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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Bandidos invadem terminal de cargas no aeroporto do Galeão, no Rio - VEJA

[hora de entregar a SEGURANÇA GERAL dos aeroportos civis para a Força Aérea Brasileira - FAB;

nos tempos do Governo Militar tais absurdos não ocorriam - os dois principais aeroportos do Brasil são assaltados em sequência.]

Crime acontece dois dias após mega-assalto no aeroporto de Viracopos, em Campinas, que teve reféns e terminou com três suspeitos mortos

Campinas, que teve reféns e terminou com três suspeitos mortos



Uma quadrilha de assaltantes invadiu o terminal de cargas da LATAM no Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado. Segundo relato de funcionários do aeroporto, o terminal doméstico da companhia aérea foi invadido um pouco antes das 10 horas por bandidos que ocupavam três carros e uma moto. Dentro do aeroporto, os criminosos teriam feito reféns e roubado mercadorias de dois caminhões.


As informações sobre a ação ainda são desencontradas. A concessionária RioGaleão, que administra o aeroporto, tratou o episódio como tentativa de assalto. “A equipe de segurança do terminal frustrou a ação dos bandidos, que não conseguiram levar a carga pretendida”, afirmou a empresa em nota. A empresa não informou, porém, se houve roubo de outras cargas. A LATAM divulgou nota dizendo apenas que está colaborando com as investigações. Ainda não há confirmação se algo foi roubado e se houve alguma prisão.

O crime no Galeão acontece dois depois de um assalto no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. Nesse caso, o alvo dos bandidos foi um carro-forte de uma transportadora de valores, que levava uma grande quantidade de dinheiro que seria embarcada para a Europa.

Os bandidos, fortemente armados, inclusive com uma metralhadora calibre .50, tentaram entrar no terminal de cargas com dois carros adesivados com o símbolo da Aeronáutica. Barrados pela segurança, os criminosos entraram em confronto com os guardas e policiais, mas conseguiram concretizar o assalto.

A ação terminou com três suspeitos mortos, um policial e três funcionários da empresa de valores feridos. Na fuga, um dos bandidos fez uma mulher e um bebê de 10 meses de refém. O criminoso acabou morte por um atirador de elite da polícia.  

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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Raquel Dodge resolve discordar de Fachin e vê corrupção de Temer em caso que o ministro viu caixa dois. E a estranha argumentação da procuradora-geral

Leiam o que informa o Globo. Volto em seguida.


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que os pagamentos da empreiteira Odebrecht ao presidente Michel Temer e seus aliados configuraram o crime de corrupção e não o de caixa dois. Com isso, Dodge pede que Fachin reveja sua decisão de enviar o caso para a Justiça Eleitoral, tomada após argumento das defesas dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco de que os repasses seriam apenas crime eleitoral de caixa dois, que tem penalidades mais brandas previstas em lei.

A PGR argumenta que se tratou de pagamentos de propina com o objetivo de conseguir benefícios na área da Aviação Civil, comandada à época por Moreira Franco, dentre elas um edital de concessão do aeroporto do Galeão (RJ).
“O primeiro esquema criminoso que foi revelado ao longo das investigações verificou-se da seguinte forma: no início do ano de 2014, em Brasília, Moreira Franco solicitou vantagem indevida, em razão da função pública que ocupava na Secretaria da Aviação Civil, no montante de R$ 4 milhões, por beneficiar o grupo Odebrecht no contrato de concessão do Aeroporto do Galeão/RJ de responsabilidade daquela secretaria. Eliseu Padilha e Michel Temer receberam, após cobrança efetuada a executivos da Odebrecht, os valores acima referidos, atuando em unidade de desígnios com Moreira Franco e cientes, portanto, da origem ilícita dos valores”, afirmou a PGR.

Sobre Temer, Dodge argumenta: “Michel Temer recebeu, por meio de João Baptista Lima Filho, vantagem indevida no montante de R$ 1.438.000,00, nos dias 19, 20 e 21/03/2014, em São Paulo”.
A Polícia Federal já havia concluído a investigação do caso, mas Dodge ainda não apresentou denúncia contra Temer, porque a Constituição proíbe a responsabilização penal de um presidente por crime anterior ao seu mandato. A PGR, então, solicitou a suspensão do inquérito, para enviá-lo à primeira instância depois que Temer perder o mandato. Como Fachin havia decidido enviar o caso à Justiça Eleitoral referente aos ministros Padilha e Moreira Franco, a parte referente a Temer possivelmente também seria transformada em investigação eleitoral. Com a manifestação, Dodge deixa claro que quer processá-los pelo delito de corrupção passiva, e não pelo de caixa dois. O crime de corrupção prevê pena de reclusão de dois a doze anos, enquanto o de caixa dois é de reclusão de até cinco anos.

Para Dodge, apesar do argumento das defesas, não há nenhuma prova de que os pagamentos da Odebrecht foram para campanhas eleitorais. “Veja-se que, em relação a esse primeiro esquema criminoso, não há nos autos qualquer elemento probatório que dê suporte à afirmação de que, além do crime de corrupção passiva praticado em conluio por Moreira Franco, Eliseu Padilha e Michel Temer, eles também praticaram o crime eleitoral previsto no art. 350 do Código Eleitoral”, escreveu.
Por isso, ao fim da manifestação, a PGR solicita que o ministro Edson Fachin reveja sua decisão e envie o caso à Justiça Federal ou, caso negue o pedido, submeta o caso à deliberação do plenário do STF.  Tanto Temer quanto Moreira e Padilha já negaram terem cometido irregularidade no caso. O GLOBO procurou a defesa dos citados. A assessoria de Temer afirmou que “o próprio relato dos delatores trata da conversa como pedido de ajuda para campanha eleitoral. E isso esclarece os fatos, sem necessidade de interpretação”. As defesas de Padilha e Moreira Franco já argumentaram ao STF que o caso não configura corrupção.
“Não existe sequer hipótese de corrupção nos autos, e todos os delatores são claros em afirmar que jamais receberam solicitações em tal sentido. Espera-se, portanto, que tal ponto, de caráter exclusivamente especulativo, não seja aceito pela Suprema Corte como causa de decidir”, afirmou o advogado de Padilha, Daniel Gerber.

Comento A argumentação de Raquel Dodge, procuradora-geral, segue, com efeito, um percurso peculiar. Notem bem: o ministro Edson Fachin, que não é exatamente um garantista em matéria penal — está bem longe disso —, não conseguiu ver no caso a evidência de corrupção, razão por que enviou os autos, no que respeita a Moreira Franco e a Eliseu Padilha, para a Justiça Eleitoral. Afinal, o que se tem é a palavra dos delatores. E, como lembra a defesa, eles próprios falam em caixa dois.

E aí vem a argumentação peculiar da procuradora-geral. Ela alega não haver elementos probatórios — a tal da “prova”, hoje uma quase desconhecida do direito penal… — de que o dinheiro seja caixa dois. Bem, há o que se tem: as delações. Mas ainda que assim fosse, pergunta-se: não havendo a prova, como ela diz, do caixa dois, então se tem a prova automática de que foi corrupção passiva? Não parece haver algo de estranho nesse juízo?

Digamos que tudo tenha se passado conforme afirmaram os delatores. O caixa dois não chega a ser o “Moisés de Michelangelo” da moralidade, mas não é corrupção. A menos que se resgate a tese de que todo caixa dois é, necessariamente, corrupção, o que nem Sérgio Moro, hoje em dia, admite, a menos que ele assuma que tem um corrupto como colega de ministério — ainda que corrupto arrependido. Eu me refiro a Onyx Lorenzoni, que admitiu ao menos metade do caixa dois que delatores dizem ter lhe repassado.
A argumentação é insustentável.

 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sindicarga denuncia roubo de celulares avaliados em US$ 1 milhão no Aeroporto do Galeão



Bandidos uniformizados invadiram o local; Sindicarga diz que PM foi acionada para recuperar aparelhos mas alegou falta de recursos

O diretor de Segurança do Sindicato de Empresas de Transporte Rodoviário e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), coronel Venâncio Moura, denunciou, nesta quarta-feira, um roubo milionário ocorrido no último domingo, no terminal de carga de Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Segundo ele, bandidos levaram do local uma carga de celulares avaliada em US$ 1 milhão cerca de R$ 3,4 milhões. 

São aparelhos que ainda nem chegaram às lojas do estado: Samsung do modelo S9, que custam aproximadamente R$ 3,8 mil cada. De acordo com Moura, os celulares tinham rastreadores que apontaram que eles foram levados para a Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, também na Zona Norte. O 22º BPM (Maré), responsável pelo policiamento na comunidade, foi acionado, de acordo com o coronel, mas não foi ao local.  — A PM alegou que não tinha recursos para ir à favela. A DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos e Cargas, unidade da Polícia Civil responsável por investigar roubos de cargas) também está sem condições, sem blindados — afirmou Venâncio Moura.

Ele disse ainda que o transportador dos telefones celulares afirmou que não trará mais cargas para o Rio:  — Ele contou que foi o quarto roubo em um ano. Fez tudo certo, cercou-se de todos os cuidado. Fez transporte aéreo, pagou três impostos para transportar o material do Espírito Santo para o Rio e ia pegar no terminal num caminhão blindado. Aí acontece uma coisa dessas.

O diretor do Sindicarga afirmou que esse foi o segundo roubo do tipo ocorrido no Rio em menos de uma semana. De acordo com ele, na semana passada bandidos roubaram uma carga da Apple avaliada em R$ 2 milhões que havia acabado de deixar o terminal de carga do Galeão.  — Foram R$ 5 milhões de prejuízo em uma semana. Está terrível o Rio de Janeiro. A única carga que circula aqui sem problema, que se salva, é a de caixão. Porque ninguém quer comprar caixão, não é mesmo? — disse o coronel. 

‘A única carga que circula aqui sem problema, que se salva, é a de caixão’
COMO FOI A AÇÃO NO GALEÃO
Por volta das 21h30 de domingo, três bandidos num caminhão invadiram o terminal de carga e entraram num galpão da Gol. Eles usavam uniformes semelhantes aos dos funcionários.  Segundo depoimento dos empregados rendidos, os bandidos mostraram as armas e fizeram uma série de ameaças. Eles pegaram os celulares, levaram para o caminhão que usavam e fugiram.

A ação foi filmada por pelo circuito interno de câmeras e mostra a movimentação dos ladrões. Todos usavam bonés que escondem seus rostos parcialmente. Eles integrariam um bando chamado Bonde do Gordão, do Complexo da Maré.  O consórcio RIOGaleão informou que está à disposição para apoiar as investigações sobre o crime: "O RIOgaleão está à disposição para apoiar as investigações dos órgãos responsáveis sobre o assalto ocorrido no último domingo, às 21h40, no terminal de cargas destinado às companhias aéreas nacionais". A Gol também ressaltou que "está colaborando com as investigações junto aos órgãos responsáveis".

Já a Polícia Civil informou que o roubo foi registrado na Delegacia de Atendimento Policial do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Dairj), "mas o procedimento foi encaminhado para Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), que prosseguirá com as investigações". 

PM DIZ QUE ATENDIMENTO NÃO ERA UMA EMERGÊNCIA
A Polícia Militar informou que só foi comunicada a respeito do roubo dos celulares na segunda-feira e que, por isso, avaliou que a chamada não era uma emergência. Além disso, destacou que ações noturnas demandam "planejamento prévio que considere a segurança de moradores e policiais militares e os protocolos estabelecidos em decisão da 6ª Vara de Fazenda Pública de Comarca da Capital":

"A Assessoria de Imprensa da Polícia Militar informa que o 22ºBPM (Maré) foi informado sobre a possível localização da carga roubada na noite de segunda-feira (16/04). O acionamento não foi feito pela Central 190. Foi avaliado que não se tratava de uma emergência, já que a carga foi roubada no dia anterior, e este tipo de ação noturna demanda planejamento prévio que considere a segurança de moradores e policiais militares e os protocolos estabelecidos em decisão da 6ª Vara de Fazenda Pública de Comarca da Capital".
 
O Globo
 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Por que Cerveró é tão temido



O ex-diretor da Petrobras e da BR Distribuidora deu uma amostra, em um depoimento, do estrago que pode causar em Brasília 

Nestor Cerveró está preso há um ano. Passavam 30 minutos da meia-noite quando o ex-diretor da área internacional da Petrobras foi algemado por policiais federais, no dia 14 de janeiro de 2015. Ele chegava ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, de uma viagem a Londres. Depois do pouso, avisou o filho Bernardo Cerveró por mensagem de celular: “Já cheguei”. Bernardo respondeu que chegaria em “20 minutos”. Pouco depois, o pai escreveu: “Bernardo, estão me prendendo na Polícia Federal”. O rapaz perguntou: “Preso? Ou retendo? Fica tranquilo”. Não houve tréplica. Começava a temporada de Cerveró na carceragem de Curitiba da Polícia Federal. O ex-diretor já respondia a uma ação penal pelo recebimento de propina na compra de duas sondas para a Petrobras, mas só teve a prisão decretada depois que tentou sacar quase R$ 500 mil de um fundo de previdência.


 INSATISFAÇÃO
O presidente do Senado, Renan Calheiros. Segundo Cerveró, expectativas não foram atendidas e ele retirou o apoio ao afilhado (Fotos: Eraldo Peres/AP e Reprodução)

 Logo veio uma segunda ação penal, em que Cerveró foi acusado de comprar um apartamento no Rio de Janeiro com dinheiro ilícito de uma offshore uruguaia. A primeira condenação, em maio, foi de cinco anos de prisão. Em agosto, uma nova pena de 12 anos pelo recebimento de propina na compra das duas sondas. Terminou assim a disposição de Cerveró de enfrentar o cárcere.

Cerveró dava sinais de depressão profunda na cadeia. Passava o dia concentrado em joguinhos no iPad que foi autorizado a usar. Tinha oscilações drásticas de humor, evidenciadas na convivência na prisão com o lobista Fernando Soares, o Baiano, seu amigo e operador de propina em negócios na estatal. Num dia, Cerveró fez necessidades na pia da cela do lobista. No outro, quando Baiano seguia para prestar depoimento de sua delação, o ex-diretor brincou ao girar os dedos em torno dos olhos: “Tô de olho, Baiano”.

Cerveró estava descompensado. Em julho do ano passado, começou a negociar uma delação premiada. Agia contra a vontade de seu então advogado, Edson Ribeiro. Hoje, sabe-se por que o defensor temia tanto que Cerveró falasse. Ribeiro está preso. Foi flagrado em uma conversa com o senador petista Delcídio do Amaral, também preso, armando uma chantagem e, quiçá, uma fuga de Cerveró. Tudo para evitar que o ex-diretor revelasse o que conhece dos esquemas na estatal – enquanto representava Cerveró, Ribeiro advogava, na verdade, por Delcídio, padrinho político do ex-diretor. Cerveró foi adiante com a negociação com os procuradores e, em novembro, fechou o acordo.

No dia 7 de dezembro, Cerveró prestou um depoimento em Curitiba. Nele, apontou os interesses que o levaram ao cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora depois de ter ocupado por cinco anos a Diretoria Internacional da Petrobras – e o que fez para retribuir as indicações. Cerveró delineia como cada degrau de sua ascensão dentro da estatal correspondia a uma conveniência política a ser atendida. Mostra, também, como Cerveró se tornou o mais versátil dos diretores da Petrobras envolvidos no gigantesco esquema de corrupção. Diferentemente de Renato Duque, diretor de Serviços intensamente dedicado a abastecer os cofres do PT, e de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento mais ligado ao PP, Cerveró era um súdito de muitos senhores: PT, PMDB e PTB.

Embora Cerveró seja ciclotímico e esteja sob fortíssimo estresse, ele revela, aos poucos, que aprendeu a jogar com sua imensa vocação em seguir ordens e em satisfazer as expectativas de seus patrocinadores políticos. Agora, usa esse talento para, com a delação, se livrar de muitos anos em uma cela. É comum que o delator revele paulatinamente o que sabe. Obviamente, ele não pode omitir ou mentir. Mas, especialmente nas passagens que demandam a memória do colaborador, corriqueiramente precisa-­se de mais de um depoimento. Na sessão do dia 7, o termo 11/12 da delação, Cerveró deu uma pequena amostra do que tem a oferecer. No testemunho registrado em meras seis páginas, Nestor Cerveró exibe o potencial de estrago que fazia seu advogado tremer. Encadeando episódios cronologicamente, o ex-diretor narra a promiscuidade com políticos que o usavam sem descanso e como isso acontecia com o aval dos donos das canetas que concedem cargos a parlamentares, cedendo desavergonhadamente ao fisiologismo.



  PRESTÍGIO
O senador Fernando Collor. Segundo Cerveró, sua influência na BR foi endossada por Lula e Dilma (Fotos: Ueslei Marcelino/Reuters e Reprodução)

Antes do termo da delação, vale recapitular como Cerveró chegou ao posto de diretor internacional da Petrobras. Na estatal desde 1975, foi a partir de 1999 que a carreira de Cerveró deslanchou. Naquele ano, Delcídio do Amaral, então um quadro do PSDB, assumia a direção de Gás e Energia. Nascia uma profícua parceria. Cerveró, engenheiro químico que entrara na Petrobras por concurso público e passara 24 anos sem brilhantismo algum, era a nova estrela da maior empresa do Brasil. Em 2002, Delcídio deixou a Petrobras e migrou para o PT, para tentar uma vaga no Senado. Mas jamais abandonou Cerveró. Eleito, Delcídio bancou, em 2003, a ida de Cerveró para a diretoria internacional. Delcídio nega o controle sobre o ex-diretor. Empurra Cerveró para o colo do presidente do Senado, Renan Calheiros – que, sim, também foi responsável pela manutenção de Cerveró no cargo. Logo que foi preso, Delcídio disse que apenas “avalizou” a indicação de Cerveró feita à presidente Dilma Rousseff por Renan. O peemedebista, por óbvio, nega. Ninguém quer o ônus de ter Cerveró como protegido.

>> A operação suspeita da Petrobras que Delcídio temia que Nestor Cerveró delatasse

Foi na Diretoria Internacional que Cerveró passou a dar retorno aos políticos que o promoveram. Cerveró foi o autor do “resumo executivo” que classificava a compra da Refinaria de Pasadena, em que a Petrobras desembolsou US$ 1,2 bilhão por uma refinaria nos Estados Unidos adquirida, um ano antes, por US$ 42 milhões, como um bom negócio. O relatório foi avalizado, em seguida, por Dilma, então presidente do conselho da estatal. Depois da compra da refinaria, ainda era preciso um investimento em obras para modernizar as instalações, o que, no jargão da indústria do petróleo, é conhecido como revamp. Conforme ÉPOCA revelou em setembro, quando propôs o acordo de delação premiada aos procuradores da República, Cerveró afirmou que, ao se acertar que esse contrato ficaria com a Odebrecht, acertou-se também que R$ 4 milhões de propina iriam para a campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. 


Em seu depoimento, porém, Cerveró disse que o acerto foi de que a UTC, de Ricardo Pessôa, associada em consórcio com a Odebrecht no revamp, pagaria a propina de R$ 4 milhões e que o destino final do dinheiro seria definido por Delcídio. Esse ponto ainda é investigado pelos procuradores da República e o ex-diretor está sendo questionado sobre a contradição. Cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal respaldar as acusações em provas materiais antes de usar as denúncias contra eventuais acusados ou solicitar à Justiça a punição do delator por mentiras ou omissões.

Fonte: Revista ÉPOCA - Leia a íntegra em:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/01/por-que-cervero-e-tao-temido.html