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sábado, 11 de fevereiro de 2023

Comunismo, fascismo e nazismo - Percival Puggina

O fascismo nasceu em 1919 e assumiu o poder na Itália em 1922. Desde então, por ser uma ideologia anticomunista, os comunistas passaram a chamar os não comunistas de fascistas. Esse xingamento, então, já rola há um século e está incorporado e automatizado no linguajar da esquerda.

As palavras, na expressão oral de gente séria, têm o significado que lhes é próprio. Principalmente se o vocábulo incorpora uma definição. Não posso chamar um piano de tecladinho nem um tecladinho de piano. Por outro lado, para gente confiável, afirmações feitas com palavras expressam ideias em relação às quais, quem fala, assegura consistência suficiente para não voltar atrás antes de sólida refutação. Essas pessoas não fazem como Lula que tem um discurso em cada ambiente, nem imputam aos outros infâmias que não lhes correspondem.

Ter consciência disso é importante para que cada um de nós, no íntimo, estabeleça padrões de credibilidade a quem emerja na liderança da sociedade. Não se trata de buscar o discurso mais empolgante, mas de certificar-se da consistência e da perseverança em relação ao que seja dito.

Recentemente, alguém escreveu que Putin não está apenas defendendo seu país, mas enfrentando uma guerra contra os fascistas. Pronto! Podemos discutir por meses a fio as razões de lado a lado. O que não é aceitável é chamar “fascista” os principais países da OTAN que não concedem a Putin razões suficientes para destruir a Ucrânia.

O pior dessa história é que se a Rússia de Putin entrar em guerra contra a China de Xi Jinping, essas mesmas pessoas estarão chamando Putin de fascista porque o líder chinês é bem mais comunista do que o russo. Passo seguinte, se, um dia, China e Coreia do Norte se desentenderem, como nada é mais comunista que Kim Jong-un, a China será o lado fascista para esse dicionário boquirroto.

Resguarde-se desse tipo de gente. Desconfie de todo discurso que tenha mais adjetivos do que substantivos. E saiba: comunismo, fascismo e nazismo são tão danosos que as diferenças entre eles chegam a ser sutis diante de seus colossais malefícios, mesmo no plano meramente ideológico. Na prática, o nazismo acabou, o fascismo acabou, mas o comunismo, desastradamente, persiste.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Criação da Guarda Nacional, asfixia a financiadores e vigilâncias às redes sociais: Flávio Dino prepara pacote anti-golpe

Numa contraofensiva aos ataques de 8 de janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote de medidas para coibir novos atentados contra as instituições. Três das propostas que deverão ser entregues ao petista já estão sobre a mesa de Dino: a criação de uma força policial para proteger órgãos federais; a elaboração de um projeto de lei para punir financiadores de manifestações golpistas; e o lançamento de ferramentas para “moderar” conteúdos considerados extremistas nas redes sociais.

O ministro da Justiça deve levar o que ele apelidou de “pacote pró-democracia” a Lula até o fim desta semana. Parte das propostas precisa ser submetida ao Congresso.

O plano de Dino é aproveitar a comoção ainda latente dos parlamentares com as cenas de destruição na Câmara e Senado para aprová-las com celeridade. A elaboração das medidas está sendo articulada pelo secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz.— Há um sentimento no Congresso. A votação da intervenção (federal na segurança do DF) teve maioria esmagadora. É uma questão da defesa do Estado Democrático de Direito. Eu acho que isso unifica uma parte muito importante do Parlamento, independente da visão ideológica — afirmou Vaz.

Na avaliação do ministro da Defesa e de outros integrantes do governo, há diversas lições a serem tiradas de 8 de janeiro. Uma das principais é que o perímetro das sedes dos Três Poderes da República, dos Palácios da Alvorada e Jaburu, além de embaixadas, não poderia ficar sob responsabilidade da Polícia Militar, vinculada a um governo distrital, que pode fazer oposição ao governo federal.

