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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Um protesto pacífico do início ao (quase) fim



Duas passeatas percorreram ruas do Centro e da Zona Oeste de São Paulo. Houve pequenos tumultos na dispersão 

O terceiro ato no ano contra o aumento das tarifas do transporte, convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL), teve concentrações em dois pontos diferentes da capital paulista e duas passeatas. Após os dois primeiros protestos levantarem novamente o debate sobre como conciliar o direito à manifestação e o direito de ir e vir em uma cidade como São Paulo – e a atuação da polícia nessas situações, nesta quinta-feira (14), manifestantes e PMS caminharam pelas ruas sem grandes confrontos. 

No Centro, o protesto já tinha cruzado metade do caminho proposto quando os manifestantes tomaram um susto. O grupo saíra do Theatro Municipal e passava pelo Hospital Pérola Byington, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, quando todos ouviram um estalo rápido e forte. Os policiais militares que acompanhavam a marcha ergueram seus escudos e cassetetes. Alguns manifestantes correram em busca de abrigo. Por um ou dois minutos, quem estava em frente ao pérola Byington achou que fosse presenciar uma releitura da violência da última terça-feira (12). Não foi assim. A multidão que participava da marcha se uniu num coro: “Sem violência!”. Não houve tiros, gás ou golpes de cassetete. Tampouco caçambas viradas ou vidraças de bancos arrebentadas. Segundo relatos dos presentes, o estrondo fora provocado por uma bombinha festiva, estourada por um morador de rua. Todos ficaram satisfeitos com a história e seguiram caminhando até a Avenida Paulista. O incidente na frente do hospital foi um  sobressalto em meio a um protesto que correu tranquilo, a não ser por pequenos sustos, logo resolvidos.

O tom pacífico do ato foi um alívio para quem participou dos protestos. Minutos antes da manifestação começar, enquanto a multidão se concentrava em frente ao Theatro Municipal, os militantes do MPL estavam preocupados e afirmavam que haviam, desta vez, divulgado os trajetos na internet com antecedência. Segundo eles, uma demonstração de que eram transparentes e não queriam violência. 

>> Marco Aurélio Nogueira: “É difícil que ocorra um novo 2013”

No Largo da Batata, na Zona Oeste, de onde partiu a outra passeata, o clima era o mesmo. Novamente, no início do ato, houve quem defendesse que a passeata seguisse por um trajeto diferente do previamente informado às autoridades. ÉPOCA presenciou uma representante do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e outro da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel) tentarem persuadir Vitor Santos, do MPL, a seguir em direção à Avenida Paulista, para que a marcha encontrasse a que vinha do Centro. "A paulista é simbólica, maior", diziam. Santos manteve a decisão de seguir para o metrô Butantã. "O momento é outro e mudamos a estratégia, já avisamos a polícia do trajeto e vamos seguir esse percurso desta vez", disse para os dois colegas de passeata.

>> FOTOS: O 3º ato do MPL contra aumento de tarifas do transporte em São Paulo

Segunda a polícia, comunicar o trajeto com antecedência foi importante para evitar pancadaria: “A indicação do trajeto facilita o planejamento”, afirma o tenente-coronel Marcelo Streifinger, que estava no Centro. “O deslocamento às vezes se alonga, a gente passa por avenidas, interrompe trânsito. E isso pode trazer um complicador. À polícia, hoje,coube somente manter a segurança.”

[Não tem sentido a realização dessas manifestações contra aumento de passagens - mesmo com a crise, com o desemprego - o desempregado quando sai para procurar emprego tem que pagar passagem - trinta centavos não representa muito, assim, não é suficiente para aglutinar manifestantes.
Além do mais os aumentos ocorreram em praticamente todas as capitais e em valores superiores - Brasília mesmo aumento R$ 1 o transporte público do DF é umas cem vezes pior que o de São Paulo.
É preciso guardar energias para as grandes manifestações pró-impeachment que devem começar a ocorrer logo após o fim do recesso do Congresso.
Fazer manifestação para reduzir preços de passagens - com a inflação voltando - é desperdiçar energia e perder o foco.
Remover a Dilma, escarrar a petralhada significa o FIM DA INFLAÇÃO, da RECESSÃO, do DESEMPREGO, da ROUBALHEIRA, o resto é perder tempo.]
 
Os policiais mantiveram-se, nas duas marchas, como observadores. Em muitos momentos, os gritos dos manifestantes eram contra a PM. Alguns apontaram "pedir o fim da Polícia Militar" como o principal motivo para ir às ruas. “É importante estar aqui hoje para mostrar que violência como a da terça-feira não é tolerável”, disse o estudante Waldemir Júnior, no Centro. “A população precisa ter a liberdade de se manifestar sem ser reprimida.” Os PMs ouviram, sem repressão. Ivaldo Santos, administrador, afirmou que participava do protesto em solidariedade aos manifestantes. "Depois da ação truculenta da PM na última terça feira, não se trata mais de manifestar apenas pelo aumento das passagens. Quase 30 anos de democracia não foram suficientes para que a PM soubesse lidar com manifestações."

Com os protestos fluindo sem violência, a adesão aumento no trajeto pré-combinado. Gente que não costuma participar de manifestações se uniu à multidão, quando percebeu a marcha tranquila. Foi o caso das amigas Mirele Souza e Íngride Santos. Elas são vendedoras no Centro de São Paulo, e faziam o caminho da marcha para voltar para a casa: “A gente trabalha tanto, e R$ 3,80 é muito caro. Vir para cá dá um pouco de medo. Mas está tudo bem”, disse Mirele.

Os dois protestos chegaram aos destinos acertados: o do Centro à Paulista; o da Zona Oeste ao metrô Butantã. Apenas na dispersão, houve tumulto.  Na Paulista, um jovem lançou um rojão na estação Consolação do metrô. A estação foi fechada e oito pessoas foram presas. A confusão foi logo resolvida.  No ato que terminou no Butantã, pelo menos uma bomba chegou a ser lançada pela PM em meio a uma confusão diante da estação, mas, em seguida, os próprios policiais puseram fim ao corre-corre pedindo "calma, calma!". Os PMs mais exaltados, que gritaram com os manifestantes nesse momento, foram contidos pela tenente-coronel Dulcinéia Lopes de Oliveira, que comandava a operação. 

A Secretaria da Segurança Pública informou que cerca de 2 mil pessoas participaram das manifestações. Houve nove pessoas prisões após os protestos – oito no Centro e um na Zona Oeste. Com os tumultos registrados somente após o fim das passeatas, é possível dizer que MPL e Polícia Militar alcançaram, ao menos, seu objetivo desta quinta-feira: um protesto pacífico.

Fonte: Revista Época