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quarta-feira, 6 de abril de 2022

Lavagem cerebral - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Área de ‘humanas’ é o território ideal para a prática do estelionato pedagógico que vem se tornando a marca registrada do ensino em escolas de rico

O colégio Avenues, de São Paulo, cobra mensalidades de R$ 10 mil – quer dizer, é coisa exclusiva para gente muito rica
Mas o colégio, ao que parece, não está satisfeito apenas com isso; 
além do dinheiro dos pais milionários, quer também que os seus filhos saiam de lá prontos para combater na linha de frente da revolução socialista, ou comunista, ou coletivista, ou seja lá o nome que dão hoje aos movimentos de salvação da humanidade operados por aglomerações políticas de esquerda. 
O resultado é que os pais pagam para os filhos aprenderem que eles, pais, são criminosos sociais perigosos, que estão destruindo o Brasil e o mundo com as suas atividades capitalistas – e precisam ser detidos o mais rápido possível. É o trabalho prático que, segundo se aprende na Avenues, a moçada terá de fazer quando sair da escola.  
 
Um episódio ocorrido dias atrás mostra com perfeição o que os alunos estão recebendo em troca das suas mensalidades
Um professor de antropologia, ele próprio militante político de “esquerda”, chamou para uma palestra a conhecida Sonia Guajajara, profissional do movimento “indígena” há anos, e presença garantida em manifestações contra o Brasil na Europa, ou contra o agronegócio aqui na frente do Congresso
 
Guajajara, é óbvio, disse que a atividade agropecuária é uma desgraça terminal para o Brasil: está destruindo o país com “agrotóxicos”, extermina os índios e é responsável direta por uma montanha de crimes sociais hediondos. Um dos alunos, na hora do “debate”, quis discordar: ouviu um cala-a-boca do professor-antropólogo. O homem disse que era doutor em antropologia, especialista “em Harvard”, e que o garoto só poderia se manifestar no dia em que soubesse tanto quanto ele em matéria de ciência antropológica. 
Mas não era um debate, com a palavra livre para os alunos? 
Não no modelo de debate que vigora no colégio Avenues.

É claro que essas coisas não acontecem nas aulas de matemática ou física, mas só nas áreas de “humanas” – o território ideal para a prática do  estelionato pedagógico que vem se tornando a marca registrada do ensino em escolas de rico. O desfecho do episódio é uma aula perfeita sobre a vida real nesse mundo. O aluno foi repreendido por que “discordou da senhora Guajajara de maneira desrespeitosa”.  

O professor continua lá – o máximo que disseram é que a sua intervenção repressora não foi a mais apropriada. Os garotos vão continuar recebendo lavagem cerebral. Os pais vão continuar no papel de bobos – acham que por pagarem R$ 10 mil por mês seus filhos estão aprendendo alguma coisa. É um dos maiores contos do vigário que se encontra hoje na praça.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Escolas fechadas - Professores de escolas públicas ajudam a agravar a pobreza na pandemia - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

De todos os momentos ruins e péssimos que a Covid produziu em um ano e meio de desgraças, nenhum foi pior do que a atitude dos professores da rede pública de educação. Durante este tempo todo, e apesar dos seus deveres evidentes e intransferíveis perante os alunos e toda a sociedade que paga por seu sustento, a maioria deles simplesmente se recusou a dar aulas nas escolas; nenhuma outra categoria de brasileiros fez essa exigência e teve esse privilégio em relação ao seu trabalho.

Talvez ninguém tenha se comportado pior, nessa tragédia social inédita, do que o Sindicato dos Professores de São Paulo, que acaba de se ver comandado, por decisão judicial, a cessar sua oposição absoluta à volta ao trabalho e ao cumprimento do seu dever mais fundamental. Foi preciso a Justiça decidir isso; pela vontade do sindicato, as escolas simplesmente continuariam fechadas, sem data para reabrir. Em nenhum outro lugar do mundo as crianças e adolescentes estão há tanto tempo sem escola, incluindo a África e tudo o que há de mais atrasado nos cinco continentes. No Brasil pode, e os responsáveis por essa aberração ainda se proclamam heróis da “luta pela vida”.

