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quinta-feira, 17 de junho de 2021

Rodrigo Maia responde Weintraub após ataque: 'Foi para o exterior por medo de ser preso'

Ataques nas redes

[RM - ex-primeiro-ministro, autonomeado, e vulgo 'Botafogo' nas planilhas da Odebrecht] - responde Weintraub após ataque: 'Foi para o exterior por medo de ser preso'. [Mentira do RM - Weintraub foi para o Banco Mundial, para se livrar de perseguições que vinha sofrendo e também por uma incompatibilidade entre suas ideias e as de alguns membros do governo Bolsonaro. 
RM foi expulso do DEM. ]

Do deputado Rodrigo Maia sobre Abraham Weintraub  - aquele que cometeu pelo menos onze erros de português na época que era ministro da Educação - que fez um tuíte cheio de preconceito contra o ex-presidente da Câmara:  - Esses bolsonaristas só tem coragem no tuíte. Este mesmo foi para o exterior com medo de ser preso.

Ontem, como saiu aqui, Weintraub fez um tuíte muito preconceituoso, gordofóbico e irônico contra Maia, que foi expulso do DEM. Um trecho: "Com uma sólida formação acadêmica, além do corpo esbelto e do belo penteado, (um Deus grego, um Apolo), certamente terá um futuro brilhante".

Coluna do Ancelmo - O Globo

 

 

terça-feira, 4 de maio de 2021

Barroso, o ‘grande líder’ da oposição - Jovem Pan

J.R. Guzzo

Como está em um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o despropósito de declarar que o Brasil vive uma ‘ditadura’, o ministro vai em frente

O ministro Luís Roberto Barroso, a exemplo do que vem acontecendo com frequência alarmante entre a maioria dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tem oferecido ao público uma sequência do que parecem ser acessos cada vez mais severos de excitação nervosa. Seria apenas problema dele, é claro, mas, por uma dessas coisas que só acontecem com o Botafogo e com o Brasil, o homem é ministro daquilo que tem a função legal de funcionar como a Suprema Corte” do país. 

Nada de mais, na verdade, para um tribunal presidido até esta semana por um cidadão que foi reprovado duas vezes no concurso público para juiz, recebia uma mesada de R$ 100 mil da mulher advogada e escreve decisões num português tão ruim, mas tão ruim, que nem pode receber nota; é simplesmente incompreensível. Mas uma calamidade não diminui de tamanho pelo fato de ser acompanhada de outra – e Barroso, de uns tempos para cá, resolveu dar um notável upgrade, como se diz, nos teores de ruindade desenvolvidos até agora pelos colegas. É osso.

O ministro, ultimamente, parece ter convencido a si próprio de que é o grande líder da oposição no Brasil — e como vive 100% selado dentro de um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o perfeito despropósito de achar uma coisa dessas, ele vai em frente. Por que não?  

(...)

É natural que acredite, como o galo Chantecler da fábula de Rostand, que o sol só nasce porque ele canta. Seu mais recente manifesto à nação e ao mundo foi também um dos mais esquisitos do seu repertório. Falando num inglês de curso Berlitz mal concluído, naquele sotaque de brasileiro que tenta imitar o que imagina ser a pronúncia “americana” (era um vídeo do Instituto Fernando Henrique para uma plateia estrangeira), Barroso revelou que o Brasil vive numa dic-tator-ship, que o presidente Jair Bolsonaro é a favor da tortura e outros prodígios da mesma natureza. Levou meia hora para falar esse dic-tator-ship, assim mesmo, sílaba por sílaba. Quis parecer um tipo cosmopolita. Acabou sendo apenas cômico.

(.....)

O que houve, e apenas uma vez, foi uma tentativa de ação legal contra um jornalista que escreveu o seguinte: “Eu quero que o presidente morra”. Mas e daí? A coisa não deu em nada, nem deveria mesmo dar, porque não é contra a lei querer que o presidente, ou qualquer outra pessoa, morra. O problema é apenas de quem escreveu, do veículo que publicou isso e dos leitores, a quem cabe julgar este tipo de desejo. Jornalistas são processados o tempo todo na Justiça, pelos mais diferentes motivos — não estão acima da lei, como se sabe. Nessas ocasiões, procuram um advogado e esperam a decisão da Justiça. Qual é o problema? Não há nada de errado com isso. Em compensação, Barroso despacha a poucos metros do ministro Alexandre de Moraes, que já censurou a revista digital “Crusoé”, proibiu que jornalistas de direita escrevessem ou falassem nas redes sociais, cassou perfis no Twitter, meteu a Polícia Federal em cima deles, apreendeu celulares, mandou depor, o diabo. Esse mesmo ministro conduz há um ano e meio um inquérito absolutamente ilegal contra quem ele considera divulgadores de “notícias falsas”. Quem é o censor da imprensa nessa história: Bolsonaro ou o STF?