A nova Guarda, subordinada ao Ministério da Justiça, faria policiamento ostensivo especializado em conter manifestações e invasões. A pauta, porém, precisa do aval do Legislativo. Quem está cuidando desse tema é o Secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp), Tadeu Alencar, que também é responsável pela Força Nacional.

Já o projeto de criação de novos tipos penais para enquadrar os golpistas prevê, por exemplo, sanções não apenas a pessoas físicas. Estabelece que empresas acusadas de patrocinar investidas antidemocráticas sejam impedidas de participar de licitações e receber benefícios fiscais. Esse texto está sob a responsabilidade do Secretário Nacional de Justiça (Senajus), Augusto de Arruda Botelho, que é advogado criminalista.— O Código Penal deixa claro que certos crimes podem contar com coautores e partícipes. No caso dos atos golpistas, seriam os financiadores, mas não há uma tipificação específica para eles — diz Botelho.

Além de falhas de segurança e da atuação dos financiadores, integrantes do governo federal concluíram que as redes sociais foram a principal ferramenta para a convocação dos ataques violentos, batizados pelos golpistas de “Festa da Selma” nas salas de bate-papo virtuais.

Nesse cenário, o ministério planeja propor leis que criem mecanismos para obrigar as plataformas a serem mais rigorosas no monitoramento e combate a postagens que claramente atentem contra o Estado Democrático de Direito. Esse item do pacote, entretanto, é o que tem mais potencial de gerar polêmicas. Em outras ocasiões, tentativas de moderação de conteúdos e propostas de remoção de publicações sem decisão judicial já geraram fortes críticas tanto das plataformas quanto de entidades de defesa da liberdade de expressão.

Política - O Globo

 

domingo, 4 de setembro de 2022

De volta ao AI-5 - O Estado de S. Paulo

 Hoje, nenhum ato do Supremo Tribunal Federal está sujeito à apreciação de ninguém [nem os do Kim Jong-un.]

Todo mundo finge que está tudo bem, e que as coisas são assim mesmo. Mas não está tudo bem, e as coisas não são assim mesmo. Não pode estar tudo bem, de jeito nenhum, quando um ministro do Supremo Tribunal Federal conduz há três anos um inquérito criminal para investigar “atos antidemocráticos” que a lei, muito simplesmente, o proíbe de conduzir só o Ministério Público, segundo a Constituição Federal, está legalmente autorizado a fazer investigações deste tipo.  
 
Ninguém mais – o diretor da Receita Federal, por exemplo, não pode, nem o comandante dos fuzileiros navais, nem mesmo um juiz de Direito ou um desembargador. 
Mas o ministro Alexandre de Moraes está fazendo exatamente isso. 
Temos aí uma aberração inédita. O magistrado se transformou em parte do processo – e deixou de ser, como manda a lei, um julgador neutro, que ouve acusação e defesa e julga quem dos dois tem razão. Não existe isso em nenhuma democracia do mundo.
 
A partir deste vício sem solução, tudo o que sai do inquérito de Moraes é 100% ilegal. Os advogados não têm direito a ler o que está no processo. Nenhuma solicitação do MP é atendida – nem mesmo seus pedidos de encerramento da investigação, pela pura e simples inexistência de provas contra os investigados. O inquérito é perpétuo. 
Só quem tem foro privilegiado pode ser julgado no STF – mas a lei está sendo violada e cidadãos comuns são arrastados para lá. 
Moraes já prendeu por nove meses, e depois condenou a quase nove anos de prisão, um deputado federal em exercício do seu mandado – sem que ele tivesse sido preso em flagrante por cometer crime inafiançável, única hipótese legal para se punir um parlamentar brasileiro. 
Acaba de mandar a Polícia Federal invadir casas e escritórios de empresários que conversavam de política num grupo privado de WhatsApp. Chamou a isso, um grupo que conversa no celular, de “organização”. Falou em “alta periculosidade”.

