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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Fachin em jantar com Joesley, o Folgadão, e Renan, que varou a madrugada? Pode isso? Não! -

BLOG DO REINALDO AZEVEDO


Ministro tem de abrir mão da relatoria nesse caso, que nem petrolão é; sua proximidade com pessoas da J&F o desabilitam a ser um árbitro tão generoso, não é mesmo?

O Brasil já vive hoje sob uma virtual ditadura do Ministério Público Federal. Parte considerável de seus integrantes, capitaneados por Rodrigo Janot, resolveu privatizar a democracia. Parlamentar, ministro ou magistrado grampeados que expressarem uma opinião favorável ao projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade, por exemplo, podem ser acusados pelo digníssimo Rodrigo Janot de “obstrução da investigação”. E, por favor!, não ousem nem mesmo fazer perguntas a Edson Fachin, o relator do petrolão, que homologou a delação que deu salvo-conduto para um bandido como nunca houve no país

Pois é… Ocorre que terei de fazer as perguntas:
– ministro Edson Fachin, quando apenas candidato ao STF, o senhor esteve num jantar com Joesley Batista, em Brasília, que começou por volta de 21h e só terminou às 6h do dia seguinte?;
a esse jantar, na casa que o empresário mantém na capital, não estava presente o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que resistia à sua candidatura?;– o senhor, por acaso, não saiu dali, de manhã, e foi direto para o aeroporto?;
– o sr. lembra o que serviram no jantar?;
– e qual foi o cardápio de conversa tão demorada?;
– ao fim do encontro, Renan já estava convencido?

Além do ridículo

Olhem, essa questão está indo além do limite do ridículo. Todo mundo sabe em Brasília que Fachin visitou o gabinete de alguns senadores, quando ainda candidato ao posto, escoltado por ninguém menos do que Ricardo Saud, que vinha a ser justamente o homem da mala da J&F. Era ele que pagava boa parte dos “benefícios” a quase 2 mil políticos, na contabilidade admitida pelo próprio Joesley.

“Está insinuando que Fachin também recebeu propina, Reinaldo?” Eu nunca insinuo nada. Quando quero, afirmo. Não tenho informação de que tenha recebido grana. Mas tenho a clareza de que a proximidade do ministro com um dos comandantes da organização criminosa o torna suspeito para seguir relator desse caso.  Mais do que isso: se Saud o acompanhou, o empresário e lobista o fez na certeza de que sua presença poderia mover a vontade dos senadores. Assim, Fachin foi obviamente beneficiado pela, digamos, inserção que a J&F mantinha no Parlamento. E foi Fachin a dar sinal verde para uma operação do Ministério Público obviamente ilegal? E foi ele a decidir, em última instância, a liberdade, sem amarras de qualquer natureza, a Joesley, o conviva da mais longa das noites?

Informação

Um grupo de deputados decidiu ingressar com um pedido na Comissão de Constituição e Justiça para que o ministro explique as suas relações com Saud. Ora, o que há de estranho nisso, considerando que este também foi um dos beneficiados por Janot e pelo ministro? É preciso, sim, cobrar detalhes dessa relação.

Pois é… Leio no Painel, da Folha, que há quem, no Supremo, considere que isso seria uma forma de intimidar Fachin e poderia caracterizar até um crime: coação! Ah!!! A tese é de tal sorte exótica que deve derivar de algum ministro que não conhece direito a Constituição. Chuto… Roberto Barroso! Como é? Então um parlamentar perdeu a prerrogativa de apresentar petições à CCJ caso estas digam respeito a um ministro do Supremo? Então a imunidade parlamentar já não garantiria nem mais o direito de cobrar explicações?

Bem, considerando que Janot resolveu denunciar Aécio Neves por obstrução da Justiça porque, afinal, ele atuou como senador, não seria de estranhar que alguém levantasse a tese de que um deputado comete um crime quando faz indagações a um ministro do STF. Ademais, Fachin, como sabemos, cobra explicações de todo mundo, certo? Por que não pode dá-las também? E ainda com maior necessidade: afinal, o Judiciário existe para remediar os remédios, não é?

Fachin tem de abrir mão dessa relatoria. Sei lá se um outro seria melhor ou pior para Temer. Pouco importa nesse caso. Não dá é para aceitar o inaceitável. E não é aceitável que ele tenha sido, vamos dizer, acolhido pelo empresário que confessou 245 crimes e depois se mandou para Nova York, deixando atrás de si um país perplexo, mergulhado na certeza e da desesperança.  Estaria forçado a renunciar à relatoria ainda que tivesse tido, no caso, um comportamento exemplar. Mas todos sabemos que isso não é verdade.

O Brasil exige a volta de Joesley. E cobra também que, em alguma medida, ele pague por seus crimes, a exemplo do que aconteceu com todos os outros empresários que fizeram delação — ainda que, também para estes, as respectivas penas tenham sido pornograficamente baixas.  Não é de hoje que o crime compensa em
Banânia. Mas nunca recebeu um prêmio tão alto como nesse caso.


Por: Reinaldo Azevedo

 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Não gostei dos discursos de Maia; flertam demais com o PT e com as esquerdas

Falas estão excessivamente preocupadas em acenar para a minoria no Congresso; aquelas que não reconhecem um governo legítimo

O que vai ser da presidência da Câmara sob Rodrigo Maia (DEM-RJ)? A ver. Ele chega com o peso de quem representa principalmente as antigas oposições DEM, PSDB, PPS, com o acréscimo do PSB —, mas é visível que teve de abrir o leque do discurso para abrigar outras forças. Embora os seus 285 votos signifiquem, em grande parte, repulsa a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é inequívoco que ele fez acenos à esquerda.

Sim, política supõe conversa e negociação. Mas também implica uma agenda. Quanto mais clara ela for, melhor. Não gostei do discurso de Maia antes, durante e depois da votação, quando já se sagrara vitorioso. Nos três momentos, percebi uma preocupação excessiva em abrigar a minoria, dialogar com a minoria, reconhecer a minoria…

Por minoria, nesse caso, entenda-se o PT. Os que estão ainda à esquerda nem contam. “Ah, política é assim mesmo…” É, sim, mas depende em grande parte de quem está do lado de lá. Se for um bando de delinquentes chamando o estado de direito de “golpista”, aí não vale. Uma coisa é certa: em seu discurso inaugural, Maia saudou, por exemplo, o PCdoB e o PDT. A troco de quê?

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Pregou a união e a concórdia, dizendo que a Casa não aguentava mais tanta crispação. Olhem aqui: eu tenho um compromisso com os fatos. Cunha caiu em desgraça por conta da sua biografia, como todos sabem, mas foi um ótimo presidente da Câmara. Agiu no limite das suas prerrogativas. E depois perdeu a mão no Conselho de Ética. Mas não venham me dizer que se tratava de uma crispação inaceitável ou artificial. Fez a coisa certa.

Maia concedeu uma entrevista a Heraldo Pereira, da Globo, minutos depois da vitória. Disse que obteve o apoio de setores da oposição porque reconhece a necessidade do diálogo e coisa e tal. Até ai, vá lá… Indagado sobre a agenda, falou sobre a necessidade de renegociar a dívida dos Estados, a PEC dos precatórios e até sobre “Reforma da Previdência, que ele classificou de “polêmica”. Disse ser preciso debatê-la com calma, algo como “no interesse das contas e da sociedade…”.

E eu fiquei, não sei por quê, com a impressão de que Maia não acha o assunto tão prioritário assim. Espero que essa avalanche de votos que ele obteve não tenha representado uma espécie de capitulação diante da agenda da esquerda.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo