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terça-feira, 17 de setembro de 2019

Ataques à Arábia Saudita: por que os EUA guardam milhões de barris de petróleo debaixo da terra



Após os ataques às principais instalações petrolíferas da Arábia Saudita, as autoridades americanas cogitaram recorrer à reserva estratégica de petróleo dos Estados Unidos. À medida que o preço do barril disparava no mercado internacional, o presidente americano, Donald Trump, escreveu no Twitter que autorizava o uso desse reservatório "para manter os mercados bem abastecidos, se necessário".

A reserva a que ele se referia equivale a mais de 640 milhões de barris de petróleo, que estão armazenados em cavernas subterrâneas de sal nos Estados do Texas e da Louisiana. A ideia de manter "reservas estratégicas" remonta à década de 1970. Todos os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) precisam armazenar um estoque equivalente a 90 dias de importações de petróleo, mas a reserva emergencial dos EUA é a maior do mundo.

Por que a reserva foi criada?
Os políticos americanos tiveram a ideia de estocar petróleo no início dos anos 1970, depois que um corte no fornecimento de petróleo por parte de países do Oriente Médio fez com que os preços do barril disparassem em todo o mundo. Membros da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (Opaep) - incluindo Irã, Iraque, Kuwait, Catar e Arábia Saudita - se recusaram a exportar petróleo para os EUA após o país apoiar Israel na Guerra Árabe-Israelense de 1973, também conhecida como Guerra do Yom Kippur.

O conflito, que ocorreu em outubro daquele ano, levou apenas três semanas. Mas o embargo —que também atingiu outros países— durou até março de 1974, fazendo com que os preços do barril quadruplicassem em todo o mundo, saltando de cerca de US$ 3 para quase US$ 12. As fotos das longas filas de carros nos postos de gasolina, provocadas pelo racionamento de combustível nos países afetados, se tornaram imagens icônicas da crise. Em 1975, o Congresso dos EUA aprovou a Lei de Política e Conservação de Energia, que estabeleceu a criação da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) para o caso de outra grande crise de abastecimento.

Qual é o tamanho da reserva?
Atualmente, há quatro locais onde o petróleo está armazenado: perto de Freeport e Winnie, no Texas; e nos arredores de Lake Charles e Baton Rouge, na Louisiana. Cada um destes locais possui várias cavernas subterrâneas de sal feitas pelo homem de  até um quilômetro de profundidade, onde o petróleo é armazenado. O tamanho das cavernas varia; podem armazenar o equivalente entre 6 a 35 milhões de barris. É muito mais barato mantê-lo assim do que em tanques acima do solo, além de mais seguro —a composição química do sal e a pressão geológica evitam o vazamento de óleo. Além disso, as diferenças de temperatura entre o topo e a base da caverna fazem com que o petróleo circule continuamente, mantendo sua qualidade. Segundo o Departamento de Energia, o fato de o óleo flutuar sobre a água ajuda a mover petróleo desses reservatórios. Basta bombear água fresca na base da caverna para empurrar o petróleo para a superfície. Através de oleodutos, o produto pode ser enviado e terminais e refinarias do país.

O maior reservatório, localizado em Bryan Mound, perto de Freeport, tem 19 cavernas e uma capacidade de armazenamento equivalente a 254 milhões de barris de petróleo. O site da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA afirma que no dia 13 de setembro deste ano havia, no total, 644,8 milhões de barris estocados nessas cavernas. De acordo com a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), os americanos usaram 20,5 milhões de barris de petróleo por dia, em média, em 2018, o que significa que há petróleo suficiente para manter o país funcionando por cerca de 31 dias.

Como a reserva funciona?
Segundo a lei de 1975 assinada por Gerald Ford, então presidente dos EUA, o presidente só pode autorizar a liberação das reservas de petróleo se houver uma "grave interrupção no fornecimento de energia". Devido a restrições físicas, apenas uma pequena quantidade de petróleo pode ser removida das cavernas diariamente, o que significa que, mesmo que haja uma autorização presidencial para liberar o petróleo, levaria quase duas semanas para chegar aos mercados.

Em UOL, MATÉRIA COMPLETA


 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

'Lobo solitário' é revolta do indivíduo contra o poder crescente das instâncias

No domingo passado, em Baton Rouge, Louisiana (EUA), Gavin Long, 29, negro e ex-fuzileiro naval, matou três policiais e feriu mais três, antes de ele mesmo ser morto. No dia 7, em Dallas, Texas, Micah Johnson, 25, também negro e veterano, tinha matado cinco policiais brancos.  Não pense num movimento organizado, tipo Partido dos Panteras Negras dos anos 1960. Num vídeo, o próprio Gavin pediu: "Se algo acontecer comigo (...), só quero dizer a todos, não me afiliem com nada. (...) Eu sou afiliado ao espírito de justiça, nada mais".

O autor do atentado de Nice, na França, talvez gostasse do Estado Islâmico, mas tudo indica que ele agiu por iniciativa própria. O mesmo vale para o ataque a um supermercado kosher dois dias depois do massacre do "Charlie Hebdo", em janeiro 2015, ou para o casal que matou 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia, em dezembro de 2015. A lista é longa. Ultimamente, os assassinos em massa são frequentemente avulsos –não pertencem a grupos.

Nesta terça (19), na Folha, Hélio Schwartsman ("Opinião", pág. A2) fez a mesma constatação: os lobos solitários estão aumentando. Claro, eles servem suas "causas", que são diferentes, mas compartilham o fato de serem solitários; por isso mesmo, talvez sejam a ponta incandescente de um fenômeno social mais vasto: uma vontade de "desregulamentação", pela qual há os que alugam seu apê no Airbnb, sem ser hoteleiro nem pedir permissão e pagar imposto por isso, há o Uber, para que todos possamos ser taxistas, e há terroristas autônomos, sem movimento organizado. Schwartsman cita um artigo de Liah Greenfeld, no "New York Times", em que a socióloga sugere que os "lobos solitários" sejam considerados desajustados com transtornos mentais.

Concordo com Schwartsman, e acho que a vontade de "desregulamentação" (inclusive no terrorismo) merece a maior atenção. Mas discordo radicalmente de Greenfeld. Há mais: a tese de que os assassinos avulsos sejam trastornados mentais é exatamente o que pode nos explicar porque, de repente, aparecem tantos homens avulsos com um rifle na mão. Vou explicar. A questão política fundamental da modernidade é a contradição entre a liberdade do indivíduo e as necessidades sociais da coletividade (que implicam obediência a regras, costumes, leis etc.). Norberto Bobbio não tinha ilusões: o compromisso entre liberdade do indivíduo e coletividade é sempre insatisfatório.
Mesmo assim, nós cultivamos a ilusão de que viveríamos numa época de extrema liberdade do indivíduo. O clichê é que nossas coletividades (a começar pelo Estado) seriam tolerantes e permissivas como nunca. Penso, ao contrário, que vivemos numa época de extremo controle coletivo sobre o indivíduo –bem perto do limite do que o indivíduo pode aguentar. Quando o indivíduo não aguenta mais, ele se revolta. E o protótipo do indivíduo revoltado não é um Exército, um partido ou um bando: é ele, sozinho, com um fuzil.

Mas é preciso explicar por que penso o contrário do que diz o clichê de que estaríamos numa época de grande liberdade. Duzentos anos atrás, mais ou menos, mudou radicalmente o tipo de poder. Até então, o poder se manifestava como possibilidade de nos privar da vida: dominar a gente significava poder nos matar arbitrariamente. A mensagem era: "Viva como quiser, só que, no dia em que eu não gostar de como você vive, corto seu pescoço ou lhe coloco na fogueira".

O poder moderno não nos mata mais arbitrariamente. Em compensação, ele dita o jeito certo de vivermos. É isso que Michel Foucault chama de "biopoder" moderno: ninguém nos mata, mas medicina, higienismo e mil opiniões maioritárias, supostamente morais ou religiosas, pretendem regulamentar nossas vidas. Exemplo? Se pegássemos um assassino em massa não o enforcaríamos na praça pública (como faria o poder clássico). Mas, pelo artigo de Liah Greenfeld, fecharíamos o culpado num manicômio, para que fosse "curado". Estamos convencidos de sermos livres porque "eles" não podem decidir nossa morte. Mas decidem nossa vida. Qual poder é mais opressivo: o que nos mata ou o que quer modelar nossa vida inteira? Contra qual poder você se tornaria um lobo solitário?

Atrás da "causa" que defende, o "lobo solitário" é uma espécie de mensagem raivosa e revoltada do indivíduo avulso contra o poder crescente de todas as instâncias coletivas modernas –que moldam nossas vidas.
 
Fonte: Contardo Calligaris - Folha de S. Paulo
 
 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A polícia agiu corretamente ao deter a manifestante - ela simulava pacificismo, mas buscava provocar, atiçar os ânimos. Não punir a manifestante, é desmoralizar a força policial

Foto de mulher negra desafiando polícia vira símbolo de protestos nos EUA

A enfermeira Leisha Evans foi presa ao participar das manifestações em Baton Rouge

A foto de uma mulher negra desafiando policias em uma manifestação em Baton Rouge, no estado de Louisiana, virou símbolo dos protestos nos Estados Unidos contra a brutalidade das forças de segurança. Ela descreveu sua ação como obra de Deus.

Uma onda de protestos foi desencadeada na semana passada após a morte de dois negros por policiais brancos em Minnesota e em Louisiana, agravando ainda mais as tensões raciais no país. Em uma das manifestações em Dallas, na noite de quinta-feira, um franco-atirador matou cinco policiais dizendo-se decepcionado com os brancos.

A imagem do fotógrafo Jonathan Bachman, capturada no sábado, retrata a enfermeira Leisha Evans, de Nova York. Com um vestido longo e carregando nada mais que seus objetos pessoais, a mulher posiciona-se em frente aos policiais armados, à espera de que eles a prendessem.  No Facebook, a enfermeira descreveu suas ações como "uma obra de Deus".
"Sou um instrumento. Glória ao Altíssimo. Estou grata por estar viva e a salvo", escreveu.
A foto está dando volta ao mundo, foi amplamente repercutida nas redes sociais e ganhou montagens até com a figura de Martin Luther King. 

Em uma entrevista ao jornal "The Atlantic", Bachman relatou que os policiais estavam detendo várias pessoas no protesto em Baton Rouge. A câmera do fotógrafo, então, capturou a imagem da mulher, que se colocou diante dos agentes sozinha e de forma pacífica.
"Ela não foi violenta, não disse nada, não resistiu. No final, a polícia a deteve", explicou o fotógrafo. A imagem, um símbolo de protestos não-violentos, lembra outras fotografias como a tirada por Marc Riboud, na Guerra do Vietnã, quando um manifestante colocou-se na frente de policiais armados com uma flor na mão. Lembra ainda a imagem de um manifestante que se posicionou diante de um tanque em Tiananmen, na China.


Fonte: O Globo

domingo, 10 de julho de 2016

Protesto contra violência policial em Minnesota tem 50 presos

Manifestações se espalham pelos EUA, com confrontos e bloqueio de vias

Ruas de várias cidades americanas seguem tomadas por protestos, após as mortes de dois negros baleados por policiais. Embora a maioria das manifestações tenha clima pacífico, estradas foram bloqueadas e confrontos foram registrados em Minnesota, onde 50 pessoas foram presas. Membros do Novo Partido dos Panteras Negras também enfrentaram a polícia em Baton Rouge, em Louisiana.

A situação também continua tensa em Dallas, onde cinco policiais foram mortos por um homem negro durante uma manifestação. O quartel-general da polícia chegou a ser bloqueado neste sábado, depois de receber uma ameaça anônima. Em St Paul, Minnesota, 50 pessoas foram presas. Durante toda a noite, fogos de artifício, garrafas e pedras foram atirados contra a polícia, num protesto que fechou uma importante rodovia interestadual, causando engarrafamentos. Os participantes pedem justiça pela morte por forças policiais de Philando Castela. 

Esta também foi a quinta noite de protestos em Baton Rouge, onde as manifestações se intensificam a cada dia, e a polícia respondeu com policiais da tropa de choque. Os dois lados se enfrentaram, muitas vezes bloqueando a estrada principal em frente à sede da polícia. A polícia informou que alguns oficiais tinham sido feridos por fogos de artifício e uma série de prisões foram feitas. Manifestantes, por sua vez, dissera que a polícia disparou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

No sábado, seis pessoas ficaram feridas e três foram presas em Phoenix, onde tropas de choque da polícia usaram spray de pimenta contra os manifestantes, alguns dos quais que jogavam pedras nos policiais, segundo um comunicado do Departamento de Polícia de Phoenix. Em viagem pela Europa, Obama voltaria a Washington na segunda-feira, mas, em vez disso, voltará neste domingo à noite, para prestar homenagens aos oficiais mortos na última quinta-feira e discutir as questões nacionais sobre raça e policiamento.

Fonte: O Globo