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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Biografia pornô: havia um alçapão no fundo do poço de Moro - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O União Brasil estuda a possibilidade de lançar o ex-ministro Sergio Moro como candidato do partido ao governo de São Paulo nas eleições de outubro. A perspectiva foi levantada pelo vice-presidente da legenda no estado, o deputado federal Júnior Bozzella (União-SP).

Em entrevista ao jornal Metrópoles, o parlamentar afirmou que a executiva do partido acredita que a candidatura de Moro ao governo paulista fortaleceria a sigla no estado. "Há membros da executiva em São Paulo que querem colocar o Moro como candidato a governador para ter um palanque no estado e fortalecer o 44 (número do partido). Para alguns deputados, isso é conveniente porque, com uma candidatura a governador, você teria um voto de legenda mais considerável", declarou Bozzella.

Os líderes do partido acreditam que a esposa de Moro, a advogada Rosângela Moro, herdaria automaticamente os votos que o ex-juiz teria para deputado federal e que o casal poderia ainda impulsionar a candidatura de Luciano Bivar ao Planalto. "Com Moro governador e a Rosângela deputada, você teria muito voto de legenda, e a Rosângela, automaticamente, herdaria esses votos que o Moro teria para deputado federal. Então, uniria o útil ao agradável. Seria um belíssimo palanque para o Bivar em São Paulo, além de favorecer a chapa de deputado federal em São Paulo e o União Brasil no país como um todo", avalia Bozzella.

Lucro das empresas subiu mais de 50% mesmo com guerra, “fecha tudo” na China e clima ruim

TCU ordena que ex-diretor da Petrobras nomeado por Lula devolva R$ 975 milhões

É bem constrangedor. Moro, afinal, já disse em entrevista que não havia a menor possibilidade de virar político. Depois, já político, garantiu que somente o cargo do ex-chefe no Palácio do Planalto lhe interessava, sem qualquer plano B. Em seguida, após derretimento em pesquisas e troca precoce de partido, restou ao ex-juiz agradecer por uma pesquisa que o colocava com 20% de intenção de votos para o Senado. Agora seu partido já falava em disputa para governador...

Moro, que saiu da forma que saiu do governo, e tudo supostamente para salvar sua biografia, virou um joguete na mão de raposas da política. O futuro político de Moro será decidido por caciques do centrão. Moro já colocou Luciano Bivar como o salvador da Pátria e da democracia. 
Moro já colou sua imagem na do MBL, movimento de moleques oportunistas e sem escrúpulos
E agora, pelo visto, Moro já se sente bastante à vontade ao lado de Alexandre Frota, o eterno ator pornô que declarou apoio a Marcelo Freixo, o socialista. Quanto falta para Moro pedir voto para Lula? [Moro, os que traem o presidente Bolsonaro, tipo o feito pelo Doria - vulgarizado pelo capitão com o vulgo de calcinha apertada - por você mesmo, pelo Frota e outros se acabam politicamente, sem que o mito precise mover um dedo. Veja o Lula - ousou pensar em enfrentar o presidente Bolsonaro é agora um criminoso descondenado - porém,não inocentado - é um candidato com medo das ruas.]

Quero lembrar ao estimado público que jamais aceitei o boçal do Frota na política, mesmo quando ele fingia ser de direita. Meus textos comprovam: alertei que o sujeito era um oportunista, fazia mal ao conservadorismo por se vender dessa forma, e torci para que a "frota tosca" perdesse espaço para a turma de Paulo Guedes no governo. Frota, enfim, nunca me enganou. Mas agora eis que seduziu Moro, o biografado. Qual o nome do filme?

Nós quase sentimos pena por Moro nesse papelão tão patético. Mas aí lembramos do que ele tentou fazer com o governo, em meio a uma pandemia, tudo aparentemente por pura ambição pessoal, e a pena logo passa. Quem planta vento colhe tempestade. 
Que se deixa ser picado pela mosca azul do poder acaba mal.  
Moro tem muita preocupação com sua biografia, mas deveria ler é literatura clássica, para conhecer melhor a natureza humana. 
Pode começar com Macbeth, de Shakespeare.
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

O DESTINO DOS TRAIDORES - Gazeta do Povo

[Tudo indica que se houvesse a tragédia do Luladrão - o criminoso 'descondenado, não foi  inocentado -  ser eleito presidente o Brasil ficaria em pior condições do que os  Estados Unidos sob  Biden - o grau de senilidade do cachaceiro petista supera o de Biden.]

CACHAÇA E MACONHA: UMA MISTURA DA PORRA!

