Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Operação Greenfield. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Operação Greenfield. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 30 de julho de 2019

Coincidências de datas - Merval Pereira

Datas indicam intenção de beneficiar Lula

O Globo

Para variar, a semana foi de polêmicas para Bolsonaro, que, entre outras coisas, comentou que o jornalista Glenn Greenwald podia “pegar uma cana aqui mesmo”.
Referia-se à publicação, pelo site Intercept Brasil, das conversas hackeadas entre o então juiz Sérgio Moro e o coordenador dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol. Não se trata aqui de concordar com a atitude do site, que, ao divulgar os diálogos, o faz a conta-gotas, numa edição que busca interpretar as conversas e fazer ilações, sem colocá-los no contexto em que foram realizados. Nem com o viés claramente tendencioso em busca da anulação de processos para ajudar a libertar Lula.

Trata-se de defender a liberdade de expressão, pura e simplesmente. Se Glenn Greenwald não participou da operação de hackeamento, nem a encomendou, não há como “pegar uma cana”. Está protegido, como todos os jornalistas brasileiros, pela Constituição. Mesmo que tenha pagado pela cessão do material, terá cometido no máximo um ato antiético. No entanto, a ligação política que surgiu com a revelação, confirmada por ela, de que Manuela Dávila, ex-candidata a vice pelo PCdoB em 2018 na chapa do petista Fernando Haddad, foi a intermediária entre o hackeador e Intercept Brasil, reforça a hipótese de que a publicação desse material tem objetivos políticos.

E há coincidências que não podem ser evitadas. O hacker Walter Delgatti Neto diz que procurou Manuela DÁvila no dia das mães, 12 de maio. No mesmo dia, Glenn Greenwald entrou em contato com ele pelo Telegram.  Nove dias depois, a 21 de maio, Glenn Greenwald esteve visitando Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, para fazer uma entrevista com ele, que havia sido autorizada pela Justiça no início do ano. É certo, portanto, que Greenwald já tinha o material quando conversou com Lula na cadeia.  No dia 9 de junho, dezenove dias depois da entrevista, o Intercept Brasil começa a divulgar as conversas hackeadas.

Entre o primeiro dia em que o hacker fez o contato com Glenn Greenwald, e a publicação, passaram-se exatos 29 dias, ou quatro semanas. Glenn Greenwald, ao publicar os diálogos, declarou: “ficamos muitas semanas planejando como proteger a nós e nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação.”.  No fim do mês de abril, no dia 27, uma entrevista com Lula foi publicada pela Folha de S. Paulo e o El País e, como se fosse premonitório, o ex-presidente garantiu ter (...) “obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar o Dallagnol e a sua turma”.  [conforme era de se esperar, juntou a incompetência lulopetista, petista e do jornalista e a tentativa de desmascarar Moro e os procuradores, foi um enorme fracasso, um tiro pela culatra, um tiro no pé, ou como dizem 'o escândalo que encolheu'.

O conteúdo divulgado pelo intercePTação, continua sendo comentado devido as prisões efetuadas pela PF - não tivessem ocorrido, haveria somente alguns comentários esparsos.

As semanas de planejamento que o jornalista americano diz ter despendido para se proteger de riscos, entre eles o de sujar a reputação, de nada adiantou.
A credibilidade do intercePTação está menor do que a do 'gramna' - aquele jornaleco cubano, muito usado para compensar a crônica falta de papel higiênico em Cuba. ]

Uma pergunta que não quer calar:
será que nas conversas de Dallagnol com outros procuradores, ou mesmo com Sérgio Moro, não havia um espaço para troca de informações sobre outros casos da Lava Jato que não os relacionados ao caso de Lula?  Delgatti Neto disse também que entrou nas conversas sobre a Operação Greenfield em Brasília, que apura desvios em fundos de pensão. Pelo seu relato, não encontrou nada de ilegal nas conversas,  por isso não se interessou. Que estelionatário mais preparado esse, que sabe onde há supostas irregularidades processuais, e sabe onde não há.


Tiro na cabeça
Como era óbvio, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou-se da tragédia acontecida no Rio, onde um morador de rua, provavelmente drogado, matou duas pessoas e feriu várias outras com uma faca, para defender sua política de armamento.  Disse o presidente: “Um morador de rua esfaqueou, matou, executou duas pessoas no Rio de Janeiro. Agora, não tinha ninguém armado para dar um tiro nele, é impressionante. Mas tudo bem. Estava drogado o cara? Tá certo. Viciado em drogas”. [o presidente está certíssimo em sua colocação - uma pessoa armada teria encerrado o assunto, ou abatendo o drogado, nmeultralizando-o com um tiro em área não letal,  ou até mesmo efetuando um disparo para o alto;
o fato do assassino ser um viciado em drogas reforça o entendimento de que o combate as drogas tem que incluir o usuário, punindo o uso com rigor, já que é um fator que além de estimular o tráfico, aumenta criminalidade.]
Outro que se aproveitou da situação para defender sua “política de segurança” foi o governador do Rio Wilson Witzel. “Se eu estivesse no lugar do policial, teria dado um tiro na cabeça dele, para evitar imediatamente”.  Bolsonaro procurou ressaltar que se houvesse pedestre armado com um revólver, teria resolvido a situação. Ou mais pessoas poderiam ter morrido, no mínimo por bala perdida. Certamente nem todo mundo tem preparo e o sangue-frio do PM que atirou na perna do morador de rua surtado para imobilizá-lo. Não precisou matá-lo. Quem considerar que merecia morrer mesmo, estará praticando a lei de Talião, o “olho por olho, dente por dente”, que já foi superada pela civilização ocidental. [Será que foi? os Estados Unidos estão entre os líderes da civilização ocidental e não pensam assim - confira aqui.]

O governador Witzel admitiu, relutantemente, que o policial agiu com correção e sabedoria. Mas, depois de dizer que, se fosse ele, atirava para matar, colocou ressalvas: “Toda ação militar está sujeita a erros. Existe a teoria e na prática pode não funcionar. O agente foi melhor do que eu imaginava, atirando para neutralizar. Parabéns à Polícia Militar, foi uma ação muito profissional, minimizando ao máximo o número de vítimas. Qualquer tipo de equívoco, vamos corrigir.”
Merval Pereira, jornalista - O Globo


quinta-feira, 18 de julho de 2019

STF impede Coaf de passar informações sem autorização judicial - ‘É uma defesa do cidadão’, diz Toffoli sobre limitar uso de dados do Coaf

Thomas Traumann analisa as causas da decisão de Dias Toffoli de brecar investigações do Coaf


O ministro Dias Toffoli decidiu sozinho suspender as investigações policiais que são oriundas de informações do Coaf, órgão que analisa quando há alguma anomalia nas transações financeiras.

O primeiro beneficiário dessa decisão é o senador Flávio Bolsonaro, investigado pela Justiça do Rio de Janeiro por ter movimentado mais dinheiro do que os seus rendimentos permitiriam. A medida também beneficia Fabricio Queiroz, que justificou os milhões de reais que passavam pela sua conta bancária como resultado de compra e venda de carros.

Só que a história é mais complicada. Dias Toffoli paralisou todas as trocas de informações feitas pelo Coaf. Então, a partir de agora, um delegado ou procurador que acha que precisa ter informações bancárias para conseguir manter uma investigação terá que pedir autorização para um juiz. Isso vai tornar ainda mais lenta a solução de inquéritos que envolvem lavagem de dinheiro.
Mas vai além. Existem investigações preliminares da receita sobre alguns dos ministros do Supremo.

Veja  

Presidente do STF afirma que detalhamento de informações financeiras e fiscais de investigado exige ‘controle do Judiciário’; MP vê risco a investigações

O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, disse nesta quinta-feira, 18, durante evento em Cuiabá (MT), que a sua decisão de suspender as investigações feitas com base em dados repassados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sem autorização judicial é uma “defesa do cidadão”.  A determinação do ministro se deu a partir de um pedido dos advogados do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que era alvo de um inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro a partir de relatórios produzidos pelo Coaf e que apontavam movimentações atípicas na conta do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.

Até que o Supremo dê uma palavra final sobre a regularidade dos procedimentos – o que só deve ocorrer em novembro -, as defesas de outros suspeitos se movimentam para também suspender as investigações que pesam contra seus clientes.  Toffoli lembrou que foi o relator de um caso julgado no STF que decidiu pela constitucionalidade do compartilhamento de informações por órgãos como Coaf, Receita Federal e Banco Central, mas fez uma ressalva.  “Eu votei pela constitucionalidade do compartilhamento de informações da forma como está na Lei Complementar 105. Qual é?  (É possível compartilhar) As informações globais (do investigado). As informações detalhadas dependem de prévia autorização do Judiciário”, disse.

Segundo ele, é preciso um “controle da Justiça” nesses casos. “Se o detalhamento é feito sem a participação do Judiciário, qualquer cidadão brasileiro está sujeito a um vasculhamento na sua intimidade. Isso é uma defesa do cidadão”, afirmou.
De acordo com ele, ao contrário do que afirma o Ministério Público, a “decisão não impede as investigações”. “Essa decisão autoriza, como foi o julgamento no Supremo e no plenário da Corte, as investigações que tiveram origem no compartilhamento global e depois o detalhamento judicial”, disse.

“Temerário”
A decisão do presidente do STF foi tomada no curso de um recurso extraordinário ajuizado pelo Ministério Público Federal contra a absolvição de sócios de um posto de gasolina em Americana, no interior paulista, acusados de sonegação fiscal. O caso teve “repercussão geral” reconhecida: o que o plenário do Supremo determinar valerá para todos os casos semelhantes no país.

Na decisão, Toffoli disse que o Ministério Público “vem promovendo procedimentos de investigação criminal (PIC) sem supervisão judicial”, o que ele chamou de “temerário” do ponto de vista das garantias institucionais.

As forças-tarefas da Operação Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo e a da Operação Greenfield, no Distrito Federal, criticam a decisão. Em nota, os investigadores afirmam que é “inviável” identificar quantos processos podem ser afetados pela decisão, mas dizem que ela terá impacto sobre “muitos casos que apuram corrupção e lavagem de dinheiro” no país. Se a decisão for mantida, sustentam, haverá “risco à segurança jurídica do trabalho”.


Veja também podcast: Toffoli, o advogado doPT que se tornou um enigma.

Publicado em VEJA

 


terça-feira, 12 de setembro de 2017

Golpe! Delator da JBS confirma conversas com a PGR de Janot antes de Joesley gravar Temer

Francisco de Assis e Silva confirma encontro com Eduardo Pelella, o faz-tudo do procurador-geral, antes de açougueiro de casaca e má gramática gravar o presidente

Escrevi ontem aqui um post cujo titulo era este: “Miller avisou: não cai sozinho; se for para a cadeia, dá-se como certo que Janot vira um alvo”. Pois é…
O que se comenta em Brasília é que, ao negar a decretação da prisão temporária de Marcelo Miller —ؙ o que é, em si, uma humilhação para um procurador que era braço-direito do chefão do MPF —, Edson Fachin, ministro do Supremo, estava apenas prestando um favor a Rodrigo Janot. Aliás, seria um favor também a si mesmo. Mas isso ficará para outro post.

Por quê? Porque Miller estaria disposto a dar com a língua nos dentes e a contar tudo o que sabe. Vale dizer: iria confirmar que Janot sempre soube de tudo e que toda a operação que resultou na gravação da conversa do presidente foi armada com o conhecimento da cúpula da PGR, muito especialmente… Janot!
Verdade ou mentira? A ver. O fato é que as razões para a prisão de Miller estavam mais do que dadas — e prisão preventiva, não a temporária —, mas Fachin a evitou, não é?

Ocorre que nem foi preciso que Miller contasse o que sabe. Um dos delatores da JBS, Francisco de Assis e Silva, afirmou que esteve com ninguém menos do que Eduardo Pelella, este , sim, uma verdadeira sombra de Janot. Se Miller era o seu homem de confiança nos assuntos ligados ao MPF, Pelella, o chefe de gabinete, está na conta do assessor pessoal, do Sombra, do carregador de malas. Janot é seu guia espiritual. É seu ídolo. É o seu Don Giovanni do direito achado no arbítrio. Assim como aquele tinha o seu faz tudo, o Leporello, Janot tem o seu “Lepelella”.

