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quarta-feira, 15 de junho de 2016

‘Quem vai pular no túmulo?’



Cunha conseguiu construir ampla bancada de deputados leais, mas até para quem lhe deve muito há limites

Em Brasília existe uma máxima sobre os limites da lealdade política que diz que os verdadeiros aliados acompanham o caixão até a cova, mas não pulam no túmulo. É exatamente esse o drama que Eduardo Cunha enfrentará a partir de agora. Por motivos diversos, o presidente afastado da Câmara conseguiu ao longo dos últimos anos construir uma ampla bancada com dezenas de deputados que lhe são leais. Mas até para quem lhe deve muito há limites.

A atitude de Wladimir Costa é a que melhor simboliza tal lógica. Poucos minutos antes do voto de Tia Eron, Costa se inscreveu para falar em defesa de Cunha e foi categórico: “Só queremos saber se ele mentiu, e as provas são cabais de que ele não mentiu”. Bastou Tia Eron tornar inevitável o prosseguimento do processo de cassação para Costa dizer que também defenderia a perda de mandato do peemedebista. Quando os processos de cassação ainda eram votados de forma secreta no plenário, a Câmara conseguiu absolver o deputado Natan Donadon, já preso na Papuda. Mas depois que a votação passou a ser aberta ninguém mais escapou da vontade popular.

Quando foi denunciado ao Conselho, Cunha falava a diversos interlocutores que protelaria seu caso indefinidamente e ninguém conseguiria cassá-lo. De fato fez seu processo bater recordes de postergação e deve continuar tentando fazê-lo nas próximas semanas na Comissão de Constituição e Justiça. Mas agora, diante do pedido de cassação aprovado, é difícil acreditar que muitos deputados continuem segurando a alça de seu caixão.

Fonte: Análise – Paulo Celso Pereira – O Globo