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sábado, 4 de abril de 2015

Fora do Tema, porém, necessário – Esclarecendo que a responsabilidade pela morte de Cristo foi e sempre será dos judeus



[Religião não está entre os temas do Blog Prontidão Total.

Mas, reportagem publicada no El País interpreta trechos relativos a Paixão e Morte de nosso Senhor Jesus Cristo, com um viés que busca inocentar os judeus da responsabilidade por crime tão hediondo.

Mais grave é ser a matéria baseada em grande parte nos escritos de um autor israelense  - portanto, um dos mais interessados em inocentar os judeus.

Nos parece que a imparcialidade do escritor  israelense Amós Oz sobre o assunto rivaliza com a da nossa malfadada 'com (omissão) da verdade'.

Por tudo isso, procuramos conversar com pessoas que conhecem do assunto e sintetizar suas opiniões de modo a fundamentar nossos comentários sobre a reportagem.]

 

Leia também:   Católicos ultraconservadores do Rio desafiam opoder do Vaticano 

 

Ainda não sabemos quem nem por que mataram Jesus

Existe,  entre os quatro evangelhos canônicos,  até sete versões diferentes e contrastantes de algumas passagens da crucificação

Cada vez que se aproximam as festas litúrgicas da Semana Santa, os cristãos se perguntam quem condenou Jesus e sob quais acusações concretas. Foram os judeus que o levaram para a cruz ou os romanos, que naquele tempo dominavam a Palestina e o consideravam um subversivo?
“Oremos pelos pérfidos judeus”... “Ouve, Deus, nossa oração pela obcecação desse povo para que seja libertado das trevas”. Essa oração foi rezada por milhões de católicos na liturgia da Sexta-Feira Santa desde 1570, quando o papa Pio V criou o Missal Romano. [o Cristianismo autêntico, mais conhecido como Catolicismo, foi fundado por Jesus Cristo, conforme relatos bíblicos, nos quais Cristo diz para os Apóstolos - daí a sucessão apostólica - :'tudo que ligardes na terra será ligado no Céu e tudo que desligardes na terra será desligado no Céu.'
Do mesmo modo, Jesus Cristo declara: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja...]
 
Aquela oração injuriosa para a religião judaica, da qual nasceu o cristianismo, levava implícito (e assim era entendido pelos fiéis) que tinham sido os judeus que mataram Jesus. O escritor israelense Amós Oz diz abertamente: “Durante milênios a Igreja Católica dedicou-se a classificar os judeus como assassinos de Deus”.

Usam como base dois argumentos concretos: por um lado, a crucificação era uma forma de pena de morte desconhecida pelos judeus. [é até plausível que se considere ser a crucificação uma forma de pena de morte não USADA pelos judeus; mas, era conhecida e pelo seu caráter cruel e aviltante foi escolhida pelos judeus para assassinar Jesus Cristo.] Eles usavam em suas condenações o apedrejamento, a decapitação e a degola. A crucificação era uma especialidade dos romanos, usada com os rebeldes políticos. Além disso, nos tempos de Jesus, quando a Palestina era ocupada pelo poder romano, as autoridades judaicas tinham perdido o poder de condenar à morte. [perder o poder de condenar a morte, de efetuar julgamentos que poderiam motivar penas severas é inerente aos habitantes naturais de qualquer país ocupado. 
Por óbvio, tal principio era aplicável aos judeus.
Não podiam condenar, mas, podiam acusar e invocar leis hebraicas para aplicação por um tribunal Romano. Assim, os judeus não podiam condenar, mas tinham todo o poder e oportunidade para acusar Jesus Cristo e invocar sua condenação com base em leis judaicas.] Só poderiam por “blasfêmia”, ou seja, por motivos estritamente religiosos.

É possível que, em um primeiro momento, Jesus até tenha sido julgado pela alta Corte Sacerdotal e acusado de blasfêmia por ter desafiado o poder do Templo. No entanto, o que os evangelhos dizem é que Sinédrio enviou Jesus ao romano Pilatos para que fosse julgado por ele, um sinal de que não via motivos de questão religiosa para condená-lo à morte, segundo explica um dos maiores conhecedores do tema, Paul Winter, em sua obra Sobre o Processo de Jesus. [os judeus invocaram lei hebraica para sustentar o libelo contra Jesus diante de Pilatos, sendo oportuno destacar que segundo a Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 18,1-19,42) os judeus alegaram: ³¹"nós não podemos condenar ninguém à morte"  e também afirmaram: "¹9,7 nós temos uma lei, e, segundo essa lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus".

Os dois versículos acima transcritos, encontrados em qualquer bíblia, falam por si, deixando claro que os judeus não podiam condenar ninguém à morte, mas, podiam perfeitamente, acusar alguém da prática de crime punível, pelas leis dos judeus, com a pena de morte.
E a opção pela pena de 'crucificação' foi escolhida pelos próprios judeus que, aos gritos, deixaram claro a Pilatos a vontade de que Jesus Cristo fosse crucificado.
Em nenhum relato bíblico, consta que foram usadas leis romanas para condenar Jesus.]  


A confusão pode ter origem no fato de que, entre os judeus, havia o costume de pendurar os corpos dos mortos por apedrejamento para expô-los publicamente à vergonha, diferentemente da crucificação, na qual os condenados eram presos vivos à cruz e deixados sangrando até morrer, às vezes durante dias inteiros. [mais uma prova de que foram os judeus que mataram Jesus é encontrada na 'Bíblia' - Bíblia de qualquer religião, destaque-se - está disponível em Atos dos Apóstolos, capítulo 10, versículo 39: "E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz.". Por maior que seja a eloquência dos que tentam modificar a história e isentar os judeus da responsabilidade pelo assassinato de nosso Senhor Jesus Cristo, o Eles só consegue identificar os judeus.]

As fontes rabínicas indicam que a morte na cruz era realizada “em conformidade com a prática romana”. Basta lembrar que o autor do tempo de Antíoco IV menciona com repugnância a prática dos romanos de “suspender homens vivos”, prática a qual se recorda que “nunca foi realizada em Israel”. [a leitura do Evangelho de São João - que não sofre nenhuma modificação nas bíblias em que o título de 'São" não consta' - deixa claro as razões da escolha da forma de morte de Jesus e sob quais leis ele foi condenado e qual povo exerceu o papel de acusador.]

Foi o papa João XXIII que, em 1959, mandou tirar da oração da Sexta-Feira Santa a expressão “pérfidos judeus” e a “obcecação desse povo” que se negava a reconhecer a divindade de Jesus.

Foi o papa João XXIII que, em 1959, mandou tirar da oração da Sexta-Feira Santa a expressão “pérfidos judeus” e a “obcecação desse povo” que se negava a reconhecer a divindade de Jesus.

Paulo VI, que sucedeu João XXIII, deu mais um passo e tirou também a oração para que os “cegos judeus” se convertessem à fé.

A oração foi mudada no sentido positivo, e nela se rezava pelos judeus, “a quem o Senhor elegeu como os primeiros entre todos os homens para receber a sua palavra”.

Foi o papa alemão Bento 16 que permitiu aos católicos conservadores, contradizendo o Concílio Vaticano II, voltar à antiga liturgia em latim
[percebe-se o viés pró judeu na reportagem quando cita Bento XVI ressaltando ser um papa alemão; 
por que o silêncio sobre a nacionalidade dos papas João XXIII e Paulo VI ?  - eram papas italianos.
fica a impressão da intenção de vincular o papa Bento XVI, pela sua nacionalidade, ao nazismo.]

Foi o papa alemão Bento 16 que permitiu aos católicos conservadores, contradizendo o Concílio Vaticano II, voltar à antiga liturgia em latim. [que mal pode haver na celebração da missa em latim?  Até o inicio da segunda metade do século XX as missas no Brasil eram celebradas em latim e o sacerdote ficava de costas para os fiéis – não havia crime nenhum nisso e as missas eram mais solenes.] E foi ele quem voltou a introduzir na oração da Sexta-Feira Santa a ideia de que os judeus devem se converter à fé cristã: “Oremos pelos judeus: Que Deus ilumine seus corações e reconheçam Jesus Cristo”. [ou o Papa Francisco agiu muito rápido, antes mesmo de assumir o Pontificado, ou a reportagem está equivocada, já que a Oração  VI, Pelos Judeus, rezada na Solenidade Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, neste ano e em 2014, não faz menção a conversão dos judeus.
Segundo o Folheto "O Povo de Deus", a oração VI, assim está redigida:
"VI - Pelos Judeus
Oremos pelos judeus, aos quais o Senhor nosso Deus falou em primeiro lugar, a fim de que cresçam na fidelidade de Sua Aliança e no amor do Seu Nome." ]

Foi uma volta atrás, e agora se espera que Francisco, o Papa que mais respeitou e até manifestou admiração pela religião judaica, volte a retirar das orações dos cristãos qualquer vislumbre sobre a necessidade de que os judeus (a primeira grande religião monoteísta da história) precisem se converter a outra fé que não seja a deles. [os cristãos, os valores católicos, são eternos, portanto, não estão sujeitos ao politicamente correto, e tão pouco à necessidade de se adaptar aos costumes modernos.
O fato de uma religião ser mais antiga que a católica não é bastante para torná-la verdadeira.
A religião Católica, fundada por Jesus Cristo, é a única verdadeira e o surgimento de outras, inclusive pregando valores diferentes, advindos da modernidade, não prevalecerá contra ela.
Aliás tais contestações foram previstas pelo próprio Jesus Cristo.]
Na verdade, desde as disputas dos primeiros cristãos no século II se começou a tentar colocar sobre os judeus o peso de terem condenado à morte o maior inocente da história, para se congraçar com os romanos, que, em princípio, perseguiram os cristãos e depois os conquistaram enchendo a Igreja de privilégios.

Se foram os romanos que, segundo os historiadores modernos, crucificaram Jesus, o que ainda não está claro são os motivos de sua sentença. No entanto, se a condenação à morte na cruz era destinada aos rebeldes políticos, não resta dúvida de que Pilatos e o poder romano daquele tempo se convenceram de que o profeta que desafiava os poderosos, que chegou a chamar o rei Herodes de “raposa” e que arrastava consigo uma multidão de desprezados pelo poder, tinha que ser crucificado como subversivo político. [nada na Bíblia Sagrada suporta a interpretação acima.]

A inscrição colocada em sua cruz confirmaria: “Jesus, o rei dos judeus”, escrita para zombar dele por ter se proclamado, segundo os romanos, como o novo líder desse povo.
Assim como não sabemos pelos evangelhos oficiais nem onde nem quando Jesus nasceu, também não sabemos com certeza absoluta nem quem, nem quando nem porque crucificaram aquele profeta andarilho.

[aqui damos por encerrado a nossa 'fuga' dos temas do Blog Prontidão Total e reiteramos a nossa rejeição motivada aos argumentos que atribuem responsabilidade aos romanos pela morte de Jesus.
A acusação foi efetuada pelos judeus;
foi usada uma lei dos judeus para tornar o 'crime' atribuído a Jesus punível com a pena de morte;
foram os gritos de 'crucifica' proferidos pelos judeus que pressionaram Pilatos a escolher a crucifixão como método de execução de Jesus - a lei hebraica estabelecia para o crime do qual Jesus era acusado a pena de morte, mas não estabelecia o método de execução o que levou Pilatos a optar pela forma apresentada pelos judeus.]


Continuar lendo.................El País, por Juan Arias