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sábado, 26 de maio de 2018

Palocci afunda o PT - Palocci revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas

Revelações do ex-ministro Antônio Palocci, feitas em sua delação premiada, explodem uma nova bomba no PT e aniquilam os ex-presidentes Lula e Dilma, além de Gleisi Hoffmann. 

Ele revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas

Na primeira vez em que ficou frente a frente com o juiz Sergio Moro, em abril de 2017, o ex-ministro e ex-todo-poderoso do PT Antônio Palocci já completava sete meses na cadeia. Foi quando resolveu dar o primeiro passo em busca de um acordo de delação premiada. Ao final de seu interrogatório como réu da Lava Jato, Palocci mandou um recado: “Eu tenho informações para mais de um ano de Lava Jato e entrego tudo: operações realizadas, nomes, endereços”. Desde então, Palocci foi condenado a 12 anos de prisão, denunciado mais três vezes pelo Ministério Público Federal e teve sucessivos pedidos de habeas corpus negados pela Justiça. Agora, Palocci já está preso há 20 meses. A perspectiva de não sair tão cedo da cadeia levou-o ao desespero: emagreceu dez quilos e mergulhou em depressão profunda. Por isso, resolveu escancarar seu explosivo baú de confidências à Polícia Federal.

 ISTOÉ apurou que a delação contém elementos suficientes para dinamitar o PT, partido que ele ajudou a fundar. Suas revelações, feitas em longos depoimentos à PF em abril, envolvem principalmente os ex-presidentes Lula e Dilma, a quem acusa de práticas de corrupção estratosféricas. “A delação de Palocci destrói o PT”, diz um delegado da PF que participou das oitivas do ex-ministro. O roteiro está concluído e deve servir de base, nas próximas semanas, para novas condenações dos protagonistas do esquema. Como coordenador das campanhas que elegeram Lula e Dilma, Palocci detalhou à PF como eles usaram e abusaram de recursos das empreiteiras, desviados da Petrobras, para financiar as milionárias campanhas eleitorais e também utilizar o dinheiro sujo para o enriquecimento pessoal. E tudo armado dentro do gabinete presidencial no Palácio do Planalto.

A rota da propina
No depoimento, Palocci indicou a rota da propina, não se limitando a revelar como funcionava o esquema de corrupção. Ele citou valores, as empresas que pagavam as propinas e explicou como o dinheiro chegava às mãos dos petistas. Detalhadamente. Forneceu até o nome do motorista que fazia o transporte do dinheiro e as senhas que Lula usava na hora de se referir ao pagamento da propina. Como não dirigia seu próprio carro, Palocci mandava seu motorista particular levar os valores. Na delação, o ex-ministro apresentou datas, horários e locais onde o dinheiro era entregue. Um pacote chegou a ser deixado na sede do Instituto Lula em São Paulo por “Brani” ou Branislav Kontic, assessor direto do ex-ministro, num final de semana, fora do horário do expediente. No total, o ex-presidente, segundo Palocci, recebeu mais de R$ 10 milhões em dinheiro vivo das mãos de Brani. No apagar das luzes de 2010, quando Lula estava na iminência de deixar o Palácio do Planalto, o assessor transportou várias remessas de dinheiro vivo ao petista, em quantias que somavam R$ 50 mil cada pacote. Lula demonstrava discrição. Às vezes, mandava deixar o malote num local previamente combinado. Em outras ocasiões, escalava Paulo Okamotto para o serviço sujo.

As necessidades de lula
Esse dinheiro, de acordo com o depoimento de Palocci, servia para o ex-presidente custear suas próprias despesas. Todos os valores milionários estavam “depositados” na conta “Amigo”, mantida no departamento de propinas da Odebrecht.

A conta chegou a ter R$ 40 milhões para atender as necessidades do ex-presidente. Os valores só podiam ser movimentados com autorização de Palocci, o “italiano”. O dinheiro era uma contrapartida à facilitação das operações da Odebrecht no governo Dilma, com quem Marcelo não tinha boa relação. Na delação, Palocci conta que, entre o final de 2013 e início de 2014, sacou da conta “Amigo” R$ 4 milhões para cobrir um rombo nas contas do Instituto Lula.

 Dessa vez, o ex-presidente designou Okamotto para cumprir a tarefa. Não teria sido a primeira nem a última. As expressões “resolve com o Okamotto” ou “o Okamotto vai lhe procurar” eram a senha para o recebimento da propina.“O Paulo Okamotto (presidente do instituto) me disse que tinha um buraco nas contas e me pediu ajuda para resolver”, explicou Palocci. Okamotto falava em nome de Lula. Autorizado por ele. Sempre.


 (...)

As malas de diamantes de Cabral
PF rastreia dinheiro desviado por Sérgio Cabral e encontra indícios de que a propina foi usada para comprar a preciosa pedra, depositada hoje num banco em Nova York. Palocci sabia de esquema
Ao contrário dos corruptos convencionais, acostumados a guardar propina em mala de dinheiro, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral criou um esquema ainda mais sofisticado para camuflar o dinheiro sujo da corrupção. Como os árabes, Cabral cultivava o hábito de usar os bilionários recursos desviados para adquirir malas e malas de diamantes. A Polícia Federal suspeita que as maletas contendo as pedras preciosas estejam depositadas numa instituição financeira norte-americana dentro de um cofre. Eram recorrentes as viagens de Cabral para Nova York a bordo de dois jatinhos: um de propriedade de Eike Batista e outro cujo dono era Andre Esteves, do BTG. Há indícios de que o dinheiro para compra de diamantes teria sido transportado pelas duas aeronaves.

Quando pousava em Nova York acompanhado de sua entourage, Cabral invariavelmente se hospedava no luxuoso St. Regis localizado na 55th street. Segundo apurou ISTOÉ, o ex-ministro Antonio Palocci era um dos que tinham conhecimento do esquema. E poderá esclarecê-lo caso haja interesse por parte do Ministério Público e da PF.  Como se sabe, cerca de 90% dos diamantes nos Estados Unidos entram por Nova York. A capital norte-americana dos diamantes, que abriga em Manhattan o Diamond District, entre a quinta e a sexta avenida, só perde em importância para Antuérpia, na Bélgica, onde são comercializados 80% dos diamantes brutos e 50% dos lapidados no mundo. O bairro cresceu em importância quando os nazistas alemães invadiram a Holanda e a Bélgica, forçando milhares de judeus ortodoxos a seguirem pelo caminho dos negócios de diamantes, no intuito de fugir de Antuérpia e Amsterdã e se estabelecer em Nova York.

A maioria deles permaneceu após a Segunda Guerra Mundial, e continuam a ser uma influência dominante. Com a investigação, que pode contar com a contribuição de Palocci, a PF espera encaixar a última peça do quebra-cabeças do bilionário esquema de Cabral: para onde ele mandou a maior parte da propina que amealhou. A cada avanço na apuração, a PF reforça a convicção de que o dinheiro lapidado por Cabral acabou convertido em reluzentes diamantes.

 MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ

 Germano Oliveira e Tábata Viapiana 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

PGR denunciará Lula ao Supremo

Baseada na delação do assessor do senador Delcídio do Amaral, Procuradoria já vê indícios de crime na conduta do ex-presidente, que, segundo as evidências, tentou comprar o silêncio de Nestor Cerveró



A Procuradoria-Geral da República (PGR) usará o termo de delação premiada de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, para encorpar a denúncia que prepara contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, segundo fontes ligadas ao caso. As informações sobre os pagamentos feitos por Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, um grande amigo de Lula, para financiar a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, constam do documento firmado por Ferreira e homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, na última quinta-feira. O teor dessa delação foi revelado por ÉPOCA. A denúncia será apresentada pela PGR ao Supremo até o começo de maio.



Na delação, Ferreira conta, detalhadamente, como foram os encontros com Maurício Bumlai para receber dinheiro vivo e repassá-lo à família de Cerveró, por meio do advogado Edson Ribeiro, que intermediava o contato. Uma das justificativas do cuidado “especial” de Delcídio com a família Cerveró se justifica, em parte, segundo Ferreira, pela preocupação do ex-presidente Lula sobre as informações que poderiam surgir de uma delação do ex-diretor. Segundo a delação de Delcídio, homologada em março, Lula seria o principal articulador da estratégia de "comprar o silêncio" de Cerveró. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), no início de abril, o ex-presidente se defendeu das acusações e negou que tenha participado de qualquer ação para impedir que Cerveró fechasse delação premiada.

Segundo Ferreira, o filho do pecuarista repassou a ele R$ 150 mil com destino à família Cerveró. Foram três entregas de R$ 50 mil. O assessor de Delcídio apresentou, como provas de corroboração, mensagens trocadas com operadores de Bumlai e o próprio filho dele, combinando os encontros para buscar o dinheiro. Há até mensagens de áudio via aplicativos como What'sApp e Telegram. Ferreira entregou também coordenadas do seu celular, comprovantes de hospedagem em São Paulo e vouchers dos vôos que tomou. 

Ele narra minuciosamente as coletas de dinheiro. A última entrega registrou cenas de filme policial. Ferreira conta que entrou em um carro, no banco do carona, e no assoalho havia uma sacola com uma caixa de um vinho; que o motorista disse que aquela era a encomenda de Maurício Bumlai. Em outra ocasião, Ferreira foi orientado por um ex-assessor de Delcídio, o Coronel Angelo Rabello, a encontrar uma terceira pessoa chamada Alexandre, no Aeroporto de Congonhas. Alexandre levou Ferreira até seu carro, no estacionamento do aeroporto, e lhe entregou uma sacola das lojas Renner, onde havia uma caixa de sapatos fechada. “Havia um buraco na caixa de sapatos, permitindo ao depoente ver, como efetivamente viu, que havia dinheiro em espécie em seu interior”, disse o delator.


Ainda de acordo com Ferreira, Delcídio havia citado como plano B para os pagamentos aos honorários de Ribeiro, o banqueiro André Esteves, que havia se prontificado a ajudar. No documento, o delator diz que Esteves estava especialmente preocupado com a delação de Cerveró devido a negócios com bandeiras de postos de combustíveis e operações na África. O BTG adquiriu, em 2013, metade da operação de exploração da Petrobras na África, criando a chamada PetroÁfrica. O negócio foi fechado por US$ 1,5 bilhão, enquanto o mercado precificava a mesma fatia acionária por US$ 4 bilhões. Conforme ÉPOCA revelou, a delação do lobista Hamylton Padilha, que participou das negociações, deverá esclarecer a diferença de valores. André Esteves foi preso em novembro do ano passado, juntamente com Delcídio do Amaral, depois que uma gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, o incriminou. No áudio enviado aos procuradores, Delcídio diz a Bernardo que Esteves ajudaria a financiar a fuga de seu pai do Brasil. Esteves foi solto pouco antes do Natal.

Fonte: Revista ÉPOCA