Jair Bolsonaro pode ser um presidente ótimo, bom, médio, ruim ou péssimo, dependendo do lado em que você está. Lula e Luciano Huck acham que ele é péssimo. O general Heleno e Luciano Hang acham que ele é ótimo. O que ele não é, com certeza, é um ditador; não existe no mundo nenhum ditador que tenha sido eleito para o cargo por 58 milhões de votos em eleições livres, universais e democráticas, nas quais o único ato grave de violência foi a tentativa de assassinato que ele próprio, Bolsonaro, sofreu durante a campanha. O que Barroso está dizendo — e no fundo ele está dizendo só isso, mais nada — é que o presidente é antidemocrático porque elogia o regime militar.  

É um argumento de centro acadêmico em faculdade de segunda linha. E os milhões de brasileiros que acham exatamente a mesma coisa — e para os quais o que o ministro chama de dic-tator-ship foi um dos melhores períodos que o Brasil já viveu? O que Barroso sugere que se faça com eles? A propósito: Bolsonaro nunca chegou a fazer 10% dos elogios desesperados que o jornal “O Globo fez ao golpe militar e ao regime que saiu dele.  

“Fabulosa demonstração de repúdio ao comunismo”, dizia a manchete da edição de 3 de abril de 1964 de “O Globo”

.................

Não vai porque seu interesse não é determinar quem foi contra ou a favor de coisa nenhuma, e sim aparecer como o principal condutor da “resistência democrática” no Brasil. É duvidoso que seus colegas de STF, onde o nível de estima mútua é um dos mais baixos que se pode encontrar entre 11 pessoas diferentes, concordem com a avaliação de líder que Barroso faz de si mesmo. O “Supremo”, notoriamente, é um lugar de muito chefe e pouco índio — mas ficar contra o governo, hoje em dia, é o que se chama de uma grande career opportunity, como diria o próprio ministro num dos seus sermões em inglês. Antes de lançar sua proclamação pró-democracia, Barroso já tinha se juntado, um pouco depois dos outros, ao bloco “Unidos do Genocídio”, formado no STF para denunciar Bolsonaro pelas misérias da Covid-19numa tentativa de resultado ainda incerto para esconder a responsabilidade dos ministros na decisão de entregar às “autoridades locais” todo o combate à epidemia. O fato é que — por ordem direta do STF — as 130 mil pessoas cujas mortes são atribuídas ao vírus estavam, do ponto de vista da saúde pública, entregues à custódia exclusiva dos 27 governadores e 5.500 prefeitos quando morreram. [por se tratar de uma MEMÓRIA alguns dados não estão atualizados; quanto a pergunta "Como é que se vai apagar isso?" criaram uma CPI para acusar o presidente Bolsonaro,  mas pelo andar da carruagem ela vai provar a inocência do presidente e muitos dos acusadores terão que se explicar, provando que são inocentes.]  
Como é que se vai apagar isso? A saída tem sido a negação sistemática e organizada da realidade — e acusar Bolsonaro de “genocídio”.
O STF jamais vai conseguir explicar o que fez, nem apagar a decisão que tomou. 
O governo federal não ficou afastado do combate à Covid-19 porque quis abandonar o campo
isso foi assim porque o STF mandou que fosse, em decisão oficial com força de lei. E agora? 
Quem deu todas as ordens durante o período de tempo em que as 130 mil pessoas morreram não foram os governadores dos Estados Unidos, nem os prefeitos da Alemanha; também não foram os marcianos
Foram esses que estão aí, e quem decidiu desse jeito foram Barroso e seus colegas. 
Os ministros dão a impressão de acharem que está tudo resolvido, porque a classe política, a mídia e a elite fazem de conta que acreditam neles. Pode ser. Para a população, no meio de toda essa conversa, o que sobrou de concreto foi o seguinte: a única participação do governo Bolsonaro no combate à epidemia foi dar os R$ 600 do vale de emergência a 60 milhões de pessoas.
 
Não há, na verdade, nenhuma surpresa nisso tudo. Junto com a sua denúncia contra a dic-tator-shipo ministro Barroso afirmou em público que considera perfeitamente normal que cada ministro tenha direito a um funcionário para lhes arrumar o caimento das togas e puxar as suas cadeiras quando se sentam nas sessões plenárias. 
 
De acordo com Barroso, usar a toga é uma tarefa de altíssima complexidade; só mesmo quem não tem noção das coisas pode ignorar que a capa prende aqui, puxa ali, enrosca mais adiante. Em suma: é um perigo. O que iriam dizer se Bolsonaro falasse algo parecido? É melhor nem pensar. O STF, porém, é um outro ecossistema. O ministro Barroso faz lembrar uma daquelas gravuras de escravos negros que ficavam de quatro ao lado do cavalo para servir de escada ao sinhô na hora de montar. A diferença é que hoje é você quem paga o escravo.

Tudo a ver, não é mesmo? Acusar os outros, como sabe qualquer psicólogo, é um dos truques mais elementares e compulsivos dos que vivem num mundo falsificado: denuncie o próximo, sempre, de fazer aquilo que você faz e quer negar que fez. Barroso foi o advogado de defesa do terrorista italiano de extrema esquerda Cesare Battisti, hoje devolvido à Itália e cumprindo pena de prisão perpétua, no seu bem-sucedido esforço de asilar-se no Brasil para escapar da punição por seus crimes, durante o governo Lula. Battisti, que segundo Barroso era um “perseguido político”, assassinou quatro pessoas na Itália; antes de fugir para cá, foi condenado por 70 juízes italianos diferentes, e também pela Corte de Justiça da Comunidade Europeia

(..........)

Qual o crédito que se pode dar à acusação do ministro Barroso de que o Brasil vive uma ditadura hoje, quando ele acusou a Itália de viver uma ditadura em 1980? A Itália não mudou absolutamente nada de lá para cá; se era uma ditadura naquela época, então continua sendo uma ditadura hoje. Não faz nexo, claro — mas não é mesmo para fazer. 

Os ministros do STF, cada vez mais, estão tentando governar o Brasil sem terem sido eleitos para nada. Estão fraudando a vontade da maioria da população brasileira, expressa nas eleições democráticas de 2018. Perderam no voto — e agora se empenham em fazer o contrário de tudo o que o governo eleito se comprometeu a fazer junto ao eleitorado. 

Utilizam um truque básico: declaram que tudo aquilo de que não gostam é “inconstitucional”. Todo mundo fica quieto, ou bate palma. Eles não veem nenhuma razão para não ir adiante.

José Roberto Guzzo é jornalista e escreve sobre os principais acontecimentos na política e na economia brasileira.


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Normalizaram o absurdo - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Estão brincando com fogo. Esticaram demais a corda. Aqueles que acusam os bolsonaristas de ameaça à democracia são os
primeiros a esgarçar o tecido institucional

O ministro Paulo Guedes concedeu uma entrevista recentemente em que revelou uma trama golpista contra o presidente Bolsonaro. Já era conhecida uma ligação que o governador de São Paulo, João Doria, teria feito ao ministro recomendando que ele saísse do governo para salvar sua biografia. Mas Guedes acrescentou informações novas e gravíssimas. “Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em 60 dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos.”

“Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização”, afirmou o ministro. Isso é da maior importância. O ex-ministro Abraham Weintraub, como ficou claro naquela fatídica reunião ministerial que veio a público por decisão do então ministro Celso de Mello, havia chamado os ministros do STF de “vagabundos” e desejava enfrentá-los. A “pacificação”, pelo visto, ocorreu com a corda arrebentando do lado mais fraco.

Weintraub foi demitido, [no popular é o que se chama 'caiu para cima'.] recebeu como prêmio de consolação um cargo no Banco Mundial e saiu do país. Isso não é “pacificação”, mas uma clara derrota do núcleo “ideológico” do governo, ou seja, aquele sem disposição para contemporizar com golpistas. Tanto se falava de ameaça à democracia vindo de Bolsonaro, e acabou que a trama era fomentada por outro grupo, um que envolve governador tucano, deputados democratas e até ministros do Supremo, que abrem inquéritos ilegais para perseguir críticos e mandam prender jornalistas sem indício de crime tipificado no Código Penal.

De guardião da Constituição, o STF virou seu maior algoz, e por pouco não aprova outro golpe escancarado: o direito de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para a Câmara e o Senado, respectivamente. Foram cinco votos a favor da aberta inconstitucionalidade, e nos bastidores se diz que houve “traição” de alguns ministros após enorme repercussão negativa da tramoia em curso. Maia passou, então, a subir bastante o tom tanto contra Guedes como contra Bolsonaro, sempre com o apoio velado da mídia, que o trata como uma espécie de estadista, não como o Botafogo das planilhas de propina da Odebrecht.

Após as revelações gravíssimas feitas por Guedes, houve um ensurdecedor silêncio dos órgãos de imprensa em geral. Não deram muita trela. Repercutiram um pouco e bola para a frente, vida que segue, próxima pauta. Foi como se o ministro não tivesse exposto uma conspiração contra o povo, contra quase 60 milhões de eleitores que deram a vitória a Bolsonaro. As perguntas vêm imediatamente à mente: 
- vão todos fingir que o ministro não disse que tentaram um golpe contra Bolsonaro, incluindo o STF? 
Até o próprio presidente vai se calar? 
O sistema já o engoliu a esse ponto? 
São todos reféns dos conspiradores do establishment?
 
Martin Luther King, o grande ativista dos direitos civis, dizia que não era o grito dos maus que o preocupava, mas sim o silêncio dos bons. Edmund Burke, muito antes, fazia alerta similar ao constatar que, para o triunfo do mal, tudo que é necessário é que os homens de bem nada façam. Essa normalização do absurdo é que realmente assusta. Perder a capacidade de se espantar e se indignar é tudo o que os autoritários mais desejam na vida. Tem-se, assim, um povo de cordeiros dóceis, prontos para a submissão plena. Entre cordeiros e lobos, só resta a esperança de pastores para proteger uns dos outros. Se eles se calam, já era.

Essa pandemia expôs os que realmente demonstram ambição desmedida pelo poder. Governadores e prefeitos resolveram tomar decisões arbitrárias, inconstitucionais e abusivas, sempre em nome da ciência e do interesse coletivo. O Supremo resolveu que a vacina pode ser obrigatória, com sanções e restrições aos que se recusarem a ser cobaias num processo abreviado sem o devido conhecimento dos riscos envolvidos. A cada nova rodada de abuso arbitrário, mais gente percebe o que está em jogo: nossa própria liberdade. Mas muitos já sucumbiram, ou por décadas de doutrinação ideológica que nos ensina a aceitar o paternalismo estatal calados, ou por descrença na possibilidade de reação.