Censura a conservadores
CPI, STF, TSE: a sopa de letrinhas que sufoca a liberdade de expressão


Nunca houve, na verdade, o que se costuma chamar de “negociação” nesse tipo de coisa – os professores, acima e além de qualquer outra consideração, se recusaram a dar aulas. Ponto final. Jamais abriram mão do salário, ou aceitaram alguma diminuição na remuneração (foram comuns, nas empresas privadas, reduções de até 40% para o trabalho em sistema de “home office”) ou a interrupção na contagem do tempo de serviço para obter aposentadoria. Muitos, aliás, tiraram férias (com adicional de 30%) nesse exato período em que se recusaram a trabalhar. Que tal?

As exigências do sindicato foram de tal maneira absurdas que qualquer entendimento com a Secretaria da Educação ficou obviamente impossível.  A última coisa que seus dirigentes quiseram impor: os professores só voltariam à escolas, duas semanas depois – isso mesmo, depois – de terem sido vacinados com duas doses – isso mesmo, duas doses – ou com dose única do imunizante. Ninguém no Brasil pediu nada parecido. Por que raios, então, os professores exigiam para si próprios o que não foi dado a nenhum outro brasileiro? Aliás: nenhum outro cidadão do planeta exigiu um negócio desses.

A greve de um ano e meio dos professores, justamente contra os mais pobres e os menos capazes de se defender, veio fortalecer ainda mais a hipocrisia sem limites que marca a atuação de organizações como os sindicatos de professores e outros cartórios da burocracia de esquerda neste país – onde ninguém corre o menor risco por suas ações, faz-se a defesa intransigente do privilégio e se pratica a mais agressiva política de concentração de renda atualmente em curso no Brasil.

De fato, o que pode concentrar mais renda, e produzir mais pobreza direto na veia, do que negar educação às classes pobres, como os professores vem negando desde o início de 2020? A diferença entre a qualidade do ensino básico dado às crianças e jovens das classes ricas e médias, em relação à imensa maioria dos alunos carentes, já é um dos crimes sociais mais escandalosos cometidos em público no Brasil. Em cima disso, os sindicatos de professores vem roubando há um ano e meio o pouco de educação que os pobres recebem.

Como alguém pode adquirir mais conhecimento – a única arma efetiva contra a pobreza – com a escola pública fechada? 
As lideranças dos professores gritam o tempo todo, dia e noite, contra a “pobreza”, a “desigualdade” e a “injustiça”, e tem sempre pronta a lista dos que acham “culpados” por isso tudo. Nunca lhes ocorre que são uma das causas centrais de toda essa miséria.
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sexta-feira, 6 de março de 2020

PIRÂMIDE DE PONTA CABEÇA - por Percival Puggina

Antigamente, nas aulas de língua portuguesa, estudavam-se sinônimos e antônimos. Os sinônimos eram chatos, repetitivos como certos discursos. Responder corretamente aos exercícios de sinônimos implicava um esforço dos neurônios para encontrar outras maneiras de dizer a mesma coisa. “Quem se pode interessar por algo tão inútil?”, pensava eu. Já com os antônimos as coisas não se passavam assim. Os antônimos eram divertidos, envolviam um antagonismo frontal, curto e certo. A professora dizia uma palavra e a gente a contrariava. Mesmo que ela reservasse os melhores vocábulos para si, era engraçado responder “burrice” quando ela proclamava “inteligência”. Dona Elvira dizia “estudar”, eu respondia “vagabundear” e a turma caía na gargalhada.

 Suponho que os exercícios de antônimos tenham, de algum modo, contaminado a minha geração. Emitimos, ao longo das décadas, fortíssimos sinais de que nos comprazemos em fazer tudo pelo avesso, como se a vida fosse uma camiseta “descolada”. Organizamos a vida nacional, em quase tudo que importa, pelo inverso do que é certo. Luciano Huck, de tanto distribuir caminhões com prêmios em bairros pobres, já dá entrevista como presidenciável. Há eleitores convencidos de ser isso o que políticos devem fazer em âmbito nacional. E há congressistas, nestes dias, querendo fazer o mesmo com o dinheiro do Orçamento. Mas pergunto: você já assistiu uma coisa dessas fora da América Latina, em país bem organizado?

Bolsonaro quer o antônimo dessa regra. A estrita confiança em seu Posto Ipiranga o fez reconhecer que essa é uma das causas da baixa eficiência dos investimentos públicos quando passam pelas mãos dos políticos. O dinheiro é arrecadado nos municípios e nos estados, em penitente silêncio dos cidadãos, e segue para Brasília. Lá circula, todo dia, uma espécie de versão luxuosa do caminhão do Huck, sustentando favores eternos, cardápios, mordomias, plano de saúde para filhos marmanjos de 30 anos, e tonifica a maioria parlamentar. Quem, na base da pirâmide dos contribuintes, recebe algo em retorno (quando retorna), vê seu dinheiro chegar enxugado e apoucado, ao som das trombetas eleitorais.

Sob o ponto de vista institucional, federativo, político e jurídico construímos, aqui, as pirâmides do Egito de cabeça para baixo. Um dos mais importantes princípios da organização social é o princípio da subsidiariedade, inspirado no conceito de que a prioridade das iniciativas deve ser atribuída às instituições de ordem menor, à base da pirâmide, agindo as demais, subsidiariamente, na medida da necessidade. Em resumo, a União só age naquilo que os Estados não possam agir, estes só atuam naquilo para que os municípios estejam incapacitados de atuar e, dentro do município, a prioridade das iniciativas flui, pela mesma regra, até o cidadão.

O princípio da subsidiariedade, portanto, é um princípio moral, na medida em que preserva a autonomia da pessoa humana e sua liberdade. É um princípio jurídico porque estabelece – e estabelece bem – a ordem das competências. É um princípio político porque delimita – e delimita bem – a ação do Estado. E é um princípio de administração porque vai organizar – e organizar bem – as competências, encurtar os caminhos e os vazamentos do dinheiro, determinar a forma e o tamanho do Estado e orientar a ação do governo de modo a fazer parcerias com a sociedade.
Mas, convenhamos: é divertido assistir o contrário disso tudo e ouvir as loas da imprensa à “autonomia do Legislativo”. E (mais absurdo de tudo), elites políticas aplaudirem o retorno, em poucos frascos e muita publicidade, da dinheirama que parte embarcada em contêineres. Clap, clap, clap!

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 24 de maio de 2018

Greve de caminhoneiros pode prejudicar fornecimento de água no Rio



Comlurb e Light também foram afetadas; hospitais e PM funcionam normalmente

A paralisação de caminhoneiros pode afetar a prestação de serviços em várias regiões do estado do Rio. De acordo com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), o fornecimento de água pode sofrer restrições por causa do bloqueio de carretas nas estradas em todo o país, que provoca dificuldade de entrega no fornecimento de produtos químicos na companhia. Concessionárias de energia elétrica, Light e Enel colocaram planos de contingência em prática.  "No momento, a dificuldade de entrega está causando baixa no estoque dos produtos químicos. A Cedae permanecerá agindo para que suas atividades de produção continuem sem interrupção, no entanto, pede à população que economize água até que seja restabelecida a normalidade na entrega dos produtos químicos necessários e fundamentais ao tratamento", diz a Cedae em nota.

FORNECIMENTO DE ENERGIA
A Light informou que vai restringir, a partir desta quinta, seu atendimento devido à falta de combustível para sua frota. Segundo a empresa, vai ser acionado um plano de contingência para atender serviços considerados essenciais, como hospitais, delegacias e escolas. Além de emergências que coloquem em risco a segurança de outras pessoas, como postes que apresentem risco de queda. O fornecimento de energia, de acordo com a concessionária, não será afetado.

A Enel Distribuição Rio, que fornece energia a cerca de três milhões de pessoas no estado, informou que alguns serviços da companhia estão sendo afetados. Segundo a nota divulgada pela empresa, "em algumas regiões, equipes estão tendo dificuldades de deslocamento, por conta de bloqueios em estradas e falta de combustível. A distribuidora ressalta que está priorizando atendimentos emergenciais até que a situação se normalize".

COLETA DE LIXO
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) informou que a paralisação também tem prejudicado o abastecimento dos caminhões. Por causa do racionamento, a companhia informou que está priorizando a coleta domiciliar, "que vem sendo feita normalmente". Além do risco de faltar combustível, a empresa enfrenta outros problemas. Um deles são os prejuízos materiais provocados pelas manifestações. A Comlurb disse que quinze caminhões da companhia foram danificados em piquetes de caminhoneiros. Os funcionários também estão tendo dificuldades em transportar o lixo recolhido para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-Rio), em Seropédica, por causa dos bloqueios. A Comlurb informou que a situação será regularizada assim que a greve terminar.

HOSPITAIS FUNCIONAM NORMALMENTE
A paralisação de caminhoneiros ainda não afetou os hospitais públicos do Rio. Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informa que a greve dos caminhoneiros ainda não afeta as unidades da rede estadual, situação semelhante ao do município do Rio. "Estamos monitorando e até este momento não recebemos nenhuma notificação de problemas a respeito desta situação", informa a Secretaria municipal de Saúde.

Apesar da falta de combustíveis em muitos postos, a Polícia Militar do Rio informou, na manhã desta quinta-feira, que o patrulhamento ostensivo segue em todo Estado do Rio sem alterações até o momento.  Já na educação, duas cidades do Sul do estado cancelaram as aulas. Em Porto Real, as aulas foram suspensas hoje e nesta sexta-feira. Já em Barra Mansa, a suspensão segue até a próxima segunda-feira.  As Secretarias de Educação das cidades de Barra Mansa e Porto Real, no Sul do estado, anunciaram que as aulas da rede pública de ensino desses municípios serão suspensas nesta quinta-feira e sexta-feira. A informação foi divulgada no início da noite desta quarta-feira. A interrupção ocorre devido a greve dos caminhoneiros, que começou na última segunda-feira.

Em Barra Mansa, as aulas em todas as 72 escolas do município, também estarão suspensas na próxima segunda-feira. São cerca de 20 mil alunos e mais de três mil profissionais de educação afetados pela falta de combustível. A decisão foi tomada após o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Barra Mansa e Volta Redonda (SindPass) enviar um documento à prefeitura, em que comunicava que, por conta da greve dos caminhoneiros, as empresas de ônibus deixariam de circular devido a falta de óleo diesel.

O Globo
 



terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Mulheres contam como pararam a PM do ES

"Não tem como nos controlarem": mulheres contam como pararam a PM do ES

Na entrada do principal quartel da Polícia Militar de Vitória, no bairro de Maruípe, quem decidia quem entrava e saía do local na manhã desta terça-feira (7) era um grupo de cerca de 30 mulheres, familiares de policiais militares.  Acampadas no local desde sábado (4) e armadas com panelas, buzinas e cadeiras de praia, elas controlam os portões do quartel, em meio a reações ora de apoio, ora de censura por parte da população.

Um dos policiais militares que fazia a guarda do quartel avisou que alguns PMs poderiam sair sem farda, e logo as mulheres mudaram de posição, colocando cadeiras de praia em frente ao portão –há grupos de manifestantes posicionadas em todas as saídas do quartel. Sem se identificar –"somos todas Maria hoje"--, elas contam que decidiram começar o movimento por WhatsApp. Uma avisou a outra, e logo um grupo foi para a porta do quartel, espalhando o movimento Espírito Santo adentro.

