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domingo, 26 de abril de 2015

PT = partido da PERDA TOTAL = rumo ao ocaso intelectual, moral e político

Delírios à beira do abismo

O que se constata é que o partido vive não apenas seu ocaso político e moral, mas sobretudo intelectual

O Caderno de Teses do PT, a ser debatido em seu 5º Congresso, em junho, em Salvador – e disponível em seu site -, expõe o grau de alheamento de sua militância em relação à conjuntura presente. O partido propõe, em síntese, uma revolução, a partir da mobilização das massas. Que massas?

O partido não percebe que perdeu a hegemonia das ruas. Seu projeto socialista, de viés autoritário – autointitulado “hegemônico” -, jamais enfrentou tantos obstáculos.  A economia vai mal, suas principais lideranças estão às voltas com o Código Penal e as massas que ocupam as ruas pedem que deixe o poder. A presidente reina, mas não governa. O poder está nas mãos de uma trinca peemedebista: Michel Temer, vice-presidente; Eduardo Cunha, presidente da Câmara; Renan Calheiros, presidente do Senado.

A economia está nas mãos de um tecnocrata liberal, Joaquim Levy, que representa o avesso do projeto socialista do partido. Os Cadernos de Teses – um conjunto de sete apostilas, cuja primeira tem o provocativo título de “Um Partido para Tempos de Guerra” – parecem ignorar a nova realidade posta ao partido. Age como se cada etapa de sua presença no poder tivesse obtido êxito.

No processo de aparelhamento gradual da máquina administrativa do Estado e dos organismos de representação da sociedade civil, este momento – o quarto mandato consecutivo na presidência da república – seria o de up grade revolucionário. Mas alguma coisa não deu certo – e a militância não percebeu. O partido perdeu seguidores e ganhou adversários, a tal ponto que passou a ser enxotado das ruas. Seu líder maior, Lula, não mais aparece em locais públicos. Fala apenas a auditórios ideologicamente higienizados. Idem a presidente da República, cuja presença é inevitavelmente saudada por vaias.

As pesquisas mostram que, se as eleições fossem hoje, o PT perderia no primeiro turno, não importa o adversário. Em vez de discutir o que mudou, onde se deu o desvio, o 5º Congresso do PT põe em debate teses que, ainda que seu projeto houvesse triunfado, seriam senão inviáveis, ao menos complicadíssimas.  Entre outros disparates: reestatização de tudo o que foi privatizado; cassação de todos os ministros do STF que condenaram os mensaleiros do partido; estatização da Rede Globo e das TVs que exibem programas religiosos; demissão de todos os ministros do governo Dilma que não rezem pela cartilha socialista: Joaquim Levy (Fazenda), Kátia Abreu (Agricultura) e Armando Monteiro (Desenvolvimento Industrial), exatamente os que avalizam a presidente perante o mercado.

E há mais. Os Cadernos repetem exaustivamente a palavra democracia, que as propostas negam. Ao mesmo tempo em que defendem o “aprofundamento do combate à corrupção”, propõem o cancelamento de todas as denúncias e investigações em curso. E há uma nota pitoresca: a proposta de cassação de um único parlamentar, o deputado Jair Bolsonaro. Um projeto revolucionário que mira e nomina um único adversário.

O que se constata é que o partido vive não apenas seu ocaso político e moral, mas sobretudo intelectual. Um partido que nasceu no ambiente das academias, sobretudo a USP, sonhado por intelectuais de grande respeitabilidade, termina em mãos de uma militância iletrada, alheia aos fatos que ela própria construiu e que pretende transformar com bravatas. Não se cura uma febre quebrando o termômetro, mas é o que a militância petista propõe em seus delirantes Cadernos de Teses.

Por: Ruy Fabiano - Blog do Noblat

 

 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Os sem noção



Certos setores da esquerda estão convencidos de que os mais de 54 milhões de brasileiros que reelegeram a presidente Dilma Rousseff são de esquerda, e que a vitória significou uma autorização para aprofundamento de um programa socializante no país, com uma Constituinte convocada por "plebiscito popular" (como se fosse possível outro tipo de plebiscito, palavra originada do latim plebiscitu - decreto da plebe) para realizar uma reforma política, instituição de mecanismos de participação popular - já derrotado no Congresso - e a inevitável "democratização dos meios de comunicação", que nada mais é do que o controle pelo governo dos órgãos independentes de informação.

Por isso, as primeiras nomeações do segundo governo Dilma estão provocando grande decepção e divisões na esquerda, que constatam com pesar que, reeleita, a presidente leu com mais pragmatismo o resultado das urnas e foi buscar nas hostes adversárias o homem adequado para estabilizar a economia que ela conseguiu desestabilizar nos primeiros quatro anos.

A nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda está sendo digerida com muito custo, mas as pressões maiores estão voltadas para os novos ministros da Agricultura, Katia Abreu, e para o do Desenvolvimento, Armando Monteiro, dois dirigentes de associações patronais. Politicamente mais frágeis, tornaram-se exemplares de como o ministério tem uma tendência nada revolucionária, que poderia bem ter sido escolhido pelo candidato da oposição Aécio Neves.

A análise está correta, mas a ignorância que essa esquerda demonstra das raízes profundas que ancoram as nomeações mostra que um governo que se guiasse por suas obsessões não teria muito futuro. Foi assim também no primeiro governo Lula, que nomeou Roberto Rodrigues para a Agricultura e Luiz Fernando Furlan para o Desenvolvimento, além de colocar o banqueiro internacional e deputado federal tucano Henrique Meirelles no Banco Central.

Dilma repete a dose, claramente influenciada pela experiência de seu tutor Lula, mas com diferenças contra si importantes. A começar por que quem estava no comando era Lula, a única liderança incontrastável no PT. Quem ousou confrontá-lo, como Cristovão Buarque ou Suplicy, ou saiu do partido ou ficou nele sem importância. Sem falar que os tempos econômicos no mundo são outros, muito adversos.

Na economia, Lula tinha um petista de alta estirpe no comando da equipe, Antonio Palocci, e estava portanto blindada a movimentação conservadora da nova política econômica para colocar as contas nos trilhos. Para melhorar a situação, Palocci convenceu-se mesmo de que o caminho ortodoxo era o único possível para o crescimento do país, depois de longas trocas de ideias com Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central que o PT demonizou na eleição presidencial passada.

Mas foi para Arminio que Joaquim Levy telefonou antes de aceitar a proposta de trabalho petista, pois ele integrou a equipe que preparava o programa econômico para um eventual governo do PSDB. Os economistas que Palocci acolheu em sua equipe foram permanentemente perseguidos por setores petistas que não se conformavam com as novas orientações. Marcos Lisboa, Murilo Portugal, o próprio Levy, só permaneceram no ministério enquanto Palocci lhes dava respaldo. Com sua saída, no segundo governo Lula, abriu-se espaço para que a dupla Dilma Rousseff no Gabinete Civil e Guido Mantega na Fazenda fosse desmontando as conquistas feitas pelos "conservadores", preparando a derrocada que seria o primeiro governo Dilma.

Nem mesmo os fatos negativos produzidos nos últimos quatro anos são suficientes para convencer esses grupos esquerdistas que sua receita de aumento de gastos sem base na arrecadação, gerando déficit primário em vez de superávit; aumento da dívida bruta com a utilização dos bancos públicos como biombos; descontrole da inflação; balança de pagamentos negativa, levou o país a uma situação de descontrole que só mesmo um salto triplo carpado como o dado por Dilma poderia mudar a perspectiva futura do país.

Eles ainda acreditam que os eleitores da classe média emergente e os pobres que recebem o Bolsa Família votaram em Dilma ideologicamente, e não entendem que o que esses eleitores fizeram foi votar a favor do conservadorismo, acreditando erradamente que estavam ajudando a manutenção do emprego e do salário. A permanecer essa disputa ideológica contra a realidade que se impõe, vai ser muito difícil Joaquim Levy levar adiante seu projeto. E o escorpião, fiel à sua natureza, vai ferrar quem poderia levá-lo a atravessar o rio a salvo da correnteza.

Fonte: Merval Pereira