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domingo, 7 de agosto de 2022

A imprudência do general - O general Nogueira flerta com o anedotário da caserna - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

O general Paulo Sérgio Nogueira em solenidade militar no Palácio do Planalto

O general Paulo Sérgio Nogueira, atual ministro da Defesa, flerta com o anedotário da caserna onde brilha a carga da cavalaria ligeira do Lord Cardigan na Batalha de Balaclava. Em 1854, durante a Guerra da Crimeia, ele atacou uma posição da artilharia russa com seus Dragões. Fracassou e perdeu 118 soldados. Em Pindorama, ocupando a função civil de ministro da Saúde, resplandece o general intendente Eduardo Pazuello. Ele precisava mandar vacinas para Manaus e elas chegaram a Macapá, que fica a mil quilômetros de distância.

Há dias, Nogueira expediu um ofício “urgentíssimo” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo “a disponibilização dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais” para serem examinados por oficiais das Forças Armadas. Desde outubro do ano passado, o Ministério da Defesa tinha em seu arquivo um ofício do então presidente da TSE, Luís Roberto Barroso, informando que “os códigos-fonte dos programas que compõem o sistema eletrônico de votação estão disponíveis para inspeção de suas evoluções, das 10h às 18h, na Sala Multiuso, localizada no subsolo do edifício-sede deste Tribunal”.[em nossa opinião,  o 'urgentíssimo' facilitou as coisas - no dia seguinte os militares tiveram acesso aos códigos-fontes e sem limitações de horário.]

Explicando-se, o Ministério da Defesa diz que o “urgentíssimo” do pedido devia-se à proximidade da eleição de 2 de outubro. Verdade, mas era a Defesa quem estava atrasada, como o candidato do exame do Enem que tomou o ônibus errado e corre para fazer a prova.[temos também um caso de CEP errado, endereço errado, cujos efeitos prejudiciais, se concretizados, seriam devastadores  para o Brasil e os brasileiros. Graças a DEUS, mais uma vez o 'capitão do povo' neutralizará tal ameaça.]

A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal também receberam o ofício do TSE de 2021 e fizeram seus serviços. A CGU ficou cinco dias na Sala Multiuso em janeiro. A PF, mais equipes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Senado, estiveram lá por três dias cada uma. Só quem perdeu tempo foi o Ministério da Defesa, e essa paralisia nada tem a ver com piadas de caserna.

Passado mais de século da Batalha de Balaclava, pode-se perder uma tarde discutindo se o desastre deve ser atribuído a Lord Cardigan, que comandava a cavalaria, ou a Lord Raglan, comandante de todas as tropas, que lhe deu a ordem de atacar. Fica entendido que nenhum dos dois perseguia o objetivo oculto de matar os próprios soldados.

A urgentíssima preocupação do general Paulo Sérgio Nogueira foi mais uma de suas manifestações encrencando com o sistema eletrônico de coleta e totalização dos resultados eleitorais. Em abril, quando o ministro Barroso queixou-se das dúvidas levantadas por oficiais sobre o sistema eletrônico de coleta e totalização dos votos, o general viu na cena uma atitude “irresponsável” e “ofensa grave”. Barroso poderia ter ficado calado, mas não havia ofensa em suas palavras, nem ele é um “irresponsável”.

Os militares que acompanhavam o trabalho do TSE haviam feito 88 perguntas sobre o processo de apuração, e o TSE respondeu com um documento de 700 páginas, mostrando que em alguns casos as dúvidas partiam de premissas erradas. Por exemplo: não existe “sala escura” de totalização, e ela pode ser livremente auditada. Não se conhece tréplica de qualquer crítico do processo.

É sabida a crítica do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas. Até hoje ela carece de provas e está prejudicada pela ocasião, pois é recente. Desde 1996, quando foram instituídas as urnas eletrônicas, Bolsonaro e seus filhos disputaram vinte eleições e venceram em dezenove. [sendo recorrente: em nossa opinião o fato da família Bolsonaro, vencer 95% das eleições em que as urnas eletrônicas foram utilizadas, credencia o presidente a criticá-las - tivesse perdido a maioria, seria chororô de derrotado. Além do que, qual o custo de provar o que é afirmado sobre a invulnerabilidade das urnas? 
Muito provavelmente até faria com que países mais adiantados tecnologicamente adotassem o sistema tão defendido - hoje são usadas apenas no Brasil, Bangladesh e Butão.]  mais Flávio Bolsonaro perdeu a Prefeitura do Rio em 2016 quando não chegou ao segundo turno, porque teve apenas 14% dos votos.

As dúvidas do ministro Paulo Sérgio devem ser levadas em conta enquanto ficam dentro das quatro linhas do ordenamento jurídico e dos parâmetros técnicos do sistema. Fora daí, não há salvação. Faz tempo, na eleição de 1965, quando as eleições eram feitas com cédulas de papel, um soldado da brigada paraquedista foi mobilizado para sequestrar as urnas que estavam no Maracanãzinho. A patrulha foi dissolvida. Afinal, o presidente Castello Branco queria respeitar o resultado.[era um soldado ou uma patrulha? com todas as vênias, narrativas costumam cometer atos falhos.]

(...) 
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista 
 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Forças Armadas terão 5 mil militares da “tropa de elite” nos Jogos Olímpicos


Os fuzileiros navais e a Brigada Paraquedista já atuaram na ocupação de favelas cariocas em 2011 e 2014. Eles recebem treinamento especial e usam armamento de ponta 
Cerca de 22 mil militares das Forças Armadas serão empregados no esquema de segurança durante os Jogos 2016 na cidade do Rio de Janeiro. Nesse exército olímpico, 3 mil fuzileiros navais e 2 mil integrantes da Brigada Paraquedista se destacam. Eles integram uma tropa de elite, que o Ministério da Defesa prefere chamar de “tropa de pronto-emprego”. São militares que receberam rigoroso treinamento, utilizam equipamentos de ponta e estão aptos a agir em qualquer situação, incluindo ataques terroristas.
A ação desses militares já é conhecida dos cariocas. A Brigada Paraquedista ocupou as favelas do Complexo do Alemão, no início de 2011, após as forças policiais tomarem o que era chamado de “quartel-general” do tráfico de drogas no Rio. Na área dominada pelos bandidos, a poder de fuzil, a polícia não entrava fazia pelo menos uma década. Com ajuda de blindados da Marinha, a ocupação ocorreu após traficantes promoverem uma série de ataques na cidade, em novembro de 2010. Incendiaram ônibus e atacaram cabines da PM.
Os fuzileiros navais atuaram, em 2014, no patrulhamento do Complexo da Maré, um conjunto de favelas localizado entre as duas vias expressas de acesso ao aeroporto internacional do Galeão. A Maré deveria receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) depois que os fuzileiros navais deixassem a área. Isso não ocorreu. O governo do Estado alegou que não tinha recursos para instalar a UPP.
 “A experiência dessas tropas em ações [nas favelas] contribui para aprimorar ainda mais a atuação delas”, informou o Ministério da Defesa. Nos Jogos Olímpicos, porém, os militares terão outro tipo de atuação. “As tropas garantirão a segurança das competições, elevando o grau de tranquilidade para a população, delegações, autoridades e turistas”, disse o ministério.