Aos 67 anos, C. chegou ao acampamento no domingo (5), após ficar sabendo do movimento por amigas. "Essas coisas hoje são como rastilho de pólvora. Não tem como nos controlarem", diz.  Irmã, sogra e tia de PMs, ela diz estar ali pela família. "Estamos todos cansados, são sete anos sem aumento. Você vê os seus saindo para trabalhar e não sabe se eles vão voltar."

Durante o tempo que a reportagem passou no local, os poucos carros que deixaram o quartel pediram permissão às manifestantes para passar. "Aquele ali é da Polícia Civil, ele pode ir", disse uma das mulheres, explicando porque haviam deixado que um carro deixasse o local.
"Ficam falando em greve, mas PM não pode fazer greve e familiar muito menos. Isso não é uma greve deles, é um movimento nosso", disse a mulher de um PM.

Segundo elas, os policiais querem trabalhar. "Mas se saírem, deito no chão, não vão passar por cima."  Cada entrada do quartel conta com uma barraca grande, com colchões e cobertores, e um toldo. Há café, leite, pão, biscoitos, frutas, frios e até uma sanduicheira.
"Trouxemos tudo de casa e também tempos recebidos doações da população, que sabe que estamos fazendo isso por eles também", diz.

Ofensas x elogios

A reação dos moradores da cidade varia entre ofensas –um motociclista chegou a descer e discutir com uma manifestante, mas partiu quando elas ameaçaram chamar os PMs dentro do quartel--, e elogios.  Um cabo de folga, que preferiu não se identificar, passou caminhando pelo local fez questão de parar para cumprimentá-las. "Parabéns pela iniciativa, nós estamos com vocês", afirmou.

Uma professora de 22 anos chorou ao falar do noivo. "Eu costuro a farda do meu namorado. Ganhando R$ 900, como você vai fazer planos, pensar em casar, ter família?", questiona.
As manifestantes minimizam os dados do Sindipol-ES (Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo) que apontam que mais de 60 pessoas foram assassinadas desde sábado (4), quando iniciaram o movimento.
"Estão fazendo isso para nos desacreditarem, não é real, o Estado sempre foi violento." 

média diária de homicídios no Estado praticamente sextuplicou, com base nos dados do sindicato. Uma das mulheres explica que elas só pretendem deixar as portas dos quartéis quando forem recebidas pelo governador, Paulo Hartung. "Eles querem nos vencer pelo cansaço, mas nós vamos cansar eles antes", diz.
Em nota, a Secretaria de Segurança informou que só dialogará com os familiares de policiais quando os agentes voltarem ao trabalho nas ruas.

Entenda a crise no Espírito Santo

No sábado (4), parentes de policiais militares do Espírito Santo montaram acampamento em frente a batalhões da corporação em todo o Estado. Eles reivindicam melhores salários e condições de trabalho para os profissionaisDesde então, sem patrulhamento nas ruas, uma onda de violência tomou diversas cidades. 


A Justiça do Espírito Santo declarou ilegal o movimento dos familiares dos PMs. Segundo o desembargador Robson Luiz Albanez, a proibição de saída dos policiais caracteriza uma tentativa de greve por parte deles.  A Constituição não permite que militares façam greve. As associações que representam os policiais deverão pagar multa de R$ 100 mil caso a decisão seja descumprida.

A ACS-ES (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo) afirma não ter relação com o movimento. De acordo com o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Estado e diretor Social e de Relações Públicas da associação, os policiais capixabas estão há sete anos sem aumento, e há três anos não se repõe no salário a perda pela inflação.


 Veja o VÍDEO: CAOS NO ESPÍRITO SANTO

Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, as negociações sobre salários e condições de trabalho de policiais serão feitas apenas quando o patrulhamento na rua for retomado e a situação estiver controlada. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse nesta segunda (6) em Vitória que militares das Forças Armadas ficarão no Espírito Santo durante o "tempo necessário" para que a ordem no Estado seja restabelecida.

Aulas e serviço de saúde são suspensos em Vitória por falta de policiamento

 Veja o VÍDEO: CAOS NO ESPÍRITO SANTO