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domingo, 7 de janeiro de 2018

O governo petista usava e abusava dos cartões corporativos - Lula torrou um total de R$ 80 milhões com o cartão corporativo

A farra acabou

O governo petista usava e abusava dos cartões corporativos: ministros se valeram da benesse até para compras em free-shops e tapiocas. Agora, o presidente Temer reduz o gasto à metade

Nos governos Lula e Dilma o uso de cartões corporativos constituiu uma verdadeira mamata. O abuso durante as gestões petistas foi tanto que chamou a atenção dos órgão de controle. O Tribunal de Contas, o Ministério Público e uma CPI mista da Câmara e do Senado detectaram desvios generalizados no uso do benefício. O quadro mudou da água para o vinho. Em 2017, foi alcançado o menor nível de gastos com cartões corporativos em mais de dez anos. O ano fechou com despesa de R$ 43,4 milhões, quase a metade do que foi gasto em 2010, último ano do governo Lula.

Naquele ano, a maracutaia dos cartões corporativos atingiu seu ápice: R$ 80.079.782,60. À época, pelo menos 9.761 servidores federais tinham direito aos cartões. O gasto anual médio era de R$ 4.925. Até os seguranças da filha do presidente, Lurian Lula da Silva, tinham os cartões corporativos e registraram gastos com a compra de autopeças e material de construção. Com Dilma, os gastos foram de R$ 56 milhões a 64 milhões, entre 2011 a 2015. Somente em 2016 as despesas começaram a recuar (Dilma deixou o governo no meio desse ano), até baixarem para R$ 43 milhões em 2017. O presidente Michel Temer não só reduziu as despesas com cartão, como diminuiu a quantidade de servidores que possuem a regalia. Hoje, são 5.910 usuários, que gastam, em média, R$ 4.673 por ano.

O cartão corporativo foi criado em 2001 pelo presidente Fernando Henrique. A ideia era facilitar a transparência de gastos. Os cartões deveriam ser usados em pequenos gastos urgentes, ligados a obras e serviços. Porém, os pagamentos tornaram-se uma verdadeira caixa preta. Apenas parte dos dados está disponível no Portal da Transparência. Outra parte fica em sigilo sob a justificativa de “garantir a segurança da sociedade e do Estado”. São gastos referentes à Presidência da República. Por exemplo, dos R$ 80 milhões gastos com os cartões em 2010 no governo Lula, quase a metade (R$ 32 milhões) permanece em segredo até hoje.
Tapioca do ministro
De 2004 a 2017, segundo o Portal da Transparência, os gastos com os cartões somaram R$ 748.615.060.74 – média de R$ 53,4 milhões por ano. Mas foi a partir do segundo mandato de Lula que os pagamentos explodiram. Em 2006, ano de sua reeleição, foram gastos R$ 33,3 milhões. No ano seguinte, o valor mais que dobrou e saltou para R$ 76,2 milhões. O recorde levou à criação, no início de 2008, de uma CPMI dos Cartões Corporativos. Vieram à tona denúncias de que ministros usavam o cartão para despesas pessoais. A então ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, foi acusada de usar o cartão em restaurantes e free-shops. Somente com locação de carros, ela gastou R$ 121,9 mil. O então ministro dos Esportes, Orlando Silva, chegou a usar o cartão para pagar despesas com tapioca.

A CPI descobriu que Erenice Guerra, braço-direito de Dilma Rousseff (na época ministra-chefe da Casa Civil), teria criado um dossiê com gastos de Fernando Henrique e sua esposa, Ruth Cardoso, para tentar intimidar parlamentares tucanos na CPMI. Somente depois desse escândalo é que Lula publicou um decreto com normas mais rígidas para o uso dos cartões, proibindo, por exemplo, saques em dinheiro, compra de passagens aéreas e diárias para servidores. Mas a gastança nunca teve limites.

Tábata Viapiana  - IstoÉ
 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Caso Lina Vieira: governo lulo petista ocultou provas e obstruiu a Justiça

O motivo do sumiço das câmeras do Planalto tem nome: Lina Vieira

A entrevista do general Etchegoyen informa que o governo lulopetista ocultou provas e obstruiu a Justiça 

 Lina Vieira (veja.com/AFP)

As incontáveis abjeções produzidas pela usina fora-da-lei que funcionou no Planalto por mais de 13 anos não cabem no noticiário jornalístico, tampouco na memória dos brasileiros. O escândalo da vez não fica na vitrine mais que algumas horas. É muita bandalheira para pouco espaço. É muita pauta para pouco repórter. É delinquência demais para um país só. É tanta obscenidade que, nesta segunda década do século 21, o que houve na primeira parece anterior ao Velho Testamento. Isso ajuda a explicar a curta escala nas manchetes feitas pelo sumiço das câmeras de vigilância do Planalto, assombro divulgado em entrevista a VEJA pelo general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

A remoção dos aparelhos ocorreu no segundo semestre de 2009, informou Etchegoyen. Se tivesse consultado os jornais da época, teria descoberto que o motivo da remoção dos aparelhos teve (e tem) nome e sobrenome: Lina Vieira, secretária da Receita Federal afastada do cargo em agosto daquele ano. Entre a história protagonizada por ela e a entrevista do chefe do GSI passaram-se apenas sete anos ─ e no entanto o resgate do caso parece coisa de arqueologista. Aos fatos. Em 9 de agosto de 2009, numa entrevista à Folha, Lina Vieira fez revelações que escancaram a causa da sua substituição. Fora demitida por honestidade.

Estava marcada para morrer desde o fim de 2008, quando fez de conta que não entendeu a ordem transmitida por Dilma Rousseff, então chefe da Casa Civil, numa reunião clandestina ocorrida no Planalto: “agilizar”a auditoria em curso nas empresas da família do ex-presidente José Sarney. Em linguagem de gente, deveria encerrar o quanto antes as investigações, engavetar a encrenca e deixar em paz os poderosos pilantras. Dilma poderia alegar que não dissera o que disse. Como serial killers da verdade primeiro mentem para só depois pensarem em álibis menos mambembes, resolveu afirmar que a conversa nunca existiu.

Lina pulverizou a opção pelo cinismo com uma saraivada de minúcias contundentes. Contou que o convite para a reunião foi feito pessoalmente por Erenice Guerra, braço-direito, melhor amiga de Dilma e gatuna ainda sem ficha policial. Como confirmou Iraneth Weiler, chefe de gabinete da secretária da Receita, Erenice apareceu por lá para combinar a data e o horário da reunião. Também queria deixar claro que, por ser sigiloso, o encontro não deveria constar das agendas oficiais. ” Em depoimento no Senado, descreveu a cena do crime, detalhou o figurino usado pela protetora da Famiglia Sarney e reproduziu o diálogo constrangedor.

“Foi uma conversa muito rápida, não durou dez minutos”, resumiu. “Falamos sobre algumas amenidades e, então, Dilma me perguntou se eu podia agilizar a fiscalização do filho de Sarney”. No fecho do depoimento, repetiu a frase com que o abrira: “A mentira não faz parte da minha biografia”. As informações que fornecera permitiriam a qualquer investigador de chanchada esclarecer a delinquência em poucas horas. Mas Franklin Martins, ministro da Propaganda de Lula, achou pouco. “O ônus da prova cabe ao acusador”, declamou. “Cadê as provas?”.

Estão no Palácio do Planalto, reiterou Lina. Como dissera durante a inquisição dos senadores, ela chegou sozinha para o encontro noturno, teve a placa do carro anotada ao entrar pela garagem, passou pelo detector de metais, deixou o nome na portaria, subiu pelo elevador, esperou na sala ao lado de duas pessoas e caminhou pelo andar. “É só requisitar as filmagens”, sugeriu. “Não sou invisível. Não sou fantasma”. Logo se soube que, no sistema de segurança instalado no coração do poder, todo mundo virava fantasma um mês depois de capturada por alguma câmera. Numa espantosa nota oficial, o bando fantasiado de governo confessou que as imagens eram guardadas por 31 dias.

Haviam sido destruídas, portanto, as cenas do entra-e-sai de outubro e novembro de 2008, entre as quais as que documentaram as andanças de Lina Vieira. E os registros na garagem? Esses nunca existiram. Como o serviço de segurança à brasileira confia na palavra dos visitantes, tanto as placas dos carros oficiais quanto a identidade de quem zanza por ali não são registradas em papéis ou computadores. O porteiro limita-se a perguntar ao motorista se há uma autoridade a bordo. Assim, o governo não tinha como atender às interpelações de parlamentares oposicionistas.

Conversa de 171. Acobertados pela mentira, os sherloques a serviço da bandidagem destruíram as gravações. A ex-presidente fantasiada de mulher honrada enquadrou-se, sempre em parceria com Lula, nos crimes de ocultação de provas e obstrução da Justiça. As câmeras foram escondidas em lugar incerto e não sabido. Nunca mais deram as caras no palácio. Nos sete anos seguintes, os quadrilheiros com direito a foro privilegiado agiram com a desenvoltura de quem se livrara até daquele simulacro de esquema de vigilância. Deu no que deu.

