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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Psiu! As tiranias comunistas do Foro de São Paulo não são assunto! - Percival Puggina

 Olavo de Carvalho me disse, hoje de manhã, que ...

“Oi?” exclamará o leitor, intrigado sobre esse diálogo com o mestre ausente. No entanto, os sábios falam abundantemente aos leitores nas páginas de suas obras. É uma forma de imortalidade apenas percebida pelos que abrem seus livros e sentam-se para ouvi-los.

Então, retomo: Olavo de Carvalho me disse hoje de manhã que “a censura, a supressão dos fatos indesejáveis, tornou-se a rotina da grande mídia internacional democrática como outrora o foi na URSS e ainda é no comunismo chinês. Dificilmente a KGB terá algum dia empreendido uma operação-abafa tão vasta e tão bem sucedida quanto a ocultação dos documentos falsos de Barack Hussein Obama pela mídia americana ou o completo sumiço do Foro de São Paulo, por dezesseis anos, nos jornais e canais de TV do Brasil.!” (Diário do Comércio, 05 de janeiro de 2014)

Quando as relações de Lula com as ditaduras ibero-americanas e africanas entraram na lista das referências proibidas na campanha eleitoral presidencial, veio-me à lembrança a prolongada ocultação da existência Foro de São Paulo pelo jornalismo nacional. Olavo denunciou bravamente esse fenômeno ao longo de muitos anos, sendo esse empenho usado para desqualificá-lo como propagador de “teorias da conspiração”.

Longe de suas páginas, o Foro tinha intensa vida ativa. Promovia concorridas reuniões internacionais, agrupava crescente número de organizações de esquerda, estabelecia estratégias e objetivos e foi consolidando hegemonia comunista em diversos países, seja pelo domínio dos meios culturais, seja pelo uso revolucionário da força bruta.

Criar o Foro de São Paulo foi uma ideia de Lula e Fidel Castro. O primeiro encontro foi realizado em São Paulo (daí o nome do organismo) em 1990, um ano após a queda do Muro de Berlim, para recuperar aqui o que fora perdido no leste europeu. Para todos os efeitos, não obstante, toda menção a sua existência era rotulada como delírio psicótico de quem o referisse.

Passados 32 anos, os laços de fraternidade ideológica, os objetivos comuns, os jantares festivos, os conluios de mesa de bar e o uso dos recursos do trabalhador brasileiro para financiar tiranias recebem interdições e voltam a ser tratados como se teoria da conspiração fossem.

Muitas vezes, o abismo moral não está no que um líder faz ou diz, mas no que não faz ou não diz. Líderes de esquerda, quando questionados sobre abusos perpetrados por governantes membros do Foro de São Paulo, mudam de assunto e passam a falar sobre autodeterminação e imperialismo norte-americano.

Eu desafio Lula a reprovar, com palavras que facilmente sairiam da boca de qualquer amante da liberdade e da democracia, o que Daniel Ortega está fazendo na Nicarágua. É aí que está boa parte do perigo.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 28 de junho de 2020

Foi fácil entrar na ditadura, difícil foi sair - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo

Estabilidade se deveu à primeira conciliação nacional partida da oposição, graças à genialidade de Tancredo

O primeiro general entrou no Palácio do Planalto em 1964 e o último (o quinto) saiu por uma porta lateral em 1985. Contada assim, a ditadura durou 21 anos, mas ela se diferenciou de outras latinoamericanas, comunistas, africanas e até mesmo de algumas europeias.

[não nos parece ter sido difícil sair da ditadura, difícil está sendo é consertar o Brasil que a Nova República - iniciado em 85 e destroçada pela roubalheira em todos os governos, mas institucionalizada pelo pt = perda total.
Temer tentou consertar e foi boicotado, agora tentam impedir o presidente Bolsonaro de consertar o que recebeu destroçado.]

Sua maior singularidade esteve na rotação da Presidência. Enquanto pelo mundo afora os ditadores só deixavam o poder mortos ou depostos, no Brasil todos tiveram mandatos. O regime intitulava-se “revolução”. Disso resultou que o governo do marechal Castello Branco (1964-1967) pouco se parece com o de Arthur da Costa e Silva (1967-1969). A Presidência de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) pouco teve a ver com a de Ernesto Geisel (1974-1979). Foi Médici quem escolheu Geisel para sucedê-lo e anos depois diria que, “se arrependimento matasse, eu já teria morrido”. [lamentavelmente os dois melhores presidentes do Brasil, Médici e Geisel, tiveram alguns pequenos pontos divergentes.
Castelo fica à parte, mais foi fenomenal quando começou o enquadramento dos maus brasileiros às novas normas do regime;
Costa e Silva teve um período de governo breve e extremamente complexo, mas deixou um legado precioso para a Nação = o Ato Institucional nº 5.] 

Nenhum dos quatro se pareceu com João Baptista Figueiredo (1979-1985). Quando ele saiu pela porta lateral do Palácio, estava afastado de Geisel, o país estava quebrado, o regime havia perdido a credibilidade. A estabilidade política foi salva pela primeira conciliação nacional partida da oposição, graças à genialidade de Tancredo Neves. (Ele viria a ser eleito indiretamente, mas morreu sem tomar posse.) As duas décadas de ditadura produziram progresso e pleno emprego, bancarrota e recessão, ordem pública, censura e torturas, moralidade e corrupção (numa escala centesimal).

O coronel-deputado Costa Cavalcanti, que construiu a hidrelétrica de Itaipu, morreu com patrimônio irrelevante. Até hoje, as viúvas da ditadura fingem que as ruínas não aconteceram, e seus adversários relutam em admitir que algumas coisas deram certo. Fulanizando: o general Augusto Heleno disse em 2018 que “a Colômbia ficou 50 anos em guerra civil porque não fizeram o que fizemos no Araguaia.” E o que fizeram no Araguaia? Entre outubro de 1973 e o segundo semestre de 1974, a tropa do Exército combatia uma guerrilha do Partido Comunista do Brasil na região do Araguaia.

Matou cerca de 40 combatentes, inclusive aqueles que atenderam aos convites para que se rendessem. Presos, eram interrogados e em seguida, assassinados. Uma guerrilheira achada debaixo de uma árvore à míngua foi presa, alimentada, ouvida e executada. [sugerimos, respeitosamente, que antes de qualquer juízo  sobre eventuais excessos do Governo Militar, procurem ler sobre a forma covarde e cruel  com que  o tenente Mendes,  PM-SP, foi assassinado por guerrilheiros, raça maldita que também assassinou - com explosivos - o soldado Mario Kozel Filho.
O Blog Prontidão Total tem matéria sobre o assunto, mas sugerimos procurar no Google.]A ditadura teve períodos de relativa liberdade de imprensa e de severa censura. A repressão política exacerbou-se a partir de 1968 e declinou depois de 1977. Praticada em nome do combate a um surto terrorista que foi debelado em 1971, gerou uma força militar indisciplinada. A bomba que explodiu na casa do jornalista Roberto Marinho em 1976 foi colocada por oficiais. Eram militares lotados no DOI-Codi o capitão e o sargento que em 1981 levaram outra bomba para o estacionamento do Riocentro na noite em que se realizava um espetáculo musical. (O sargento morreu quando ela explodiu no seu colo.)

Folha de S. Paulo - Elio Gaspari, jornalista - MATÉRIA COMPLETA


domingo, 10 de janeiro de 2016

Corja petista comete erros e faz contrabandos ideológicos no currículo básico - tudo em nome da Revolução Cultural do PT


Blindar o currículo básico contra erros e ‘contrabandos’
Marco Antonio Villa identifica omissões graves na proposta curricular do MEC para História e abre debate sobre etapa essencial no projeto de melhoria do ensino
Uma das questões consensuais no Brasil é a necessidade de se aprimorar a Educação, em especial o ensino básico. Entendimento importante, porque dá lastro a ações conjuntas entre governos e organizações da sociedade. As divergências afloram no detalhamento de medidas, e elas precisam ser expostas ao debate, para evitar danos irreversíveis numa atividade estratégica para qualquer país.

O articulista do GLOBO Marco Antonio Villa acendeu uma dessas discussões, em texto publicado na terça-feira, no qual apontou para uma “Revolução Cultural do PT”    
http://brasil-ameoudeixe.blogspot.com.br/2016/01/a-revolucao-cultural-do-pt.html
que o Ministério da Educação estaria promovendo na montagem do currículo básico, em fase de consulta pública, na disciplina de História.

Este currículo, essencial para o aprimoramento do ensino básico, em toda a rede de escolas, públicas e privadas, está previsto desde a promulgação da Constituição, em 1988. Foi incluído na Lei de Diretrizes e Bases, mas só agora consegue-se implementá-lo.

Um grupo de professores formulou, por encomenda do governo, a Base Nacional Comum Curricular, sobre a qual estão sendo feitas sugestões até 15 de março, pela internet.
Villa, historiador e professor universitário, identificou, nesta Base Comum, omissões imperdoáveis: por exemplo, a ausência do Renascimento, da Revolução Francesa, da Revolução Industrial e das importantes revoluções inglesas do século XVII, cruciais para a sedimentação do conceito de democracia representativa.

Em seu lugar, espantou-se Villa ao encontrar temáticas sobre histórias ameríndias, africanas e afro brasileiras etc. É claro que uma coisa não elimina a outra, mas ficou evidente, nessa gritante omissão, o contrabando para a Base Comum de ideologias politicamente corretas contra o “eurocentrismo”. Por delirantes, precisam ser depuradas pelo próprio MEC.

Dada a repercussão do artigo, o ministro interino, Luiz Cláudio Costa Aloizio Mercadante está em férias — garantiu não haver chance de um viés ideológico se impor no currículo. Que assim seja. O próprio Mercadante está ciente do problema, já de conhecimento do antecessor, Renato Janine Ribeiro. E há outros pontos fracos, de ordem diferente: como uma perigosa falta de rigor nas disciplinas de Português e Matemática, segundo Paula Louzano, da USP. Cresce, então, de importância a fase posterior à consulta pública, quando será montado o currículo propriamente dito.

Existe, como até poderia ser esperado, a infiltração ideológica no currículo de História, disciplina permeável a esse tipo de manobra de militantes. Assim como há registros recorrentes dessa contaminação em livros ditos didáticos e na formulação de exames. E existem, também, os erros técnicos.

Tudo isso impõe a necessidade de grande rigor e ampla transparência do MEC na hora de analisar o material gerado na consulta pública e de estruturar a versão final do currículo.

Fonte: Editorial - O Globo


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Uma brasileira nos subúrbios muçulmanos de Paris



"Falar assim é complicado", disse o policial, quando identifiquei como árabe e muçulmano o homem que me agrediu. "Soa racista"
"Há uns dois anos, tive um problema com meu visto e precisei alugar um quarto em uma cité. Para quem não sabe, cités são moradias subvencionadas pelo governo, onde as pessoas pagam de acordo com a renda - ou não pagam nada, em alguns casos. Em geral, mora ali quem tem uma renda mais modesta.

O problema é que muitos desses lugares viraram guetos de imigrantes, principalmente do norte da África e pessoas de religião muçulmana. A cité onde morei não era exclusivamente um gueto de imigrantes, mas havia um razoável número de argelinos, tunisianos e marroquinos. Não havia assaltos, não vi grandes brigas, mas uma tensão permanente cortava o ar.

Não havia muitas mulheres na rua e as que eu encontrava eram, em grande parte, muçulmanas. Usavam o véu e a roupa (não a burca, que cobre tudo menos os olhos). Moravam ali também as africanas, com seus vestidos coloridos. O que acontecia é que eles não se misturavam. As mulheres de véu, na maioria das vezes, andavam rápido, olhando para o chão, geralmente acompanhadas pelos filhos.

Nos cafés, só homem. Não parecia a França, ao menos a França que nós imaginamos. Eu me sentia, sim, um pouco intimidada por isso, principalmente quando passava em frente a um desses lugares onde os homens se reuniam. Claro que no Brasil há as cantadas machistas e tudo o mais, mas não é isso que esperamos ao vir para a França, o país conhecido pela igualdade e pela luta dos direitos das mulheres. Uma vez, um homem pediu uma informação e, pelo sotaque e vestimenta, vi que parecia um muçulmano do norte da África. Quando dei a informação, ele tentou me agarrar. Como estava com uma sombrinha, dei uma batida nele, ele saiu correndo e fui reclamar para um policial. E quando o policial perguntou como o homem era, eu o descrevi e disse: "era um árabe com vestido, esses vestidos de muçulmano". E o policial me respondeu: "falar assim é complicado, soa racista".

Ora, eu tinha sido quase agredida, sou brasileira, ou seja, antes de vir para cá não tinha contato com essas culturas, então, não era obrigada a saber que chamar alguém de árabe e muçulmano era generalizar e ser racista. E, no mais, ele, como policial, tinha o dever de ir atrás e pegar o cara em vez de me fazer esse tipo de observação. Eu tive a impressão de valores trocados ali, de que o medo de parecer racista provoca uma certa omissão nas autoridades. Eles parecem que confundem impor a lei com ser racista.
Na faculdade da Sorbonne onde faço História da Arte criaram uma sala de oração para os muçulmanos. Muitos até saem da sala de aula pra ir até lá rezar. Ora, estamos ou não em um país laico? Se não é possível ter capelas nas universidades públicas, então, por que ter uma sala de reza muçulmana? Dois pesos e duas medidas?

Em Argenteuil, que foi um dos berços do impressionismo, hoje praticamente só se vê mulher muçulmana (mesmo sem véu), muitos homens na rua (em comparação com o número de mulheres) e você, mulher sozinha, é tão assediada que chega a ser irritante. Não sei como a França vai resolver essa questão, muito complexa. Muitos desses imigrantes não querem saber da cultura do país que os abriga. E a França sabe muito bem que, por mais que hospede os muçulmanos, e são 5 milhões no país, não há uma convivência sem tensão, porque eles vivem praticamente à margem, em comunidades que se sentem discriminadas por não partilhar o melhor da França. Ali, muitos jovens cultivam valores e hábitos religiosos que nada têm a ver com a sociedade laica e republicana da qual os franceses se orgulham. É um prato cheio para alimentar o fundamentalismo."

Por: Ruth de Aquino – Revista ÉPOCA