Nada pode ser normal quando o TSE, sob o comando do mesmo ministro, cria uma polícia secreta para reprimir “ameaças à normalidade das eleições” justo o TSE, que é hoje o principal causador de perturbação e de desordem no processo eleitoral

Nada é normal quando o STF funciona como um escritório de despachantes a serviço de senadores “de esquerda” – são eles que determinam, como no caso dos “empresários golpistas”, as medidas a serem tomadas. 
É tudo uma deformidade de circo – como o bezerro de duas cabeças, o gato que fuma ou Monga, a mulher-gorila
Nos tempos do AI-5, nenhum ato do governo militar estava sujeito à apreciação da Justiça
Hoje, nenhum ato do STF está sujeito à apreciação de ninguém.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Dizer que vai votar em Lula para defender a democracia é fake news! - Gazeta do Povo

Paulo Uebel


    “Se e quando muitos cidadãos não conseguem compreender que a democracia necessita de determinados direitos fundamentais, ou não conseguem dar suporte às instituições políticas, administrativas e judiciais que protegem aqueles direitos, então a democracia deles estará em perigo.”
    Robert A. Dahl

Com o crescimento de regimes democráticos no mundo durante o último século, a democracia passou a ser cada vez mais celebrada como solução para inúmeros problemas. 
A soberania popular foi exaltada e estimulada em diversas partes do mundo. 
Na maioria dos países do Ocidente, a democracia é praticamente uma unanimidade. 
Até alguns países que adotam regimes totalitários ou ditatoriais se autodenominam “democráticos” para se vincularem a um termo que poderia legitimar seus governos. 
Um exemplo é a República Popular Democrática da Coreia – a Coreia do Norte, encabeçada pelo ditador Kim Jong-un.
 
Para muitas pessoas, a democracia acaba sendo um fim em si mesmo. Ou seja, basta que um governo tenha sido eleito democraticamente para que exista uma democracia. 
No entanto, para que este sistema não venha a gerar graves distorções e para que todos os direitos fundamentais, inclusive das minorias, possam ser observados e compatibilizados, não basta haver eleições livres, justas e recorrentes. É necessário garantir todos os pilares que sustentam e viabilizam uma democracia plena.
 
Robert Dahl, um dos mais renomados cientistas políticos do mundo, escreveu sobre a importância de determinados direitos fundamentais para garantir a democracia
Assim, não basta se dizer democrata, elogiar as urnas eletrônicas, assinar manifestos e reforçar a importância das eleições, mas, na prática, aprovar programas, medidas e leis que enfraqueçam os princípios e pilares que sustentam um verdadeiro regime democrático. 
O que define um governante como democrata, portanto, será o resultado de cada um desses pilares antes e depois da sua gestão, não o seu discurso.
 
Nessa linha, votar em Luiz Inácio Lula da Silva não vai proteger, muito menos fortalecer a democracia!  
Em primeiro lugar, Lula nem é o que podemos chamar de “democrata”. Basta lembrar que ele e Dilma Rousseff torraram R$ 11 bilhões nas ditaduras de Cuba e da Venezuela por meio do BNDES. 
Ora, que democrata investe e apoia a ditadura mais longeva das Américas, sem qualquer contrapartida de abertura democrática? Qual democrata apoia Nicolás Maduro, depois de todos os retrocessos que ele e Hugo Chávez fizeram na Venezuela?

Quem acredita na democracia, genuinamente, promove todos os valores e pilares que sustentam um regime democrático. Além disso, quem é mesmo democrata promove e defende a democracia não apenas para si, mas para todos, inclusive para pessoas que vivem em outros países. A coerência e a consistência devem ser marcas de um democrata. O direito à autodeterminação dos povos é um direito humano fundamental. Como um democrata vai negar esse direito para cubanos e venezuelanos, por exemplo?

