Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Assembleia de Deus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Assembleia de Deus. Mostrar todas as postagens

domingo, 11 de junho de 2023

A nova guilhotina a serviço do PSOL: CPMI dos atos de 8 de janeiro - Gazeta do Povo

Vozes - Crônicas de um Estado laico

Thiago Rafael Vieira

Em matéria publicada em 15 de março, o portal UOL informou que evangélicos presos no 8/1 disseram à Polícia Federal que foram mobilizados por igrejas. De acordo com a reportagem do UOL, pelo menos em 5 dos milhares de depoimentos aos quais a matéria teve acesso, relataram o envolvimento de igrejas na mobilização de viagem à Brasília.

Em um dos depoimentos, uma moradora de Sinop (MT), teria afirmado à PF que viajou em uma "excursão da Igreja Presbiteriana Renovada". Outro acusado afirmou ter viajado em um "ônibus financiado por igreja evangélica". Em nota ao UOL, a referida igreja rechaçou as afirmações: “A igreja Presbiteriana Renovada é uma igreja séria que não fez ou faz nenhum tipo de investimento que não seja baseado em sua conduta missionária e eclesiástica, portanto não existe a possibilidade de financiamento em qualquer movimento fora de suas atribuições. Não temos conhecimento de quem são os dois citados, nem tampouco qualquer envolvimento com financiamento de excursão para Brasília. Nem a igreja e nem o corpo de pastores têm qualquer envolvimento com os atos citados ao 8 de janeiro.”

Note-se que, no segundo caso, o acusado sequer menciona o nome da igreja que teria supostamente financiado sua viagem, mas a reportagem faz a conexão com a igreja citada, pelo simples fato de ser da mesma cidade da primeira acusada, Sinop (MT).

Em outro depoimento, um acusado de Maceió (AL) citou o nome de um pastor da Igreja Batista, como um dos financiadores de sua viagem. Procurado, o pastor disse que “viajou com o depoente para Brasília” e que "cooperou" durante a viagem porque ele estava com pouco dinheiro, mas que não houve relação da igreja com essas despesas”.

Por fim, uma moradora de Xinguara (PA) relatou “ser frequentadora da Assembleia de Deus e que integrantes da denominação religiosa participaram da caravana na qual ela viajou a Brasília, mas não deu detalhes sobre o responsável pelo financiamento”.

Ora, é impossível negar que no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília havia um sem número de pessoas evangélicas. Não era incomum ver no local, idosos com bíblias e fazendo orações. 
Tal situação é corroborada pelas fotos juntadas às denúncias genéricas feitas pela PGR, que constatam a existência no local, por exemplo, de tendas de oração e são públicas, podendo ser acessadas no site do STF, inquéritos 4921 e 4922.

Entretanto, com a ocorrência dos atentados de 08 de janeiro, busca-se agora criminalizar as condutas das pessoas religiosas que lá estavam e, de certa forma, dando a entender que esse seria um modus operandi dos religiosos ou de grande parte deles.

Passados quase quatro meses do ocorrido, no dia 26 de abril leu-se o requerimento de instalação da CPMI, que tem como objetivo “investigar os atos de ação e omissão ocorridos em 8 de janeiro de 2023, nas Sedes dos Três Poderes da República, em Brasília”, apesar de todos os esforços contrários do governo federal e de sua base no Congresso Nacional.

    Com a ocorrência dos atentados de 08 de janeiro, busca-se agora criminalizar as condutas das pessoas religiosas que lá estavam

Ressalta-se que nenhum parlamentar do PSOL assinou o citado requerimento, entretanto, o partido tem assento na comissão e iniciou os trabalhos não buscando investigar as violações de direitos humanos das pessoas presas ou o péssimo tratamento dispensado a elas nos presídios, pautas recorrentes na sigla. Mas, segundo o site Poder360, “os deputados Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Erika Hilton (Psol-SP) apresentaram 6 requerimentos relacionados ao suposto financiamento por igrejas evangélicas de participantes dos atos do 8 de janeiro”.

O modus operandi do “Partido Socialismo e Liberdade” na comissão já fora antecipado pelo próprio Henrique Vieira na primeira sessão da CPMI ocorrida no último dia 25 de maio. Segundo o deputado, ter-se-ia que investigar “a participação de grupos fundamentalistas religiosos” nos atos de 08 de janeiro.

A fala foi prontamente rechaçada pelo Deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que afirmou que a esquerda “consegue se superar” ao “eleger um pastor para perseguir outros pastores”.

Sobre o tema, a jurista Jana Paschoal manifestou-se nas redes sociais: “Espero que os parlamentares de esquerda não incidam no erro de criminalizar religiões”. E prossegue: “O fato de uma Igreja enviar fiéis para uma manifestação, a princípio pacífica, não constitui crime”. Todavia, malgrado o posicionamento coerente da ex-deputada, não há provas da organização institucionalizada de caravanas de igrejas para os atos do dia 08/01.

Se houve a participação de algum evangélico, espírita, católico, ou qualquer religioso nos atos de depredação, que haja a individualização da conduta e que cada um responda conforme seus atos. Entretanto, responsabilizar instituições pelas ações individuais de seus membros ou frequentadores é medida descabida.

O que pretende o PSOL,
neste episódio, por meio dos deputados relacionais, é correlacionar o fato de haver evangélicos em Brasília no dia 08 de janeiro, com o fato de este grupo ter organizado, financiado e executado os atos de depredação. Tal relação não se sustenta pelas provas colhidas até o momento nas investigações, como os próprios depoimentos acima indicados.

Além disso, tal argumentação carece de coerência lógica, pois seria o mesmo que acusar o PT e o PCdoB pelos atos de 08 de janeiro, uma vez que há pessoas acusadas nos processos que tramitam na Suprema Corte, filiadas a estes partidos.

Ao propor esta caça às igrejas evangélicas, a base aliada do governo parece, no espírito de vingança, querer retaliar a parcela da população na qual possui grande dificuldade de alavancagem, conforme exposto em artigo nosso anterior às eleições, publicado na Gazeta.

Na verdade, trata-se de mais uma faceta da nova guilhotina. Partidos políticos com sanha de poder, especialmente com viés socialista, veem na religião o maior adversário, uma vez que pretendem ser os salvadores da humanidade em todas as esferas, substituindo o papel que é atribuído a Deus, na maioria das religiões, especialmente à cristã. Para isso, precisam suprimir a religião e uma forma de fazer isso é colocando-as em descrédito, como pretendem no episódio do 8/1 e, parece-nos, que o portal UOL é o propagandista.

Desta forma, os parlamentares que não se curvam a esta sanha messiânica de poder, que atuarão na CPMI do 08 de janeiro, precisam estar atentos para não fornecerem a guilhotina ao PSOL para que decepe cabeças, em sua Bastilha. E que o PSOL - e a esquerda que pensa de igual forma - entendam que os cristãos que sobreviveram aos leões do Coliseu e a Guilhotina dos jacobinos franceses não serão extintos por narrativas em uma CPMI.

Autor principal do texto: Ezequiel Silveira: Advogado. Membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR). Membro da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-DF. Complementos e revisão do texto: Thiago Rafael Vieira.


Thiago Rafael Vieira, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Fake News sobre fechamento de igrejas em caso de vitória da esquerda tem respaldo de deputado - O Globo

Notícia falsa se disseminou em São Paulo; Marco Feliciano, apoiador de Bolsonaro, admite que tem feito essa pregação para ‘alertar’ fiéis

A menos de dois meses da eleição, uma notícia falsa se espalhou por igrejas evangélicas em São Paulo: a possibilidade de seus templos serem fechados caso a esquerda volte a governar o país. Durante um mês, a Rádio CBN visitou seis grandes denominações no estado, além de outras menores, e em todas fiéis disseram acreditar nesse boato. Pastor da Assembleia de Deus, o deputado Marco Feliciano (PL), que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro, admitiu que tem feito essa pregação para “alertar” os evangélicos.

Não há, nos planos de governo dos candidatos majoritários, incluindo os de esquerda, como os presidenciáveis Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), qualquer ataque à liberdade religiosa ou indicação de fechamento de igrejas, o que seria inconstitucional.— Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: ‘tomemos cuidado’ — disse Feliciano, que é pastor da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.

Segundo pesquisa Datafolha de 2019, 31% dos brasileiros são evangélicos. Esse segmento é um dos únicos em que Bolsonaro, candidato à reeleição, supera o ex-presidente Lula em intenções de voto. De acordo com o último levantamento do mesmo instituto, Bolsonaro superaria o petista em dez pontos percentuais (43% a 33%) em uma eleição só com os votos de eleitores evangélicos.

Entre dezenas de fiéis ouvidos pela CBN, nenhum soube explicar de onde surgiram os boatos daameaça da esquerda”, mas a maioria acredita neles.— Se a esquerda entrar, eles tentarão fazer isso, pois não gostam (dos evangélicos). Já vi nas redes sociais candidato falar que vai proibir a pregação em praças públicas diz Fátima Dantas, evangélica há 24 anos, da comunidade da Igreja Quadrangular de Pari.

A CBN percorreu templos das maiores denominações: Assembleia de Deus, Universal, Renascer em Cristo, Quadrangular, Internacional da Graça e Presbiteriana. Sônia Samaritana frequenta a igreja Nova Vida em Cristo, em Taubaté, no Vale do Paraíba, a mais de 130 quilômetros da capital. Evangélica há 26 anos, diz que dois candidatos a deputado procuraram lideranças da igreja para pedir apoio e alertar para o risco de a esquerda vencer. — Na época mais dura da pandemia, muitos quiseram fechar as igrejas, e o povo evangélico ficou assustado — afirma.

Logo na entrada da Assembleia de Deus do Brás, no centro da capital paulista, um jornal de circulação interna estava disponível em três pilhas. Nos textos, as principais resoluções da Convenção Nacional das Assembleias. Em meio a elas, a necessidade de “combater a doutrinação progressista”.

Há evangélicos que denunciam fake news. Alice Cristina frequenta a Assembleia de Deus Ministérios Missões, em Guarulhos, há pelo menos 30 anos, e defende que a política fique fora das igrejas.— Na política, temos que pensar com razão e não com fé ou emoção — diz.

Vice-presidente nacional do PL e integrante da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Capitão Augusto (SP) afirmou que a notícia falsa não saiu da campanha de Bolsonaro. E criticou a disseminação de fake news:— Não tem o menor cabimento. As igrejas vão funcionar independentemente de quem esteja no poder. É boataria pura. 

[COMENTÁRIO: sobre ser fake news ou não, optamos por não se manifestar - por nos faltar elementos para um 'veredicto'; mas, na condição de CATÓLICOS = Igreja Católica Apostólica Romana =  podemos assegurar que em países comunistas foi (em alguns ainda é) prática comum perseguições ao CRISTIANISMO e aos cristãos, com fechamento de igrejas, também com prisões, torturas tenebrosas e execuções sumárias = FATOS. 
A esquerda e  o comunismo se confundem. 
Em um ato de CARIDADE CRISTÃ sugerimos ao pt = perda total = não usar o descondenado para rebater tais acusações = sua credibilidade e sua  condição de maior mentiroso do planeta Terra, não o credenciam para desmentir nada.
Vale lembrar que quando da promulgação da Constituição de 88, vários parlamentares da esquerda tentaram retirar do Preâmbulo do texto constitucional a expressão 'sob a proteção de Deus'; felizmente, mais uma vez, fracassaram.]

PT estuda resposta

Coordenador de comunicação da campanha de Lula, Edinho Silva diz que já foi identificada pelo partido a disseminação da fake news nos templos, e que o PT estuda formas de o próprio ex-presidente rebatê-la. — A notícia, além de falsa, é absurda. Foi Lula quem regulamentou, em 2003, a liberdade de constituição de igrejas no país. Se tem alguém que governou respeitando a religiosidade, em especial a evangélica, foi ele — diz. 

Política - O Globo 

 

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Após denúncias de corrupção, Rodrigo Maia mantém DEM no governo Witzel - Veja

Derrotado por Wilson Witzel no segundo turno da eleição de 2018, o ex-prefeito Eduardo Paes tem pressionado Rodrigo Maia para que o DEM deixe o Palácio Guanabara de vez. Em entrevista nas Páginas Amarelas de VEJA desta semana, Paes defendeu a saída imediata do partido. “O DEM entrou no governo contra a minha opinião. Quem perde eleição não deve assumir secretarias”, declarou Paes para, em seguida, criticar a gestão Witzel: “Alertei muitas vezes sobre a proximidade de um dos maiores prestadores de serviço (o empresário Mário Peixoto) do governo na era Cabral com o candidato Witzel”.

A pasta de Obras e Infraestrutura foi negociada por Witzel diretamente com Rodrigo Maia. O deputado federal indicou para o cargo Bruno Kazuhiro, presidente nacional da Juventude do DEM e ex-assessor do vereador Cesar Maia, pai de Rodrigo. A secretaria é estratégica e responsável, por exemplo, pela Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop), pela Companhia Estadual de Habitação e pelo Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura.

Já a bancada do DEM na Alerj indicou o diretor-presidente Francisco Luiz do Lago Viégas à Imprensa Oficial. A autarquia cuida da publicação dos atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os deputados estaduais do partido são Dr. Deodalto, Fábio Silva, Filipe Soares e Samuel Malafaia. Na última semana, André Corrêa, preso na Operação Furna da Onça, braço da Lava-Jato no Rio, reassumiu o mandato por decisão da Justiça. Filipe é filho do missionário R.R Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. Samuel é irmão do pastor Silas Malafaia, dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Procurado por VEJA, Rodrigo Maia ainda não respondeu. Nos bastidores, políticos próximos ao parlamentar afirmaram que ele quer, primeiro, observar o desenrolar das investigações contra Witzel e os movimentos na Alerj em relação aos pedidos de impeachment que estão nas mãos do presidente da Casa, André Ceciliano (PT). Na última quarta-feira, Maia afirmou não ter visto a Operação Placebo realizada contra Wilson Witzel como uma ação politizada, ao contrário do que defendeu o governador, que culpou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com Maia, porém, é preciso investigar o vazamento. Na véspera da operação, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse em uma entrevista que haveria operações focadas em governadores.

Interlocutores ouvidos por VEJA contaram que Rodrigo Maia gostou da demissão do ex-secretário estadual da Casa Civil André Moura. Os dois são desafetos desde a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). À época, Maia articulou para ser o líder do governo, com o apoio do ex-ministro Moreira Franco. Mas quem assumiu a função foi Moura com a ajuda do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB). Enquanto isso, o Republicanos, agora ex-aliado de Witzel, divulgou uma nota em que anuncia a saída do secretário de Trabalho e Renda, Jorge Gonçalves. Ele apresentou uma carta-renúncia. O comunicado foi assinado pelo presidente estadual da legenda Luis Carlos Gomes. Nele, Gomes justifica: “A corrupção já é abominável em qualquer circunstância, mais terrível ainda em meio ao caos e sofrimento da pandemia, com milhares de infectados e óbitos”. Na Alerj, o partido conta com quatro parlamentares.

Recentemente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro e o irmão dele, senador Flávio Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro, se filiaram ao Republicanos. Witzel é hoje um dos principais inimigos políticos da família presidencial. A legenda é a mesma do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

VEJA - Política


domingo, 22 de março de 2020

Malafaia, o pastor coreano, o coronavírus e Deus - Gazeta do Povo

Madeleine Lacsko - Reflexões sobre princípios e cidadania

Na Coreia do Sul não adiantou o pedido de desculpas: pastor que fez culto com infectados pode enfrentar julgamento por homicídio.

Autoridades de Saúde Pública conhecem bem a novela dos fanáticos religiosos que se colocam contra vacinas, tratamentos, transfusões de sangue e confinamentos. Cada país lida de um jeito com decisões individuais e coletivas. Sem dúvida, os casos mais dramáticos são aqueles em que a atitude de uma pessoa pode invalidar todos os esforços de saúde pública da coletividade, como ocorreu recentemente na Coreia do Sul.  Ao contrário do que virou fala corrente nas redes sociais, os líderes religiosos, em sua maioria, são grandes aliados nas campanhas de Saúde Pública em todo o mundo. Como exercem autoridade e têm confiança, conseguem resultados mais rápidos que o convencimento científico teria entre seus fiéis.

Quando trabalhei com comunicação no time que erradicou a pólio em Angola, nos anos de 2010 e 2011, líderes religiosos de todos os credos eram nossos grandes aliados sobretudo entre a população menos instruída e mais desconfiada de instruções dos estrangeiros e de agências da ONU. Nós, do Unicef, escrevíamos "comunicados de púlpito", que eram lidos nos mais diferentes cultos. Pastores, padres, imans, babalorixás, líderes de cultos animistas e sobas, líderes tradicionais tribais, conseguiam que as pessoas cumprissem as instruções de Saúde Pública.

Os resistentes eram pouquíssimo e, obviamente, acabam se tornando um desafio monumental até mesmo nas ditaduras, como era o caso. Ali se conseguia impor pela força algumas coisas, mas não era possível conseguir que alguém se comportasse de determinada maneira no cotidiano caso seu líder religioso fosse contra. Prender o líder, fechar a igreja e impedir cultos era possível. Seria excelente para vingança, mas também não resolveria o problema e, provavelmente, aumentaria. As pessoas ficariam ainda mais revoltadas com os agentes de Saúde Pública. Agora vivemos uma situação semelhante aqui no Brasil mas, infelizmente, as soluções dependem de quem não tem nenhuma experiência no combate a epidemias e pandemias. Não tem a menor chance de dar certo na rapidez que o povo necessita.

Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, está ganhando um espaço gigantesco na mídia ao entrar em embate com as autoridades do Estado que queriam proibir seus cultos. Ele sabe que isso não é possível, que o Estado não pode controlar religiões e isso historicamente serve para garantir direitos.  Um ótimo exemplo é a pequena igreja Bethel, em Haia, na Holanda, que promoveu um culto ininterrupto durante 3 meses para impedir que 3 fiéis, armênios fugidos do país por perseguição política, fossem repatriados à Armênia por imigração ilegal. A polícia ficou os 3 meses na porta com a ordem de prisão, mas não pôde interromper o culto, que só acabou com a reversão da decisão judicial.

Como a imprensa comprou a briga que Silas Malafaia já sabia haver ganhado com o governo do Estado, juvenil no enfrentamento do fanatismo religioso em epidemias, dobrou a aposta e pediu que a questão fosse ao Judiciário. O Ministério Público, também sem experiência no tema, mordeu a isca e obviamente perdeu. O Judiciário não pode mandar interromper cultos religiosos nem fechar igrejas, ainda que o líder religioso tenha a postura mais irracional do planeta. Se, para alguns, está na cara que só pode ser enganação achar que está enfrentando a doença com espiritualidade, para outros não é assim - e falo dos fiéis, não dos pastores. NÃO É BÍBLICO levar o rebanho ao matadouro. A difícil decisão de fechar um templo para duas mil pessoas foi explicada de forma bíblica pelo pastor da IBAB, teólogo e mestre em Ciências da Religião Ed René Kivitz.

 Nesses momentos, muitos governos do mundo optam por escolher seus notáveis, aqueles que têm experiência e capacidade técnica comprovadas no combate a epidemias e pandemias e montar um gabinete de crise. Não falo em mudar ministros ou funções de governo, mas em embasar tecnicamente decisões que precisam ser rápidas. Pouco adianta querer entrar em embate com Silas Malafaia neste momento. Aliás, ele sabe muito bem que até serve para lotar mais os cultos. Você pode ter revolta e não gostar dele, mas trata-se de um homem inteligente. Ele tem a seu favor o fato de não se importar com as consequências e brigar contra quem está apavorado com a tragédia que está por vir. Pouco adianta tentar fechar a igreja dele na marra, há soluções bem mais criativas, totalmente dentro do escopo de atuação do Poder Público, que podem diminuir significativamente a frequência.

LEIA TAMBÉM:
 Damares pede auxílio para monitoramento de idosos por causa do coronavírus
 Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) culpou o governo chinês pela pandemia do coronavírus no mundo.


Muitos pastores da Assembleia de Deus, a mais antiga denominação pentecostal do Brasil, devem estar morrendo de vergonha. Diferentemente da Igreja Católica, não há ordem hierárquica nas igrejas evangélicas, nem nas denominações mais antigas e tradicionais. Um pastor não recebe ordens superiores nem é removido de sua congregação quando faz algo de que os demais discordam, tudo é resolvido localmente, com uma espécie de "conselho" interno dos fiéis.

Talvez Silas Malafaia julgue que o destino reservado a ele é o que, ingenuamente, se diz nas redes sociais que foi o de Lee Man-hee, líder da seita Shincheonji Church of Jesus, origem da maioria dos casos de coronavírus da Coreia do Sul: pedir desculpas. Está mal informado, ninguém aceitou as desculpas. Talvez Deus.  Lee Man-hee tem 88 anos de idade e acredita que é a reencarnação de Jesus Cristo e vai levar 144 mil pessoas para o céu com ele. Para os membros da Shincheonji Church of Jesus, a Bíblia é toda escrita em metáforas que só ele sabe decifrar, então as instruções que ele deu durante o início da pandemia, como fugir da testagem obrigatória, foram seguidas porque estavam na Bíblia. Já se rastreou quem é a fiel da igreja dele que iniciou a transmissão para os demais 9 mil que foram infectados. No momento, parece mais provável que, em vez de levar gente para o céu, Lee Man-hee vá levar para a cadeia mesmo, já que a Coreia do Sul rastreou toda a infestação, testou o país inteiro e sabe que as 21 mortes vieram do foco na seita.

Todos os 230 mil membros da seita já foram entrevistados por autoridades locais. O prefeito de Seul, Park Won-soon já iniciou o processo contra o líder da seita e diversos outros religiosos do grupo. A intenção dele é processar por assassinato, mas a promotoria ainda precisa analisar a viabilidade. Outra hipótese é pedir o fechamento definitivo da igreja, revogando a legitimidade do grupo religioso, o que já tem o apoio de 1,2 milhão de sul-coreanos.

Eu sou cristã, tenho fé. Acompanho os esforços de pastores de rebanhos enormes como Ed René Kivitz aqui em São Paulo ou o padre Reginaldo Manzano, em Curitiba, que me emocionou ao ter a ideia de rezar a missa para a igreja vazia transmitindo pelo YouTube e teve a delicadeza de colocar nos bancos as fotos dos fiéis que lotam suas cerimônias.

Tenho acompanhado aqui, na pequena cidade da grande São Paulo em que vivo, Cotia, o esforço dos pastores de igrejas muito pequenas e simples para entender o que é o coronavírus, explicar ao seu rebanho e manter o atendimento espiritual sem promover reuniões. Estão todos lutando bravamente.  Creio que um dia Deus me fará entender por que há gente que, falando em Seu nome, atenta contra sua criação mais perfeita, a vida humana, feita à Sua imagem e semelhança. Dizem que há uma explicação na 2a carta de Paulo aos Coríntios e teria relação com o curioso destino do anjo mais belo que já existiu. Um dia compreenderei.


Madeleine Lacsko - Vozes - Gazeta do Povo



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Os evangélicos e as eleições - Denis Lerrer Rosenfield

 O Estado de S. Paulo

Sua estratégia consiste em captar o maior número de eleitores em diferentes partidos

Os evangélicos estão no centro do debate nacional. Tornaram-se atores políticos, pautando sua ação em valores conservadores, incluindo desde costumes até questões dogmáticas, como a mudança da Embaixada do Brasil em Tel-Aviv para Jerusalém. Ao contrário dos católicos, que não seguem normalmente os dizeres políticos de seus padres, eles tendem a observar as orientações de seus pastores. É bem verdade que os católicos são numericamente superiores aos evangélicos, porém tal diferença não tem relevância eleitoral.

Ademais, por muito tempo os católicos abandonaram posições religiosas em benefício de posições esquerdistas da Teologia da libertação, apoiada pela CNBB. Criou, por sua Pastoral da Terra, o MST e sempre o apoiou desde então. Não mais respeitou o direito de propriedade, afastando a Igreja dos empreendedores rurais. Esses setores da Igreja foram firmes apoiadores dos governos petistas. O eleitorado evangélico considera os costumes sob uma ótica religiosa. Aí não entra em questão uma discussão propriamente racional, pois o seu fundamento se encontra num texto bíblico, que fornece os critérios do juízo e da ação. Assim é o caso do aborto, do casamento homoafetivo, dos textos didáticos sobre gênero e do que o PT considera politicamente correto. Aliás, esse partido começou a perder seu eleitorado evangélico ao contrariar essa pauta de valores. Quando Bolsonaro se manifesta sobre a pauta de costumes, tem em mente precisamente esse eleitorado.

Outro ponto de princípio dos evangélicos diz respeito à mudança da embaixada brasileira para Jerusalém. Trata-se de uma questão dogmática, não sujeita a discussão: Jesus ressuscitará quando Jerusalém se tornar a capital do Estado judeu.[o tempo da Segunda vinda de Jesus  não depende de fatores controlados pelo homem.
“Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém os conhece, nem mesmo os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas, sim, o Pai só” (Mc 13,32). Passa, então, a correr outro tempo, o do processo de conversão dos judeus, passando ambas as religiões a ser uma, sob os princípios do cristianismo, principalmente o reconhecimento de Jesus Cristo como Messias. Bolsonaro comprometeu-se com esse seu eleitorado a fazer tal mudança. Seu compromisso continua, embora por questões conjunturais tenha sido adiado. Muito provavelmente realizará essa mudança em 2021, um ano antes da eleição presidencial. [será? talvez a mudança se torne inconveniente e/ou inexequìvel.] Ao cumprir sua promessa, terá apoio maciço da comunidade evangélica. Note-se que Trump assim conquistou o apoio do eleitorado evangélico, ganhou as eleições e cumpriu a sua promessa.

O PT está aqui mal colocado, pois optou pelo politicamente correto de forma esquerdizante e se chocou de frente com os evangélicos. As contrariedades e os ressentimentos se traduziram no apoio ao candidato Bolsonaro em 2018. As posições antissemitas/antissionistas do PT igualmente tiveram papel importante no distanciamento. Lula tenta uma reaproximação, porém suas dificuldades são imensas. A visita ao papa tampouco atenua o problema, ao dirigir-se a outro eleitorado, além de seu caráter manifestamente inapropriado ao envolver o santo padre numa questão política, a da corrupção e do roubo em seus governos, sem arrependimento nem confissão.

Tomemos o exemplo da Assembleia de Deus. Essa confissão tem no Brasil em torno de 20 milhões de membros. São pessoas acima de 14 anos de idade, capazes de fazer a escolha de sua religião, quando então se tornam parte integrante dela, em sentido pleno. Considerando a idade eleitoral de 16 anos, quase todos são eleitores, em sentido estrito. Não barganham com questões dogmáticas, como certos preconceitos veiculam contra os evangélicos. Foram missionários suecos que a introduziram no País. São pessoas extremamente sérias e comprometidas com sua religião. A Igreja Universal do Reino de Deus, numericamente menor, tem, por sua vez, enorme importância midiática, por ser proprietária da Rede Record. Trata-se de uma rede de comunicação que abarca principalmente as classes C e D.

Qualquer PEC ou projeto de lei, para ser aprovado na Câmara dos Deputados, necessita passar pelo crivo da bancada evangélica. Após a bancada da agricultura e da pecuária, é a segunda em importância. A Câmara tem 513 deputados federais e a bancada evangélica, 86. Outras estimativas chegam a 106. O Senado tem 81 parlamentares e a bancada evangélica, 9. Outras estimativas chegam a 14. Qualquer articulação parlamentar de governo deve passar por tratativas com essa bancada, que sempre sustentará suas questões de princípio, mesmo quando não forem objeto específico de negociação.

Os evangélicos estão distribuídos em vários partidos, embora votem alinhados entre si. A sua estratégia consiste em captar o maior número possível de eleitores em diferentes configurações partidárias, atendendo a conveniências regionais. Ademais, escolhem candidatos preferenciais em cada Estado, concentrando neles os seus votos. Os candidatos escolhidos são pessoas próximas das lideranças religiosas e delas dependem, agindo organicamente. Muitos são “filhos espirituais”, assessores e discípulos. Bolsonaro extraiu bem essa lição. O PT não a levou em consideração. Os demais candidatos deverão enfrentar essa questão.
Denis Lerrer Rosenfield, professor de filosofia - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Uma disputa pelo poder

A crise tem nome, Jair Bolsonaro é o sobrenome do clã político que molda um projeto de poder desde a chegada do patriarca à Presidência. Um dos objetivos é a preparação do terreno para a próxima temporada eleitoral. Dentro de 20 meses acontecem eleições em 5,6 mil municípios e, desta vez, sem coligação partidária. O clã prevê concentrar interesses no Rio e mais 30 dos maiores colégios eleitorais.
Requisito elementar é controlar o partido, decidira partilhados fundos públicos e as alianças regionais. O PSL tinha um par de votos na Câmara. Agora possui a segunda maior bancada, com 52 deputados. O “efeito Bolsonaro” se refletiu no caixa: o PSL terá 18 vezes mais dinheiro do Tesouro Nacional. Era empresa com faturamento anual de R$ 6 milhões, alcançando R$ 15 milhões nas safras eleitorais. Se tornou um negócio de R$ 110 milhões por ano, com chance de chegar a R$ 200 milhões.
Há um ano, o clã abandonou subitamente o Patriota/ PEN, ligado à Assembleia de Deus, e migrou para o PSL, do advogado Luciano Bivar, autor de “Psicoses socialistas”. Numa “convergência de pensamentos”, como definiu Bivar, a família de políticos obteve “garantias reais” na definição do vereador Bolsonaro — sobre controle do caixa e dos diretórios em 23 estados. Bivar se contentou coma presidência do partido e domínio de 15% do fundo eleitoral. Seu vice no PSL é Gustavo Bebianno, ex-coordenador da campanha presidencial. Ontem Bebianno foi demitido, num confronto público com o patriarca e seus filhos, que permeia o controle do partido e o projeto de poder do clã. Todos, com certeza, têm razão.
A curadoria militar do governo Bolsonaro se completa com o substituto de Bebianno, o sexto general a comandar mesa no Planalto. Na ilha civil resta o deputado Onyx Lorenzoni. Porém, essa crise envolve manipulação de fundos na campanha eleitoral. E ninguém, ainda, esclareceu as obscuras transações com o dinheiro público. Entre elas, o custo de R$ 33 mil por voto no PSL, agora um milionário objeto de desejos.
 
José Casado, jornalista - O Globo

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Planalto considera greve dos caminhoneiros encerrada [exceto no DF]

[no Distrito Federal continua faltando gás (seja o botijão de 13 kg., quando o de cilindros e o fornecimento para condomínios e quando aparece é pouco e chega a ser vendido por até 150 reais. 

Quanto à gasolina uma simples passagem hoje por Taguatinga, - parcial, apenas na Hélio Prates e Centro -  constatamos 'apenas' 15 postos de combustível, em sequência, com filas imensas e detalhe: nenhum dos postos tinha combustível nem previsão de quando chegaria. Imagine em toda Taguatinga, mais Ceilândia e Samambaia.

O governado Rollemberg por sua vez e com sua  proverbial incompetência suspendeu aulas e reduziu o atendimento na Saúde e em outros órgãos públicos.

Com isso os ônibus urbanos adotaram a escala de domingos e feriados - com grande redução de ônibus nas ruas - esquecendo que a maior parte da população trabalha em empresa privada e teriam que trabalhar. Resultado: milhares de pessoas nas paradas, aguardando ônibus que não apareciam e quando aparecia algum, sequer parava por estar superlotado.]

Sem bloqueios registrados pela Polícia Rodoviária Federal nas estradas, estimativa é de que abastecimento seja normalizado em sete dias 

 

O Palácio do Planalto considera que a greve dos caminhoneiros chegou ao fim. Apesar de divergências a respeito da quantidade de pontos de concentração de manifestantes e veículos em rodovias federais no país, o governo federal celebra a retomada do abastecimento nas principais cidades. Frutas e hortaliças começaram a ser descarregadas ontem de norte a sul do país. Apesar das filas, postos de combustíveis começaram a receber gasolina, etanol e diesel com mais frequência. O presidente Michel Temer e ministros avaliam como sendo um sinal da volta da normalidade ao país.



A avaliação do governo é de que o abastecimento deve retomar aos índices anteriores à greve em uma semana. A previsão foi feita, na quarta-feira, pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho. Até as 19h de quarta, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizava 197 pontos de bloqueio. Ontem pela manhã, chegou a 30 focos de protestos. Às 12h12, o órgão não contabilizava mais aglomerações. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, celebrou de maneira comedida os dados recebidos pela PRF. [o comedimento do Marun é fácil de explicar: nem ele, trator de Temer, acredita nos dados que divulga; já ocorreu, não apenas uma vez, de na entrevista do "gabinete 'gerador' de crise" só notícias maravilhosas, que tudo está bem e os participantes quando saem do Palácio do Planalto constatam que a realidade nas ruas - especialmente nos postos de combustíveis com filas, mesmo sem combustível e sem previsão de quando chegará - é bem cruel.]  “A greve dos caminhoneiros já acabou, mas não podemos comemorar ainda o fim do movimento. Há bem menos do que 50 pontos de concentração, que eu diria que são quase que piquetes”, disse. 

 

 O momento, ressaltou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, é de monitoramento. “As concentrações continuam monitoradas. Estão reduzindo e significam que, além disso, as cargas voltam a circular e teremos mais caminhões disponíveis para a normalização do abastecimento”, destacou. [o receio do brasiliense é que esta normalização ocorra junto com a construção do viaduto que desabou, parcialmente, centro de Brasília,e que até agora só tem promessa de ser recuperado. 

A falta do que fazer para retardar a obra o GDF arruma uma encrenca com o IPHAN - alguém sabe para que serve aquele instituto? - sobre as dimensões dos pilares: o GDF quer pilares mais largos e o Iphan quer mais estreitos - enquanto isso a obra permanece parada.]

 

Em um culto evangélico, Temer também mostrou confiança nas mudanças no país após a greve dos caminhoneiros. “Graças a Deus, estamos encerrando a greve dos caminhoneiros. Encerrando por meio de uma atitude minha que tem sido criticada, que é o diálogo. Não do uso da força”, ponderou. A declaração foi um gesto de pedir apoio a religiosos da Assembleia de Deus, instituição representada por alguns parlamentares da bancada evangélica no Congresso. “Orando por mim e pelo governo, estarão orando pelo país”, disse o presidente.

 

Força-tarefa
O governo, no entanto, avalia que a efetiva redução do preço do diesel nas bombas é uma das preocupações. É um acordo que o Planalto não pretende descumprir, até para evitar que os caminhoneiros voltem a ocupar as estradas. Por esse motivo, será publicada hoje no Diário Oficial da União uma portaria que trará regras e normas de uma fiscalização integrada entre diversos órgãos para certificar que o desconto subsidiado de R$ 0,46 seja repassado integralmente, a partir de amanhã.

A portaria trará definições e atribuições do que o governo chama de “rede de fiscalização”, uma força-tarefa composta por seis órgãos. O objetivo é fiscalizar o repasse do combustível de ponta a ponta. Ou seja, se o desconto de R$ 0,46 nas refinarias chegará nas bombas.

O ministro substituto da Justiça, Claudenir Brito Pereira, explica que a ideia é garantir uma fiscalização preventiva, mas que pode chegar a conclusões e consequências repressivas. “O próprio Código de Defesa do Consumidor permite aplicações de várias sanções a estabelecimentos que impõem práticas abusivas de preços, como multas que podem ultrapassar o valor de R$ 9 milhões, ou uma suspensão temporária das atividades”, destacou.

Correio Braziliense 

 

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Qual o motivo de uma Câmara de Vereadores se envolver com projetos gays? O Rio tem inúmeros problemas mais sérios e que merecem a atenção dos seus vereadores



Bancada religiosa na Câmara tenta barrar projetos de lei que tratam de questões de gênero e sexualidade [assuntos que não são de competência dos vereadores e devem ir para o arquivo.]

Evangélicos e católicos resistem a propostas sobre a questão de gênero

Numa sessão destinada à votação de seis projetos de lei da vereadora Marielle Franco (PSOL), três propostas que tratam de questões de gênero e sexualidade sofreram, nesta quinta-feira, resistência da bancada religiosa. Após muita negociação, duas delas foram aprovadas em primeira discussão, mas ainda podem ser modificadas quando voltarem ao plenário para a segunda votação. Outra, que cria o dia de luta contra a homofobia, a lebofobia, a bifobia e transfobia, acabou sendo adiada. [alguém diga qual a importância, necessidade,  da existência de um dia dedicada a tais preferências sexuais? 
Qualquer dia algum vereador vai apresentar projeto de lei estabelecendo que um percentual das vagas de qualquer concurso público (incluindo vestibular)  deve ser reservado aos gays - sendo exigido durante a inscrição que seja comprovada a bizarra preferência sexual.
O município do Rio, o Estado do Rio e o Brasil tem coisas mais importantes em que gastar tempo e dinheiro público.] 

Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março, no Estácio.  A bancada do PSOL teve que negociar com vereadores evangélicos e católicos para que as propostas fossem votadas sem emendas. [na segunda votação esse acordo deve ser ignorado e os projetos arquivados.] O acordo foi costurado com Alexandre Isquierdo (Democratas), ligado à Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Um dos projetos prevê a realização de uma campanha permanente contra a violência e o assédio sexual. O outro trata da criação de um terceiro turno em creches, para receber crianças cujos pais trabalham ou estudam à noite. 

SEGUNDA DISCUSSÃO ESTE MÊS
O vereador Professor Tarcísio (PSOL) disse que a tendência é que essas duas propostas sejam aprovadas na segunda discussão, que deve acontecer ainda este mês, mas com emendas da bancada religiosa que retirarão qualquer referência à questão de gênero. [o ideal mesmo é que na segunda votação o assunto vá para o arquivo.] No caso do projeto que cria o Dia de Luta contra a Homofobia (17 de maio), a iniciativa de pedir o adiamento partiu de Cláudio Castro (PSC), ligado ao movimento carismático da Igreja Católica. — Há uma resistência da bancada fundamentalista em relação a questões envolvendo LGBTs. A aprovação da data era simbólica para a causa. Mas a questão religiosa pesa na Casa — disse Tarcísio. [vereador Tarcísio: tem maior peso na eleição, quando serão lembrados os nomes do que desperdiçaram tempo e dinheiro público defendendo causas que não merecem nenhum tratamento especial e esqueceram dos PROBLEMAS REAIS que o município do Rio enfrenta - tais nomes não receberão votos.] 
 
Isquierdo argumentou que não existe na Câmara um bloco religioso, mas, sim, “vereadores que professam a fé católica e a evangélica”. Segundo ele, muitos políticos, independentemente de religião, são contrários a um debate ideológico sobre gênero, principalmente nas escolas. Ele lembrou que, em abril, uma emenda da bancada do PSOL que previa a discussão de gênero no novo Plano Municipal de Educação foi rejeitada.
Todos somos contra discriminações, mas, por trás desses projetos, está uma tentativa de abrir espaço para que a questão de gênero entre em debate nas escolas com viés de convencimento. E com isso nós não concordamos disse Isquierdo.
Cláudio Castro explicou por que pediu o adiamento de um dos projetos de Marielle:
Hoje, existe uma discussão muito concentrada em uma camada da população que sofre discriminação. Esse debate tem que ser ampliado. Existem outros preconceitos, como o contra gagos.

Um dos momentos mais tensos da sessão ocorreu quando o vereador Otoni de Paula (PSC), da bancada evangélica, anunciou que votaria contra a resolução que dá o nome de Marielle Franco à tribuna do plenário. O projeto foi apresentado pelas seis vereadoras da Câmara. Otoni alegou que seria um ato precipitado, já que as investigações que apuram o duplo homicídio ainda não foram concluídas. As pessoas que estavam nas galerias ouviram o discurso de costas, gritando palavras de ordem. Foi dele o único voto contrário à resolução. Mônica Benício, viúva de Marielle, acompanhou a sessão. [lamentavelmente o Rio permanece fazendo questão de se destacar por votar em candidatos absurdos e propostas sem sentido.
Por isso é que também continua se destacando na falta de segurança, na criminalidade, na falência.]
— A voz de Marielle não será calada. Nós vamos continuar na rua — prometeu Mônica.
Também foi aprovado um projeto que incentiva a formulação de políticas públicas voltadas para as mulheres. Os vereadores votaram ainda uma proposta que obriga o município a garantir medidas socioeducativas determinadas pela Justiça a jovens fora de abrigo. 

Cerca de 60 pessoas acompanham a sessão na Câmara Segundo a equipe da vereadora, o esforço é de "manter vivo o seu legado" e fazer "Marielle Presente por meio de suas ideias". A parlamentar foi eleita com 46.502 votos em 2016, a quinta mais apoiada pelos eleitores cariocas. As propostas refletem o engajamento na causa dos direitos das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT e também da população de baixa renda.

Veja os projetos de Marielle Franco:
Espaço Coruja (PL 17/2017): Criação de um programa de acolhimento a crianças no período da noite, durante o trabalho ou o estudo de seus responsáveis. A ideia é cuidar dos pequenos e propiciar que mães com dupla jornada permaneçam em seus empregos e estudos. [tem algum sentido, mas deve ser avaliado com muita atenção, especialmente a relação custo x beneficio.]

- Dia de Thereza de Benguela no Dia da Mulher Negra (PL 103/2017) [para que este dia? aproveitem e crie o 'dia da mulher nissei', o 'dia da mulher índia', o 'dia da mulher branca'] 
-  Inclusão no calendário oficial da cidade a data para marcar o dia em que a homossexualidade deixou de constar como doença no Código Internacional de Doenças.[qual o motivo de um dia para comemorar a data em que uma disfunção deixou de constar como doença do CID? e ainda incluir essa bobagem no calendário oficial da tão maltratada cidade do Rio de Janeiro.]

O Globo