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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Compostagem humana: a nova opção para dispor de restos mortais

Com apelo ecológico, apesar de evocar terrores ancestrais, a rápida transformação de corpos em adubo vira opção nos Estados Unidos

 Compostagem humana - caixão - velório - EUA - Estados Unidos

Ao pó voltarás: corpo é colocado num cilindro com material orgânico e doses de oxigênio para acelerar o processo - Recompose Facility – The Greenhouse/Reprodução

Sociedades minimamente organizadas sempre tiverem sistemas bem estabelecidos sobre como dispor de seus mortos – um dos sinais mais ancestrais de civilização.

Nos tempos atuais, isso também está sendo reavaliado. As imagens do corpo do papa emérito Bento XVI provocaram arrepios em quem perdeu a conexão com rituais antigos e tem pavor de pensar em si mesmo na mesma situação.

Se for o seu caso, não leia o seguinte: o corpo do papa Pio XII, tratado com um método “natural” de embalsamamento, explodiu à altura do tórax durante o trajeto de Castel Gandolfo a Roma, em 1958, arrancando o nariz e alguns dedos, e ficou inteiramente verde. Quem contou os detalhes foi seu médico, que acabou banido do Vaticano até o fim da vida pela grave quebra de sigilo.

A ideia de um método natural também é o maior argumento de venda da “compostagem humana”, um sistema que foi aprovado no estado de Nova York, sob fracos protestos de “desrespeito” feitos pela Igreja Católica.

O método é exatamente o que diz ser: os corpos são transformados em adubo orgânico de forma acelerada, evitando os custos altos e a ocupação de espaço do enterro comum, da tanatopraxia ou  do embalsamamento completo que ainda é frequente nos Estados Unidos, bem como do consumo de energia da incineração (equivalente a 800 mil barris de combustível, esclarecem promotores da inovação).

A compostagem já funcionava em outros cinco estados americanos de população com voto mais liberal, como Washington, Vermont, Colorado, Oregon e Califórnia.

O nome oficial é redução orgânica natural e consiste em colocar o corpo num caixão de aço (reutilizável) envolto em grande quantidade de serragem, alfafa, palha ou todos eles. O receptáculo entra numa câmara, parecida com as de criogenia, onde o calor de mais de 50 graus  acelera a proliferação dos microorganismos que portamos naturalmente. A intervalos regulares, ele é revirado, como na compostagem comum.

Em um mês, o trabalho pesado está feito. O caixão é aberto para a retirada de materiais inorgânicos como obturações ou próteses. Os ossos são quebrados até virar pequenos fragmentos. O caixão volta para a câmara por mais trinta dias, ao fim dos quais restará a compostagem equivalente a 38 sacos de terra orgânica. “Muito rico em nutrientes e excelente fertilizante”, diz uma funerária.

Outra oferece o serviço de espalhar a compostagem numa área de bosque mantida especialmente para isso, com a garantia de que as árvores serão preservadas e não substituídas por construções. O serviço completo custa de 3 800 a 7 000 dólares, dependendo de despesas com transporte do corpo e outras.

O que não pode ser feito: misturar a compostagem de diferentes corpos ou usar o material orgânico como fertilizante em plantações de produtos alimentícios.  
Só de mencionar esta parte já evoca um filme bizarro e muito falado pelos adeptos de ficção científica. 
Um detetive interpretado por Charlton Heston investiga um crime num mundo distópico em que os mares estão morrendo, a poluição é permanente e a superpopulação é dividida em castas.

Não é preciso ser nenhum gênio para descobrir a história central: o material que alimenta as massas não é feito de plânctons, extintos nos oceanos contaminados, mas de corpos humanos. O filme data de 1973 e os acontecimentos  do futuro distópico são em 2022.

A compostagem humana é um passo bem além do “enterro ecológico”, uma moda que pegou na Inglaterra: o corpo vai num caixão de vime para facilitar a decomposição natural. Mas antes de voltar pacificamente ao pó do qual todos viemos, produz um conjunte de elementos nada ecológicos, como o necrochorume.

Os rituais pós-morte fazem parte da vida e são importantes para os que ficam atravessar o luto. A religião que tinha o papel dominante nessa etapa refluiu e outros métodos surgem para atender um consumidor – isso mesmo, consumidor – que quer um fim diferente para si mesmo. “Virar árvore” parece até poético, nem que seja através da compostagem.

MUNDIALISTA - Vilma Gryzinski - Revista VEJA


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Após recomendar alfafa a manifestantes, Requião diz que não recua em projeto

Depois de criticar as manifestações em defesa da Lava Jato no domingo, 4, e de recomendar alfafa para os manifestantes, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou na manhã desta segunda-feira, 5, que não vai “frouxar” diante das críticas e que é preciso continuar combatendo o abuso de autoridade de promotores, juízes, delegados e fiscais de Estado. “Eu recomendo alfafa, muita alfafa. In natura ou como chá. É própria para muares e equinos, acalma e é indicada para passeatas nonsense”, escreveu o senador em seu perfil no Twitter, no domingo. 

Na manhã desta segunda-feira, Requião fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook e chamou a publicação de “alfafa, ironia e a necessidade da democracia”. Ele destacou que havia tratado o assunto das manifestações com ironia e que foi atacado por suas publicações. “Eu não vou frouxar, peço a vocês que me assistem agora que não frouxem, não cedam, dureza contra a corrupção. Jamais vou aceitar o autoritarismo do fascismo, do nazismo ou do entreguismo que querem acabar com a soberania nacional”, afirmou.
O senador disse que a manifestação que ele iria era a do Rio de Janeiro, por causa dos escândalos que abateram ex-governadores da sua sigla. 

Vergonha
Requião é relator do projeto no Senado que criminaliza o abuso de autoridade praticado por agentes públicos, uma das propostas atacadas pelos protestos e que é visto como ameaça às investigações da Justiça. Em Curitiba, seu berço eleitoral, o senador e ex-governador foi um dos alvos da manifestação em frente à sede da Justiça Federal, local de trabalho do juiz Sérgio Moro. Faixas com a foto dele e da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) eram levantadas com a frase “Eles são a vergonha do Paraná”. 

O senador voltou a criticar as manifestações e disse que “felizmente” foram “muito pequenas”. Ele frisou que defende a continuidade da Operação Lava Jato, mas direcionou críticas à força-tarefa da operação. “Não me imaginem contra uma operação como a Lava Jato. Aquela rapaziada do Ministério Público, o juiz Moro, prestaram trabalho monumental à sociedade. Mas eles estão equivocados quando se acham os melhores do mundo e querem se sobrepor à lei”. O senador afirmou que seu posicionamento pode até custar um futuro mandato eleitoral, mas que preza pela “saúde democrática do País”. 

Requião pretende incluir na terça-feira, 6, na Ordem do Dia do plenário a votação de seu parecer sobre o projeto. Na internet, ele divulgou a versão de um substituto à lei propondo que não caracterize abuso de autoridade ato praticado com avaliação aceitável dos fatos” desde que não contrarie e literalidade da lei. Também acrescentou no projeto a punição a agentes que decretarem a condução coercitiva de testemunhas ou investigados “desnecessariamente ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo”.

Fonte: Isto É