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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Lula no Itaquerão: entra em campo o Amigo da Odebrecht

Os parteiros do estádio do Corinthians sabiam que aquilo daria muito dinheiro por fora. Não imaginavam que também poderia dar cadeia

 

Em 3 de setembro de 2011, três meses depois do início da construção do novo estádio do Corinthians, Lula estacionou o palanque ambulante em Itaquera para uma discurseira ao lado de Andrés Sanchez, então presidente do clube e hoje deputado federal pelo PT paulista. O trecho em que celebra a parceria com a Odebrecht ajuda a entender por que, além dos mimos milionários ofertados pelos chefões da empresa, ganhou do departamento de propinas o codinome Amigo.

“Eu quero agradecer, sobretudo, ao doutor Emílio Odebrecht, presidente do conselho da Odebrecht…”, entra em campo o camelô de empreiteira aos 57 segundos do vídeo. (Também de microfone em punho, Andrés Sanchez se volta para um ponto fora do alcance da câmera e pede que o chefão venha para a frente do palco: “Doutor Emílio… doutor Emílio”, diz, reforçando o convite com chamados gestuais. Safo, o dono do dinheiro continua longe da telinha).

Enquanto Sanchez tenta transformar a dupla em trinca, o comício segue seu curso: “… e o Marcelo, presidente do grupo Odebrecht, porque foram duas pessoas que começaram a construir essa obra ainda sem um contrato assinado”, confessa Lula. “Eles já tão trabalhando há noventa dias e o contrato foi assinado hoje, numa demonstração… numa demonstração de que o Corinthians vai construir um estádio”.

(E numa demonstração de que os craques da tapeação se julgavam condenados à eterna impunidade, reafirma o desprezo por documentos indispensáveis. Mais que um discurso, aquilo é um aviso perturbador: há outro vale-tudo em gestação. Os parteiros do Itaquerão sabiam desde sempre que obras sem contrato dão muito dinheiro “não-contabilizado”. Só cinco anos mais tarde saberiam que essas vigarices bilionárias também dão cadeia).

O ex-presidente retoma o falatório fantasiado de alma viva mais pura do país: “Nós temos que fiscalizar, Andrés, o estádio… pedir apoio da imprensa pra que este estádio seja construído da melhor maneira possível, da maneira mais honesta possível, pelo preço mais justo possível”, promete o intermediário de suspeitíssimos financiamentos do BNDES. “Porque nós precisamos provar que o Corinthians é um time de pobre, mas é um time de dignidade”.

Ninguém precisava provar que são incontáveis os corintianos pobres e dignos. [esticando um pouco a corda: o que só existe pela metade também é incontável; corintiano pobre - ou curintiano como diz o filho de Garanhuns - sabemos que existem... digno é outra coisa..... dignidade não combina com certas opções...  e só...] Faltava provar o que agora é evidente até para os bebês de colo: Lula não figura entre eles. [nem entre os pobres, os honestos e os dignos.] A Fiel queria ver o time ganhar numa casa nova. Lula queria ganhar a parte que lhe cabia naquele latifúndio. Ele nunca deu as caras 

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA