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terça-feira, 1 de agosto de 2023

O autoritarismo está aí Brasil, deixe-o - Flávio Quintela

Vozes - Gazeta do Povo

O presidente Lula (à esquerda) conversa com o ministro da Justiça, Flávio Dino (no centro) e o presidente do TSE e ministro do STF Alexandre de Moraes (à direita).| Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil


O 8 de janeiro acabou com o Brasil. A troco de nada.

As prisões políticas feitas pelos autoritários Alexandre de Moraes e Flávio Dino
desencadearam um processo de destruição dos movimentos populares que em um passado muito recente lotaram espaços gigantescos nas maiores capitais do país.

Ao contrário do 6 de janeiro americano, onde a coisa toda se deu durante a sessão de confirmação dos resultados da eleição presidencial, o 8 de janeiro brasileiro se deu durante um fim de semana, sem ninguém nos prédios, sem nenhuma atividade oficial, sem expediente, sem nada. Como diz um amigo bem ativo no Twitter, nossa “invasão” consistiu em velhinhos defecando sobre as mesas dos poderosos da nação. [não podemos olvidar que o único objetivo do 8 de janeiro,  foi o do vandalismo praticado por esquerdistas infiltrados -  auxiliados com a participação de inocentes (ou idiotas) úteis - fornecer pretexto ao DESgoverno de endurecer a perseguição aos opositores.]

Mesmo assim, a quantidade de gente presa foi muito maior e o modo como essas prisões foram conduzidas e justificadas foi muito mais autoritário na versão tupiniquim que no caso americano. E que fique registrado que, na opinião deste colunista, o caso americano já é completamente injustificável, configurando motivação política e abuso de poder do Estado.

    Ninguém mais tem coragem de sair às ruas para se manifestar contra o governo. Alexandre de Moraes manda prender com uma canetada e Flávio Dino mexe os pauzinhos para passar leis que garantirão mais censura e mais prisões arbitrárias

Dois anos depois do 6 de janeiro, estes são os números:

1.018 pessoas processadas
541 réus se declararam culpados
67 réus tiveram julgamento com júri
42 réus foram condenados em todas as acusações
1 réu foi absolvido em todas as acusações
24 réus tiveram um veredito misto
445 pessoas já foram sentenciadas
58% dos sentenciados receberam pena de prisão
a média de tempo das sentenças de prisão é de 60 dias
a sentença mais curta foi de 7 dias; a mais longa, de 10 anos
13 casos foram anulados

No caso brasileiro, o número imediato de presos logo após as manifestações (que a imprensa de esquerda insiste em chamar de “atos golpistas”) foi de incríveis 2.151 pessoas
Essa multidão foi confinada em lugares sem estrutura para recebê-los, sem julgamento e sem possibilidade de defesa. 
Não tiveram acesso aos direitos básicos que qualquer cidadão brasileiro deveria ter.
 
 Em seguida, depois que idosos e pessoas com comorbidades foram liberados, os 1.406 presos restantes foram enviados para o sistema penitenciário do Distrito Federal.
 Novamente, que fique bem claro: sem julgamento, sem direito a defesa, direto para a penitenciária e dividindo espaço com assassinos e traficantes
O lugar que deveria ser usado apenas para confinar criminosos condenados foi usado para confinar gente que nem sequer sabia do que estava sendo acusada.  
Tudo isso com ordem de prisão provisória.
 
Quase quatro meses depois, no fim de abril, 293 pessoas permaneciam presas. O “magnânimo” Alexandre de Moraes foi soltando as pessoas conforme seus casos eram processados – muitos foram soltos com a condição de usarem tornozeleira eletrônica. 
Não custa repetir que esses 293 continuavam sob a mesma ordem de prisão provisória, ainda que esse tipo de prisão não possa, por lei, ultrapassar 90 dias.
 
Resumo da história: ninguém mais tem coragem de sair às ruas para se manifestar contra o governo. 
Moraes manda prender com uma canetada e Dino mexe os pauzinhos para passar leis que garantirão mais censura e mais prisões arbitrárias. Com um novo decreto assinado no dia 21 de julho, Lula anulou na prática os decretos de Bolsonaro que facilitavam a compra de armas e tornou muito mais difícil a obtenção e manutenção do certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Além disso, diminuiu a quantidade máxima de armas que uma pessoa pode ter, de 60 para 16.

    Está montada no Brasil a mesma estrutura de todas as ditaduras mais cruéis que já atuaram na história humana

Flávio Dino, cuja veia autoritária tem aflorado dia após dia, disse que pretende lançar um programa de recompra de armas, mas que ao mesmo tempo não descarta uma “estratégia coercitiva” no futuro, dependendo dos índices de violência. Traduzindo, ele vai tirar as armas das pessoas na marra.

Está montada no Brasil a mesma estrutura de todas as ditaduras mais cruéis que já atuaram na história humana. 
A combinação do desarmamento das pessoas com a cooptação das forças policiais e uma legislação que permite a censura e a prisão política é mais que suficiente para perpetuar a quadrilha que voltou ao poder através da eleição de Lula. 
E tudo isso em apenas sete meses.

Brasil, deixe-o. Não dá mais para amá-lo.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Flavio Quintela, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Auto-engano, maldade e autoritarismo - Alex Pipkin, PhD

O auto-engano é cruel e destruidor.

Ele pode ser inconsciente - o pior - ou deliberado.

Faz com que as pessoas se julguem certas, especialmente em nível moral, impulsionando-as à guerrear - e matar - por causas absurdas e equivocadas.

Os enganados deliberadamente são perversos e maldosos que, por dentro, riem dos resultados nefastos de suas próprias maldades. Ah, como eles andam livres e soltos por aí.

A  história dos ditadores dos piores regimes da humanidade, e de seus intelectuais encorajadores, como também a vida real recente na Republiqueta das Bananas, comprova cabalmente o ilusionismo da integridade como também o da farsa.

Líderes que se dizem “salvadores” dos pobres e humildes, por aqui, genuinamente, são implacáveis com as pessoas comuns.

Afirmam defender o povo, usam e abusam da narrativa da justiça social,
mas muito dificilmente eles serão vistos com o povo e/ou assumindo um comportamento popular.

Eles expressam desprezo pelos homens comuns e suas ideias,
embora jurem até na igreja que seus corações bondosos somente se preocupam com os mais necessitados.

Eu conheço muitos assim… nada está perto do coração, exceto suas carteiras e o desejo de fruição de benesses mil.

Umaelite podre” de terras verde-amarelas, o famoso estande do eterno “rent seeking”, veste-se da mentira, simulando a verdade, para manipular e transformar, de forma lesiva, o errado no certo.

Evidente, a mentira é ladina e sedutora, a verdade, nua e crua, é direta e severa, constituindo-se, muitas vezes, em um rotundo inconveniente.

O problema é que a seita do fanatismo ideológico charlatão flechou os corações e as mentes de iletrados, daqueles que estão à espera de milagres, e de parte de uma elite “culpada”. Todos praticam intensamente o auto-engano.

Sendo assim, a razão, o conhecimento, a ciência, e definitivamente, os fatos e dados, são desimportantes.

Frente ao real, sobrepõem-se, bizarramente, a mentira e a fé na seita ideológica do fracasso.

É simples assim.
 
 

sábado, 12 de novembro de 2022

As contradições e os recados a Lula e Moraes na nota das Forças Armadas

A nota divulgada pelos comandantes das três Forças Armadas nesta sexta, 11, deixa evidentes as contradições que acompanharam os militares nos últimos quatro anos. Já no primeiro parágrafo, a instituição se coloca como moderadora, o que é uma usurpação de poderes que nunca foram das Forças Armadas.[Pedimos vênia para expressar nossa opinião,de leigos, sobre o tema:
usurpação por usurpação o ministro Toffoli, usurpou primeiro - foi ele que há alguns meses, disse em palestra no exterior que no Brasil existia um quarto poder - PODER MODERADOR - e era o Supremo tal poder."
O artigo 142, apesar de uma redação que permite alguma confusão, deixa claro, pelas atribuições que confere às Forças Armadas, uma função moderadora a ser exercida por elas. E, ao nos socorrermos do artigo 15 da LCP 97, mais se comprova que em situações excepcionais as Forças Singulares detém tal poder.]

“Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história”, escreveram os comandantes.

Ao falar de forma positiva sobre sua participação em “importantes momentos de nossa história”, os militares mais uma vez esquecem que foram responsáveis pelo pior [pior??? chamar de pior o momento em que os militares agindo corretamente, com coragem, dignidade e patriotismo, combateram e venceram os inimigos do Brasil, guerrilheiros e terroristas, assassinos covardes e repugnantes,  matavam inocentes, sob o lema "o que importa é o cadáver".] período vivido pelos brasileiros.[pelos brasileiros do BEM.] Como a coluna já deixou claro, nunca houve um pedido de desculpas e sequer um reconhecimento de erros cometidos na ditadura.

Essa falta de senso de realidade fica clara em outro parágrafo da nota, quando os comandantes falam de “descaminhos autocráticos”.

“Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade”, diz a nota.

Também não é coerente falar em democracia se não houve, em nenhum ponto da nota, a afirmação da vitória de Lula nas eleições.[fica claro que a leitura atenta e cuidadosa da Nota em questão e da emitida pelo Ministério da Defesa, deixa claro que dúvidas ainda impedem o embarque açodado no caminho de reconhecer uma vitória do chamado eleito. Conveniente não olvidar que no último parágrafo da Nota conjunta é feita menção a "cadeia de comando", já que nas FF AA Hierarquia e Disciplina são principios basilares.] Não há nada mais democrático ou soberano do que o voto popular. Mas, sobre isso, as Forças Armadas se calam.

Em outro parágrafo, um recado a Alexandre de Moraes.

“Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem sido incansável na busca por manter a democracia de pé e de fazer cumprir a Constituição Federal. Ao dizer que restrições de direitos são “condenáveis”, os militares dão um recado e se antecipam a eventuais decisões judiciais contra os radicais que se manifestam pelo país pedindo uma intervenção militar.

“Eles se colocam como poder moderador (o que é uma usurpação). Também desautorizam autoridades a interromper as manifestações (o que significa se antecipar a eventuais decisões judiciais contra os fanáticos). Dentro da lógica deles, que eles mesmo colocam como espírito da democracia, eles em nenhum momento reafirmam a vitória do Lula. Nada mais soberano do que o voto popular”, explica Eumano Silva, jornalista e pesquisador vencedor do prêmio Jabuti sobre a ditadura.

As Forças Armadas perderam mais uma chance de se calar. Uma nota cheia de ambiguidades só serviu para mostrar – mais uma vez – o quanto os militares se renderam ao autoritarismo de Bolsonaro. Esse cenário (pode ou não) estar com os dias contados. O país precisa tomar uma decisão para que notas como essa não sejam toleradas, principalmente vindo de  instituições de Estado.

Matheus Leitão - Blog em VEJA

domingo, 18 de setembro de 2022

O Brasil totalitário - O Estado de S. Paulo

A eliminação do 7 de Setembro é puro Lula – combina com a sua promessa de ‘controle social da mídia’

 As classes que mandam no Brasil estão preocupadíssimas com os perigos que a democracia estaria correndo e com a necessidade de medidas extremas para se salvar as “instituições”, a Constituição e o “estado de direito”. 
Soltam a polícia em cima de um grupo de empresários que, segundo o STF, poderiam estar querendo dar um golpe de Estado pelo WhatsApp. Um dos seus ministros chefia há mais de três anos um inquérito perpétuo, ilegal e sem freios contra o que declara “atos antidemocráticos” ou aquilo que lhe desagrada
 
Bombardeiam os cidadãos com bloqueios de contas, quebras de sigilo, assédio policial, operações de busca e apreensão, penas de prisão, prisões sem pena, censura nas redes sociais, “desmonetização”. 
Tudo isso, asseguram os atuais vigilantes da democracia, para salvar o Brasil do “autoritarismo”, do “populismo”, do “direitismo” e de outras doenças fatais.
 
 Atendendo a pedido da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), TSE proibiu Jair Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro em sua propaganda eleitoral.
 
Atendendo a pedido da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), TSE proibiu Jair Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro em sua propaganda eleitoral. Foto: Diego Vara/Reuters [Lula em comício para milhares de apoiadores.]

É esquisito, nessas condições, que um dos candidatos à Presidência da República nas próximas eleições seja claramente autorizado, e incentivado pelos marechais de campo do “campo democrático, a buscar a implantação de um regime totalitário no Brasil. 
É isso, ou algo o mais próximo possível disso, que o ex-presidente Lula diz que quer fazer se ganhar a eleição – e não poderia haver demonstração mais clara do que ele está planejando para o País do que sua postura pública na campanha eleitoral, suas exigências e suas promessas de governo. 
Um fato, mais talvez que qualquer outro, tira qualquer dúvida sobre o assunto: Lula exigiu, e foi prontamente atendido pelo TSE, o braço eleitoral do STF, que fosse proibida a divulgação das imagens das maciças manifestações populares em favor do seu adversário no dia 7 de setembro. Não havia ali nenhuma ofensa pessoal a ele. Não era, obviamente, uma “fake news”, dessas que assombram o STF, a suprema esquerda e as “agências de checagem”
Era, pura e simplesmente, a imagem da realidade. Lula proibiu sua exibição para os eleitores brasileiros. É essa a estima que tem pela liberdade de informação.

É difícil, quando se deixam de lado a hipocrisia e a trapaça mental, identificar um exemplo concreto de totalitarismo tão potente quanto esse impedir que o povo veja com os seus próprios olhos o que acontece na rua. É coisa de ditador. 

Era assim que se fazia na ditadura comunista da antiga Rússia: as imagens proibidas pelos chefões eram raspadas, à força, de fotos e filmes. A eliminação do 7 de Setembro, na verdade, é puro Lula – combina, com perfeição, com a sua promessa de criar o “controle social da mídia”, nome de fantasia para a censura. É uma amostra do Brasil que ele quer.

J. R. Guzzo, colunista -  O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

“Se Haddad fosse o presidente já estaríamos numa ditadura”, diz Bolsonaro - Gazeta do Povo

VOZES - Rodrigo Constantino


O presidente Jair Bolsonaro participou hoje cedo da sabatina do Jornal da Manhã na Jovem Pan. Em minha opinião, ele se saiu muito bem, foi enfático nos pontos relevantes, mas com serenidade na forma, e teve tempo para desenvolver seu raciocínio sem interrupções constantes, como aconteceu, por exemplo, no Jornal Nacional.

A mensagem transmitida pelo presidente foi a de que a liberdade, neste momento, é nosso bem mais precioso que se encontra ameaçado. Para Bolsonaro, se o atual presidente fosse petista, o Brasil já estaria numa ditadura.

Afinal, normalmente é o Poder Executivo que tenta avançar com golpes autoritários, e hoje tem sido justamente o contrário: o STF tenta controlar tudo, e cabe ao presidente defender a Constituição e nossas liberdades.

Bolsonaro aproveitou para traçar vários paralelos entre seu governo, com perfil mais técnico e bons resultados, e aquele de Lula, em que a roubalheira corria solta. O presidente também apontou para os países vizinhos para deixar claro o perigo que o Brasil corre no caso de volta do PT ao poder.


Roberto Motta perguntou sobre autoritarismo e, em outra ocasião, sobre segurança pública. Novamente, Bolsonaro mostrou quem tem atentado contra a Constituição e reforçou a ideia de que a esquerda defende os marginais, enquanto ele enaltece a polícia e as Forças Armadas.

Sobre o 7 de setembro, o presidente lembrou que os atos patrióticos têm sido pacíficos, e que falar em "violência política" não passa de uma narrativa sem sentido
Ele comparou esses atos de famílias com bandeiras da pátria com os vândalos da Antifa, defendida pela esquerda, mostrando que ali, sim, havia violência.
Os ministros supremos também foram alvos de duras críticas do presidente. 
Bolsonaro lembrou do passado pregresso de alguns deles, como o de Fachin, garoto-propaganda de Dilma e simpatizante do MST, ou Barroso, defensor e advogado do assassino Battisti. 
Bolsonaro ainda lamentou a inutilidade de seus esforços para apaziguar a relação com Alexandre de Moraes, que não consegue se conter e parte para o ataque com inquéritos ilegais.

Amanda Klein tentou impor narrativas da velha imprensa colando a pecha de corrupto no presidente, mas em vão. Bolsonaro mostrou que não passam de acusações levianas e pura perseguição, e a jornalista teve de ouvir duras verdades, além da lembrança de que seu marido é eleitor do presidente. Em linguagem de rede social, ela foi "tratorada".

Por falar nisso, Bolsonaro teve a oportunidade de falar das conquistas de seu governo, e do quadro técnico que montou, incluindo o do ministro Tarcísio de Freitas. Ele disse que em nenhum outro governo um perfil técnico e sério desses seria ministro de Infraestrutura. Bolsonaro lamentou ainda que a egolatria tenha prejudicado o trabalho de Sergio Moro, mas apresentou as melhorias na questão da segurança pública.
 
Em suma, foi uma entrevista produtiva, com espaço para o entrevistado desenvolver seus pontos. 
E Bolsonaro foi capaz de dar seu recado de forma bem direta: o Brasil corre o risco de seguir na trajetória terrível de alguns vizinhos sob governos de esquerda. 
Muitos têm trabalhado para isso, para a volta do corrupto ao poder. Cabe ao povo brasileiro dar a resposta, lembrando que todo poder emana do povo e que é este quem dá o norte para os governantes.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

O Brasil que “não aguenta” - J. R. Guzzo

Revista Oeste

É o Brasil dessa elite subdesenvolvida, inepta e preguiçosa que nos últimos três anos e meio viu uma parte das torneiras do Tesouro Nacional se fecharem para ela 

Um ministro do já remoto governo Sarney, habitualmente escalado pelos meios de comunicação para nos ensinar como o universo funciona, anunciou há pouco a possibilidade de uma tragédia monumental: o “Brasil”, segundo ele, não aguenta mais quatro anos “de Bolsonaro”.         É mesmo? É uma sorte, realmente, que ele tenha tido a bondade de nos avisar, porque ninguém tinha percebido nada até agora. De que diabo o homem está falando? Não se sabe, em primeiro lugar, qual é esse Brasil que não vai aguentar. Se você aguenta perfeitamente, por que o Brasil não aguentaria? Em segundo lugar, o público não foi informado quais seriam, exatamente, os motivos concretos pelos quais o país vai acabar se Bolsonaro for reeleito presidente da República.                      Daria para nos citarem três fatos objetivos, por exemplo, para explicar por que aconteceria uma coisa dessas? Dois fatos, pelo menos? Tudo bem: um fato só?

Movimentos sociais e sindicais realizam ato em frente à Faculdade do Largo São Francisco na quinta-feira, 11 de agosto | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
Movimentos sociais e sindicais realizam ato em frente à Faculdade do Largo São Francisco na quinta-feira, 11 de agosto | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Dá para o piloto da inflação de 2.000% ao ano dizer que o país não consegue suportar 7%?

Ninguém vai dizer que fatos seriam esses por uma razão muito simples: eles não existem. Não é coisa muito difícil de se constatar — basta ver que o autor da previsão foi nada mais, e nada menos, que ministro da Fazenda no governo Sarney. Justo no governo Sarney, e justo na Fazenda? É sabido que os povos têm os governos que merecem, mas, no caso do Brasil, naquela época, houve uma exceção: os brasileiros não fizeram nada para merecer o governo Sarney, talvez o mais incompetente em toda a miserável história da elitezinha brasileira que passa a vida sem produzir um único prego, mas manda na máquina do Estado e nas “instituições democráticas” que inventaram aí. 

Foi azar mesmo, puro e simples. Como pode o ministro de um governo desses vir a público falar de qualquer coisa e ainda por cima de economia? O governo Sarney, com esse cidadão na cadeira de ministro da Fazenda, chegou ao seu último dia tendo uma inflação de 2.000% ao ano. Isso mesmo: 2.000%, no último ano, e chegou a ser mais, nos seus piores momentos. O presente governo, que na opinião do ex-ministro o Brasil “não aguenta”, deve fechar 2022 com uma inflação um pouco acima de 7%
Dá para o piloto da inflação de 2.000% ao ano dizer que o país não consegue suportar 7%? É o técnico do Madureira dando palpite na escalação do Real Madrid.

Fazer o quê? O Brasil, sabidamente, é um país com poucos talentos na sua vida pública. Um dos resultados disso é que os jornalistas vão procurar os heróis das suas entrevistas entre os que, comprovadamente, não deram certo — sobretudo quando eles dizem o que os jornalistas querem publicar. É o caso, mais uma vez, da profecia de que o país “não aguenta” mais quatro anos de Bolsonaro. O Brasil que não aguenta, na verdade, ou que não quer aguentar, é o Brasil dos parasitas o Brasil dessa elite subdesenvolvida, inepta e preguiçosa que nos últimos três anos e meio viu uma parte das torneiras do Tesouro Nacional se fechar para ela.  

Só uma parte — mas o suficiente para deixar revoltados, impacientes e com medo os habituais acionistas controladores do Estado brasileiro. O que perturba a todos eles, como nunca aconteceu antes, é a sensação de não mandarem do jeito que mandavam na máquina pública e nos bilhões de reais que existem em função dela. Mais quatro anos de abstinência, mesmo parcial? Eles não querem isso; acham que não dá para “aguentar”.

Não tem absolutamente nada a ver com a democracia, com as “instituições”, com a “resistência” ao autoritarismo e com todo o resto dessa conversa fiada

O que não dá para aguentar é a inflação de 7% ao ano, depois de dois anos de economia travada em função da Covid e de uma guerra aberta em plena Europa; como pode dar certo uma política econômica que, segundo eles, está transformando o Brasil numa ruína? 
É a reforma da previdência que limitou os privilégios da casta superior do serviço público — e gerou bilhões de reais que irão para o erário, e não para bolsos privados. 
É o Banco Central independente do governo e dos amigos do governo.  
São as empresas estatais que dão lucro de R$ 200 bilhões por ano para os cofres públicos, em vez de 40 bilhões de prejuízo que viravam lucros para cofres particulares. 
 
É a redução de impostos que transfere dinheiro do Estado para a população, e deixa o Supremo Tribunal Federal em estado de crise nervosa. É a redução dos preços dos combustíveis, que passa para os cidadãos a renda que estava indo para os governadores de Estado. 
É um governo no qual as empreiteiras de obras públicas não mandam.  
É uma Caixa Econômica (ou um Banco do Brasil, ou uma Petrobrás) em que a diretoria não é nomeada por políticos e está a serviço dos seus interesses
É uma administração federal que parou de contratar funcionários e de dar aumentos salariais por passagem de tempo. É isso, e mais disso.

É o Brasil de quem quer colocar de novo na presidência um político que a justiça condenou como ladrão [o ladrão se tornou um descondenado, mas não foi inocentado.]

O centro da guerra política no Brasil de hoje está aí — e em nenhum outro lugar. Não tem absolutamente nada a ver com a democracia, com as “instituições”, com a “resistência” ao autoritarismo e com todo o resto dessa conversa fiada.  
Tem tudo a ver com interesses materiais feridos — e com a ideia fixa, por parte dos que deixaram de mandar no país, de voltar aos tempos em que mandavam.
 O Brasil que “não aguenta” mais quatro anos de Bolsonaro não é o Brasil do cidadão comum. 
É o Brasil dos que não querem pagar imposto — e têm recursos suficientes para ficar discutindo na justiça. 
É o Brasil dos banqueiros, dos empresários amigos do governo e dos professores que fazem greve para não dar aulas. 
 
É o Brasil dos grandes escritórios de advocacia, a começar pelos que se dedicam ao direito penal e defendem corruptos com milhões para gastar em honorários. 
É o Brasil dos diretores da Petrobras que roubavam a empresa — roubaram tanto que até aceitaram devolver parte do dinheiro roubado. 
É o Brasil da mídia que perdeu bilhões em publicidade paga pelo governo. É o Brasil dos que não gostam de concorrência, de mérito individual e de sucesso pelo esforço no trabalho. 
É o Brasil do STF que manda em tudo, mas não consegue impedir a inflação de descer aos 7% ao ano, ou que o desemprego continue caindo, ou que haja crescimento econômico em vez de recessão, ou que as exportações continuem a bater recordes; amariam que essas coisas acontecessem, para o governo desabar junto, mas elas não acontecem. 
É, no fim de todas as contas, o Brasil de quem quer colocar de novo na presidência da República, pela primeira vez na história, um político que a justiça condenou como ladrão por praticar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo a decisão de nove magistrados diferentes, em três instâncias sucessivas.
 
A folhas tantas do seu pronunciamento à mídia, o ministro do governo Sarney declarou que a queda da inflação é “inconstitucional”.                 O que poderia definir melhor o Brasil que “não aguenta”? 
É essa, de fato, a Constituição que querem defender com os seus manifestos “em defesa da democracia”.

Leia também “Os banqueiros de esquerda e o paraíso 

lulista”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

sábado, 30 de julho de 2022

'Carta aos Brasileiros' omite mal que corrupção faz à democracia - Carlos Alberto Sardenberg

Apontar o dedo para essa prática danosa não é embaraçoso apenas para o PT. Atinge um amplo espectro de lideranças

Num de seus últimos votos antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello escreveu:— O fato inquestionável é que a corrupção deforma o sentido republicano da prática política, afeta a integridade dos valores que informam e dão significado à própria ideia de República, frustra a consolidação das instituições, compromete a execução de políticas públicas em áreas sensíveis como as da saúde, da educação, da segurança pública e do próprio desenvolvimento do país, além de vulnerar o princípio democrático.

Entretanto não há uma palavra sequer sobre corrupção na nova “Carta aos Brasileiros”, a ser lida no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Celso de Mello, que se formou naquela escola, deverá ser o porta-voz do documento.Se ele está certo no seu voto, como acreditamos que está, há aí uma contradição. A corrupção não é “apenas” uma questão moral, mas política, social e econômica. Sua prática destrói fundamentos da democracia. Logo, a condenação à roubalheira do dinheiro público deveria constar num manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito. [importante lembrar o interesse maior de grande parte - não a totalidade devido alguns terem assinado por impulso, por teres sido  - é trazer o maior corrupto do Brasil, em todos os tempos, de volta a cena do crime (a frase é de autoria do candidato a vice do maior corrupto, assim deve saber o que fala) = ele foi descondenado, NÃO FOI inocentado.]

Há, entretanto, argumentos para que esse tema não apareça. O principal: a defesa da democracia e do sistema eleitoral é universal e, portanto, não partidária. Logo, um documento centrado nesse princípio pode receber o apoio das diversas correntes políticas, como está ocorrendo.

Na prática, porém, a Carta é contra o presidente Bolsonaro. Óbvio. É ele que vem ameaçando a democracia, no geral, e o sistema eleitoral brasileiro, em particular. Por isso, mesmo que o nome de Bolsonaro não tenha sido citado na Carta, parece claro que nenhum bolsonarista vai assiná-la. O autoritarismo, o pleito pró-ditadura está na essência do bolsonarismo.[no Brasil é fácil acusar o presidente Bolsonaro e seu milhões e milhões de apoiadores (e eleitores) de atos antidemocráticos = qualquer comentário que não se enquadre no maldito politicamente correto do establishment, especialmente quando proferido por um bolsonarista,  é ato antidemocrático. 
A propósito,  o Brasil além das jabuticabas,  das justiças eleitoral e trabalhista, da prisão preventiva com características de perpétua, possui também uma democracia ímpar, que para ser  preservada precisa ser destruída, pois no processo de preservação, principios democráticos são violados.]

Vai daí que o documento favorece Lula — tanto que já foi assinado por partidários do ex-presidente. [inclusive o Alckmin, candidato a vice do Lula,  que proferiu a já famosa frase em relação aos que votarem em Lula: querem trazer o criminoso de volta à cena do crime.] E que não o fariam se ali constassem menções, ainda que indiretas, sobre os dois maiores episódios de corrupção que abalaram a democracia: o mensalão e o petrolão.

De novo, faz sentido argumentar que a questão do momento é defesa da eleição e das urnas. Está certo, e é importante essa ampla movimentação da sociedade civil. Então, por que estamos colocando o tema da corrupção? Não é para estragar a festa, mas para tentar deixar em evidência uma questão que parece banalizada.

A última pesquisa Datafolha registra que 73% dos entrevistados acham que há corrupção no governo Bolsonaro. [vamos aguardar pesquisas amplas e o inicio para valer da campanha.  
Não esqueçamos que antes mesmo de tomar posse no cargo máximo do Brasil, que tentam - sem sucesso - impor a pecha de corrupto, de ladrão em Bolsonaro, seus familiares e até auxiliares.  
Alguém em sã consciência acredita que se houvesse provas de corrupção praticada por Bolsonaro, seus familiares e auxiliares diretos, Bolsonaro já teria sido impedido, derrubado, preso e seus auxiliares estariam encarcerados.] apontar o dedo para essa prática danosa não é embaraçoso apenas para o PT. Atinge um amplo espectro de lideranças políticas — a maioria absoluta das quais tem escapado da cadeia com incrível facilidade.[o que além de embaraçar os petistas tem impedido o descondenado de ir as ruas, por estar sendo obrigado a evitar o povo - exceto em plateia selecionadas e formadas por convertidos.É ele quem mais embaraça o 'perda total'.].

O problema está aí. Na mesma pesquisa Datafolha, a corrupção aparece, digamos, como um problema menor, atrás de saúde, economia, desemprego, fome, inflação. De novo, faz sentido: estão aí os problemas que afligem o dia a dia da população.

Outras pesquisas mostram que os brasileiros, na maioria, sabem da Operação Lava-Jato, sabem que Lula foi preso e que suas condenações foram anuladas. No mínimo, há dúvidas quanto a sua inocência.

Mas isso não parece ser argumento para tirar votos do ex-presidente. Como os bolsonaristas não se afastam de seu líder quando percebem a corrupção no atual governo.

Banalizou. Se todo mundo rouba, qual é o problema? Nesse ponto, os lulistas dizem mesmo que seu líder foi especialmente perseguido. Por que só ele foi em cana?
Lembram-se de um personagem de Jô Soares que era sempre apanhado pela Receita?
Tentava se defender com os argumentos mais ridículos, e engraçados, mas sempre terminando com o mesmo mote: “Só eu? E os outros?”.
Assim caímos no “rouba, mas faz”, da velha política.

Trata-se de enorme equívoco. Como mostram estudos coordenados pela professora Maria Cristina Pinotti, a corrupção reduz a eficiência da economia, tolhe o crescimento, aumenta a desigualdade e bloqueia as boas políticas sociais. [a volta do descondenado à cena do crime trará de volta todas as mazelas destacadas e outras não citadas.] Acrescente aí o voto de Celso de Mello, e temos a conclusão completa: a corrupção mata a economia e derruba a democracia.

É essencial compreender isso, se queremos um país desenvolvido.

 Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo -
30 de julho de 2022

 


segunda-feira, 4 de abril de 2022

Um mundo em guerra - Revista Oeste

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia é apenas mais uma página na longa história de guerras escrita pela humanidade

Uigures durante um protesto contra a China perto do consulado chinês em Istambul, na Turquia, em 15 de dezembro de 2019 | Foto: Shutterstock
Uigures durante um protesto contra a China perto do consulado chinês em Istambul, na Turquia, em 15 de dezembro de 2019 | Foto: Shutterstock

A invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe novamente à superfície os horrores da intolerância, da opressão e do autoritarismo. Inflamados pela retórica do presidente Vladimir Putin, os soldados russos tomaram de assalto diversas cidades ucranianas. E deixaram rastros de destruição por onde passaram. Infraestruturas, bases militares e áreas residenciais foram reduzidas a pó — literalmente. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de mil civis morreram desde o início dos ataques, em 24 de fevereiro. Pelo menos 4 milhões de ucranianos se refugiaram em outros países.

Esse cenário dantesco serviu de combustível para a imprensa, que decidiu acompanhar o conflito intensamente. Imagens aterradoras estampam as páginas de jornais e revistas, enquanto analistas políticos comparecem a programas de televisão para comentar os desdobramentos do confronto. Muitos tiveram a sensação de que essa era a primeira guerra de grande magnitude surgida em décadas.

Em virtude da cobertura da imprensa, a crise no Leste Europeu atingiu níveis extraordinários de importância. Mas a verdade é que, desde que a história passou a ser registrada, o mundo nunca teve sequer um dia de paz. Os holofotes, contudo, nem sempre estiveram em cena.

O terror chinês
O massacre contra os uigures, povo muçulmano estabelecido na região autônoma de Xinjiang, localizada no noroeste da China, é um exemplo de tragédia humanitária que passa ao largo dos líderes ocidentais e dos conglomerados econômicos. Há dez anos, a minoria islâmica é alvo sistemático do terror praticado pelo Partido Comunista. Liderada pelo presidente Xi Jinping, a ditadura chinesa enviou milhões de uigures para campos de concentração. A justificativa: suposto combate ao terrorismo.

Em entrevista à CNN, um ex-detetive chinês disse ter testemunhado diversas vezes o uso de métodos de tortura nesses locais, como eletrocussões e afogamentos. O ex-oficial, identificado apenas como “Jiang” por temer retaliações de Pequim, revelou que os responsáveis pelas prisões têm de cumprir cotas de números de uigures a serem detidos. “Se quiséssemos que as pessoas confessassem algum crime, usávamos um bastão elétrico com duas pontas afiadas no topo”, explicou. “Amarrávamos dois fios elétricos nas pontas e os fixávamos nos órgãos genitais dos detentos.”

 

A brutalidade nos campos de concentração provocou desespero na população de Xinjiang, que não consegue procurar abrigo em outros países porque a ditadura chinesa usa recursos tecnológicos para vigiá-la. Em parceria com a Huawei, uma das maiores empresas da Ásia, o Partido Comunista elaborou um sistema de monitoramento que envolve a gravação de voz, o rastreamento, a reeducação ideológica e o reconhecimento facial de seus alvos. Nos últimos dez anos, aqueles que violaram a legislação e tentaram cruzar a fronteira para o Vietnã, o Cazaquistão, o Tajiquistão e o Camboja foram deportados para a China. O paradeiro desses cidadãos é desconhecido.

De acordo com a For The Martyrs, organização sem fins lucrativos que atua em defesa das liberdades religiosas, aproximadamente 2 milhões de uigures estão presos em campos de concentração. Isso representa 10% da população de minoria muçulmana.

A despeito desse massacre, a China realizou os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Suécia, Holanda, Áustria, Suíça, França, Canadá, Itália, Coreia do Sul, Finlândia, Eslovênia, Austrália, Bélgica, Polônia e Estônia — países que impuseram sanções à Rússia depois da invasão da Ucrânia — participaram do evento sem nenhuma objeção.[absurdo é que a mídia formada pela velha imprensa e a TV Funerária, a serviço da causa esquerdista progressista, produzem narrativas falsas; 
Vejamos: vendo os principais telejornais jornais da Rede Funerária ou lendo as manchetes da velha imprensa = o tal 'consórcio' que adequa os fatos à narrativa desejada =  fica a impressão que a Rússia perdeu a guerra,  e que logo os jornalistas e analistas mostrarão soldados ucranianos desfilando na Praça Vermelha e tanques disparando contra os muros do Kremlin. Não será surpresa, pelo que narram, que Putin discurse suplicando pela abertura de corredores humanitários ligando Moscou aos aliados "de palanque" da Ucrânia.
Só que ao mesmo tempo acusam a Rússia de matar civis ucranianos - um exército em fuga matando civis?
Outro absurdo é quando declaram que países da União Europeia vão boicotar o petróleo e gás russo - boicotar como? são eles, os candidatos a boicotadores, que precisam do gás e petróleo russo.
Por favor, apresentem os FATOS = a VERDADE.] 

Turbulências permanentes
No Oriente Médio, há conflitos ainda mais antigos, com raízes históricas profundas. Árabes e israelenses, por exemplo, disputam há mais de um século a região da Palestina, localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. Desde 1860, a turbulência prevalece no cotidiano de ambos os povos, a despeito dos raros períodos de estabilidade. A fundação do Estado de Israel, em 1948; a Guerra do Suez, em 1956; a Guerra dos Seis Dias, em 1967; e a Guerra do Yom Kippur, em 1973, são alguns dos eventos históricos que contribuíram para o crescente aumento de tensão na Ásia Ocidental.

A mais recente escalada de violência ocorreu no ano passado, em Sheikh Jarrah, bairro árabe localizado em Jerusalém Oriental. “Isso ocorreu em 12 de maio, data em que Israel celebrava a reunificação de Jerusalém”, explicou o cientista político André Lajst, diretor-executivo do StandWithUs Brasil. “O Hamas usou como pretexto as manifestações que estavam ocorrendo na cidade para disparar seus foguetes. Mas também houve uma questão judicial em Sheikh Jarrah: duas famílias palestinas refugiadas poderiam ser despejadas das casas onde moram, cujos proprietários são judeus. Esses acontecimentos motivaram protestos e geraram ondas de violência em Jerusalém.”

Desde o início do confronto, os fundamentalistas islâmicos lançaram 3.700 foguetes contra o território israelense, assassinando 12 pessoas e ferindo 333
Os ataques de Israel, por sua vez, mataram 232 palestinos e feriram outros 1.530. 
Depois de 11 dias de enfrentamento, o governo de Israel e as lideranças do Hamas anunciaram um cessar-fogo mútuo e simultâneo, colocando um ponto final às hostilidades — até a página 2.

Guerra ao Terror
Em 29 de agosto de 2021, um dia antes de concluírem a retirada das tropas do Afeganistão, os Estados Unidos enviaram um drone à capital do país, Cabul, com o objetivo de alvejar um terrorista do Estado Islâmico. O ataque, no entanto, também resultou na morte de civis, que engrossaram a estimativa de 900 mil óbitos decorrentes da Guerra ao Terror. [foi a primeira demonstração do Biden do quanto ele é incompetente como estrategista = ordenou a retirada do Afeganistão começando pelos militares, deixando os civis para o final.] O) capítulo, iniciado pelo ex-presidente George. W. Bush e concluído pelo presidente Joe Biden, encerraria parcialmente a história da incursão militar norte-americana nos países asiáticos, que ocorreu em resposta aos atentados de 11 de setembro. “A guerra tem sido longa, complexa e sem sucesso. E continua em mais de 80 países”, disse Catherine Lutz, professora na Universidade Brown (EUA) e co-diretora do projeto Costs of War, que avalia as consequências desse conflito.

Para Antonio Gelis Filho, professor de geopolítica empresarial na Fundação Getulio Vargas (FGV), os Estados Unidos decidiram declarar uma “Paz Quente” ao resto do mundo, imaginando-se capaz de intervir militarmente em países com culturas distintas. “O Ocidente tentou impor um modo de vida progressista ao resto do mundo, gerando resistências”, explicou. “Enquanto isso, transferia a fonte última de sua harmonia social e progresso — empregos industriais de alta remuneração — para o Oriente. É preciso restabelecer as bases reais de seu progresso antes que seja tarde demais.”

Além da Europa
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia é apenas mais um capítulo da história da humanidade, construída durante milênios em meio à repressão e à violência. O genocídio contra os uigures, o confronto árabe-israelense e a incursão militar norte-americana nos países asiáticos ocorreram ao mesmo tempo em que o desenvolvimento econômico e tecnológico possibilitou a diminuição da fome no mundo, das taxas de analfabetismo e da pobreza — e, ao mesmo tempo, o acesso à informação e ao conhecimento. O avanço civilizacional, no entanto, jamais impediu a eclosão de guerras.

No mesmo momento em que Moscou e Kiev buscam soluções para o embate no Leste Europeu, outros cinco conflitos irrompem ao redor do mundo. No Iêmen, por exemplo, a catástrofe humanitária já dura 11 anos. Os números são chocantes: 223 mil mortos e 2 milhões de crianças em desnutrição aguda.

Também longe dos holofotes diplomáticos internacionais, a crise na Etiópia, iniciada em 2020, não parece arrefecer. Estima-se que 9 milhões de etíopes precisam de algum tipo de ajuda humanitária, segundo a ONU. Há ainda relatos de crimes de guerra ocorrendo no país, como chacinas contra civis e estupros em massa.

Em Mianmar, as tensões políticas e étnicas ocorrem há anos. De acordo com a organização não governamental (ONG) Rescue Committee, os conflitos que se espalharam pelo país desde a ascensão dos militares foram a causa da migração de 220 mil pessoas. Cerca de 14 milhões de habitantes (25% da população) precisam de ajuda humanitária. Desde o início da guerra, 10 mil civis morreram.

O Haiti vive uma espiral de violência desde julho de 2021, quando o então presidente, Jovenel Moïse, foi assassinado. Baleado 12 vezes na testa e no torso, seu olho esquerdo foi arrancado e os ossos do braço e do tornozelo, quebrados. De lá para cá, diversas gangues surgiram no país e passaram a semear o caos. No ano passado, mais de 800 pessoas foram sequestradas por esses grupos criminosos.

Protestos iniciados em 2011 contra o ditador da Síria, Bashar al-Assad, mergulharam o país em uma guerra civil de grande escala. O conflito, ainda em vigência, resultou na morte de 380 mil pessoas e na destruição de diversas cidades. Outros 200 mil cidadãos estão desaparecidos. Pelo menos 11 milhões de sírios, o equivalente à metade da população do país antes da guerra, tiveram de deixar suas casas.

O impacto da propaganda

Dentre todas essas catástrofes humanitárias, a imprensa escolheu prestar atenção ao conflito no Leste Europeu. Segundo Bruna Frascolla, doutora em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), isso ocorreu em razão da propaganda midiática pró-Ucrânia que circula nos países ocidentais. “Há dois meses, se você parasse alguém em Copacabana e perguntasse quem é o presidente da Ucrânia, ninguém iria saber”, observou. “Hoje, meio mundo não só sabe, como tem certeza de que é um santo. Basta dizer que apoia Zelensky para ter certeza de que é bom, e quem não aderir ao coro é um abominável putinista.”

Bruna diz ainda que intelectuais e jornalistas são responsáveis pela maneira como a propaganda pró-Kiev foi disseminada no Ocidente. “O povo letrado em geral vive assim: encontra um slogan para repetir e pertencer ao clube dos bons, o que por tabela constitui a existência de um time dos maus — sem espaço para neutralidade”, afirmou. “Como os jornalistas pertencem a esse grupo e aderem a slogans limpinhos e cheirosos, repetem acriticamente tudo aquilo que diz a Organização do Tratado do Atlântico Norte. O resultado é que empurram a propaganda sem se preocupar com a informação.”

Guerra e paz
Como observa Felipe van Deursen no livro 3 Mil Anos de Guerra, a história da humanidade é a história das guerras. Dos Tempos Bíblicos à Idade Moderna, diferentes povos batalharam entre si para impor seus costumes e valores. E deixaram rastros de sangue e destruição pelo caminho.

A despeito das atrocidades, contudo, a humanidade desenvolveu um conjunto de valores que ofereceu relativa estabilidade e harmonia entre os povos. Se no passado os conflitos tinham proporções globais, como observado nas duas Grandes Guerras Mundiais e na Guerra Fria, no presente as tragédias humanitárias estão restritas a pequenas regiões, livrando a maior parte da população do sofrimento.

Mas ainda assim haverá guerras. Essa é a história da humanidade.

Leia também “O Ocidente já perdeu?”

Edilson Salgueiro, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 7 de março de 2022

Caso Brasil Paralelo: a censura como fraqueza - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Em meio ao tema dominante do momento, a guerra provocada por Putin e seu imperialismo, eis que um assunto um tanto local ganhou destaque nas redes sociais. Querem impedir a exibição do documentário “O Fim da Beleza”, produzido pelo Brasil Paralelo, na Universidade Federal do Paraná. Uma universidade federal a favor da censura?!
 
Esse episódio lamentável mostra como uma turma que fala muito em nome da diversidade e do pluralismo acaba, na prática, pregando o pensamento único, refratário a qualquer ponto de vista alternativo. O Brasil Paralelo já atingiu vinte milhões de pessoas com suas produções de ótima qualidade, tanto em conteúdo como na forma. É perfeitamente legítimo discordar de seu viés conservador; o que parece inaceitável, porém, é tentar interditar o debate, impedir o acesso ao seu material.
 
O Brasil Paralelo incomoda muito uma turma que aprendeu apenas a repetir slogans e destilar ódio e autoritarismo mascarados de falsa tolerância e diversidade. A censura é o resultado direto da falta de capacidade de raciocínio e argumentação desses esquerdistas. Seus gritos são uma confissão da sua impotência intelectual. Sem ter como rebater os fatos apresentados nesses documentários, assim como os argumentos que formam uma narrativa coerente, seus adversários preferem o puro autoritarismo.
 
Outro aspecto interessante é que, agindo assim, esse pessoal acaba comprovando aquilo que chamam de Fake News ou paranoia. Leandro Ruschel tocou nesse ponto: “O mais interessante da imposição da censura à Brasil Paralelo é a prova da existência daquilo que a militância de esquerda chama de ‘teoria da conspiração’. Se não há Guerra Cultural e hegemonia de esquerda na Academia, por que qualquer visão diferente é imediatamente censurada?”
 
Os mesmos suspeitos fizeram enorme barulho para tentar impedir um filme sobre o filósofo Olavo de Carvalho. É como se os estudantes universitários não pudessem entrar em contato com uma visão distinta daquela enfiada cachola adentro por doutrinadores disfarçados de professores. E no fundo é isso mesmo! Os censores estão certos nisso: eles sabem que, uma vez acessível esse ponto de vista diferente, muitos jovens saberão avaliar qual lado tem razão.
 
A censura é um apelo desesperado de quem sabe que está do lado errado, que precisa impedir a luz de chegar aos alunos para preservá-los na escuridão dos dogmas socialistas. Quem tanta calar o outro em vez de rebater seus argumentos faz isso de um lugar de fraqueza, não de força. É pura covardia. E sinal de que o Brasil Paralelo tem feito um ótimo trabalho. Pois só incomoda a patota “progressista” quem tem revelado a farsa que é essa ideologia, expondo com serenidade as vantagens de uma abordagem mais tradicional e conservadora.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo
 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Você seria escravo de uma ideologia onde o Estado te domina?

Somos um estranho país ciclotímico
Em 2018, bradávamos por liberdade de expressão, alertávamos que havia perigo a rondar as liberdades básicas, que o autoritarismo punha em risco a democracia. 
No ano seguinte, no entanto, os que alertavam, calaram; pareciam surpresos porque não acontecera a guinada para o autoritarismo
E, no feio pecado da omissão, foram mantendo o silêncio diante de agressões às liberdades de opinião, de expressão, de locomoção, de culto; à inviolabilidade de mandato e de residência; ao direito de defesa; a censura prévia ganhou aplausos; sumiu a condenação aos corruptos; o basilar devido processo legal foi desprezado pelo tribunal supremo. 
E foram além da omissão cúmplice, passando a aplausos sem pudor. Como explicar essa mudança de posição, que virou torcida pelo totalitarismo ao estilo soviético? Não parece ser um fenômeno masoquista.

Para acordar quem esquece quais são os fundamentos da democracia, é bom gritar que, em primeiro lugar, vem o direito de liberdade de expressão do pensamento; logo o princípio de que todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por seus representantes eleitos; o direito de locomoção, o que inclui o acesso ao trabalho, ao culto, às vias e aos logradouros públicos; o direito à vida, que abarca o direito à defesa; o direito de propriedade, escrito na mesma frase da Constituição que garante o direito à vida; a inviolabilidade do lar; o direito de não ser preso arbitrariamente; o direito de defesa em processo público; o direito de fazer ou não fazer o que não for expressamente determinado ou proibido por lei; o direito de igualdade perante a lei, "sem distinção de qualquer natureza"(como manda a Constituição e é desobedecido por tantas leis).

Ações e decisões de qualquer dos três Poderes que não seguirem os fundamentos acima estarão condenando os brasileiros a não viver em regime democrático.  [o pior, o mais danoso à cidadania, é que as autoridades que autorizam que os direitos fundamentais da democracia, arrolados no parágrafo anterior, sejam violados, usam como argumento que tais violações são necessárias à preservação da democracia, da constituição e do estado democrático de direito.
Tais autoridades, que em sua maioria integram instituição responsável pela guarda do texto constitucional, destroem os fundamentos democráticos, os princípios constitucionais alegando a necessidade de preservá-los.]
Boa parte desses fundamentos tem origem no direito natural, que adquirimos ao nascer. 
Teólogos afirmam que Deus nos criou dotados de livre arbítrio. Ou seja, Esse Ser perfeito é um democrata, pois nos deu plena liberdade. 
Logo, o modelo que vem de cima é o de democracia
Portanto, democracia é um modelo divino — que carrega a imperfeição humana. 
Para os que não acompanham esse raciocínio, sugiro outro, prático e direto: você gostaria de ser escravo de uma ideologia em que o Estado domine você e sua família e tenha feito você acreditar que "é para o seu bem"? Pois muita gente prefere continuar sendo enganada a reconhecer que tem sido enganada.
 
A democracia se equilibra nos pesos e contrapesos dos três Poderes. O Executivo, que foi eleito para governar; 
o Legislativo, que foi eleito para fazer leis e fiscalizar os demais Poderes
e o Judiciário, que é escolhido pelos outros Poderes e serve para aplicar e interpretar as leis. O desequilíbrio dessa balança, hoje, é evidente, pois o topo do Judiciário está indo além de suas atribuições, agindo com poderes que o povo não lhe deu. 
Precisa resolver o que seu presidente, ministro Fux, denunciou no seu discurso de posse: o Supremo é usado por partidos políticos para resolver questões que deveriam ser tratadas na arena política do Legislativo. 
Isso só não é mais grave do que o silêncio dos que se omitem diante do avanço de ações totalitárias. Talvez porque elas coincidam com sua ideologia.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense