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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Os craques e os pernas de pau

O PT, atônito, joga para a arquibancada. Quer usar as reservas, propõe a criação de novas faixas para o Imposto de Renda

Em 1958, véspera do jogo Brasil e Rússia, o técnico chamou Garrincha e lhe disse: “Vamos ganhar com uma jogada sua. Pegue a bola e drible o seu marcador. Quando vier o outro zagueiro, você o dribla também. Depois, vá à linha de fundo e cruze para o Vavá fazer o gol”. Garrincha, que ouvira a “estratégia” calado, indagou: “Mas, professor, você já combinou isso com os russos?”

A história é oportuna quando ministros e políticos governistas estão repetindo, como papagaios, o mantra “crescimento econômico”. A ladainha começou quando o ex-presidente Lula vociferou: “Dilma, você precisa liberar o crédito, fazer a roda da economia girar e dar boas notícias”. O problema do “mais créditos” é que o endividamento das famílias brasileiras já é o maior dos últimos dez anos. Para quase 40% dos brasileiros, a meta principal em 2016 é pagar dívidas, antes da casa própria, de trocar o carro ou encontrar um grande amor.

Difícil, também, é rodar a economia e dar boas notícias. Em 2015, o PIB pode ter encolhido até 4%, o desequilíbrio fiscal ficou próximo de R$ 120 bilhões, e o país foi rebaixado por duas agências de risco. A inflação anual foi de 10,67%, o desemprego chegou a 9%, e o dólar beira os R$ 4. Compõem o cenário a grave crise política e a popularidade da presidente em frangalhos. Sem falar dos processos de impeachment, no Congresso, e das contas de sua campanha no Tribunal Superior Eleitoral.

O atual ministro da Fazenda é Nelson Barbosa, o mentor da malfadada “nova matriz econômica” que associada ao vale-tudo eleitoral — levou a economia brasileira a esse desastre. Para complicar, Barbosa está envolvido no caso das “pedaladas” e pode ser condenado no TCU.

Tão ou mais enrolada está a cúpula do Legislativo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tenta livrar-se da cassação, enquanto o do Senado, Renan Calheiros, responde a vários processos no STF e teve o sigilo bancário quebrado no fim de 2015. O presidente do TCU, Aroldo Cedraz, é também investigado na Lava-Jato.

Qual a credibilidade que oferece um país em que ninguém sabe dizer exatamente quanto tempo o ministro da Fazenda, a presidente da República e os titulares da Câmara, do Senado e do TCU permanecerão nos seus cargos? Os fatos e as expectativas — que afetam o comportamento da economia — são totalmente desfavoráveis. Para completar, em 2016 teremos eleições municipais, o que torna ainda mais difícil a contenção de despesas e a aprovação pelo Congresso de medidas impopulares. Neste cenário de incertezas, só um louco irá investir no Brasil. E, se o fizer, o preço será alto.

O PT, atônito, joga para a arquibancada. Quer usar as reservas, propõe a criação de novas faixas para o Imposto de Renda, impostos sobre lucros e dividendos, a elevação da tributação sobre heranças e doações, a volta da CPMF e a criação de impostos sobre grandes fortunas, jatinhos, helicópteros etc. Não vai ganhar o jogo, mas o discurso agrada à torcida. Como dizia Antônio Ermírio de Moraes, “a arte do PT é pedir dinheiro aos ricos, pedir voto aos pobres e mentir para ambos”. Certa ou errada a frase, o partido volta a propor medidas que alardeia desde a fundação, mas que, curiosamente, jamais implementou nos 13 anos em que está no poder.

Para agradar aos empresários, o PT sugere ao governo reativar o Conselho de Desenvolvimento Econômico, vender” aos bancos de parte do que a União tem a receber, salvar as empresas corruptas envolvidas na Lava-Jato da inidoneidade (por meio de uma vergonhosa medida provisória), permitir a repatriação de recursos, legalizar os jogos de azar e obter empréstimos na China para lançar um “novo PACo”, ainda que deva bilhões da versão anterior.

Contrariando o PT e toda a sua base de apoio, Dilma promete manter o ajuste fiscal, o combate à inflação, os cortes nas despesas obrigatórias e a fixação de idade mínima para a Previdência. Mas será que a presidente irá bater de frente com PT, CUT, UNE e MST, a tropa chapa-branca já convocada para ir às ruas contra o impeachment? Só o tempo dirá, pois o que Dilma fala não se escreve.

A verdade é que, neste momento, falar em crescimento econômico é como a família de um enfermo, há um ano na UTI, cogitar a sua participação como atleta na próxima Olimpíada. Nem combinando com os russos.

No futebol, em 1958, o Brasil venceu a Rússia por 2 a 0. Garrincha deu um show, e Vavá fez os dois gols. A diferença é que naquela época tínhamos um time de craques. Hoje, na política e na administração pública, são muitos os “pernas de pau”. Ou seriam “caras de pau”? [o ilustre articulista esqueceu de mencionar que hoje também no futebol, com raras exceções que em sua maior parte se venderam ao exterior, só temos pernas de pau.]

Transcrito de: O Globo - Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas
gil@contasabertas.org.br

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ex-presidente do Uruguai diz que Lula lhe confidenciou um crime contra o Estado brasileiro.



Babalorixá de Banânia tem de ser convocado a depor na CPI do Petrolão! Já!
Luiz Inácio Lula da Silva, sim, ele mesmo!, tem tanta intimidade com as grandezas do universo que já se referiu à Terra, como “planetinha”. Tudo é uma questão de ponto de vista, não é mesmo? Pensem bem: o que é o universo perto de Lula? Mera distração de Deus nas horas intersticiais do tédio. O Senhor pensou grande mesmo quando deu à luz o Babalorixá de Banânia. Aí desafiou: “Agora eu vou mostrar para Michelangelo quem é o verdadeiro Michelangelo…”

O Altíssimo se referia, claro!, àquele momento em que o artista, depois de esculpir Moisés, deu-lhe num toquezinho no joelho e disse: “Parla” (“fala!), tal era a perfeição da obra. Sim, meus caros, Lula é um Moisés que rivaliza com o próprioele também abre as mares se preciso — e que supera o de Michelangelo: afinal, fala! Pelos cotovelos! Por isso mesmo, dada essa grandeza, Lula deve agora explicações ao mundo.

Como o mundo não se interessa mais pelas coisas que ele diz e pensa; como ninguém mais se importa com a personagem acidental que Marilena Chauí achava poder revolucionar a filosofia, basta, então, que se explique à CPI do Petrolão. Convocá-lo passou a ser, agora, um imperativo moral. E por quê?  José Mujica, o esquisito que já governou o Uruguai, e que também fala pelos cotovelos, revelou num livro-depoimento chamado “Una Oveja Negra al Poder” “Uma ovelha negra no poder” —, escrito pelos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, que, em 2010,  que o Moisés de Garanhuns e de São Bernardo lhe confidenciou que o mensalão “era a única forma de governar o Brasil”. Vale dizer: Mujica afirma em seu depoimento que Lula lhe confidenciou um crime contra o Estado brasileiro.

Notem: o que foi o mensalão? Consistia no uso de recursos públicos e privados para formar uma espécie de estado paralelo. O que é o petrolão? Trata-se de um mensalão muito mais ousado, em que, da mesma forma, recursos públicos e privados são empregados para capturar o Estado.  Mujica e Lula são companheiros à esquerda. Ambos se dizem socialistas, ainda que um cultive o socialismo à brasileira, e o outro, à uruguaia. Refiro-me, claro!, a dois exotismos sem paralelo no mundo, hoje ou em qualquer tempo. Em comum, no entanto, eles têm aquele papo-furado contra as elites, contra os conservadores, contra a tradição…  Cada um deles, também, é irresponsável a seu modo. De toda sorte, duvido que Mujica esteja mentindo. Lula certamente lhe fez mesmo aquela “confidência”, até porque é o que petistas vivem dizendo por aí.

Num debate eleitoral na televisão, em 1986, o empresário Antônio Ermírio de Moraes, que morreu no ano passado, afirmou que “a política é a arte de pedir voto aos pobres, dinheiro aos ricos e mentir aos dois”. Lula, como ninguém, levou adiante essa máxima.  Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, afirmou Mujica: “A esquerda morre quando a cobiça de se fazer dinheiro entra na política. Por que a corrupção prolifera tanto? Parece sensato que pessoas de 60, 70 anos se emporcalhem com uns pesos imundos? Eles sabem que têm pouca vida pela frente. O tema de ter dinheiro para ser alguém pode ser uma ferramenta de progresso no mundo do comércio, onde se correm riscos empresariais, mas estamos fritos quando se mete na política. Isso aconteceu na Itália, em parte da Espanha. É inexplicável o que se passa no Brasil”.

Não é inexplicável, não! É muito explicável! Mujica, mesmo sendo meio doidivanas, não assumiu o poder com o propósito de aniquilar as demais forças políticas, de se estabelecer como partido único, de eliminar a oposição. Também não tinha e não tem a ambição de liderar a esquerda latino-americana.

O nosso Moisés tinha propósitos maiores, não é? Tanto é assim que criou o Foro de São Paulo, com Fidel Castro. Lula deveria ter feito outra confissão a Mujica: “É impossível dar um golpe nas instituições, como queremos, sem recorrer a coisas como o mensalão”. Aí, sim, estaria a dizer a verdade.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo