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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Nada mais fascista do que um imposto sindical obrigatório - Gazeta do Povo

Vozes - Guilherme Macalossi

O DNA do imposto sindical obrigatório é fascista
Não se trata de matéria de opinião, é apenas fato histórico. 
A declaração III da Carta del Lavoro estabelecia que “somente o sindicato legalmente reconhecido e submetido ao controle do Estado tem o direito de impor a todos os integrantes da categoria o pagamento da contribuição”.  
Era uma forma de, pela via sindical, submeter a classe operária aos dirigentes fascistas.

Esse documento de 1927 que institucionalizou o modelo corporativo nas relações de trabalho da Itália de Benito Mussolini inspirou a CLT, promulgada por Getúlio Vargas durante sua ditadura do Estado Novo. Desde então, a cobrança compulsória sobre o vencimento dos trabalhadores brasileiros foi praticada indiscriminadamente até 2017, quando o governo de Michel Temer fez a Minirreforma Trabalhista. Agora, Lula pretende ressuscitar o monstrengo, como forma de ajudar seus amigos sindicalistas, ávidos por recursos fáceis.

    Era uma forma de, pela via sindical, submeter a classe operária aos dirigentes fascistas

Desde que o pagamento se tornou facultativo, a arrecadação dos sindicatos e demais entidades desabou de R$ 3.6 bilhões em 2017 para R$ 68 milhões em 2023. Uma queda de 98%.  
O recado dos trabalhadores é bem evidente: não se sentem representados pelas entidades existentes, muitas delas voltadas menos aos interesses coletivos e mais para aqueles de suas respectivas cúpulas, muitas vezes formado por castas umbilicalmente ligadas a partidos políticos de esquerda.
 
Luiz Marinho, que Lula nomeou para o Ministério do Trabalho e Emprego, é um dinossauro sindical cujas concepções e noções econômicas o fazem acreditar que se a Uber saísse do país bem poderia ser substituída pelos Correios, uma estatal que mal consegue distribuir boletos.  
Eis a figura que foi encarregada de reestabelecer a obrigatoriedade do financiamento sindical.
 
Ainda que agrade a companheirada emboletada nas sinecuras da CUT, da UGT, da Força Sindical e outras, o retrocesso trabalhista pretendido pelo governo Lula ainda terá de ser debatido no Congresso Nacional, em que se projetam dificuldades objetivas para a aprovação. 
 Ainda mais se o texto apresentado for aquele sonhado por essas entidades.

Em nota conjunta publicada na última segunda-feira (21), as centrais denunciam que seu campo foi “prejudicado pelo avanço de políticas antissociais e antidemocráticas que se viu durante os governos Temer/Bolsonaro”, e que para “restaurar plenamente o Estado Democrático de Direito precisamos restaurar o erro que foi a ofensiva antissindical”. Para tanto, defendem a volta de um subsídio obrigatório, na contramão das legislações de outros países com economias mais dinâmicas, em que associações são voluntárias e há pluralidade.

É preciso uma boa dose de desonestidade intelectual e de descaramento para instrumentalizar o estandarte da democracia como forma de fazer lobby por uma proposta de concepção fascista. 
O corporativismo monopolista das entidades sindicais já está na rua para reivindicar a tungada no dinheiro dos assalariados, devolvendo o Brasil a 1927.


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Guilherme Macalossi, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 14 de janeiro de 2023

Lula inocentou um assassino patológico - Augusto Nunes

Revista Oeste

Na cabeça baldia do presidente, Stalin continua fantasiado de Guia Genial dos Povos

Lula e a confusão de chamar radicais de “stalinistas fanáticos”, como se fossem adeptos da ideologia do ditador soviético Josef Stalin | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução

Lula e a confusão de chamar radicais de “stalinistas fanáticos”, como se fossem adeptos da ideologia do ditador soviético Josef Stalin -  Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução

No meio da discurseira sobre a explosão de violência registrada em Brasília neste 8 de janeiro, um domingo, Lula precisou de um punhado de segundos para escancarar a cabeça baldia que preside o Brasil: “E essas pessoas, esses vândalos, que a gente poderia chamar de nazistas fanáticos, de stalinistas fanáticos… Ou melhor: stalinistas, não, esses fascistas fanáticos”, corrigiu-se o presidente da República. 
Para quem leu quatro ou cinco verbetes de almanaque sobre esses assassinos patológicos, não há diferenças essenciais entre Josef Stalin, Adolf Hitler e Benito Mussolini
Os três estão alojados na mesma ala do museu da infâmia.
 
Os três são igualmente desprezíveis. Por ter atravessado a vida sem sequer folhear um livro de história, Lula ignora profundamente o que foram ou fizeram. Alguém certamente lhe soprou o que segue estacionado na memória deserta de vogais e consoantes: o nazismo e o fascismo são de “direita” e, portanto, do mal; o stalinismo é de “esquerda” e, portanto, do bem.  
Como os similares da Alemanha e da Itália, o serial killer nascido na Geórgia que reinou sobre a União Soviética por quase 30 anos matava por atacado. Calcula-se em 20 milhões o total de vítimas de Stalin.

Fake news espalhada pelos imperialistas americanos”, Lula deve ter ouvido de José Dirceu, ou de Fidel Castro, ou de Hugo Chávez. 
Na revolução que pariu o leviatã comunista, Stalin brilhou como terrorista, assaltante de bancos e executor de atentados à bomba.   Foi ele quem propôs a Hitler, em 1939, o obsceno Pacto Germano-Soviético, rompido dois anos mais tarde pelo parceiro alemão. Mas isso ninguém contou a Lula: não se deve manchar a imagem do Guia Genial dos Povos. Haja cretinice.
 
“Eu cheguei à Presidência mesmo sem ter um curso superior”, vivia recitando Lula, durante o primeiro mandato, a frase que nasceu como pedido de desculpas, foi promovida a motivo de orgulho e acabou transformada no desafiador refrão do hino à ignorância. “Talvez até quando eu deixar a Presidência possa até cursar uma universidade”, passou a emendar depois de reeleito o único presidente do Brasil que não aprendeu a escrever e nunca leu um livro
Esqueceu o assunto quando começou a colecionar títulos de doutor honoris causa
De volta ao Planalto aos 77 anos, capricha na pose de especialista em tudo.
 
Lula sempre fugiu de livros, lápis e cadernos com mais agilidade do que a demonstrada pelo Super-Homem ao topar com a kriptonita verde. Longe do trabalho duro desde 1976, quando o torneiro mecânico descobriu a vida mansa de dirigente sindical, tempo para estudar teve de sobra. Mas prevaleceu a preguiça congênita, estimulada pelos áulicos que sabem juntar sujeito e predicado. 
A lastimável formação escolar foi tratada como pecado venial até que o professor e crítico literário Antonio Candido surpreendeu o mundo com a tese audaciosa: dependendo do indivíduo, ignorância é virtude.

Os gulags eram campos de trabalho forçado que existiram entre os anos 1930 e 1960. Foram reavivados por Josef Stalin para “abrigar” quem se opunham ao Estado | Foto: Divulgação

“Essa história de despreparo é bobagem”, decretou em 2007, entre um ensaio erudito e a releitura de um clássico, o professor que, na lida com alunos comuns, castigava com um zero desmoralizante qualquer reincidente em cacófato. “Lula tem uma poderosa inteligência e uma capacidade extraordinária de absorver qualquer fonte de ensinamento que existe em volta dele ─ viajando pelo país, conversando com o povo, convivendo com os intelectuais”, ensinou Antonio Candido. E imediatamente se contradisse: “Nunca vi Lula ser um papagaio de ninguém. Nunca vi Lula repetir o que ouviu. Ele tem uma grande capacidade de reelaborar o que aprende. E isso é muito importante num líder”.

Poucas manifestações de elitismo são tão perversas quanto conceder a quem nasce pobre o direito de nada aprender até a morte

O líder passou a reelaborar o que aprende com tal desembaraço que deu de repreender gente conhecida pelo apego ao conhecimento. Em junho de 2009, explicou que a jurista Ellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, não conseguira o cargo que almejava num tribunal internacional “porque não estudou como deveria”. Feito o diagnóstico, consolou a paciente: “Mas ela é moça, ainda tem tempo”. Um mês depois, o doutor em qualquer coisa resolveu enquadrar os críticos do que o ex-senador pernambucano Jarbas Vasconcelos qualificara de maior programa oficial de compra de votos do mundo.

“Alguns dizem assim: o Bolsa Família é uma esmola, é assistencialismo, é demagogia e vai por aí afora”, decolou o exterminador de plurais. “Tem gente tão imbecil, tão ignorante, que ainda fala ‘o Bolsa Família é pra deixá as pessoas preguiçosa porque quem recebe não quer mais trabalhá.” Só podia pensar assim, acelerou, “uma pessoa ignorante ou uma pessoa de má-fé ou uma pessoa que não conhece o povo brasileiro”. Povo é com ele, gabou-se outra vez em dezembro de 2009, ao recomendar aos meninos do Brasil que estudassem português com mais afinco. “É muito importante para as crianças não falarem menas laranjas, como eu”, exemplificou. Mas não tão importante assim: “Às vezes, o português correto as pessoas nem entendem. Entendem o menas que eu falo”.

Mesmo os que não se expressam corretamente também entendem quem fala menos. Não falta inteligência ao povo. Falta escola. Falta educação. Falta gente letrada com disposição e coragem para corrigir erros cometidos por adultos que nasceram pobres.  
Lula deixou de dizer menas quando alguém lhe ensinou que a palavra não existe. O exemplo que invocou foi apenas outra esperteza. 
Poucas manifestações de elitismo são tão perversas quanto conceder a quem nasce pobre o direito de nada aprender até a morte. 
 
Milhões de filhos de famílias muito mais pobres do que Lula enfrentam carências desoladoras na busca do conhecimento. A celebração da ignorância é sobretudo um insulto aos pobres que estudam.
É também uma agressão aos homens que sabem. Num Brasil pelo avesso, os que dominam a língua portuguesa ainda terão de pedir licença aos analfabetos para expressar-se corretamente
A boa formação intelectual não transforma um governante em bom presidente. 
Mas quem se orgulha da formação indigente e despreza o conhecimento jamais será um estadista. Ao absolver um psicopata sanguinário, Lula informou que vai morrer sem saber quem foi Stalin.  
Como o ditador do império comunista, seu devoto sul-americano logo será reduzido a mais uma lembrança sombria de tempos muito estranhos.

Leia também A maldição dos 40 ameaça um setentão

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Com Giorgia Meloni, extrema-direita triunfa nas urnas da Itália

Coligação liderada pela nacionalista Giorgia Meloni conquista maioria no parlamento, abrindo caminho para uma mulher governar o país pela primeira vez. Resultado marca a ascensão de um partido pós-fascista desde Mussolini [a esquerda nada tem a oferecer, exceto miséria, aberrações, bizarrices e desvalorização dos Valores Cristãos, da Família e de tudo que seja do BEM.]

Pela primeira vez desde 1945, a Itália pode ser governada por uma liderança pós-fascista. Em uma vitória histórica, o partido fundado por Giorgia Meloni e seus aliados conservadores conquistaram ampla vantagem na Câmara dos Deputados e no Senado, com 44% dos assentos em ambas as casas. O Irmãos da Itália consolidou-se como maior força e, segundo as pesquisas de boca de urna, obteve entre 26% e 26,1% dos votos, respectivamente, muito acima dos aliados do Liga, de Matteo Salvini (8,9%-8,8%), e do Força Itália (8%-8,2%), de Silvio Berlusconi. 
  
Admiradora, na juventude, de Benito Mussolini e conhecida pela linguagem direta e eficaz desde seus anos como líder estudantil em Roma, Meloni, 45 anos, pode se tornar a primeira mulher a chegar à chefia de governo na Itália. "Se fomos chamados a governar esta nação, o faremos por todos os italianos", discursou, às 2h30 (hora local) de hoje. Com os aliados, ela promete cortes de impostos e bloqueio dos imigrantes que cruzam o Mediterrâneo, além de uma política familiar ambiciosa para aumentar a taxa de natalidade, em um dos países com mais idosos no mundo.

O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, não conseguiu mobilizar o eleitorado para frear o avanço da extrema direita, e precisou se conformar com uma cifra oscilando entre 17% e 21%. Já os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E) obtiveram entre 13,5% e 17,5% dos votos, abaixo da pontuação histórica de mais de 30% alcançada em 2018, porém acima do que apontavam as pesquisas de opinião. De acordo com o centro de estudos italianos Cise, confirmada a boca de urna, a coalizão de direita obteria a maior porcentagem de votos registrada por partidos de direita na Europa ocidental desde 1945.

Mundo - Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA

sábado, 1 de janeiro de 2022

O confisco da liberdade - Revista Oeste

 Augusto Nunes Branca Nunes

Os chefes do combate à pandemia instalaram na UTI direitos que a civilização ocidental levou séculos para consolidar

É impossível imaginar Winston Churchill isolado num gabinete, o rosto coberto pela máscara negra customizada, comandando a guerra contra um vírus chinês com a imposição de lockdowns e o rebaixamento a inimigo da pátria de qualquer súdito de Sua Majestade que ousasse dar as caras na rua. A hipótese é tão inverossímil quanto enxergar João Doria no cargo de primeiro-ministro britânico ao longo de 1940, liderando com palavras e ações a resistência solitária ao avanço das forças armadas de Adolf Hitler. Churchill foi o maior dos estadistas. Doria é apenas um dos governadores promovidos a tiranetes provincianos pelo Supremo Tribunal Federal, com poderes de sobra para, em parceria com os prefeitos, fazer o diabo no combate à pandemia de covid-19 até que a última esquadrilha de coronavírus voe de volta ao país natal.

O deserto de homens e ideias vislumbrado nos anos 1940 pelo chanceler Oswaldo Aranha restringia-se ao Brasil. A paisagem planetária era bem menos agreste. Em maio de 1941, com a ostensiva entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, Franklin Roosevelt, único a vencer quatro eleições presidenciais consecutivas, interrompeu a solidão de Churchill. 
O mais longevo inquilino da Casa Branca puxou a fila que incluiria líderes nacionais brilhantes, militares audaciosos e diplomatas de fina linhagem.
A contemplação do elenco confirma que a vitória dos Aliados foi marcada pela coragem. E ninguém foi mais audaz que Churchill. Depois da retirada de Dunquerque, por exemplo, ele primeiro louvou a épica mobilização que resgatou das praias francesas mais de 300 mil soldados britânicos sitiados pelo Exército nazista. Em seguida, fez a advertência: “Não se ganha uma guerra com retiradas”.
 
Em agosto de 1940, em meio ao bombardeio de Londres que duraria 40 dias, ele frequentemente ordenou que aviadores da Real Air Force esquecessem por algumas horas a assustadora desvantagem numérica, deixassem os céus escurecidos pela Batalha da Inglaterra e quebrassem a moral do inimigo com ataques aéreos a Berlim e outras grandes cidades alemãs. Se estivesse no lugar de Churchill, uma Margaret Thatcher certamente faria a mesma coisa. Ela foi uma estadista e tanto. Mas o que teria acontecido caso o substituto fosse o atual primeiro-ministro, Boris Johnson? 
Pelo que fez e anda fazendo no combate à pandemia, essa flor de mediocridade não surpreenderia ninguém se determinasse a todos os britânicos — incluídos os alistados no Exército, na Marinha e na Aeronáutica, os integrantes do governo e ele próprio — que permanecessem em abrigos subterrâneos até que a guerra acabasse. Com a vitória de Hitler e seu comparsa italiano Benito Mussolini, naturalmente.

Churchill teve de lidar simultaneamente com a maior das guerras até então travada e com conflitos domésticos inevitáveis nas democracias. Para reduzir as colisões entre partidos, montou um ministério de união nacional. Isso não o livrou da feroz bancada oposicionista no Parlamento (que, ao contrário do que ocorreria décadas mais tarde em vários pontos do planeta fustigados pela covid, continuou funcionando normalmente). Entre uma visita ao front e uma viagem aérea de alto risco rumo a outra reunião secreta do alto comando aliado, o primeiro-ministro teve de sobreviver a moções de desconfiança que se seguiam a cada insucesso na guerra — e que não foram poucos. “É preciso coragem para levantar-se e falar, mas também é preciso coragem para sentar-se e ouvir”, aprendeu. Para ele, aliás, a coragem é a maior das qualidade humanas, porque garante as demais.

Os loucos por lockdown
Vista em seu conjunto, a performance dos chefes do combate à pandemia reitera que estadistas são uma espécie aparentemente desaparecida da face da Terra. É perturbador descobrir que o mundo ficou parecido com o Brasil da frase de Oswaldo Aranha. Ainda mais inquietante é constatar que os generais e sargentos que dirigem a guerra contra a pandemia se dividem entre os incapazes, os capazes de tudo e as bestas quadradas que acham possível vencer combates com retiradas sucessivas. 
 
A inquietação dos portadores de cérebros sem avarias é ampliada pela transformação do Supremo Tribunal Federal num Poder Moderador que age imoderadamente em favor dos governadores e prefeitos — e invariavelmente contra o chefe do Poder Executivo. 
Tudo o que faz ou pensa o presidente da República é coisa de genocida negacionista. 
Todas as bobagens produzidas pelos chefetes regionais ou municipais são elogiáveis, por comprovarem o respeito do bando a um oráculo batizado de ciência.
Faz quase dois anos que esses donatários do Brasil esbanjam aquela espécie de arrogância que mal camufla a pusilanimidade. 
 