Mas Búzios mostrou que há um limite. O balneário no Rio de Janeiro viu com espanto uma decisão “científica” de um juiz determinando que pousadas e hotéis fossem fechados e os turistas saíssem da cidade em até 72 horas. Seria o caos para um lugar que vive do turismo. O povo local se revoltou, saiu às ruas para protestar, lutar por seus direitos, e conseguiu reverter a decisão. Enquanto isso acontecia, a hashtag #UcranizaBrasil foi para o topo de tendência do Twitter. Trata-se de uma referência ao episódio ocorrido na Ucrânia quando o povo tomou as ruas para defender sua soberania nacional. O documentário Winter on Fire, da Netflix, retrata de forma emocionante o que se passou ali.

Estão brincando com fogo. Esticaram demais a corda. Aqueles que acusam os bolsonaristas de ameaça à democracia são os primeiros a esgarçar o tecido institucional. Os mesmos que repetem que o presidente só pensa em reeleição não param de pensar em 2022. Quem reclama da politização da pandemia tende a ser aquele que mais politizou tudo desde o começo, transformando a vacina chinesa em peça de propaganda e marketing pessoal. É a velha tática leninista: acusar o adversário daquilo que você mesmo faz.

No mesmo dia em que Paulo Guedes jogou no ventilador a articulação golpista de tucanos, democratas e ministros do STF, o deputado Kim Kataguiri, do DEM, subiu no púlpito do Congresso para acusar o presidente de “vagabundo, quadrilheiro e corrupto”. Seria cortina de fumaça? Não, deve ser só coincidência, claro…

É época de Natal, e eu lamento pelo tom desta coluna. Adoraria focar coisas mais elevadas, mas o risco que corremos não é trivial. Cristo precisou morrer na cruz para renascer como salvação para a humanidade. No pain, no gain”, dizem os norte-americanos. Nada que é valioso nesta vida costuma vir fácil, de mão beijada. Se o povo brasileiro realmente deseja ser livre e viver numa democracia, então terá de fazer por onde. A paralisação diante do abuso é um convite a mais medidas ousadas e inconstitucionais. Reagir é preciso. Resistir é necessário. Caso contrário, a realidade argentina está aí para nos mostrar o passo intermediário antes do destino final: a Venezuela.

Rodrigo Constantino, jornalista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Uma ponte com o mundo - Fernando Gabeira

In Blog

Na noite das eleições pensei em ver um jogo da Copa do Brasil para não passar a noite em claro, sofrendo com algo que não posso influenciar. Trump ou Biden, Botafogo ou Goiás? Este último duelo tinha funcionado para embalar meu sono na semana anterior. No entanto passei mais uma noite em claro. Afinal, há tanta coisa em jogo. Minha ideia dos Estados Unidos não se alterou. Como nunca fui lá, conecto-me pela cultura, e alguns pontos importantes do mapa são Nova York e a Califórnia. Nesses lugares, Trump foi derrotado de forma acachapante. Continuam, de certa maneira, familiares para mim.

O problema são as decisões tomadas em Washington. No dia anterior, os EUA formalizaram sua saída do Acordo de Paris, deixando os outros países com a enorme tarefa de adaptação ao aquecimento global. Para os estrategistas, uma solução pró-Trump seria interessante para a China, pois acentuaria a decadência americana no mundo. Para mim, ela representaria a perda de esperança na sobrevivência da própria humanidade, deixando-nos com a alternativa de apenas lutar para que isso seja mais lento.

No meu país, seria um estímulo para que Bolsonaro e Salles acelerem a destruição dos recursos naturais e reduzam as chances de encontrarmos nossa moderna vocação econômica: a exploração sustentável da Amazônia, das fontes renováveis de energia, a abertura de milhares de empregos num projeto de recuperação verde. [um pequeno registro: o ilustre articulista é um expert em meio ambiente, o que lhe permite ser sabedor com exatidão que os 22 meses transcorridos desde a posse do presidente Bolsonaro - período que ele tem tentado governar sob um fogo cerrado dos outros Poderes, dos inimigos do Brasil e dos representantes de tudo que não presta - foram insuficientes para o capitão e o ministro do Meio Ambiente tenham tido êxito em causar às florestas brasileiras, os danos que os ongueiros vendidos aos estrangeiros vendidos  e os serviçais dos inimigos do Brasil = insistem em dizer que ocorreram.]

Alguma coisa não funcionou na primeira noite. As pesquisas se equivocaram, e Biden não conquistou uma vitória esmagadora. Aconteceu o que todos anunciavam; Trump tumultuaria o processo e buscaria uma saída no tapetão. Ele, como todo mundo, sabia que a maioria dos democratas votou pelo correio e que esses votos demoraram a ser contados. [votos que demoram a chegar ao destino, à segurança das mesas apuradoras, também são passíveis de fraudes, acréscimos fantasmas, etc.]

Independentemente do resultado, tudo isso me faz pensar no Brasil. Lá como aqui, a polarização domina o país. Lá como aqui, o populismo é muito mais resiliente do que pode parecer quando nos referimos apenas aos círculos intelectuais. Antes de criticar as pesquisas que falharam, é importante registrar que algumas pessoas têm medo de revelar seu voto; outras o escamoteiam porque veem nos institutos de pesquisa um braço do sistema e de dominação, denunciado pelos populistas.

E, antes de criticar os democratas por terem esperado uma onda azul que não arrebentou na praia, é preciso estudar se existem alternativas para certas tendências humanas. 
Como não se importar com os imigrantes ilegais, inclusive centenas de crianças separadas dos pais? [- os imigrantes que concorrem com os nacionais na busca por emprego, sofrem uma normal rejeição; 
- o fato de ser um latino legalizado não constitui razão para se tornar solidário aos que buscam uma legalização;
- da mesma forma, a cor da pele não impõe a obrigação de ser aliado e defensor de um transgressor com a pela da mesma cor. 
Fiquem cientes de que no Brasil um cidadão brasileiro, desempregado e sem teto, é preterido por  um venezuelano que ingressou ilegalmente no Brasil,  nas mesmas condições. 
É mais fácil um venezuelano desempregado e sem teto conseguir emprego a e abrigo do que brasileiro que com ele concorrer.]
Nem sempre os latinos legalizados são solidários com os ilegais. Nem sempre os negros se compadecem dos seus irmãos asfixiados até a morte pela polícia.Na medida em que a vitória de Biden se anunciava de forma mais lenta que o esperado, Trump optou por entrar na Justiça e, de certa forma, tumultuar o processo. Isso preocupa não só pelos Estados Unidos. Trump é uma inspiração para Bolsonaro, que tem uma tendência a questionar resultado das eleições, até mesmo quando as vence.

Há tantas lições a tirar deste momento que ele nos deixa uma tarefa para muito tempo. Mas é claro que o populismo de direita é enraizado na visão de mundo de seus seguidores, e não podemos subestimá-lo, mesmo diante da derrota eleitoral. Aliás, a vitória nesse caso lembra-me a fala de um oficial no filme “A Guerra da Argélia”: “É muito difícil chegar ao governo, mas as dificuldades começam de verdade quando se chega lá”.

Biden é um homem com recursos oratórios modestos, mas realizou a tarefa de ser o candidato mais votado da história americana. [Trump recebeu mais de 70.000.000 de votos, número  que nem o próprio Biden contesta; o democrata recebeu, sob intensa e motivada contestação, pouco mais de 74.000.000 = diferença que não alcança nem 5%.]  = O panorama que encontra diante de si é minado não só pela pandemia, crise econômica, mas também pelo legado do populismo. Desconfiança nas instituições, notícias falsas, teorias conspiratórias, divisão profunda na sociedade, tudo isso modela um caminho muito difícil de transpor.

Muito mais que a paciência e a unidade necessárias para derrotar o populismo de direita, será necessário construir pontes, apesar dos sabotadores que as explodem com frequência. A primeira e grande ponte será com o próprio mundo, voltar ao esforço multilateral, reconhecer a importância do trabalho conjunto para enfrentar o grande desafio planetário. A volta ao Acordo de Paris e a reconstrução verde da economia americana seriam um grande começo. [desde que as contestações judiciais não impeçam a posse do esquerdista, este terá o direito de governar com os interesses dos norte-americanos e lembrando sempre que o Brasil é uma nação soberana e que apesar de muitos brasileiros = maus brasileiros = defenderem o rompimento entre os EUA e o Brasil, o Brasil é uma NAÇÃO SOBERANA e certamente os irmãos do Norte não querem outro Vietnam.]

Blog do Gabeira -  Fernando Gabeira, jornalista

Artigo publicado no jornal O Globo em 09/11/2020

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Defesa de Queiroz pede a Gilmar urgência em julgamento de habeas corpus

Advogado do ex-assessor apresentou petição alegando que o quadro se agravou após a decisão do STJ de suspender prisão domiciliar.

A defesa do ex-assessor Fabrício Queiroz pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 14, urgência na análise do pedido de habeas corpus movido à Corte, sob responsabilidade do ministro Gilmar Mendes. Na petição, o advogado Paulo Emílio Catta Preta, que defende Queiroz e a mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, alega a Gilmar que, com a decisão de ontem do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de revogar a prisão domiciliar do casal, o quadro se agravou e uma decisão rápida é necessária.
[o pedido de revogação da prisão domiciliar  de Fabrício Queiroz e esposa, é fundamento na base das possibilidades, hipóteses.
Abundam termos como suspeito, atípicas, poderia, teria, seria, e outros.
Nada que comprove, ainda que remotamente, a culpa de Queiroz.


Como mostrou VEJA nesta quinta-feira, antes de decidir sobre o pedido de liberdade de Queiroz e Márcia, Gilmar Mendes pediu informações sobre o caso ao STJ e ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Para a defesa, no entanto, uma decisão contra a ordem de Fischer deve ser dada antes.
“Solicitem-se informações ao Superior Tribunal de Justiça, à Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e ao Juízo da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, acerca do alegado na inicial”, decidiu Gilmar em um despacho assinado na quarta.

As investigações sobre Queiroz correm no âmbito do TJRJ, mais especificamente no Órgão Especial da Corte, colegiado composto por 25 desembargadores, e a 27ª Vara Criminal da Justiça fluminense, onde despacha o juiz Flávio Itabaiana, foi a responsável pelo decreto da prisão dele.

Segundo o advogado de Fabrício Queiroz, a decisão de Felix Fischer sobre a prisão ainda não foi cumprida. Como mostra VEJA nesta sexta, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), deixou o apartamento onde cumpre prisão domiciliar, no bairro da Taquara, Zona Oeste carioca, para fazer exames cardíacos em um laboratório na Barra da Tijuca. As avaliações médicas   foram autorizadas pelo desembargador Milton Fernandes de Souza, relator das apurações no TJRJ. Queiroz tem outro exame, uma radiografia, marcado para o dia 20 em um laboratório em Botafogo, Zona Sul do Rio.

VEJA  - Política


sábado, 23 de maio de 2020

“Ninguém está acima da lei” – inclusive... - Alerta Total

Ao justificar por que libertou a divulgação, na íntegra, do famoso vídeo da reunião ministerial da 22 de abril de 2020, Celso de Mello justificou: “Ninguém está acima da lei”. Só faltou o supremo decano lembrar que a máxima também vale para quem se considera “deus” no poderoso cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Os seguidores do Presidente deviam erguer uma estátua ao togado que se aposenta em novembro, porque a “revelação” só beneficiou a habitual linha bolsonarista de discurso. Nada adiantou a Renata Vasconcellos contabilizar, no Jornal Nacional, que Bolsonaro falou 29 palavrões em 2h de reunião...

[o complicador é que o supremo decano decidiu, custe o que custar, atrair holofotes e permanecer com eles até sua aposentadoria.
Os caminhos para tal intento são vários,mas o decano escolheu o mais fácil - atacar Bolsonaro rende Ibope = holofotes - e ao desprestigiar um dos Poderes, o ministro esqueceu que atacar as instituições aumenta os holofotes, só que podem também levar para outros caminhos que certamente não serão os melhores,já que poderão resultar no rompimento da corda.]

“A Farsa foi desmontada” – como declarou Bolsonaro, no que se refere à denúncia vazia de Sérgio Moro sobre interferência do Presidente na Polícia Federal. Só que, na narrativa da “Rede Funerária” & afins na extrema mídia, o vídeo teria revelado “muito mais”... (KKKKK – royalties para a risada irônica do lendário jornalista Hélio Fernandes, irmão do humorista Millôr)... A revelação integral da reunião apenas expôs um “Bolsonaro como ele é”. A Procuradoria Geral da República agora vai analisar a peça e os depoimentos dos envolvidos, para oferecer ou não denúncia contra Bolsonaro.

Fora o texto em juridiquês empolado, justificando por que liberava o vídeo integral da reunião ministerial, mais cedo, Celso de Mello tinha “colocado fogo no parquinho” que é palco da guerra de todos contra todos. O ministro repassou à PGR três pedidos de partidos políticos e parlamentares solicitando a apreensão dos smartphones do Presidente Bolsonaro e de seu filho Carlos. Fala sério. O certo seria recusar tais pedidos e advertir os políticos que o foro correto para qualquer pedido é a PGR, já que o Supremo Tribunal Federal é guardião da Constituição, e  não uma repartição do Ministério Público Federal que tem a função de oferecer ou não denúncias ao Judiciário, a partir de inquéritos abertos pela Polícia Federal.

Vale perguntar? Celso de Mello é decano do STF ou é membro veterano do STF? Fala sério... Não cabe a ele apresentar ao PGR, mesmo indiretamente, notícias-crimes de partidos ou parlamentares. STF é STF – não é PGR... Ou será que é? Os opositores de Bolsonaro é que precisam aprender a fazer oposição. E o STF precisa deixar institucionalmente claro se realmente é legítimo que a Corte comande inquéritos (papel constitucional exclusivo da Polícia Judiciária e do MPF). O tal inquérito que investiga manifestações contra o STF é uma jabuticaba institucional.

Mais tarde, no que os piadistas da Internet chamaram de “programa Celsão da Tarde”, o gabinete do ministro Celso de Mello soltou uma nota esclarecendo a polêmica sobre apreensão de celular: “O relator do inquérito 4.831/DF, Ministro Celso de Mello, não determinou referida medida cautelar, pois limitou-se a meramente encaminhar ao Procurador-Geral da República, que é órgão da acusação, a notitia criminis, com esse pleito de apreensão”. Repetimos: o correto seria rejeitar o pleito dos parlamentares, reiterando que o STF não era foro para aquela denúncia. No fundo, Mello preferiu botar fogo no parquinho...
A atitude de Celso de Mello provocou a ira do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. O General Augusto Heleno Pereira soltou uma “Nota à Nação Brasileira”: “O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável. Caso se efetivasse seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro poder, na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do País. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter conseqüências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.

Bolsonaro replicou, no Twitter, a nota de Heleno... Centenas de milhares de curtidas... No retorno à tradicional portaria-parlamento do Palácio da Alvorada, na entrevista com 54 minutos de duração, o Presidente avisou que não entrega o celular de jeito nenhum: “Só se eu fosse um rato”. Aproveitou para advertir: “Só duas coisas me tiram da minha cadeira: Deus e o povo”. Também previu para os jornalistas presentes: “Se o Brasil decolar todo mundo vai ser mais feliz. Vai entrar dinheiro em tv e rádio”...

Os esplanaldinos alopraram... A oposição pirou... Togados indiscretos deram faniquitos, em off, para seus mensalinos amestrados da extrema mídia de canhota... No entanto, recomendamos calma, pessoal... Não vai ter golpe militar... A rosnada do flamenguista Heleno não era apenas para a torcida do Vasco da Gama, do Fluminense ou do Botafogo... Tinha endereço líquido e certo... Os interessados entenderam... Do jeito que o Brasil está, na crise pós-coronavírus, é bom que todo mundo fique muito preocupado...

Em Curitiba, algo replicável aconteceu ontem. Um bando promoveu um arrastão em um restaurante bacana. Os “bandidos” queriam jóia, dinheiro ou celular de quem comia no local. Apenas carregaram tudo que fosse comestível... Os marginais queriam comida...

Ao ler a notícia em seu celular-pai-de-santo, o implacável Negão da Chatuba pensou alto e entrou rasgando: - Imagina se a massa ignara resolve atacar aquele lugar em que sobram camarões, lagostas, carne de primeira, bebidas finas e outros petiscos caríssimos que matam a fome dos deuses do poder?

Quem sabe, no Brasil, algum dia, alguém, realmente, não esteja acima da lei?

Jorge Serrão - Alerta Total




segunda-feira, 2 de março de 2020

Algumas do Alcolumbre

Alcolumbre quer convocar General Heleno

[Lembrando ao senador que é fiel escudeiro do Maia:
- o senhor será questionado sobre: 
a) qual o objetivo do seu mentor, deputado 'botafogo', viajar à Espanha para discutir regime parlamentarista?
b) o senhor está preparado para explicar existindo no Brasil 81 senadores - três por cada estado - como  foi possível na sessão na qual o senhor foi eleito ter 82 votos?]

Kajuru detona presidente do Senado- “Uma coisa que o Alcolumbre não gosta é trabalho”


segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Maia, o senhor das mordomias: 229 voos em aviões da FAB e carona para 2.131 pessoas, em 2019 - DefesaNet

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o “Botafogo” nas planilhas da Odebrecht, tem pelo menos um recorde em sua trajetória política. É o campeão absoluto de voos em aviões da FAB, por conta do erário. Maia já voou 229 vezes em 2019. Uma média extraordinária de quase um voo por dia.

 

Um outro fato que chama atenção nas aventuras do presidente da Câmara é a quantidade de pessoas pra quem ele já deu carona. 2.131 pessoas viajando graciosamente como ‘caroneiros’ nos aviões da FAB, graças a ‘benevolência’ de Rodrigo Maia.

Vale salientar que os usos de aviões da FAB é restrito ao vice-presidente da República, ministros de Estado e aos presidentes do Supremo, da Câmara e do Senado.  Assim, obviamente, Maia não é o único a se esbaldar na regalia. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli já realizou este ano, 87 viagens “a serviço” em jatinhos da FAB, na companhia de um total de 1.091 ‘caroneiros’.

E o presidente do Senado Davi Alcolumbre fez 43 viagens, levando 743 pessoas com ele, entre fevereiro e terça (3). Incluindo passeio nos EUA em plena Black Friday. Nada como viver num país sem problemas.

DefesaNet - Front Interno



domingo, 17 de novembro de 2019

'Estou revendo um filme que a gente já viu', diz Collor sobre governo Bolsonaro - O Globo

Bernardo Mello Franco

Para senador, presidente repete erro de desprezar partidos e corre risco de não terminar o mandato


Senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) Foto: Jorge William / Agência O Globo
Senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) Foto: Jorge William / Agência O Globo

Trinta anos depois de sua eleição, o ex-presidente Fernando Collor diz que Jair Bolsonaro está cometendo os mesmos erros que o levaram ao impeachment. “Continuando do jeito que está, eu não vejo como este governo possa dar certo. São erros primários”, afirma.
Collor vê semelhanças entre o antigo PRN (atual PTC) e o PSL . Ele diz que caiu por se recusar a dividir poder e negociar com partidos. “Estou revendo um filme que a gente já viu”, alerta.
[a grande diferença entre o ex-presidente Collor e o presidente Bolsonaro é que apesar de ambos pretenderem governar sem partidos, faltou ao ex  a liderança e preferência do eleitorado que o leva a governar sem partido e ter suas propostas aprovadas no Congresso sem negociação, por serem propostas válidas e que os inimigos do presidente, e do Brasil, não ousam rejeitar.

Além do mais, Collor apesar de ter sido inocentado no STF, foi vítima de sérias acusações que pavimentaram na época o caminho para o impeachment, já o atual presdiente NÃO FOI ACUSADO de nenhum crime - podem acusar os filhos dele,  os primos do sobrinhos dos irmão do presidente, mas, nada cola em Bolsonaro, nada de desonesto ele praticou.] 

Ao lembrar a campanha de 1989, o senador diz que se arrepende de ter explorado acusações de uma ex-namorada de Lula em sua propaganda eleitoral. “Eu me senti mal depois que assisti ao vídeo”, afirma. Aos 70 anos, faz mistério sobre o livro de memórias em que promete revelar segredos do poder. Os originais ainda estão armazenados num disquete. “Preciso tirar isso de lá, porque estraga. Mas está num lugar bom, refrigerado”.
 
A eleição de Bolsonaro foi muito comparada à sua, em 1989. Em que o governo dele se parece com o seu?
Vejo semelhança entre o tratamento que eu concedi ao PRN e o que ele está conferindo ao PSL. Em outubro de 1990, nós elegemos 41 deputados. O pessoal queria espaço no governo, o que é natural. Num almoço com a bancada, eu disse: “Vocês não precisam de ministério nenhum. Já têm o presidente da República”. Erro crasso.
O que está acontecendo com o Bolsonaro é a mesma coisa. A bancada do PSL foi eleita na onda bolsonarista, é verdade. Mas quando a pessoa chega e assina o termo de posse, ela vira entidade.

Logo no início, ele tinha que ter dado prioridade aos 53 deputados do PSL. E, a partir desse núcleo, construído a maioria para governar. Ele perdeu esse momento. Agora reúne a bancada para dizer que vai sair do partido? Erro crasso.
Estou dizendo porque eu já passei por isso. Estou revendo um filme que a gente já viu. Vai ser um desassossego para ele.

Qual o futuro do governo?
Continuando do jeito que está, não vejo como este governo possa dar certo. São erros primários. Bolsonaro esteve na Câmara por 28 anos, viu como se forma um movimento numa casa em que o chefe do Executivo não dispõe de maioria.
Ele tem que entender algo fundamental: o presidente da República é o líder político da nação. Como líder, ele tem que fazer política. E política se faz por intermédio dos políticos e dos partidos.
O senhor vê risco de impeachment?
É uma das possibilidades. Bolsonaro não vem se preocupando com a divisão da sociedade brasileira, que se aprofunda. O discurso dele acentua a divisão. Com a soltura do Lula, a tendência é que essa divisão se abra ainda mais.

O governo tem que ser bombeiro. Tem que entender que não está mais em campanha. Hoje uma boa parcela dos eleitores que não queriam o PT está desiludida. É preciso que alguém acorde neste governo e diga: “O rei está nu”.
(...)

O Paulo César (Farias) era o tesoureiro da campanha. Eu dizia pra ele: “Paulo César, para com esse negócio”. Ele dizia: “Eu não tenho o que fazer. É uma avalanche”. 

Lula diz que o resumo do último debate exibido pelo Jornal Nacional foi decisivo para sua vitória. Concorda?
O Lula não foi bem no debate. Tem a história de dizer que a Globo editou. Não houve nenhuma edição (tendenciosa). Depois do debate, as ruas de São Paulo ficaram cheias de bandeiras, carros buzinando. A sensação era de vitória.
Como você edita um jogo em que o Flamengo ganha de 5 a 0 do Botafogo? Os melhores momentos são de quem ganhou. Do Botafogo, vão passar os piores momentos, a canelada na bola.

Em setembro, Bolsonaro pediu ao povo para ir às ruas de verde e amarelo. O senhor também fez isso em 1992. O que se lembra desse episódio?
Eu estava muito pressionado pelo impeachment. Foi uma tirada de marketing que deu errado. No domingo, todo mundo saiu de preto. Quando eu liguei a TV, pensei: “Não tem mais jeito. Agora é esperar o desfecho desse processo, que não vai ser nada bom”. 

Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo - Leia MATÉRIA COMPLETA

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Maia passa de defensor a matéria-prima de Dodge - UOL



['primeiro-ministro Maia' pode fazer companhia ao ex-deputado Eduardo Cunha. 

Cunha foi preso, após ter suspenso seu mandato de deputado (punição aplicada, apesar de não prevista no ordenamento legal brasileiro) e ser defenestrado da presidência da Câmara.]


Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, é um dos mais ferrenhos defensores da recondução de Raquel Dodge ao cargo de procuradora-geral da República. Não conseguiu seduzir Jair Bolsonaro. E ainda virou matéria-prima para a chefe do Ministério Público Federal. Dodge foi instada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a decidir se oferecerá ou não denúncia contra Maia, acusado de receber da Odebrecht verbas de má origem. 

Relatório enviado ao Supremo pela Polícia Federal concluiu que o presidente da Câmara e seu pai, o vereador do Rio de Janeiro Cesar Maia, praticaram os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa três. Os investigadores sustentam que a dupla recebeu por baixo da mesa R$ 1,6 milhão nas eleições de 2008, 2010 e 2014. Identificado nas planilhas da Odebrecht como "Botafogo", Maia nega as acusações. [Lula também nega, quando diz ser inocente.]

O processo foi enviado a Dodge na última sexta-feira (23). Fachin deu um prazo de 15 dias para que ela se manifeste. Como o mandato da procuradora-geral termina em 18 de setembro, só haveria uma forma de transferir a incumbência para o eventual sucessor: requisitando diligências complementares. Algo que desagradaria Fachin, incomodado com a longevidade do processo.

Blog do Josias - Josias de Souza - UOL