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sábado, 31 de janeiro de 2015

Fora do Tema: mas, entendam, é a bunda de Paolla Oliveira x visão dos intelectuais

Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que elogiar uma bunda

Mário Teodoro, mestre em sociologia, assina artigos quinzenais em dois dos principais jornais brasileiros; Cristina Fontana, antropóloga e responsável pela coordenação dos cursos de pós-graduação de uma importante universidade pública. Forjados no calor de 1968, o casal não se permite muitos momentos como aquele: distrações em frente à televisão. Mas, desta vez, um amigo muito próximo é o responsável pela direção de arte de “Felizes Para Sempre?” e, para não magoá-lo, a melhor opção era assistir 5 minutinhos da série - o suficiente para um elogio genérico durante um jantar.
Paolla Oliveira chamou atenção por boa forma física em cena de “Felizes para sempre?” - Reprodução

A dupla ainda foi torturada por quinze minutos de Big Brother Brasil - experiência que rendeu um debate acerca de George Orwell e a espetacularização do cotidiano mais banal. “É a validação da mediocridade como comportamento padrão e aceitável. Vou escrever sobre isso no meu próximo artigo, já batizado de ‘O Herói do Possível’”, observou Teodoro.

Quando o programa começa, o casal acha graça nas referências ao cinema de Lars von Trier. “O ‘pobro’ não vai entender essa”, comenta, jocosa, Cristina - que assim como outros colegas de universidade usa a palavra “pobro” para se referir, de forma sucinta, ao povo pobre e sem acesso à educação formal.

Mas eis que surge uma bunda. A bunda de Paolla Oliveira. Um silêncio desmoronou, pesado, sobre aquele apartamento. Qual dos dois iria ser o primeiro a se arriscar nesta delicada seara? Quem iria ser o primeiro a tecer um comentário sobre a bunda da atriz.
São momentos como esse que você põe toda uma carreira acadêmica a perder. Uma palavra mal colocada e você pode ser queimado na inquisição das rodas intelectuais do eixo Rio-São Paulo.

Teodoro, que suava e deixava escapar uma tremidinha nervosa na voz, arriscou-e e, murmurando, disse: “derrière”.  Gênio! Ao usar a palavra francesa e evitar encher a boca com um termo de segundo time, Teodoro conseguiu introduzir o tema com certa classe e cuidado. Cristina aproveitou a brecha e, aliviada, complementou: “Arsch, querido! Arsch” - referindo-se a mesma bunda - só que em alemão, a língua mãe de toda a filosofia ocidental.

A partir daí, os dois tentaram disfarçar aquela súbita admiração pela derrière/Arsch de Paolla e encaminharam uma conversa no sentido de entender, do ponto de vista semiótico, o poder da bunda ao redor do mundo. Os dois concordavam que era difícil encontrar um autor sério que tenha se debruçado, de forma consistente, sobre a questão da bunda. Apenas de uma maneira derivativa era possível encontrar referências bibliográficas sobre a presença da bunda na nossa cultura (pelo menos entre autores que eles não desprezavam).

De certo que Karl Marx tinha pela bunda uma visão classista. Acreditava no poder simbólico de uma nádega como síntese do poder burguês. “Quero sua bunda como quero seu trabalho, sua mais-valia e sua felicidade”, gritaria um porco capitalista. O marxismo nos faz olhar a bunda com a culpa do capital, com a sensação da opressão, a bunda como resultado da sodomia do dinheiro e de outras taras terríveis.

Por isso, marxista histórica, Cristina sempre cobriu sua bunda, escondendo-a dentro de uma espécie de meia burca. Com essa ideia, ela fomentou movimentos feministas que pregavam a pena capital para quem virasse o pescoço e mirasse, de passagem, uma bunda que se vai (e se esvai). Teodoro também tinha pela própria bunda uma certa aversão. Era ela, a bunda, que fazia o intelectual requisitado pelos maiores jornais do País se assemelhar a um reles trabalhador braçal e iletrado. A bunda era democrática demais até para um homem com convicções socialistas como as dele.  

Teodoro trouxe Michel Foucault para a conversa - coisa que Cristina considerou uma provocação barata. Para Teodoro, Foucault teria escrito em “A História da Sexualidade” um belo arrazoado sobre a bunda e as estruturas sociais. Cristina, antropóloga, sempre achou essa interpretação um equívoco imperdoável. “Quando você pensa que Foucault está falando de bunda, você se engana. Ele está falando sobre…”

Na tevê, a bunda de Paolla Oliveira aparece novamente. Resplandecente. Um sol. O silêncio caiu sobre a casa outra vez. Aquela bunda mitológica teria o poder de encher a Cantareira, restituir o nosso respeito pela Petrobrás e fazer um casal de intelectuais repetir: “Que bunda!”

Teodoro e Cristina se deram as mãos, se olharam nos olhos e se abraçaram. Foi a primeira vez, em muitos anos, que os dois estavam experimentando esse calor sublime de se sentirem populares, se sentirem do “pobro”, livres e capazes de admirar uma bunda.  Em silêncio, Teodoro e Cristina foram para o quarto. Tiraram suas calças e ficam admirando a bunda um do outro. Eram bundas tristes, mas cheias de história e sonhos perdidos pelo caminho. Choraram. Beijaram-se (no sentido grego também) e foram dormir felizes. Sonharam com a Paolla Oliveira, mas não contaram um para o outro.

Transcrito do Blog de Gilberto Amendola - Yahoo! Mulher
https://br.mulher.yahoo.com/blogs/n%C3%A3o-%C3%A9-voce-sou-eu/triste-epoca-e-mais-facil-desintegrar-um-atomo-do-120537534.html

Paolla Oliveira virou o termo mais procurado do Google após aparecer em trajes sumários na minissérie “Felizes para sempre?”. 

Veio direto para o Cena Virtual!

Abundância

O fio dental que Paolla Oliveira ostentou em cena de “Felizes para sempre?” segue causando comoção. O nome da atriz chegou a ser o termo mais procurado do Google. Veja o vídeo aqui.