Fonte: Blog do Augusto Nunes - VEJA
 

sábado, 24 de setembro de 2016

Afundou o país e foi a praia

Progressistas de butique não se importam que as bandeiras de esquerda tenham sido usadas para roubar o país

Não há PowerPoint que consiga explicar a pedalada de Dilma Rousseff na Praia de Ipanema. Tranquila, sem contratempos, ela foi até o Leblon e voltou. Numa boa. No dia seguinte, seu ex-ministro da Fazenda foi preso. Como a torcida do Flamengo já sabia, Guido Mantega era mais um despachante da companhia.

Vejam como a senhora das pedaladas é honesta, conforme um pedação do Brasil adora acreditar: Mantega, Paulo Bernardo, Fernando Pimentel, Gleisi Hoffmann, André Vargas, Erenice Guerra, João Vaccari... Chega. Já sabemos que a cada enxadada corresponde uma minhoca.

Todo o estado-maior de Dilma, e o menor também, está enrolado com a polícia. E ela está na praia. Com a saga de Guido Mantega no governo popular — que vai sendo revelada pela mulher do marqueteiro, por Eike Batista e outros inocentes torturados pela Lava-Jato, o farol de Curitiba começa a apontar para as catacumbas do BNDES.


As negociatas de Fernando Pimentel, amigo de Dilma e governador de Minas (nesta ordem), somadas às tramas de Lula com suas empreiteiras de estimação, já indicavam que as paredes do gigantesco banco público têm muito a contar. Agora vai. Mantega foi um dos peões de Dilma no colossal esquema da contabilidade criativa, que o Brasil só notou quando foi apelidado de pedalada, e mesmo assim não acha muita graça.

É um enredo impressionante envolvendo BNDES, Tesouro, Caixa e Banco do Brasil, para esconder déficits e liberar dinheiro público para os companheiros torrarem em suas olimpíadas eleitorais. Isso aconteceu por mais de uma década, e foi um par de flagrantes desse assalto que despachou a presidenta mulher para Ipanema — o famoso golpe.
Se Lula é o sol do PowerPoint, Dilma é, no mínimo, a lua. Guido Mantega deu sequência às obras dela na presidência do Conselho de Administração da Petrobras, sob o qual foi montado e executado, nos últimos 13 anos, o maior esquema de corrupção da República — se é que há algo de republicano nesse populismo letal.

A literatura obscena da Lava-Jato, e em especial a denúncia do Ministério Público contra Lula (que o Brasil não leu, porque é muito longa), mostra tudo. Lula e Dilma cultivaram os ladrões camaradas nos postos-chave para manter a dinheirama irrigando os cofres partidários. Mas Dilma diz que não tem conta na Suíça como Eduardo Cunha.
Vamos esclarecer as coisas: Eduardo Cunha é um mendigo perto do esquema bilionário que sustenta Dilma, a mulher honesta. O que também sustenta Dilma, e todos os delinquentes do bem, é a ação corajosa dos progressistas de butique. Eles não se importam que as bandeiras de esquerda tenham sido usadas para roubar o país.

O papo do golpe é uma mão na roda: Dilma, a revolucionária, foi massacrada pelos velhos corruptos do PMDB. Todos sabem que estes viraram ladrões de galinha diante da ópera petista, mas lenda é lenda. Ser contra o golpe dá direito a ser contra a ditadura militar, a violência policial, o racismo e o nazismo. É um pacote e tanto.  Também dá direito a ir à posse de Cármen Lúcia no Supremo Tribunal Federal — o mesmo STF que presidiu o impeachment de Dilma. Deu para entender? Vários heróis da resistência democrática contra o golpe foram lá, pessoalmente, festejar a nova presidente da corte golpista. Contando, ninguém acredita.

Teve até show de MPB — a mesma que ouviu da própria Cármen Lúcia o famoso “cala a boca já morreu”, contra aquele projeto obscurantista de censurar biografias. Alguém já disse que é proibido proibir. Mas debochar da plateia está liberado. Nem é bom citar esses acrobatas da ideologia. Vários deles são artistas sensacionais, que colorem a vida nacional.
Melhor esperar que desembarquem de suas canoas furadas a tempo, e parem de alimentar essa mística vagabunda — porque, atenção, comprar o barulho do governo destituído e seus genéricos não tem nada a ver com ser de esquerda. Ao contrário: além de destruir a economia popular, essa gangue fraudou as bandeiras da esquerda.

Adaptando Millôr: desumanizaram o humanismo. Foi uma dessas turminhas de humanistas desumanos que hostilizou uma jornalista de TV com seu bebê de 1 ano numa calçada da Gávea. São jovens simpatizantes de um desses candidatos bonzinhos que incentivam a porrada. Eles são contra o sistema (seja lá o que isso signifique) e contra a mídia burguesa.

Assim morreu o cinegrafista Santiago Andrade. No dia 2 de outubro, os cafetões da criançada ignara vão às urnas buscar seus votos progressistas. Os heróis da resistência ocuparam o Canecão. Ótima ideia. Melhor ainda se tivesse sido executada há quase dez anos, quando o PT fechou esse templo da música — fingindo que estava defendendo a universidade pública de empresários gananciosos.

Onde estavam vocês quando aconteceu esse golpe hipócrita contra a arte? Vamos falar a verdade, queridos cavaleiros da bondade. Antes que a praia vire passarela de quem devia estar vendo o sol nascer quadrado.
Dilma pedala na ciclovia do Leblon (Foto: Leitor O Globo)Dilma pedala na ciclovia do Leblon (Foto: Leitor O Globo)
 
Fonte: Guilherme Fiuza,  jornalista

domingo, 31 de julho de 2016

Dilma, através da estrutura criminosa do seu governo,institucionalizou a corrupção no Brasil

A estrutura criminosa do governo Dilma

Lava Jato e outras investigações da Polícia Federal e do Ministério Público mostram como a presidente afastada institucionalizou a corrupção no governo federal e envolvem mais de vinte ex-ministros com desvios de dinheiro público, achaque a empresas e ameaças a testemunhas

Há exatamente um ano, em despacho redigido em um dos processos que tem como réu o ex-ministro José Dirceu, o juiz Sérgio Moro escreveu que o País passou a vivenciar um quadro de corrupção sistêmica sob o comando do PT. Na ocasião, muitos analistas políticos e observadores das entranhas do Judiciário trataram o alerta do magistrado responsável pela Lava Jato como alarmista. Hoje, não há quem discorde de Moro. 

Depois de dois anos de investigações em diversas operações da Polícia Federal e de mais de 70 delações premiadas, fica evidente que as gestões petistas transformaram o governo federal em uma verdadeira e organizada estrutura de corrupção. Praticamente todos os ministros de Dilma Rousseff estão envolvidos em desvios de dinheiro público. Desde aqueles que ocuparam gabinetes no Palácio do Planalto até os mais distantes. “A corrupção que o PT promoveu foi uma corrupção institucional, não foi dispersa nem com indivíduos participando isoladamente”, afirma o professor Álvaro Guedes, especialista em administração pública da Unesp. “Pessoas foram escolhidas a dedo para estar em posições estratégicas e promover o desvio de dinheiro”, conclui o professor.

Um estado dominado

Um dos expoentes desses “escolhidos a dedo” é Paulo Bernardo, ex-ministro das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na semana passada, ele foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil. A PF diz ter provas suficientes para assegurar que Bernardo, enquanto esteve no governo, participou de organização criminosa e praticou crime de corrupção passiva. No mês passado, ele foi preso após a polícia constatar que havia recebido R$ 7,1 milhões desviados de uma fraude no crédito consignado que cobrava uma taxa superfaturada dos servidores federais que se encontravam endividados.  

Paulo Bernardo é casado com a senadora petista Gleisi Hoffmann, uma das líderes da tropa de choque de Dilma no Senado, ex-ministra da Casa Civil e também acusada de receber propinas do Petrolão. Gleisi só não foi presa junto com o marido graças ao foro privilegiado. O casal sempre teve livre trânsito no gabinete e na residência oficial da presidente afastada. No mesmo esquema que lesou milhares de funcionários públicos, está o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, aquele que costumava levar Dilma para passeios de moto aos domingos. Ainda na semana passada, Edinho Silva, outro ex-ministro íntimo da presidente afastada, viu-se diante de novas provas que o envolvem em corrupção e achaque contra empresários que tinham contratos com o governo. 

Ele, que já era investigado por intermediar, a pedido de Dilma, R$ 12 milhões da Odebrecht para o caixa dois da campanha da petista em 2014, desta vez foi alvejado por investigação promovida pelo TSE. Peritos descobriram que uma empresa pertencente a um ex-assessor de Edinho recebeu R$ 4,8 milhões da campanha de Dilma para serviços que não consegue comprovar. Em um de seus despachos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que prometer facilidades na liberação de obras às grandes empreiteiras em troca de recursos para o PT era uma medida habitual de Edinho, que antes de ocupar o ministério foi tesoureiro da campanha da reeleição.

Crimes sob encomenda

Outros ex-ministros próximos à presidente afastada também agiam dentro da organização criminosa. São os casos de Fernando Pimentel, Jaques Wagner, Giles Azevedo, Ricardo Berzoini, entre outros. O Ministério Público investiga ainda amigos da presidente afastada que não ocuparam cargos no primeiro escalão de sua gestão, mas comandaram setores estratégicos do governo, como Valter Cardeal e Erenice Guerra. 

O primeiro foi diretor da Eletrobrás e é acusado de ter se beneficiado com propinas nas obras de Angra 3. Erenice, uma das principais auxiliares de Dilma e ex-ministra de Lula, é investigada por ter recebido R$ 45 milhões desviados das obras de Belo Monte. Como quadrilha organizada, expressão que costuma ser usada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, ao se referir às gestões petistas, a estrutura criminosa instalada no governo Dilma também locupletou os ministros que chegaram à esplanada por indicação dos partidos aliados (leia quadro na p[ág. 37). “O PT unificou diversas quadrilhas que agiam em setores diferentes”, diz Paulo Kramer, analista e professor da Universidade de Brasília. “O partido deu um comando central à corrupção, decidia quem entraria para o esquema de poder”, complementa.

Fonte: Isto É  

http://istoe.com.br/estrutura-criminosa-do-governo-dilma/ 

 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Delação fatal


O que Otávio Azevedo falou é motivo para a saída de um presidente em qualquer democracia

Algum petista precisa convencer a presidente Dilma Rousseff a apoiar os trabalhos da Câmara nos fins de semana, sábados, domingos e feriados, para acelerar a votação do processo de impeachment. Dilma, apresse tudo por seu próprio bem.

Porque, a cada semana, a cada depoimento que ganha a luz do dia, sua permanência no Palácio do Planalto fica mais insustentável. Não tem encanador no mundo que dê jeito nos vazamentos desse esgoto de propinas. No seriado “Executivos contra o Executivo”, o conteúdo das denúncias é assombroso.

Vamos esquecer que este é um mau governo – uma constatação de eleitores de todas as classes sociais e todos os matizes ideológicos. Dilma jogou o Brasil numa crise sem tamanho. Um Brasil que ficou tão menor sob sua incompetência e irresponsabilidade fiscal. Um Brasil que só aumenta os gastos públicos, mete a mão na arrecadação de impostos e condena a população à inadimplência.

Vamos esquecer sua falta de liderança, atestada por políticos de todos os partidos, entre eles o PT. Vamos esquecer a alta da inflação e do desemprego. Vamos esquecer que, ainda hoje, com o país no abismo, Dilma negocia, em troca de votos de qualquer picareta, as Pastas de Educação e Saúde, como se fossem legumes na xepa ou moedas de cara ou coroa – só para se manter no poder. E que se dane o povo nas filas de escolas e hospitais, refém de epidemias graves e indicadores educacionais vergonhosos.

Vamos esquecer as pedaladas fiscais, manobras que sempre existiram, mas que dispararam com Dilma e chegaram a R$ 72 bilhões – pedaladas para financiar projetos do governo, pintar de rosa a realidade e ganhar a reeleição com base em grossas mentiras. Esses bilhões foram ressarcidos aos bancos públicos no último dia útil de 2015, com o governo já acossado por denúncias de ilegalidade.

Vamos esquecer as delações anteriores, de seu ex-líder na Câmara Delcídio do Amaral ou de operadores e presidentes de empresas, todos admitindo participar de uma rede de obras superfaturadas e do movimento de fortunas para beneficiar seu governo. Vamos esquecer até as críticas de Lula a seu estilo autoritário, Dilma, com socos na mesa e palavrões. Um estilo agora substituído por um sorrisinho debochado com chiclete e por comícios seletivos no Palácio do Planalto, com claque garantida.

Vamos esquecer o caos e nos ate à última delação, de Otávio Azevedo, ex-presidente da segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez. O executivo diz ter pago, com outras construtoras, R$ 150 milhões em propinas disfarçadas de doações eleitorais para o PT e o PMDB, repartidos igualmente, para ganhar o contrato da usina de Belo Monte.
Quem ganhou a “concorrência” acabou sendo o amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, com um consórcio de empresas formado às pressas. A amiga de Dilma, Erenice Guerra, calou as queixas de Otávio Azevedo, prometendo a ele que Bumlai contrataria a Andrade Gutierrez para executar a obra. E assim foi. Se não me engano, isso se chama “quadrilha”.

O executivo Otávio Azevedo também declarou ter sido intimado pelo tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 e atual ministro da Secretaria da Comunicação Social, Edinho Silva, a doar dinheiro para a reeleição da presidente. Otávio argumentou que já tinha pago a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, hoje preso na Lava Jato. E que não poderia fazer a mesma doação novamente. As partes teriam então chegado a um acordo de doação de R$ 20 milhões. Doação registrada legalmente, mas que, segundo Otávio Azevedo, seria originária de propina de obras superfaturadas da Petrobras e obras das usinas de Angra 3 e Belo Monte, além do Complexo Petroquímico do Rio, o Comperj.

A delação de Otávio Azevedo não livra a cara do PMDB nem do PSDB, cujo candidato à Presidência, Aécio Neves, também recebeu doações da empreiteira. Segundo o depoimento, em 2009, R$ 600 mil em dinheiro vivo foram entregues ao ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do PMDB. A delação também envolve o economista Delfim Netto, que teria recebido, segundo executivos da empreiteira, R$ 15 milhões de propina em 2010.

Caso essa delação seja verdadeira, o que Otávio Azevedo falou é, por si só, motivo para a saída de um presidente ou de um primeiro-ministro em qualquer democracia civilizada. Causa espanto que Dilma se indigne não contra o conteúdo da delação, mas contra “os vazamentos seletivos” que favorecem “o golpe”. Causa espanto que o Partido dos Trabalhadores refute a última delação não em tom de revolta contra invenções absurdas, mas contra o que o PT chamou de “ilações”. Fraco.

Todos os acusados negam malfeitos. Mas não acreditamos mais. Precisamos passar o Brasil a limpo. E isso significa punir todos os bandidos, a torto e a direito, sem apegos a siglas, mas aos fatos.

Fonte: Época - Ruth de Aquino

sábado, 12 de março de 2016

O esquema Erenice - a fiel escudeira de Dilma

Como a ex-ministra da Casa Civil e fiel escudeira de Dilma operou em Belo Monte, ao lado de Palocci e Silas Rondeau, um propinoduto de R$ 45 milhões para abastecer as campanhas eleitorais de 2010 e 2014

Além de fornecer um dossiê explosivo sobre as tentativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para tentar barrar as investigações da operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), revela, em acordo de delação premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9. 

Segundo o senador, um “triunvirato”, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff. “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores.
 
Denúncias sobre corrupção nas obras de Belo Monte já haviam sido feitas por outros delatores, mas é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação. A delação feita por Delcídio leva as investigações sobre o propinoduto petista nos setores de energia e de infraestrutura para as antessalas do gabinete presidencial. Desde 2003, Erenice é tida como uma escudeira da presidente Dilma e mesmo após deixar o governo, sob a acusação de favorecer lobistas ligados a seu filho, permanece como uma das poucas interlocutoras de Dilma. 
 
Depois de homologada pelo STF, a delação de Delcídio deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e engrossar o processo que pede a cassação da presidente. Os relatos feitos pelo senador mostram que a operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte foi complexa e contínua. Começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a empreitada, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, quando a Lava Jato já estava em andamento. Tida como obra prioritária do governo e carro chefe do PACo, Belo Monte era acompanhado de perto pela chefia da Casa Civil, onde estavam Dilma, então ministra, e Erenice Guerra, secretária executiva. 
 
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia), Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato. Em sua delação, o senador explica que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis como da compra de equipamentos. “Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição”, revelou o senador. 
 
Ele afirmou que as obras civis consumiram cerca de R$ 19 bilhões e a compra de equipamentos chegou a R$ 4,5 bilhões. De acordo com os relatos feitos pelo ex-líder do governo, em todas as etapas do processo houve superfaturamento. Entre os procuradores que já tomaram conhecimento da delação de Delcídio há a convicção de que Erenice era a principal operadora do triunvirato, uma vez que antes de assumir o cargo na Casa Civil trabalhou, ao lado de Dilma, no Ministério de Minas e Energia, responsável pelas obras da usina.
 
Delcídio afirmou que o triunvirato de Erenice começou de fato a operar três dias antes da data marcada para o leilão que escolheria o consórcio responsável pelas obras. O grupo formado pelas maiores empresas de engenharia do País desistiu da disputa. “Em algumas horas foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada”, afirmou o senador. Entre essas empresas estão a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern, JMalucelli, Gaia Engenharia, Cetenco, Mendes Jr Trading Engenharia e Serveng-Civilsan. 
 
“Alguns meses depois da realização do certame, várias empresas que não bidaran (não participaram no leilão) Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviço as empresas do consórcio vencedor”, relatou Delcídio. Com essa operação, as maiores empreiteiras do País passaram a mandar na construção sem se submeterem às regras impostas nas licitações convencionais. O ex-líder do governo no Senado afirmou aos procuradores da Lava Jato que durante as campanhas eleitorais aumentava o valor das propinas e que para isso as empresas recorriam a “claims”, instrumento usado para readequar valores de contratos. 
 
“Os acordos com relação aos claims eram uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas”, explicou Delcídio. O senador destacou ainda a existência de várias ilicitudes envolvendo o fornecimento de equipamentos para a usina de Belo Monte. De acordo com ele, houve uma enorme disputa entre fornecedores chineses, patrocinados por José Carlos Bumlai (o pecuarista amigo do ex-presidente Lula), e fabricantes nacionais, entre eles Alston, Siemens, IMPSA e IESA. “O triunvirato agiu rapidamente definindo os nacionais como fornecedores, tudo na busca da contrapartida, revelada nas contribuições de campanha”, denunciou Delcídio. 
 
Erenice Guerra e Palocci, disse o ex-líder do governo no Senado, tiveram papel fundamental nessa definição. Pelo lado das empresas, segundo Delcídio, o principal negociador de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Na semana passada, ISTOÉ apurou que Barra já prestou depoimento de delação premiada e mencionou o propinoduto em Belo Monte. O nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi rapidamente citado por Delcídio aos procuradores. Ele afirmou que o governador exerceu influência direta em favor da IMPSA, mas não atribuiu a ele nenhuma pratica criminosa. 
 
Ainda sobre dinheiro irregular na campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido com exclusividade por ISTOÉ na quarta-feria 9, o ex-líder do governo no Senado afirma que o atual ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma em 2014 trabalhou para “esquentar” recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, “para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS”, revelou o senador. 
 
Zilmar Fernandes foi sócia do publicitário Duda Mendonça e já esteve envolvida no escândalo do Mensalão. O laboratório EMS é investigado pela Lava Jato por manter parceria com o doleiro Alberto Youssef. Os investigadores também apuram o pagamento de uma suposta consultoria de R$ 8 milhões que o laboratório teria contratado do ex-ministro José Dirceu. Delcídio disse que as faturas foram emitidas contra o laboratório, mas que os pagamentos não foram realizados. “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”, afirmou o senador. 
 
Por fim, ele disse acreditar que a mesma situação pode ter ocorrido com outros candidatos a governador. Ao finalizar sua delação, o ex-líder do governo no Senado, apontou para a força-tarefa da Lava Jato que laboratórios e planos de saúde, em troca de indicações para cargos na ANS e na Anvisa, têm despertado grande atenção dos políticos quando são discutidos os caminhos para a arrecadação de recursos. Por outras vias, os procuradores da Lava Jato já estavam trilhando por esse caminho.
 

http://www.istoe.com.br/reportagens/448524_O+ESQUEMA+ERENICE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
 
Créditos das fotos destas matérias: Marcelo Camargo/Agência Brasil; Junior Pinheiro/Photo Press/Folhapress; Andre Dusek/AE


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Dilma foi cúmplice, no mínimo por omissão, na venda de Medidas Provisórias - mesma conduta que adotou na compra da refinaria de Pasadena

Dilma ignorou alerta sobre aparelhamento do Ministério do Planejamento 

Mesmo alto funcionário chamou atenção da então ministra da Casa Civil para a tramitação irregular de MPs no gabinete presidencial de Lula

O empresário João Batista Motta exercia o mandato de senador pelo Espírito Santo quando entrou na sala do então líder do PMDB, Ney Suassuna, com um aviso e uma exigência: "Estou em obstrução. Só voto qualquer matéria quando a dona Armênia voltar para a folha de pagamento da Casa". Motta integrava o baixo clero, identificação coletiva dos parlamentares mais facilmente manobráveis e de pouco prestígio político. Ele barganhava um favor pessoal sem o menor constrangimento. Os tempos lhe eram favoráveis naqueles meados de 2005. O Congresso investigava o mensalão e a compra de apoio parlamentar com dinheiro roubado dos cofres públicos, pelo governo Lula. O PT, o PMDB e o PP embolsavam propinas milionárias ao facilitar o fechamento de contratos superfaturados entre as empreiteiras e a Petrobras. Dona Armênia, portanto, era um troco no cenário de tenebrosas transações.

O lobby pela sua volta "à folha de pagamento" ilustra o nível de aparelhamento do Estado, a prática de tirar de um cargo alguém que conquistou a posição por mérito e entregar o posto ao apadrinhado de um parlamentar cujo voto interessa ao governo. Como fizeram com outros vícios resistentes do mundo oficial, os governos do PT transformaram o aparelhamento num mecanismo de manutenção do poder a qualquer custo.

Foram esses casos escandalosos de troca de favores que chamaram a atenção de Luiz Alberto dos Santos, funcionário de carreira que ocupava, naquele tempo, uma das subchefias da Casa Civil. A cada golpe desse tipo de que tomava conhecimento, Santos disparava mensagens de alerta para seus superiores - a então ministra Dilma Rousseff e seu braço-direito, a secretária executiva Erenice Guerra. Invariavelmente a resposta era um ensurdecedor silêncio. Em 24 de agosto de 2007, Santos detectou o começo do processo de destruição do corpo técnico do Ministério do Planejamento com a substituição de técnicos por "companheiros" do PT ou indicados por eles.

Luiz Alberto dos Santos advertiu enfaticamente em um e-mail endereçado a Erenice Guerra: "Está, literalmente, havendo um aparelhamento lá, e num órgão em que competência técnica e conhecimento da máquina são mais do que necessários. Não sei o que vai sobrar, e não quero nem ver. Se antes já estava difícil, daqui pra frente vai ser um espanto". Silêncio total do outro lado.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O andar de cima do tríplex



“Quantas vezes você está na cozinha, acontece uma coisa dentro da sala com seu filho e você não sabe? Fica sabendo depois” (Lula, durante um debate na campanha presidencial de 2006).

Nas cinco eleições que disputou, Luiz Inácio Lula da Silva usou à exaustão o discurso segundo o qual sua história de vida era uma espécie de parábola do pobre do andar de baixo que chegou ao terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete da Presidência da República. O fato é que Lula sempre teve problemas com o andar de cima.

Eleito, instalou na poderosa Casa Civil, localizada exatamente no piso superior ao do gabinete presidencial, mosqueteiros que deram bastante trabalho. Ocuparam aquele território quatro estrelas do noticiário político-policial: José Dirceu, Antonio Palocci Filho, Erenice Guerra e Gilberto Carvalho. Este último não comandou a Casa Civil. Foi o mordomo da suspeita antessala da Secretaria-Geral da Presidência, transformada em confessionário para que o ex-seminarista distribuísse maus conselhos.

Seis anos depois de voltar de Brasília para São Bernardo do Campo, Lula está enredado na Operação Lava Jato por causa de um triplex no litoral de São Paulo, que seus advogados dizem não ser seu. É aquela espécie de ferida que piora com o remédio. Em 2006, na última declaração de renda a que se teve acesso, ele informou à Justiça Eleitoral ter pago R$ 47.695,38 à Bancoop, cooperativa pilotada pelo carregador de mochilas de dinheiro sujo João Vaccari Neto.

Lula adquiriu um imóvel de veraneio que seria erguido no Guarujá (SP) para descansar da vida política que, infelizmente, nunca interrompeu. Na época, o valor do apartamento era próximo do que o candidato à reeleição informou custar uma picape Chevrolet, ano 1998, também colocada em seu nome. O mochileiro João Vaccari Neto foi condenado em 2015, ampliando a linhagem de tesoureiros do PT que acabaram atrás das grades por desvio de dinheiro público. E o tríplex na praia apareceu nas investigações dobre a lavagem desses recursos.

Em suma: Lula diz ter comprado da Bancoop cotas de um prédio que a cooperativa não entregou. Essa foi apenas uma das muitas coisas estranhas registradas no mercado imobiliário do Guarujá. Uma das maiores empreiteiras do país, por exemplo, interessou-se pela construção do edifício paralisado pela falência. Era a OAS de Léo Pinheiro, amigão de Lula e integrante do consórcio marginal que sangrou a Petrobras.

Lula, os Lulinhas e Marisa Letícia visitaram o prédio, decoraram ambientes, escolheram a cor dos azulejos e não deixaram de cumprimentar o porteiro e o zelador. Os armários de cozinha de última geração foram presente da OAS. No terraço gourmet com piscina exclusiva, Lula imaginou até grelhar um peixe ao molho pré-sal.

Depois de pronto e reformado ao custo de quase R$ 800 mil, incluído um elevador privativo, o casal Lula e Marisa disse ter desistido do negócio – ainda que os R$ 47 mil em cotas da Bancoop se tenham multiplicado no imóvel avaliado em R$ 2,5 milhões. Hoje, os Lula da Silva afirmam que não são proprietários do tríplex. Não há uma única alma honesta no universo imobiliário capaz de entender esse súbito desapego de patrimônio.

Em tempo: num tríplex, Lula poderia afirmar, sempre que necessário, que não sabia o que acontecia no andar de cima.

Fonte: Silvio Navarro – Coluna do Augusto Nunes