Uma consulta ao abundante falatório dos loucos por lockdowns prova que a pandemia reformulou as prioridades do repertório vocabular. A discurseira agora é adornada por termos como “precaução”, “prevenção”, “cautela”, “cuidado”, “prudência”, “isolamento” e outras sopas de letras associadas ao medo. A mesma consulta informa que a palavra “coragem” foi expulsa da garganta da turma dofique em casa”. Virou palavrão, coisa de bordel, conversa de cabaré, indigna de salões frequentados por gente que não dá um passo sem ouvir, pela voz dos condutores da guerra, o que dizem a ciência e a saúde. 
Se tivesse nascido na primeira metade do século passado numa fazenda do Reino Unido, essa gente se esconderia no celeiro de 1939 a 1945. E continuaria a afastar-se do mundo sempre que avistasse no horizonte algum avião de carreira.
 
Churchill, Roosevelt, o francês Charles de Gaulle e milhões de jovens anônimos foram à guerra para impedir o assassinato da liberdade
Os tiranetes cevados pela pandemia confiscaram direitos fundamentais a cada avanço do exército brancaleônico. A primeira vítima foi o direito de ir e vir, degolado por quarentenas e fechamentos de estradas. Em março de 2020, os humanos descobriram que já não eram livres para sair de casa quando quisessem, conviver com amigos ou familiares, muito menos ir a lojas, bares e restaurantes. Cinemas e teatros estavam interditados. Crianças haviam perdido a permissão para estudar em salas de aula e todos deveriam cobrir o rosto com máscaras.
 
A segunda foi a liberdade de expressão, guilhotinada pela submissão de todas as discordâncias à verdade oficial. Deixou de existir qualquer oportunidade para discutir ou debater as decisões das autoridades. 
O massacre estendeu-se ao direito à vida, suprimido no momento em que os generais decidiram que a economia deveria ficar para depois. 
E agora ameaça de morte a liberdade religiosa, o livre-arbítrio sobre o próprio corpo e o pátrio poder.  
Políticos e juízes tratam como bandidos os cidadãos que não se vacinaram e como criminosos hediondos os pais que se recusam a vacinar um filho.
 
Evandro Pelarin, juiz da Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto, por exemplo, resolveu intimidar todos os pais e mães da cidade. “A partir do momento que a Anvisa libera a vacinação de crianças, ela passa a ser obrigatória e os pais que deixarem de imunizar os filhos podem ser multados, processados e até perder a guarda.” Na cabeça do juiz de 44 anos, “a resistência dos pais é um crime, é colocar em risco a saúde alheia”.[o ilustre magistrado conferiu a uma decisão da Anvisa poderes de Lei - esquecendo que uma lei é editada exclusivamente pelo Poder Legislativo (ou deveria ser, se ilustres integrantes do Poder Judiciário obedecessem à Constituição Federal e respeitassem a competência constitucional de cada um dos Três Poderes) formado por 513 deputados e 81 senadores. 
Já a decisão da Anvisa - com força de lei, no entendimento do magistrado Evandro Lelarin - foi adotada por meia dúzia de técnicos que não se dispõem a assumir publicamente o que criaram.]

A covidocracia
Os britânicos buscavam a vida normal entre um bombardeio e outro. Os brasileiros estão proibidos de acreditar que a pandemia está no fim.  Os britânicos ficaram felizes com o fim da guerra. Os governantes destes trêfegos trópicos vibram com o crescimento de uma gripe e lamentam que a nova variante seja tão branda. “Essas proibições são um teatro”, observou o advogado e jornalista americano Michael Fumento. “Por quanto tempo permitiremos que as variantes sejam exploradas para manter uma covidocracia permanente? É hora de acabar. Precisamos dar a essa variante um novo nome de alfabeto grego: Ômega. Que é ‘o último’.”

Quem poderia imaginar que esse enredo kafkaniano se tornaria realidade?

A advogada e escritora Daria Fedotova, baseada na Ucrânia, afirma que está proliferando “uma espécie de Estado babá, que decide que seus cidadãos travessos não sabem o que é bom para eles e, portanto, precisam ser mantidos longe do perigo”. Embora a Ômicron tenha se mostrado nada letal desde sempre, Israel proibiu a entrada de estrangeiros no país. O Japão e o Marrocos fecharam o espaço aéreo. E cerca de 50 países impuseram restrições a viajantes que estiveram no sul da África.

Na contramão da liberdade individual, a Áustria tornará a vacina obrigatória a partir de fevereiro. Quem recusar a imunização será convocado por um tribunal local. Se ignorar a convocação duas vezes, pagará uma multa calculada em € 3.600. Se insistir na rejeição, será punido com multas que podem arruinar financeiramente o autor da infração. A Alemanha impôs um lockdown aos não vacinados. Cresce o número de países que exigem o passaporte de vacinação para entrar em locais fechados. Na Itália, os não vacinados estão impedidos de trabalhar.