Lula e seu apoio internacional a ditaduras

Lula também quis enganar seus eleitores em relação à ditadura da Nicarágua, liderada por Daniel Ortega, que está no poder desde 2007. 
No fim do ano passado, ele tentou comparar o tempo de Ortega no poder ao da chanceler alemã Angela Merkel, que sempre exerceu seu papel conforme as regras da democracia alemã e por meio de eleições legítimas. Em nota que depois foi apagada, o Partido dos Trabalhadores (PT) celebrou a “eleição” de Ortega como “uma grande manifestação popular e democrática”, só esqueceu de dizer que todos os concorrentes de Ortega estavam presos ou exilados.

Lula também tem uma relação estreita com o ditador do país africano Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder desde 1979: relação essa beneficiada pela empreiteira OAS, uma das principais envolvidas na Lava Jato. A lista de ditaduras e países pouco democráticos apoiados por Lula parece não ter fim.

Lula e o PT foram contra a Constituição de 1988

Mesmo assim, a narrativa de apoiar Lula para salvar a democracia brasileira tem contaminado uma legião de eleitores desavisados, especialmente os mais jovens, que não tinham idade suficiente para entender como funcionavam os governos petistas. Esses jovens têm suas opiniões influenciadas por professores, artistas e influenciadores digitais de esquerda, todos com memória rasa ou desconhecimento do que é uma democracia plena. Porém, qualificar Lula e o PT como defensores da democracia é complicado, já que os atos e fatos depõem contra eles.
 
O PT foi contra a Constituição Federal de 1988, a chamada Constituição Cidadã. Mesmo com defeitos, ela era um avanço importante em direitos e garantias fundamentais. Todos os parlamentares do PT, como Lula, José Dirceu e José Genoíno foram contrários
Em discurso proferido na sessão de 22 de setembro de 1988, Lula disse, categoricamente, que o Partido dos Trabalhadores "vem aqui dizer que vai votar contra esse texto, exatamente porque entende que, mesmo havendo avanços na Constituinte, a essência do poder, a essência da propriedade privada, a essência do poder dos militares continua intacta nesta Constituinte".
 
Lula e seu desejo de amordaçar a mídia e a liberdade de expressão
Querendo ou não, a democracia representativa e a propriedade privada são pilares fundamentais dos regimes democráticos. Assim como é a liberdade de expressão e de imprensa. Os ataques de Lula e do PT contra a imprensa livre marcaram seu tempo no poder. E, tristemente, ele ainda possui o desejo de instrumentalizar os meios de comunicação, o que é incompatível com a democracia plena. "Eu vi como a imprensa destruía o Chávez. Aqui eu vi o que foi feito comigo. Nós vamos ter um compromisso público de que vamos fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação", ameaçou Lula, há um ano, em entrevista coletiva em São Luís do Maranhão.

Em 2011, enquanto defendia o marco regulatório da mídia, baseado no que foi feito na Venezuela, o então presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o seu partido não queria um jornalismo partidário. Até poucos anos atrás, enquanto estavam no poder, os petistas chamavam a Rede Globo, os jornais "O Estado de S. Paulo" e "Folha de S.Paulo" e também a revista "Veja" de “PIG”: Partido da Imprensa Golpista.    Mas, felizmente, para a democracia brasileira, as ações do Lula e do PT para amordaçar a imprensa livre por meio das conferências nacionais de comunicação, lideradas pelo ministro da Comunicação Social de Lula, Franklin Martins, não foram bem-sucedidas.

Chamar os jornais de golpistas tornou-se ainda mais comum na cobertura da operação Lava Jato. Antes, durante e depois do impeachment de Dilma Rousseff, também, o PT se referia a esse processo como golpista. Ora, isso não é atentar contra as instituições?                                        Assim, qualquer veículo que denunciasse erros, esquemas de corrupção do PT ou fizesse qualquer crítica que desagradasse o partido poderia ser enquadrado como “jornalismo partidário”.                           Afinal, quem é que pode decidir o que os jornais podem publicar ou opinar? Ninguém, nem mesmo um presidente popular.

Outra coisa que os petistas gostariam de proibir é a propriedade cruzada dos veículos de comunicação. A propriedade cruzada, nesse caso, nada mais é do que quando um grupo empresarial ou família tem mais de um tipo de veículo de comunicação, como um jornal impresso, um canal de televisão ou uma estação de rádio.

Por mais que sejam positivas maior diversidade e concorrência entre os proprietários de mídia, essa diversificação deve ser natural, com redução de barreiras à entrada de novos concorrentes no mercado e mais liberdade econômica, jamais por restrições legais.                                Não deve vir de uma canetada de um político ou burocrata que acha que sabe o que é melhor para a sociedade e ameaça os negócios dos empreendedores da comunicação, como a vontade do PT tentou fazer. Se dependesse de Lula e seus aliados, a liberdade de expressão e de imprensa não seriam plenas no Brasil
Os modelos para eles são Cuba e Venezuela, onde não existem liberdade de expressão ou de imprensa.

Lula enfraqueceu o direito à propriedade privada
Outra atitude grave de Lula e do Partido dos Trabalhadores é continuar ao lado daqueles que querem acabar com os direitos de propriedade privada no Brasil, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Além de invadir e tomar para si propriedades rurais Brasil afora, o MST diz que o agronegócio é um “modelo de poder” que tem de ser “eliminado da face da Terra”. Apesar de tentar se apresentar como um democrata nestas eleições, Lula e seus colegas de chapa querem governar o Brasil junto do MST. E não há democracia sem o respeito à propriedade privada.

Durante os governos Lula e Dilma, do PT, o Brasil assistiu ao maior número de invasões às propriedades privadas e públicas da nossa história, como se alguns brasileiros não precisassem respeitar a lei e os direitos fundamentais de outras pessoas. 
E pior, muitos desses grupos de invasores receberam, direta ou indiretamente, verbas públicas. 
Mas, em uma democracia plena, não interessa o tamanho de sua conta bancária, nem do seu patrimônio, todos os cidadãos merecem ser protegidos pela Constituição Federal e pelas instituições democráticas. Ninguém pode tomar a propriedade de outra pessoa sem observar o devido processo legal e o contraditório. 
Se existe alguma insatisfação, isso deve ser questionado de acordo com a legislação, jamais fazendo invasões pelas próprias mãos.

Lula tentou impor uma economia de Estado
Embora Lula goste dos benefícios do “capitalismo”, ele minou a iniciativa privada tanto quanto pôde. Chama atenção que, em 2005, enquanto Lula era presidente do país, o BNDES derramou R$ 187,46 milhões na JBS para a empresa adquirir a Swift Armour S.A. Argentina.                          Mais R$ 1,13 bilhão foi despejado na JBS, em 2007, para a aquisição da Swift Foods Company nos Estados Unidos.

Posteriormente, mais repasses foram feitos (precisaríamos de um texto só sobre isso para entrar em mais detalhes), e, anos depois, Lula foi recompensado. Joesley Batista, um dos donos da JBS, revelou ter desembolsado mais de US$ 150 milhões em propinas em prol de Lula e Dilma, por meio de depósitos em contas no exterior. Não parece muito democrático que uma empresa elevada ao patamar das “campeãs nacionais” durante o governo de Lula tenha feito repasses astronômicos para ele e seu partido. Fora o claro conflito de interesses, isso seria enquadrado como corrupção e desvio de recursos públicos em qualquer país sério do mundo.

Isso sem falar da Oi, empresa de telecomunicações que também foi escolhida para ser uma campeã nacional de Lula e que se envolveu num escândalo com o próprio filho do ex-presidente, Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha. No fim de 2019, a operação Lava Jato revelou que uma parte do dinheiro da compra do famoso sítio de Atibaia seria proveniente de repasses suspeitos de mais de R$ 132 milhões da Oi para as empresas Gamecorp/Gol, que têm Lulinha entre os donos. Segundo o Ministério Público Federal, os R$ 132 milhões foram repassados entre 2004 e 2016, período que teve Lula e Dilma como presidentes. Já a Polícia Federal acredita que os repasses da Oi chegaram a R$ 193 milhões.

Essa prática de conceder recursos públicos em troca de benefícios partidários ou privados corrói a base do sistema democrático. Não existe democracia plena sem uma forte e independente economia de mercado. Quando o Estado tem o poder de escolher "campeões nacionais" e quando os dirigentes partidários e governantes se beneficiam dessas escolhas, em uma simbiose nefasta para a democracia, todos os cidadãos saem perdendo.

A economia de mercado é o sistema econômico mais democrático de todos, já que nenhum político ou burocrata consegue definir quem será o ganhador e quem será o perdedor. Não adianta ter conexões políticas, ser amigo de ministros e congressistas, quando as regras são gerais, impessoais e abstratas. É o consumidor quem decide quais empresas são campeãs, não o político que está no poder. A relação de Lula com um pequeno grupo de empreiteiros e empresários campeões se mostrou muito distante de ser uma prática democrática. Os malefícios para a democracia foram visíveis e foram expostos nas delações da Lava Jato.

A gestão Lula enfraqueceu a democracia representativa e a independência entre os Três Poderes
A gestão Lula também não respeitou dois princípios fundamentais da República brasileira: o princípio de que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos (Art. 1° da Constituição Federal, parágrafo único); e o princípio de separação entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário (Art. 2° da Constituição Federal). No esquema conhecido como "Mensalão", liderado de dentro do Palácio do Planalto, a gestão Lula comprou o apoio de parlamentares com uma mesada milionária. O Mensalão teve ampla cobertura da mídia entre 2005 a 2014 (ano em que o STF concluiu o julgamento do esquema, condenando diversos integrantes do governo Lula).

A iniciativa de comprar o Legislativo, ao invés de articular e negociar propostas com os parlamentares, como faria qualquer presidente em uma democracia plena, ataca frontalmente a democracia representativa, já que descaracteriza o voto e o próprio conceito de mandato popular. A transparência na relação entre os poderes é fundamental para permitir a fiscalização pela sociedade. Além disso, a compra sistemática de parlamentares mina a separação entre poderes, conceito básico e pilar de sustentação dos regimes democráticos.

E não só o poder Legislativo foi instrumentalizado por Lula. O Judiciário também foi alvo. Até março de 2010, o então presidente Lula havia indicado 52 dos 78 ministros da cúpula do Judiciário. E até o fim de seu último mandato, ele indicou oito ministros ao Supremo Tribunal Federal. Infelizmente, na escolha das indicações, Lula priorizou pessoas que haviam demonstrado alinhamento com pautas históricas do PT, algumas nem tão democráticas quanto à flexibilização da propriedade privada, a limitação da liberdade de expressão, a redução da liberdade econômica e a absolvição de "amigos" do partido.             Lula, inclusive, indicou um ministro que tinha sido advogado do PT e dele mesmo anteriormente, como se isso não configurasse conflito de interesses claro.

Lula não é solução para a democracia brasileira, é entrave
E apesar de ter um passado e um presente com atos e declarações não alinhados com as melhores práticas democráticas, ainda tem gente que acredita que a democracia brasileira estará melhor com Lula.     A chamada terceira via derrete no Brasil com candidatos e partidos que abrem mão do pleito em prol de Lula, supostamente, para salvar (?) a nossa democracia. Semana passada, o deputado federal André Janones (Avante-MG) desistiu de sua candidatura à Presidência da República para apoiar Lula.

Lula não é, e nunca foi, a salvação para a democracia brasileira!        As gestões do PT na Presidência da República, seja com Lula, seja com Dilma, enfraqueceram pilares fundamentais de sustentação da democracia, tais como: a democracia representativa, a separação entre poderes, a independência do Poder Judiciário, a propriedade privada, a legítima defesa, a liberdade de expressão e de imprensa, a iniciativa privada, a liberdade econômica e a economia de mercado.

Em que pese ainda não exista um sistema melhor para permitir a prosperidade e o desenvolvimento humano, isto não significa que a democracia seja um sistema sem defeitos ou desvantagens. Evidentemente, temos muito a melhorar, mas Lula e o PT, certamente, não são as opções que podem fortalecer a democracia brasileira. E os atos deles demonstram muito mais do que as palavras.

Sem dúvida, todos nós somos livres para votar em quem quisermos, entretanto, não sejamos incoerentes e inconsistentes de espalhar a fake news de que votar em Lula significa salvar a democracia brasileira. Os dados e evidências não suportam essa afirmação. Essa alternativa já foi testada e se mostrou equivocada.

As gestões de Lula e Dilma enfraqueceram direitos individuais fundamentais. 
Além disso, a própria credibilidade na democracia diminuiu muito. Por outro lado, o poder de grupos de interesses, como o do próprio PT, e de outros grupos ideologicamente alinhados com o governo (MST, CUT, sindicatos etc) cresceu desproporcionalmente. 
O Brasil não pode repetir o mesmo erro e eleger Lula, principalmente se quiser ser um país mais democrático. 
O compromisso com a democracia não depende de belas declarações, mas de ações concretas que possam fortalecer cada um dos pilares de sustentação de um regime verdadeiramente democrático.

Paulo Uebel, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

domingo, 23 de janeiro de 2022

A reservada Rosa Weber chega à presidência do STF e já causa apreensão no governo - O Globo

Naira Trindade
 
Rosa Weber e Bolsonaro com o diploma de presidente

O fato, porém, já causa certa apreensão no entorno de Jair Bolsonaro, que lembra do discurso duro da ministra durante a diplomação dele como presidente em 2018, quando ela ocupava a presidência do TSE. Na ocasião, para o constrangimento de Bolsonaro, Rosa Weber afirmou: — A democracia é também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, (...) sem que a vontade da maioria, cuja legitimidade não se contesta, busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários, muito menos tolher ou comprometer os direitos constitucionalmente assegurados.

Naira Trindade -  Blog Lauro Jardim - O Globo


domingo, 17 de junho de 2018

Que tal fazer turismo na Coreia do Norte?

A ditadura de Kim Jong-un quer aumentar de 20.000 para 1 milhão o número turistas estrangeiros por ano no país

O governo do país mais fechado do mundo aposta, ironicamente, no turismo para atrair moeda forte. As lojas estatais da Coreia do Norte que atendem turistas aceitam yuans (o dinheiro chinês), dólares e euros. Os funcionários já sabem as taxas de conversão de cabeça e dão troco em moeda estrangeira. Vinte agências estatais fazem a recepção dos turistas estrangeiros e os tours. A maior delas tem oitenta funcionários.

Sete hotéis recebem os estrangeiros em Pyongyang. Para a produção da reportagem de capa desta semana, VEJA ficou no Yanggakdo (“Chifre de Carneiro”), o maior e mais “luxuoso” deles, que equivaleria a um três estrelas no Brasil. Lá o estudante americano Otto Warmbier, de 23 anos, que visitava o país como turista, foi acusado de “invadir” um andar reservado aos norte-coreanos e “roubar” um cartaz de propaganda do partido, em janeiro de 2016. Condenado a 15 anos de prisão e trabalhos forçados, ele foi torturado até entrar em coma e repatriado em junho de 2017 para os Estados Unidos, onde morreu em seguida.

A história não é um grande incentivo ao turismo, mas o governo estabeleceu a meta de aumentar de 20.000 para 1 milhão o número de visitantes estrangeiros por ano. Para isso, está terminando a construção de um arranha-céus de aço e vidro, com 105 andares, que será o Hotel Ryugyong (“Salgueiro”).

Dos atuais turistas, 90% são chineses. Os restantes são na maioria alemães, franceses, australianos e japoneses. O regime tenta equilibrar a necessidade de atrair moedas fortes com a de evitar que os estrangeiros entrem no país (ou saiam dele) com informações “perniciosas”. Ao comprar os pacotes, os turistas são avisados de que não podem levar teleobjetivas (lentes fotográficas de aproximação), publicações, símbolos americanos e qualquer conteúdo que possa ser considerado ameaçador.

É proibido fazer imagens de militares e desaconselhável fotografar pessoas de perto. Os motoristas dos ônibus se recusam a parar durante os percursos do hotel aos pontos turísticos. Pedidos para caminhar nas ruas, mesmo trajetos curtos com os guias, são recebidos com suspeição. Árvores grandes foram plantadas na beira das estradas para evitar o registro de cenas de trabalhadores rurais trabalhando com as mãos nuas, ferramentas rudimentares ou tratores obsoletos.

Na saída do país, os policiais verificam as imagens nas câmeras, computadores, cartões de memória, pen drives e discos rígidos de todos os estrangeiros. O que lhes parecer impróprio é apagado. A inspeção é mais rigorosa no aeroporto. Na estação de trem de Sinuiji, na fronteira com a China, o foco maior é nas mercadorias. Fica a dica.

Veja 
  

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Dinastia Kim não perdoa traidores nem desafetos na Coreia do Norte



Família governa país desde sua fundação em 1948 e até parentes são executados



Seul - A dinastia Kim, governante da Coreia do Norte desde sua fundação, é tão onipotente no país como misteriosa e cheia dos vazios deixados por familiares executados ou caídos em desgraça.  O atual líder supremo, Kim Jong-un, o terceiro governante e de 34 anos, já está há seis no poder. Mas neste tempo demonstrou ser tão implacável com como seus antecessores: para fortalecer-se no poder, não duvidou em ordenar a execução do marido da tia, Jang Song-thaek. Seu meio-irmão mais velho Kim Jong-nam foi assassinado em fevereiro de 2017 na Malásia, entre rumores de que o ditador o percebia como uma potencial ameaça.


Seu avô, Kim Il-sung, com quem se assemelha fisicamente e com quem tenta parecer-se cada vez mais em comportamento e aspecto para acrescentar popularidade, foi o líder escolhido pela União Soviética para fundar o Estado há 70 anos.  Até sua morte em 1994, o Eterno Líder assentou as bases de um país de linhas stalinistas, quase isolado do resto do mundo e onde o culto à personalidade se transformou numa religião.

Ao fundador da dinastia sucedeu seu filho Kim Jong-il, que logo demonstrou que seria um governante tão impiedoso como o pai, e muito mais excêntrico. Durante sua época ocorreria uma das grandes catástrofes da curta História deste país: a fome, em que morreram centenas de milhares de pessoas. Da vida deste amante do cinema e diretor frustrado se desconhecem com exatidão muitos detalhes, como o número de suas consortes. Mas foi Ko Young-hui, uma atriz nascida no Japão de pai coreano e mãe japonesa que foi a primeira-dama “de fato”. A mãe de Kim Jong-un e Kim Yo-jong deu ao Querido Líder outro filho, Kim Jong-chol. O primogênito, e herdeiro aparente durante anos, foi descartado pelo pai, que o considerava “demasiado afeminado”. Jong-chol é, segundo contaram desertores, um bom guitarrista e gosta de Eric Clapton.

Kim Kyong-hui, a irmã do Querido Líder, teve enorme influência em seu governo e apoiou a ascensão do sobrinho Kim Jong-un ao poder. Mas a execução de seu marido, Jang Song-thaek entre rumores de que planejava um golpe de Estado a mantém retirada da política desde 2013.

Uma sorte parecida teve Kim Jong-nam, morto no aeroporto de Kuala Lumpur depois que duas jovens jogaram em seu rosto um produto que os médicos identificaram como agente V, uma arma química. Esta “ovelha negra” do regime foi, a seu momento, o herdeiro presuntivo do pai, antes de cair em desgraça por causa de uma viagem ao Japão e ser enviado ao exílio.
Muito menos perigo corre Kim Yo-jong, a primeira-irmã do regime e grande confidente de seu irmão, junto ao qual apareceu em numerosas ocasiões.

O Globo