Sim, Assis e Silva diz ter estado com o Sombra de Janot cinco dias antes daquele 7 de março, quando Joesley gravou a conversa com o presidente da República. Mais de uma vez, Janot negou que o MPF tivesse participado da armação. Na verdade, Assis e Silva disse ter tido mais de três encontros com o Leporello de Don Janot… O homem da JBS diz ter ouvido do promotor Sérgio Bruno, também da Força Tarefa, que “uma coisa era ter a gravação de um deputado, e outra, do presidente”.
Entenderam?
Pois é… Na conhecida conversa safada entre Joesley e Saud, este pergunta àquele se era Miller quem contara a coisa toda a Janot, já que o dono da JBS insistia que o procurador-geral sempre soubera de tudo. E Joesley deu a seguinte resposta: “Nós falamos pro Anselmo. O Anselmo que falou pro Pelella, que falou pra não sei quem lá, que falou pro Janot. O Janot está sabendo. Aí o Janot, espertão, o que o Janot falou? Bota pra foder. Bota pra foder. Põe pressão neles para eles entregam tudo”.

Já disse neste post quem é Pelella. “Anselmo” é o procurador Anselmo Lopes, da Operação Greenfield.
Documento
Atenção! A armação foi de tal natureza que houve até um documento! Informa a Folha:
“Assis e Silva afirmou que no encontro do dia 2 de março, participaram, além dos dois, Sérgio Bruno, a advogada Fernanda Tórtima, que também atuava para a JBS, e mais uma pessoa da qual ele não se recorda. Foi levado para a reunião, ainda segundo o delator, um documento com 13 itens detalhados sobre o que os executivos interessados em colaborar poderiam revelar. No depoimento, ele também fala que a JBS levou para a PGR três premissas: rapidez, sigilo e continuação dos irmãos Joesley e Wesley Batista à frente da direção da empresa. De acordo com os fatos narrados por Assis e Silva, esse teria sido o segundo contato com o grupo de Janot, mas o primeiro pessoalmente.”

Eis aí!
Será que os delatores da JBS devem ser levados a sério, a ponto de se montar uma operação para derrubar o presidente da República, mas tem de ser ignorados quando evidenciam que Janot e sua turma participaram do que pode ser caracterizado como um golpe?

No dia 18, Janot entrega o cargo. Vai querer ficar lotado como subprocurador em algum lugar, talvez no STJ (Superior Tribunal de Justiça), órgão que tratou no bico da chuteira, não é? Afinal, o tribunal foi fonte permanente de suspeições, acusações e aleivosias durante o reinado de Don Janot. E por que não se aposenta logo? Porque ele vai buscar manter o foro especial, que seus rapazolas chamam de “foro privilegiado”.
E a ambição política?
Ainda voltarei a isso, mas convenham: Janot contribuiu para liquidar com a carreira de muita gente, mas ele não está melhor na fita, não. Está deixando a Procuradoria Geral da República pela porta dos fundos.
A tentativa de golpear o governo Temer está mais evidenciada do que nunca.

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Saiba mais:  PELA ORDEM! Óculos escuros de Janot são expressão do apagão institucional da PGR

Parece não haver mais espaço para a desmoralização do procurador-geral. Mas ele é criativo e sempre pode dar outro passo!


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Se tiver chance - e poder - última ação de Rodrigo Janot na PGR deve ser denúncia contra Temer

Última ação de Rodrigo Janot na PGR deve ser denúncia contra Temer

As prisões de Joesley Batista e Ricardo foram os penúltimos atos de Rodrigo Janot à frente do cargo de procurador-geral

 [prisões temporárias, destaque-se, quando Andreia Neves, por muito menos e com base em denúncia sem provas, teve prisão preventiva decretada.]

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chega ao fim do mandato com a credibilidade abalada e uma promessa ainda por cumprir: oferecer a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, com base na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, que havia anunciado antes da divulgação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud. A imagem foi arranhada mais uma vez no último sábado, depois de Janot ser flagrado com o advogado da JBS, Pierpaolo Bottini, que defende Joesley Batista, num boteco de Brasília.
 
Janot tem apenas mais sete dias de mandato, que prometem ser bastante turbulentos. Ontem, a Polícia Federal prendeu Joesley e Saud em São Paulo, por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheu o pedido de prisão de ambos, mas deixou em liberdade o ex-procurador Marcelo Paranhos Miller, contratado pelo escritório Watanabe e Associados, até então responsável pelo acordo de leniência da JBS, supostamente antes de deixar o Ministério Público Federal. Segundo Fachin, apesar da gravação, as provas de que Miller atuava a favor da empresa de Joesley quando era procurador do MP não eram robustas o suficiente para a decretar a prisão. 

Joesley e Saud se entregaram à Polícia Federal em São Paulo, onde passaram a noite na carceragem. Hoje, serão transferidos para Brasília, para ser interrogados. A reação dos ministros do Supremo contra ambos na semana passada foi duríssima, resultando no pedido de prisão apresentado por Janot e acolhido por Fachin. Mas o assunto não está resolvido. As sessões da Segunda Turma, presidida pelo ministro Gilmar Mendes, e do plenário do Supremo, que também deverá tratar do caso, podem se transformar num verdadeiro pelourinho para Janot.

O encontro com Bottini acabou por lançar mais suspeitas de envolvimento de Janot nas negociações da JBS, embora o advogado tenha afirmado que cruzou “casualmente” com o procurador-geral na capital. “Por uma questão de gentileza, nos cumprimentamos e trocamos algumas palavras, de forma cordial. Não tratamos de qualquer questão outra ou afeta a temas jurídicos.” Ambos foram fotografados sentados numa mesa de fundos, ao lado de uma caixa de cerveja. Conversaram por mais de 20 minutos.
 
Suspeitas
O pedido de prisão de Miller era inevitável, uma vez que Janot precisava desfazer as suspeitas de conluio com o ex-procurador, mas, aparentemente, foi precipitado. É o que dá a entender a decisão de Fachin: “Ainda que sejam consistentes os indícios de que pode ter praticado o delito, de exploração de prestígio e até mesmo de obstrução às investigações, não há, por ora, elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária, de que tenha, tal qual sustentado pelo Procurador-Geral da República, sido cooptado pela organização criminosa”, afirmou o ministro.

Fachin considerou que há indícios de que Joesley e Saud, na conversa em 17 de março de 2017, tenham omitido informações sobre a participação de Miller nas negociações do acordo de delação. Para o ministro, pode haver justa causa para a rescisão dos acordos de delação premiada que tinham dado, até agora, imunidade completa a Joesley e a outros colaboradores da JBS no processo da Lava-Jato. Por ordem de Fachin, as prisões foram feitas com “a máxima discrição e com a menor ostensividade” para preservar as imagens dos presos, evitando expô-los.
 
Informações
A grande incógnita no caso é a situação de Miller, cuja defesa divulgou nota na qual afirma: “Não tinha contato algum com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem atuação na Operação Lava-Jato desde, pelo menos, outubro de 2016. Nunca atuou na Operação Greenfield, nem na Procuradoria da República no Distrito Federal”. Miller alega que pediu exoneração em 23/2/2017, tendo essa informação circulado imediatamente no MPF.

O bombardeio contra Janot ontem ganhou mais um personagem. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, foi contratado pela JBS e assumiu a defesa atirando contra Janot: “Entendo que os delatores, ao assinarem a delação, cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto. Não pode o Dr. Janot agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levará à descrença e à falta de credibilidade do instituto da delação”.

Mas o grande desafeto de Janot é Gilmar Mendes. A defesa do presidente Michel Temer pediu para que Fachin determine a suspensão da nova denúncia e de outros inquéritos contra ele, até que terminem as investigações sobre a omissão de fatos na delação premiada. “O presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atuação parcial, conflitante e passional de autoridades e o descrédito de colaboradores comprometerão a rigidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito”, argumenta o criminalista Antônio Mariz.

Fachin já anunciou que o assunto será decidido pelo plenário da Corte, o que deixará frente a frente Janot e Gilmar. Na semana passada, o ministro fez um duro ataque a Janot: “O procurador-geral da República, mais uma vez, deu curso à sua estratégia de delinquente e fez uma chantagem com o Supremo Tribunal Federal”. A semana está apenas começando.

Fonte: Correio Braziliense


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Barraco no TSE

Filho de ministro Napoleão Nunes Maia tenta invadir plenário do julgamento [durante a sabatina de sobrinho do ministro no Senado foi levantada suspeita de que sua indicação era nepotismo. - CLIQUE AQUI, PARA SABER MAIS.]

Durante julgamento da ação da chapa Dilma-Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um filho do ministro Napoleão Nunes Maia – um dos sete julgadores do TSE passou correndo pelo detector de metais e foi barrado pelos seguranças na porta do plenário. Com roupa esportiva, ele demonstrava nervosismo e segurava um envelope amarelo diante de uma barreira de agentes que se formou para detê-lo. A assessoria de imprensa do TSE confirmou o parentesco do homem com o ministro. 

Um segurança tentou acalmar o filho de Napoleão. O homem insistia para entrar no plenário. O segurança, então, ameaçou dar voz de prisão. “Então dê”, desafiou o filho do ministro, que em seguida começou a mexer no celular. Outros seguranças foram chamados. Após a chegada de cinegrafistas e fotógrafos, ele foi levado pelos seguranças até uma das saídas de emergência do subsolo da Corte Eleitoral. Antes da saída do filho, o ministro Napoleão Nunes Maia deixou o julgamento e chegou até a porta do plenário. Não foi possível ouvir se os dois conversaram algo. O envelope não foi repassado ao ministro. 

Ao longo da sessão desta manhã, Napoleão demonstrou um semblante fechado. Em certo momento, os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux foram até a sua cadeira para conversar e bater em seu ombro. Na edição desta sexta-feira, o jornal Valor Econômico publicou que Napoleão teria sido citado em conversas de executivos da empreiteira OAS em acordos prévios de delação. 

Na colaboração premiada da JBS, um delator levantou suspeita sobre o ministro. O executivo da JBS Francisco de Assis e Silva, conforme publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, disse em sua delação que Napoleão teria intercedido em favor da JBS em ação contra Joesley Batista e contra a Eldorado Celulose, empresa da holding J&F. O caso foi mencionado no âmbito da Operação Greenfield. O ministro afirma que não conhece os envolvidos e que não interferiu em assuntos relacionados à Eldorado. 

Durante o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o ministro é um dos que defendem a exclusão de todas as delações feitas recentemente na análise das contas da campanha presidencial. Desde a confusão de tentativa de entrada do filho no plenário, Napoleão não voltou ao julgamento. A assessoria de imprensa do TSE informou que o filho do ministro foi barrado na porta do plenário por não estar vestido de paletó e gravata, uma exigência dos tribunais. Ele foi acompanhado pela segurança e por assessores do ministro até a entrada privativa para encontrar com o pai, ressaltou a assessoria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

 

 

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Fundos de pensão têm rombo de R$ 70,6 bilhões

Participantes estão preocupados com o ritmo de expansão do déficit nos últimos anos, apesar de cifra ter recuado 10% em relação a 2015

Os fundos de pensão fecharam 2016 com rombo de R$ 70,6 bilhões, segundo levantamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o xerife do setor. O dado preocupa por causa da rápida expansão do déficit do sistema, que subiu 700% em quatro anos – em 2012, o buraco era de R$ 9 bilhões. O rombo subiu para R$ 21 bilhões em 2013 e para R$ 31 bilhões no ano seguinte. O déficit atingiu seu ápice em 2015, quando somou R$ 77,8 bilhões.

A indústria dos fundos de pensão é composta por 307 entidades, que administram 1.137 planos de benefícios. Juntas, elas detêm quase R$ 800 bilhões em investimentos, que representam 12,6% do PIB nacional. São 7,2 milhões de associados, entre participantes que estão na ativa, dependentes e assistidos.

Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último participante vivo do plano. A nova regulação não exige o equacionamento de todo o déficit. A norma em vigor permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios. Para cobrir o déficit, participantes e patrocinadores precisam injetar mais dinheiro nos planos por meio de contribuições extras.

Fundo de pensão é uma poupança formada por trabalhadores de uma mesma empresa com a finalidade de complementar a aposentadoria. O dinheiro é gerido por um colegiado com representantes indicados pelas empresas e pelos trabalhadores. Os maiores fundos são de empresas estatais, criados há mais tempo.  Dez planos concentram 88% do déficit de todo o sistema. Dos maiores, apenas a Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) já informou que fechou 2016 com superávit de R$ 2 bilhões. Os balanços da Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) ainda não foram divulgados, mas o Estado apurou que o déficit das três fundações somado deve ultrapassar R$ 30 bilhões. Entre participantes que ainda estão trabalhando, dependentes e assistidos, as três têm mais de um milhão de associados. [é muito justa a quebradeira que a má administração lulopetista impôs aos FUNDOS DE PENSÃO;
aliás, JUSTÍSSIMA, devido ao fato de que maior parte dos beneficiários desses fundos são de lulopetistas e que tinham Lula e Dilma como as almas mais competentes desde Adão.
Agora que estão sentindo o tamanho da competência serão mais cuidados na escolha dos seus gurus.
Para a Justiça ser mais completa a quebradeira tem que alcanças a PREVI, por ser público e notório que o Bando do Brasil abrigou milhares e milhares de petistas, que agora são contados as centenas.]

Ápice
O novo diretor-superintendente da Previc, Fábio Coelho, afirma que o “ápice” do déficit do segmento foi verificado em dezembro de 2015, quando bateu na ordem de 9% do total dos ativos. “A tendência é que nos próximos meses tenhamos uma redução maior”, afirma, em sua primeira entrevista exclusiva. Os elementos que devem contribuir para essa reversão, segundo ele, são a inflação mais controlada, a retomada da atividade e o comportamento mais benigno da Bolsa. “Nossa expectativa é que 2017 seja um ano de transição tanto do ponto de vista da mudança da supervisão como também da retomada dos ativos”, diz.

Coelho afirma que grande parte dos rombos registrados nos últimos anos teve origem em “agendas econômicas”: “Ao mesmo tempo em que o passivo aumentou por conta da longevidade e por pressões inflacionárias, tivemos também uma redução dos ativos por conta da recessão econômica e de investimentos não ‘performados.” [o presidente da Previc silencia sobre o fato que os atuais funcionários dos Correios - na ativa e que contribuem para o Postalis na expectativa de no futuro se aposentarem - terão que contribuir com uma parcela extra para pagar os benefícios dos já aposentados. Saiba mais, aqui ou aqui.]

Conselheiros que representam os participantes, porém, afirmam que os prejuízos também foram causados por investimentos que eram considerados apostas nos governos Lula e Dilma, como Sete Brasil, Invepar e Oi. Na visão deles, os governos anteriores pressionaram as entidades a dividir o risco desses projetos e deixaram aos participantes os prejuízos.

Casos de fraude e má gestão motivaram a criação de uma CPI na Câmara dos Deputados para apurar irregularidades dos fundos ligados às estatais. O relatório final apontou prejuízos de R$ 6,6 bilhões causados por má gestão, fraudes e ingerência política nos quatro maiores fundos de pensão das estatais. Abastecida de informações da própria Previc, a Polícia Federal já deflagrou duas fases da Operação Greenfield, que investiga supostos desvios nessas fundações.  “A fotografia do nosso sistema continua sendo favorável. Esses são casos fora da curva, casos de polícia, que precisam ser investigados e punidos”, afirma Luís Ricardo Marcondes Martins, presidente da associação que representa o setor (Abrapp): “Um sistema que paga R$ 42 bilhões de benefícios por ano não admite amadorismos”.

Fonte: O Estado de S. Paulo


 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Novo rombo nos Correios

Os Correios vão registrar, em 2016, o segundo ano seguido de prejuízo, algo sem precedentes na história da empresa. Projeções da direção da estatal apontam para um buraco de pelo menos R$ 2 bilhões.  Em 2015, as perdas chegaram a R$ 2,1 bilhões. O prejuízo foi absorvido pelo Tesouro Nacional, acionista controlador da estatal. Nunca os Correios se mostraram tão ineficientes.
Ao longo dos últimos 13 anos, os Correios foram aparelhados. Em troca de apoio, os governos petistas ratearam a estatal entre os partidos de sua base de sustentação.  Todo o sistema dos Correios está no vermelho e sob suspeição. O Postalis, fundo responsável pela aposentadoria complementar dos carteiros, acumula rombo superior a R$ 5 bilhões.
A fundação está no centro das investigações de corrupção conduzidas pela Polícia Federal por meio da Operação Greenfield.  Para cobrir o buraco do Postalis, os carteiros estão sendo obrigados a fazer uma contribuição extra mensal.

Fonte: Blog do Vicente - CB  


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

FUNCEF - Fundo de Pensão da CEF tem rombo de R$ 2 BILHÕES

Operação Greenfield
Segundo os procuradores, o núcleo político da organização criminosa influenciava os diretores dos fundos de pensão

Aparelhados pelos partidos políticos durante a era petista, os fundos de pensão das estatais e empresas federais se tornaram alvo de uma megainvestigação da Procuradoria do Distrito Federal sobre desvios de recursos que lesaram os aposentados em R$ 8 bilhões. 


Trata-se da Operação Greenfield, que cumpriu, no último dia 5, um conjunto de 28 mandados de condução coercitiva, sete de prisões temporárias e 106 de buscas e apreensão. ISTOÉ obteve com exclusividade as gravações que fundamentaram a operação. 

Os áudios referem-se a reuniões de diretores da Funcef – órgão que administra a previdência complementar da Caixa e foi comandado por executivos indicados e ligados ao PT, acumulando um prejuízo de ao menos R$ 2 bilhões. O material explosivo revela a total negligência com os recursos dos aposentados e indica uma clara atuação de dirigentes da Funcef no sentido de honrar acertos políticos. 

Para a PF, há fortes indícios de que o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, atualmente preso pela Lava Jato, esteja por trás das operações fraudulentas aprovadas pela cúpula da Funcef. As suspeitas também recaem sobre o ex-ministro da Casa Civil de Dilma, Jaques Wagner. Um dos beneficiários do esquema, segundo as investigações, foi o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, ligado ao PT, a Lula e a Jaques Wagner.
Segundo o Ministério Público, os R$ 400 milhões aplicados
pela Funcef na OAS viraram pó: passaram a valer R$ 117,5 mil

A postura observada nas reuniões é escandalosa: diretores dão o aval aos investimentos mesmo admitindo não terem lido todos os documentos, autorizam aportes sem saber de onde a Funcef vai tirar dinheiro e passam por cima de riscos considerados graves por executivos do órgão, como a existência de dívidas tributárias e trabalhistas de uma empresa que demandava recursos do fundo. Em comum, nos encontros de diretores da Funcef, há o fato de os presidentes do Fundo de Pensão dos servidores da Caixa, indicados pelo PT, sempre defenderem a liberação dos recursos, a despeito dos reiterados alertas feitos pelos seus diretores. São eles, em dois momentos administrativos distintos da Funcef: Guilherme Lacerda e Carlos Alberto Caser, ambos ligados ao PT. Os dois e outros cinco gestores do fundo foram presos temporariamente durante a Operação Greenfield. Depois de prestarem depoimento, deixaram a cadeia.

A PF destaca três reuniões como as mais emblemáticas para demonstrar a existência de negociações prejudiciais à Funcef, feitas única e exclusivamente para cumprir acordos políticos: a que selou aportes de R$ 400 milhões na OAS Empreendimentos, a que confirmou investimentos de R$ 1,2 bilhão em três anos na Invepar (braço da OAS na área de transportes) e a que ratificou a aplicação de R$ 17 milhões no FIP Enseada, a fim de reerguer a Gradiente. Naquele momento, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro pressionava a cúpula petista pelo aval aos negócios de seu interesse. 
Bandidos - UM NOVO ESQUEMA Carlos Caser, diretor-presidente da Funcef, ao lado de Léo Pinheiro, da OAS, e João Vaccari (à dir), ex-tesoureiro do PT: ação entre amigos e a única certeza é que todos levam a Lula como chefe da quadrilha

Nas mensagens extraídas do celular do empreiteiro, há referências à atuação de Jaques Wagner e Vaccari na Funcef. Em julho de 2013, quando o caso estava sob discussão, Léo Pinheiro escreveu para o acionista da OAS Antônio Carlos Mata Pires: “Como foi na Funcef? O nosso JW [Jaques Wagner] me perguntou”. Ao que Pires respondeu: “Ótimo. Foi aprovado para contratação do avaliador, Deloitte. Agora, precisaremos de JW [Jaques Wagner] na aprovação final”. Em outra conversa pelo celular, Léo Pinheiro diz que pela Funcef estaria tudo certo, mas adverte César Mata Pires, dono da OAS, que poderia haver problemas na aprovação do negócio pela Caixa. Segundo a mensagem, Carlos Borges, diretor da Funcef, havia ligado para Pinheiro preocupado com a questão. Quem também telefonou para agendar um encontro foi João Vaccari. Ao fim, o investimento foi aprovado. “Não esqueça de me reservar uma vaga de officeboy nesse arranjo político. Afinal com a sua influência junto ao Galego e o Lula, vc é o CARA”, atesta Carlos Borges, da Funcef, em mensagem encaminhada a Léo Pinheiro em 2014.

 Ler a matéria na íntegra >>>>>>>>>>>>>>>>>>>IstoÉ