é como se o governo jogasse a bola pra cá. 'Vocês estão com a bola e vão resolver'. Na realidade, a bola está com eles, não com a gente", disse.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adotou um tom mais ameno. Ele, que tem sido fiador do Planalto nos últimos meses, exaltou o que classificou de demonstração do governo de "vencer o imobilismo". "Isso é muito bom. É sempre melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada", disse.

Calheiros, por outro lado, sinalizou que, assim como aconteceu no ajuste fiscal, o Congresso deve fazer alterações às propostas do governo. "O Congresso tende a melhorar todas as medidas que por aqui tramitam. Tudo que passa pelo Congresso sai melhorado", disse.

 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Câmara aprova lei que obriga governo a liberar emenda parlamentar

Com a chancela de Eduardo Cunha, texto foi aprovado com 452 votos contra 18. 

Emenda vai para promulgação – e não depende do aval do Planalto

A Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatória a liberação na íntegra das emendas parlamentares, dinheiro que deputados e senadores recebem para investir em obras em seus Estados. Ao mesmo tempo em que esse é um recurso prioritário aos congressistas, pois garante injeção milionária de verbas nos redutos eleitorais, é usado pelo governo como instrumento de barganha na aprovação de temas de seu interesse. Com a execução compulsória, essa "chantagem" ficaria inviabilizada. O texto, agora, segue para promulgação – e não depende do aval do Planalto. 

Sob a chancela do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o texto-base da proposta foi aprovado a toque de caixa por 452 votos a dezoito. Em seguida, foi recusada uma proposta de mudança a trecho do projeto com 427 votos favoráveis à manutenção do texto original contra 44. Cunha colocou o Orçamento Impositivo como uma de suas principais promessas do mandato após ser eleito ao comando da Casa. O texto é de autoria do ex-presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), um dos fiadores da campanha do novo presidente e que compareceu à sessão nesta noite, apesar de não estar mais no exercício do mandato.


Além de ter uma atuação mais autônoma, a briga dos parlamentares para garantir o pagamento obrigatório desses recursos ocorre porque normalmente suas emendas são os alvos preferenciais de cortes do governo em momentos de ajuste fiscal. Nesse cenário, o governo "empenha" a emenda – ou seja, se compromete a liberar os recursos, mas depois bloqueia o pagamento em situações de aperto de caixa.

Um dos casos mais ilustrativos de como o Planalto controla o Congresso com as emendas está na aprovação da manobra fiscal que permitiu uma maquiagem no superávit primário de 2014. Diante da resistência dos parlamentares em dar aval à medida, o governo anunciou a liberação de mais 444 milhões de reais em emendas – mas desde que os parlamentares aprovassem a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). E, de fato, aprovaram.  “O ‘toma-lá-dá-cá não pode continuar, e por isso votamos a favor das emendas impositivas. Nós queremos acabar com a lógica do clientelismo e com a circulação humilhante de parlamentares pelos ministérios. Deputado não deve ser despachante de luxo atrás de emendas”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). “Hoje temos essa grata satisfação de pôr fim àquele balcão de negócios que havia sido estabelecido desde o governo Lula, onde tão somente os partidos da base aliada tinham direito a fazer emendas. Hoje se repara um erro”, afirmou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).  

Votação Inicialmente, o governo voltou a tentar impedir a aprovação da proposta sob o argumento de que o Brasil estava passando por um arrocho e que este não seria o momento de “apertar o cinto”. “Nós temos certeza das despesas, mas não temos certeza nenhuma das receitas. E as receitas não estão crescendo", declarou, na semana passada, o líder do PT, Sibá Machado (AC). Mas, diante da grande mobilização dos partidos na Casa, o discurso foi alterado: “Essa questão do Orçamento Impositivo foi acordada lá atrás, já está na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]. Isso foi negociado no Senado com o governo, portanto nós temos acordo. Já está resolvido", disse nesta terça-feira o líder do governo, José Guimarães. 

A matéria já havia sido aprovada em dois turnos pela Câmara e pelo Senado, onde sofreu alterações e teve de voltar para análise dos deputados. O primeiro turno foi novamente aprovado em dezembro do ano passado, mas, por questões regimentais, a votação não pôde ser concluída.  

Proposta — O texto do Orçamento Impositivo, como a emenda ficou conhecida, torna obrigatória a aplicação de 1,2% das Receitas Correntes Líquidas de cada ano em emendas parlamentares — o que, em 2014, equivaleria a cerca de 12 milhões de reais. Em tramitação desde novembro de 2013, o governo inicialmente apresentou resistência ao projeto. Depois, diante do risco de uma derrota completa, aceitou negociar e conseguiu assegurar que 50% das emendas sejam vinculadas à saúde pública, o que pode amenizar o impacto da proposta. O governo também conseguiu garantir a fixação da aplicação de até 15% da Receita Corrente Líquida para a saúde. Deputados oposicionistas alegaram que o recurso ainda não é o suficiente para as necessidades do setor e defenderam um aumento gradual de até 18% - mas a alteração foi recusada.

Fonte: Revista Veja