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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Até o pedido de perdão é fake. - Percival Puggina

Em entrevista para o The Economist, Lula afirmou que “o petista está cansado de pedir perdão”. Atribuir os nunca ouvidos pedidos de perdão a um coletivo designado como “o petista” é um legítimo lero-lero.

A propósito dessa entrevista, a Gazeta do Povo publicou um excelente editorial que pode e deve ser lido. Dele extraio o seguinte trecho:

O petismo não se desculpou pelo mensalão, não se desculpou pelo petrolão e não se desculpou pela crise de 2015-16 – pelo contrário, sempre negou tudo, alegou perseguição ou defendeu suas políticas. Não se desculpou pelo apoio incondicional a ditaduras carniceiras como a cubana, a venezuelana e a nicaraguense. 
Não se desculpou pela hostilidade à imprensa livre demonstrada em episódios como o vandalismo na sede da Editora Abril, não se desculpou pela violência política protagonizada por seus membros – pelo contrário: o ex-vereador que atirou um empresário contra um caminhão em movimento em 2018 foi recentemente elogiado por Lula
Ao dizer que “o petista está cansado de pedir perdão”, Lula apenas comprova que ele não se cansa mesmo é de mentir.

Enquanto o arrependimento, o pedido de perdão e o empenho em reparar o mal feito compõem um quadro de conduta moralmente elevado, o perdão fake é molecagem, encenação, corruptela da consciência, como a do falso penitente que sai do confessionário feliz porque “enganou” o padre.

Lula, cada vez que abre a boca, proporciona uma torrente de razões para que as pessoas de bom senso se apartem dele. É um Rolando Lero com péssimas motivações e sem graça alguma.

Percival Puggina  - Empresário e escritor

 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Itamaraty em estado de choque

O ministro maluquinho

Nem entre bolsonaristas de raiz pegou bem o discurso feito pelo embaixador Ernesto Araújo ao assumir, ontem, o cargo de ministro das Relações Exteriores. Foi um desempenho, o dele, capaz de deixar chocados diplomatas tupiniquins e estrangeiros.

Consolida-se a imagem de um homem que leu muito, misturou tudo que conseguiu reter, bateu num liquidificador e oferece agora aos obrigados a ouvi-lo da maneira a mais confusa possível, quase incompreensível. Arrota conhecimentos e colhe perplexidade.

É uma enciclopédia viva com tudo fora do lugar.
[enquanto isso, Magno Malta,  se considera feliz por 'arrependimento não matar'.]
Chare do Amarildo
 
 Blog do Noblat - Revista Veja

domingo, 12 de março de 2017

A origem de tudo

A acareação no TSE e o pacote da PGR miram tanto a origem quanto o destino do dinheiro


A decisão do Supremo de abrir inquérito contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) é uma das mais importantes de toda a avalanche da Lava Jato, porque cria um precedente e atinge em cheio a maior trincheira dos políticos para se defender: recibos e valores declarados oficialmente à Justiça Eleitoral não valem mais nada, ou valem muito pouco, pois não atestam nem a licitude do dinheiro nem a idoneidade do candidato.

Se os políticos já estavam desesperados por causa do caixa 2, entram em pânico com o próprio caixa 1. Acabou o mantra a que recorrem dez entre dez candidatos quando seus santos nomes são citados em vão, ou nem tanto, pelas dezenas de delatores que jorram denúncias e lama contra eles: “Todas as doações de campanha estão declaradas oficialmente à Justiça Eleitoral”.

Isso agora entra por um ouvido e sai pelo outro de juízes, procuradores, policiais federais – e da mídia. Pela decisão da Segunda Turma do STF, o que interessa não é só o destino do dinheiro, mas principalmente a origem. É aí que mora o perigo para os envolvidos: os vícios, abusos, desvios e maracutaias. Arranjar um papelzinho, rabiscar uma nota fiscal e lavar a trajetória do dinheiro passou a ser de pouca valia.

As investigações podem começar pelas declarações oficiais de campanha, percorrer o caminho inverso e desembocar num esquema em que o dinheiro saía de propinas e de contratos fraudados de órgãos públicos e empresas estatais. O que parecia ser oficial e legal passa a ser ilícito e ilegal. Tudo muda de figura, o papelzinho vira lixo.  E assim chegamos a esta sexta-feira febril, com a forte expectativa de entrega das milhares de páginas das delações da Odebrecht pela PGR ao Supremo e com as acareações de mandachuvas da empreiteira no TSE, que podem fazer toda a diferença para o processo que o PSDB abriu contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. Se arrependimento matasse…

O que está em jogo em tudo isso não é um político a mais ou a menos do PMDB ou de Rondônia, vários políticos de PMDB, PSDB, PT, PP, PDT, PSB… de todos os Estados ou um governo. O alvo é o próprio sistema político, a cultura política e eleitoral que se instalou no Brasil.  Quanto mais esperneiam, mais os políticos vão sendo tragados para o fundo do poço e a melhor confirmação disso é a reação unânime e irada a uma nota do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentando ponderar o óbvio: não tratar desiguais de forma igual.

“Há diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal”, defendeu, numa posição corajosa, desde sempre fadada a levar pedradas. Há diferença, sim, entre caixa 2 de campanha e compra de diamantes, lancha e joias, entre caixa 2 e compra de votos no Congresso, entre políticos que tiveram doações eleitorais de Odebrecht e outras empresas privadas (praticamente todos) e os muitos que estão na política para roubar.

Atenção: não há santos nessa história e é preciso investigar, punir e mudar os métodos (e a cultura), mas os diabos não são iguais. Assim, a nota de FHC era um chamamento à racionalidade e a reação foi acachapante. Mas o pior não é isso: como ele citou caixa 2 e o vilão evoluiu para o próprio caixa 1, sua tentativa caducou em menos de uma semana. Sem nada, e nenhum argumento, para pôr no lugar.

Fonte: Eliane Cantanhêde - Publicado no Estadão

Transcrito da Coluna do Augusto Nunes - VEJA