Quem poderia imaginar que esse enredo kafkaniano se tornaria realidade? Em menos de dois anos, a civilização ocidental abriu mão com estarrecedora passividade de direitos fundamentais que levou séculos para conquistar. “Suspeito que muitos valorizam a liberdade menos do que gostamos de pensar”, afirmou o psiquiatra inglês Theodore Dalrymple, em entrevista a Oeste. “Se a liberdade acarreta um custo, eles estão dispostos a renunciar a ela. Alguns até acham a liberdade desconfortável, especialmente quando traz responsabilidades. Preferem que alguém cuide de seu conforto.”

Derrotado na primeira eleição depois da vitória sobre o nazismo, Churchill reagiu com a naturalidade dos estadistas: “Os eleitores acharam que sou melhor durante a guerra do que em tempos de paz”. Os sacerdotes do autoritarismo à brasileira acreditam que vacina é cabo eleitoral. O primeiro-ministro que venceu a Alemanha é imortal
Daqui a 75 anos, quando alguém lembrar que houve nos anos 20 uma pandemia homicida, os rufiões do coronavírus serão, na mais favorável das hipóteses, nomes de rua. 
São medíocres demais para descansarem em placas nas esquinas de alguma avenida.

Leia também “Os imoderados no poder”

Augusto Nunes  Branca Nunes, colunistas - Revista Oeste


quarta-feira, 13 de maio de 2020

A democracia apodrece na república dos poltrões - José Nêumanne

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro dá sinais de que quer autogolpe, mas falsos democratas só reagem em notas inócua

Em 19 de abril, Dia do Exército, o presidente da República tomou café com os filhos 01, 02 e 03 e foi ao Quartel-General da Força, à frente do qual discursou para manifestantes que carregavam cartazes, entre os quais um clamava: “Intervenção militar já com Bolsonaro”. O ato reivindicava novo Ato Institucional n.º 5 para fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Ali, entre acessos de tosse, afirmou: “Eu estou aqui porque acredito em vocês”. A Polícia do Exército garantiu a segurança dos presentes. E nenhum golpista foi preso em flagrante. [flagrante? de qual crime? a Constituição Federal garante a todos o livre direito de expressão e de reunião.] O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu e o STF autorizou inquérito para investigar quem organizou, financiou e compareceu ao ato, mas omitiu o nome dele. Ninguém foi processado e preso por ter violado a Lei da Segurança Nacional, incorporada à ordem legal vigente. No dia seguinte, parodiou Luís XIV: “Eu sou a Constituição”.

Em 30 de abril, proibido de empossar na chefia da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem, seu segurança na campanha e amigo de seu filho 02, por liminar dada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, Bolsonaro chamou a decisão de “canetada política”, em insulto inédito de chefe de um Poder a ocupante de outra instituição sediada na Praça dos Três Poderes. [o ministro Marco Aurélio, do STF, que pode ser acusado de  muitas coisas, mas jamais de ser bolsonarista, apresentou projeto de mudança do RISTF de forma a que decisões contra atos do Chefe de qualquer um dos Poderes da República não possam ser monocráticas. - assim, evitando abusos e ofensas.] 

Em 3 de maio, profissionais da saúde protestaram em silêncio naquela praça contra a inércia do governo federal em relação à pandemia de covid-19. Marluce Gomes fez parte do grupo de bolsonaristas que reagiu à manifestação e insultou uma de suas participantes: “Quando a gente sente o cheiro de quem não passou perfume, a gente entende o tipo de pessoa que você é”. Identificada pelo Conselho Federal de Enfermagem, ela foi processada. Na terça-feira 5, ela iria ao cercadinho, que o chefe do governo usa como tribuna de fala do trono, para homenageá-lo em altos brados. No ataque aos heróis populares, que, ao contrário do “Mito”, arriscam a vida para enfrentar o contágio do novo coronavírus, ela teve a companhia de Renan Sena. Este agrediu um manifestante e é empregado de uma empresa que presta serviços ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (!), de Damares Alves, por R$ 20 milhões. O empresário Gustavo Gayer completa o trio identificado. Não há notícia de que seu idolatrado condottiere os tenha recriminado.

No dia seguinte, domingo 4 de maio, Sua Excelência voltou a se dirigir a manifestantes antidemocráticos da rampa do Palácio do Planalto, símbolo do poder nesta insana República. Mais uma vez, os golpistas [?] não foram abordados pela polícia, cujo superior hierárquico é Ibaneis Rocha, advogado trabalhista e governador do Distrito Federal, que decretou isolamento social e passou um fim de semana em Maceió (AL) com um grupo de amigos. Uma vez mais, o procurador-geral da República não incluiu o nome de Jair Messias no inquérito, autorizado pelo STF.

Na segunda-feira 8 de maio, o chefe do Poder Executivo arrebanhou um grupo de dirigentes de associações sindicais de industriais, que compareceu a seu gabinete para cobrar medidas por ele prometidas três semanas antes à Confederação Nacional da Indústria para uma saída organizada do isolamento social. Em vez de lhes dar satisfação, liderou uma caravana até o outro lado da praça, numa réplica da Marcha sobre Roma, com que Benito Mussolini instalou a ditadura fascista na Itália, em 1922. Foi recebido pelo amigão Dias Toffoli na presidência do STF e este lhe avisou que a responsabilidade sobre o pedido dos empresários era do presidente da República, e não da Justiça. A invasão da cúpula do Judiciário foi transmitida ao vivo em live em rede social.

Ontem, por decisão do decano do STF, Celso de Mello, autoridades e advogados representando o presidente da República, a PGR, a PF, o STF e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro viram o vídeo de uma reunião do tal Conselho de Governo, com 30 membros, como parte do inquérito aberto a partir de acusações que o ex-auxiliar lhe havia feito ao pedir demissão. Não faltam vexames: o presidente ameaçando o ex-ministro de demissão, o ministro da (falta de) Educação insultando as homenageadas no domingo 10 pelos membros do STF, o chanceler acusando a China de ter usado o novo “comunavírus” para dominar o mundo e o chefão de todos cobrando de Moro não ter falsificado o atestado de óbito de um agente da Polícia Rodoviária Federal morto por covid-19.

Sua obsessão em debochar da pandemia chegou ao extremo de anunciar um churrasco no sábado 9 de maio, quando o total oficial de óbitos ultrapassou 10 mil. E depois dizer que foi um anúncio fake para desmoralizar repórteres “idiotas”. E passeou de jet ski no Lago Paranoá, enquanto a princesa Sofia, da Suécia, atendia pacientes de covid-19 num hospital em Estocolmo.

Apavorada, a Nação pergunta até quando falsos pais da Pátria, que deviam defender o Estado de Direito com fatos, vão se abrigar em notas oficiais inócuas, enquanto ele inspira canalhas que chutam ataúdes e desonram a Bandeira Nacional hasteada a meio mastro em luto [oportuno apontar o óbvio: o hasteamento da Bandeira Nacional no Congresso foi uma solidariedade política, falsa:
afinal, foram os senadores que moveram ação para cassar decisão de juiz federal que havia autorizado o bloqueio dos recursos dos Fundos Eleitoral e Partidário - R$ 3.000.000.000,00 - ,para que fossem usados no combate à pandemia.] pelas vítimas de um genocida ignorante, perverso e insensível.

José Nêumanne, jornalista - O Estado de S. Paulo


sábado, 28 de março de 2020

CAPITÃO,OU GENERAL, PRESIDENTE? - Sérgio Alves de Oliveira


Provavelmente insatisfeito ou frustrado nas as suas expectativas de ascensão na carreira militar, onde chegou ao posto de “capítão”,Jair Messias Bolsonaro, atual Presidente da República, acabou abandonando o Exército Brasileiro para se dedicar inteiramente  à política, tendo sido eleito Deputado Federal, pelo Rio de Janeiro, durante sete mandatos consecutivos, de 1991 a 2018.       
          
E a carreira política pela qual Bolsonaro optou, de todas as atividades profissionais  no setor  público brasileiro, inclusive a de  “gari”, de prefeitura municipal, na verdade é a que menos requisitos e currículo exige para ser admitido, bastando o interessado possuir um título eleitoral, podendo ser analfabeto , ou semianalfabeto (na prática), candidatar-se, e  conquistar os votos dos eleitores. Segundo o Estatutos dos Militares (Lei Nº 6.680/1980), o Exército Brasileiro compõe-se, num primeiro momento, de “Oficiais, e “Praças”.                                                                              
No caso, Bolsonaro saiu do Exército, como “reformado”no posto de “Capitão”, a última graduação entre os “Oficiais Superiores”, [ Intermediários] e que é o 8º (oitavo) posto na hierarquia “castrense”, que começa com o “Marechal” (*****),O “General de Exército (****),o “General de Divisão (***),e o General de Brigada(**),dentre os Oficiais Generais; e  “Coronel”,”Tenente Coronel”, “Major” e “Capitão”, dentre os “Oficiais Superiores”.

Os “Oficiais Subalternos” do EB  são  “Primeiro Tenente”, ”Segundo Tenente”, e  “Aspirante”; os  “Praças ou Graduados” são  “Subtenente”,”Primeiro Sargento”,”Segundo Sargento”,”Terceiro Sargento”, ”Cabo” e “Soldado”. Mas resta um “ consolo” aos  que apostaram  em Bolsonaro como sendo a melhor opção presidencial  em outubro de 2018. Muito mais “modesto” que o currículo de Bolsonaro no Exército, onde entrou em l973, aos 18 anos de idade, na Escola Preparatória dos Cadetes do Exército, em   Campinas/SP, ganhando o posto de “Capitão”, o 8º na hierarquia do Exército, é justamente  o “currículo” do seu mais ferrenho opositor, o “líder” sindical que também chegou à Presidência da República, por dois mandatos consecutivos, de 2003 a 2010, Lula da Silva, com formação de “torneiro mecânico”, dizendo  alguns que das suas mãos jamais teria saído   um só “prego”. 

Mas esse “trabalhador” soube aproveitar como poucos as regalias oportunizadas aos dirigentes sindicais, pela CLT, de inspiração “fascista”- do “Codice Del Lavoro”, de  Benito Mussolini-  que  aos invés de trabalhar, como os outros, meteu-se na política sindical, e dali partiu direto  para a política partidária, chegando a Presidente da República. Na verdade a história sindical no Brasil confunde-se com “sujeira”. Abriga  quase sempre os piores trabalhadores, que ai adquirem “estabilidade”, tendo saído dessa “escola” o grupo  que assaltou e praticamente quebrou os maiores fundos de pensão do país, frustrando as expectativas  de muitos milhares dos seus trabalhadores por uma aposentadoria melhor.

Mas entre Bolsonaro e Lula, tem uma enorme diferença. Durante os 18 anos em que Bolsonaro esteve no Exército, sua ficha funcional sempre foi exemplar. A de Lula, uma “catástrofe”.  Embora tenha sido escolhido o maior líder do Partido dos Trabalhadores,de todos os tempos, ao qual inclusive  inspirou, Lula fez de tudo na vida...menos trabalhar! 

O “QI  de Lula (quoeficiente de inteligência),e  o “QC” (quoeficiente de cultura), mal e porcamente saem do “zero”. Mas enquanto isso , o seu  deficiente caráter  (“DC”),e o “QE” (quoeficiente de “esperteza”) sempre estiveram  nas “alturas”, batendo todos os recordes,aproximado-se  da “genialidade”. Conseguiu até convencer os “burros” que o tal “pré-sal”  (petróleo) teria sido descoberto durante o seu governo, por sua iniciativa, o que é descarada mentira. O pré-sal  na costa brasileira foi descoberto no Governo de Ernesto  Geisel.  Mas não foi explorado porque na época não valeria a pena, devido à política internacional  de preços “camaradas” do petróleo.

Mas a maior prova da “esperteza” de Lula é que ele conseguiu comandar uma quadrilha de ladrões do erário, que roubou cerca de 10 trilhões de reais, durante os governos do PT (de 2003 a 2016), recorde no mundo, e após processado, julgado, condenado e preso pela Justiça, acabou sendo solto por uma “safada” manobra do Supremo Tribunal Federal, cuja composição majoritária foi “obra”, ”aparelhamento”, do seu próprio partido, o PT.

Se comparado a  outros militares que governaram o Brasil antes dele, ou seja, com os cinco generais que exerceram a Presidência da República, de 1964 a 1985,o Governo Bolsonaro pode ser considerado um verdadeiro “desastre”, pois apesar de alguns méritos, não teve o pulso necessário para exercer o cargo que ocupa, tendo permitido que a antiga estrutura deixada pelo PT, no Poder Legislativo, e nos Tribunais Superiores, boicotasse e sabotasse  completamente o seu Governo, “acovardando-se”, todavia, no sentido   utilizar o único remédio “constitucional” que estaria à sua disposição para afastamento dos seus inimigos políticos, deixando-o  governar, popularmente conhecido como “intervenção”(art.142).

Fico na dúvida se o longo “estágio” de 28 anos que Bolsonaro fez na Câmara Federal,como deputado, teria  “somado”, ou “diminuído”, no seu currículo. “Más companhias” contaminam? O que parece muito claro é que os 5 (cinco) generais presidentes conseguiram governar e impulsionar o Brasil para a modernidade, deixando instalada uma infraestrutura de obras públicas que ficaram “estacionadas” no tempo, de lá para cá.  Será, então, que  generais  governam melhor, e  são mais respeitados que “capitão”?


Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo