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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pressão lulopetista para conter a PF atinge Dilma


Se Lula tiver êxito nas pressões para afastar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, devido a operações policiais, a presidente terá abdicado do poder

Aniversariante de ontem, quando completou 70 anos, o ex-presidente Lula, típico homem do povo, deve acreditar que a data encerra um período de inferno astral. Pode ser. Mas, acredite-se ou não em astrologia e outras forças imponderáveis, as últimas semanas não têm mesmo sido fáceis para o grande líder petista. 

Lula começou a ter a imagem dessacralizada a partir do momento em que sua descuidada proximidade com empreiteiras, em especial a Odebrecht, chamou a atenção do Ministério Público e Polícia Federal. Há pouco, na contagem regressiva para o aniversário, mais um dissabor: revelou-se que o operador dos subterrâneos financeiros da política Fernando Baiano, personagem do escândalo de corrupção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contara, na sua colaboração premiada, ao MP e à Justiça, no processo do petrolão, que um amigo do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai, teria pedido um dinheiro de propina para supostamente ajudar uma das noras de Lula a saldar dívida imobiliária. 

Era o período de inferno astral, pré-aniversário, aproximando-se do auge. Que seria atingido segunda-feira, quando a Polícia Federal, em mais uma operação anticorrupção, executou prisões, conduziu pessoas a depor e fez buscas no escritório de um dos filhos do ex-presidente, Luís Claudio Lula da Silva.

A PF foi às ruas dentro da Operação Zelotes, responsável pelo levantamento de outro assalto ao dinheiro público também bilionário, tudo indica —, cometido no julgamento de recursos administrativos impetrados por grandes contribuintes pessoas jurídicas junto à Receita Federal.

Sucede que lobistas travestidos de “consultores” e empresas do setor automobilístico (Mitsubishi, Caoa/Hyundai, Ford e Subaru) investigados pela Zelotes também já estavam sendo rastreados na história intrigante de suposta compra (em sentido literal) de Medidas Provisórias editadas entre 2009 e 2013 para distribuir benefícios fiscais ao setor. Chamam a atenção da PF R$ 2,4 milhões transferidos por um dos escritórios do lobby das montadoras para a firma de Luís Claudio, LFT Marketing Esportivo. Contatos do esquema com o ex-ministro Gilberto Carvalho, de franco acesso ao gabinete de Lula e mantido no Planalto em Dilma 1, também amplificam toda essa história. 

Esta operação em torno da família Lula da Silva e o interesse da PF e do MP sobre os contatos do grande líder partidário com empreiteiras elevaram ao extremo a irritação do ex-presidente e seguidores com o ministro da Justiça, o também petista José Eduardo Cardozo. 


Voltariam as pressões para a substituição dele. Um absurdo, porque as críticas de Lula e companheiros ao ministro da Justiça podem ser entendidas como ensaio para a nomeação de alguém de confiança do ex-presidente, para conter a PF em benefício do PT e aliados. Criam-se, assim, as condições de um grande escândalo político, caso isso aconteça.

Esquecem-se que são demonstrações da independência institucional do MP, da PF, da Justiça que reforçam a segurança jurídica no Brasil, um predicado que o diferencia positivamente num continente em que o nacional-populismo abalou ou já destruiu a reputação de países como Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Argentina.

Outro aspecto explosivo é que, se a presidente Dilma se curvar às pressões e esvaziar o gabinete do ministro José Eduardo Cardozo para ser ocupado pelo lulopetismo, ela terá abdicado do poder em favor do ex-presidente Lula.
 
Fonte: Editorial - O Globo
 
 
 
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