 

Rodrigo Constantino

Era um herói nacional e foi convidado para tocar um dos mais importantes ministérios. Fez um trabalho bom, mas resolveu sair no meio da pandemia, atirando. Prometeu um batom na cueca, mas a Polícia Federal nada encontrou. Passou a dar entrevistas para veículos de comunicação opositores do governo, e se uniu a um deles, o mais sensacionalista. Lançou sua candidatura criando uma falsa equivalência entre o ladrão que prendeu e o ex-chefe. Definha no novo partido, sem espaço para sair candidato a presidente. Sergio Moro tem um destino melancólico.

Chapa BolsoDoria. Não era uma via de mão dupla, mas sim João Doria [outro Iscariotes]  pegando carona no fenômeno bolsonarista. Foi eleito. Logo depois decidiu que queria mesmo é a cadeira de Bolsonaro, e passou a ser um traidor, não só do governo federal, pedindo para o ministro Paulo Guedes sair junto de Sergio Moro, mas da nação, impondo lockdowns absurdos e torcendo pelo pior.  
Resultado: Doria amarga uma intenção ridícula de voto, e vai ter de se esforçar para ficar à frente do desconhecido candidato do Novo. Essa semana foi para a Bahia e acabou sendo recebido por cerca de… três pessoas do povo, fora uma banda oficial. Constrangedor demais…
 
O pitbull bolsonarista. Ele subia nos palanques ao lado do candidato Bolsonaro e fazia discursos enfáticos contra a esquerda. Era uma atuação, nos mesmos moldes de seus filmes pornográficos. 
Alexandre Frota enganou alguns bolsonaristas, mas sempre foi um oportunista. Tão logo vislumbrou uma oportunidade do outro lado, pulou a cerca e chorou com Doria. Era um tucano agora. E já está flertando com o socialista Marcelo Freixo até. Não deve ser candidato a nada, pois não vence nem para síndico do prédio.

A musa da direita. Ela subia em tudo que é carro de som, pois não pode ver um holofote. Da imprensa para a política, foi uma das deputadas mais votadas. Um milhão de brasileiros acreditaram nela, em sua honestidade, seus valores conservadores. Mas Joice Hasselmann era mesmo uma plagiadora pelo visto, nada mais. Copiava os outros, e quando se deu conta de que tinha mais espaço colada em Moro e nos tucanos, passou a ser opositora ferrenha de Bolsonaro. Não deve sair candidata, pois não venceria nem para musa de Várzea.

Ele foi tratado como uma espécie de primeiro-ministro, um estadista competente e responsável, o verdadeiro gestor da nação. A imprensa chegou a colocar a reforma previdenciária em sua conta, ignorando que Bolsonaro foi o grande responsável pela reforma que economizou o dobro daquela proposta por Temer
Um deputado medíocre, eleito com pouco mais de 70 mil votos por conta do sobrenome, que virou presidente da Câmara por agir como despachante de grupos de interesse. Tão logo Rodrigo Maia saiu do cargo, já deixou claro que era um sabotador disfarçado, um opositor boicotando a agenda reformista do governo. Colou em Doria e não vai disputar eleição, pois não venceria nem para vereador.

A lista continua. Temos vários outros nomes que se mostraram oportunistas, com projetos pessoais de poder, nada mais. Todos eles têm algo em comum: estão politicamente mortos.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Alexandre Frota pede cassação de Flávio Bolsonaro

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) pediu nessa 2ª feira (4.jan.2021) a cassação do mandato do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Frota exige que um processo disciplinar seja instaurado contra Flávio e que o senador perca o mandato caso os crimes dos quais é suspeito sejam confirmados. 
 
[Esse deputado andava sumido do noticiário - desfrutando do merecido ostracismo = prêmio de sua incompetência como político.
Precisando desesperadamente aparecer, ser lembrado, o deputado usou um recurso infalível a todos que precisam de holofotes = atacar a família Bolsonaro.]

Frota procurou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mas o procedimento normal é que o pedido seja encaminhado ao CEDP (Conselho de Ética e Decoro Parlamentar) do Senado, presidido pelo senador Jayme Campos (DEM-MT).

A assessoria de Campos informou que ele pediu para a advocacia do Senado a análise do ofício. O mesmo procedimento já tinha sido feito com outro processo que pede a cassação de Flávio Bolsonaro, protocolado em fevereiro de 2020 pelos partidos de oposição PT, Psol e Rede Sustentabilidade. [o que retarda o andamento dos processos é que o senador Flávio Bolsonaro é apenas acusado = as provas ainda estão procurando as provas da ocorrência dos supostos crimes, se acharem,então terão que procurar as contra o senador Bolsonaro.  Procurar,  e encontrar, provas de crimes não ocorridos, costuma não ser exitoso.] 

Poder 360, MATÉRIA COMPLETA 

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Regina Duarte será convocada para a Câmara - O Globo

Regina Duarte como Viúva Porcina
Alexandre Frota já tem pronto um requerimento convocando Regina Duarte para falar na Comissão de Cultura da Câmara, a qual ele integra, sobre seus planos à frente da Secretaria Especial de Cultura, sobretudo na área audiovisual
Dará entrada no pedido assim que Regina tomar posse.
 
[lembramos ao ilustre parlamentar, expoente da 'cultura' nacional, que o requerimento precisa ser aprovado.

Aproveitamos para lembrar aos Psol da vida e aos anônimos que querem aparecer, que apesar da Cultura ser apenas uma Secretaria (estaria melhor se vinculada ao Ministério da Educação - além da identidade das áreas, tornaria adequada a sigla MEC)  a Constituição confere poderes ao Presidente da República para nomear ministros de Estado (quem pode o mais, pode o menos) sem ouvir Congresso, Judiciário, etc - vide CF art.84, I e 87, 'caput' ;


Acima, um conselho paterno ao 'primeiro-ministro' Maia, que pode ser seguido pelo deputado citado no inicio deste Post.]

Blog do Lauro Jardim, jornalista - O Globo




segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A política como um pesadelo - Fernando Gabeira

Será que o porteiro realmente viu um dos assassinos procurando por Bolsonaro, que nesse dia estava em Brasília?

Enquanto a mancha se desloca para o Sul e ameaça Abrolhos, já não sei mais se a espero no Rio ou vou ao seu encontro. De qualquer forma, tento manter o foco no desastre ambiental enquanto as loucuras na política se desdobram num ritmo vertiginoso.
No princípio da semana, pensei em dedicar as horas vagas a pensar na questão da linguagem na política, que me surpreende tanto quanto a mancha de óleo. Os deputados do PSL brigam entre si com memes e se insultam usando personagens de história infantil. Se não parasse com as crianças, de vez em quando, não saberia quem é Peppa. Uma das contendoras na luta interna foi chamada de Peppa pelos adversários. Ainda bem que eu já vi as aventuras da porquinha rechonchuda.
Pensei em refletir sobre a nova geração de políticos e como a linguagem da infância ainda está presente no seu imaginário. 

Mudei de eixo à tarde. Vi imagens do depoimento de Alexandre Frota na CPI das Fake News. Ele exibiu cartazes com frases do guru dos Bolsonaro, Olavo de Carvalho. Era tão escandaloso que fiquei tentado a examinar o avanço da linguagem pornográfica no discurso da extrema direita.
Foi então que vi aquele vídeo da hienas cercando o leão Bolsonaro e pensei em voltar ao universo infantil. Não houve tempo. Eduardo Bolsonaro invocou o AI-5, numa entrevista a Leda Nagle. Voltei aos anos 60 e pensei até em mostrar como as coisas mudaram nesse quase meio século. Desisti desse esforço pedagógico. As pessoas que confundem épocas tão díspares não o fazem por ignorância, mas por necessidade. Constroem um enredo mental para o papel que amariam representar. No caso de Eduardo Bolsonaro, é a vontade de reviver a ditadura, com poder absoluto sobre a vida e a liberdade de expressão dos outros. 

Em certas viagens a Ouro Preto, fantasio uma volta ao século XVIII. Mas só por alguns momentos, quando não há carros nem buzina. Há tempos, quando Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco, foi preso, achei explosivo o fato de ser vizinho do homem que se tornou presidente da República. Imaginei como isso não daria um roteiro para uma série de televisão. Li que o filho mais novo do presidente namorava a filha do matador. Imaginei as possibilidades clássicas dessa história. 

Vejo surgir agora um novo personagem dramático: o porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Ele é o mais antigo dos funcionários, deve conhecer todos os moradores, seus hábitos e relações superficiais. Sua lembrança do dia da morte de Marielle Franco enriqueceu as fantasias sobre a vizinhança de Bolsonaro com Ronnie Lessa, miliciano, matador e comerciante de armas. [lembrança  que surgiu mais de 500 dias após a suposta pergunta]
Será que o porteiro realmente viu um dos assassinos [sic] procurando por Bolsonaro, que nesse dia estava em Brasília? Por que teria anotado o número da casa buscada pelo cúmplice do matador [sic] como se fosse a casa de Bolsonaro? Como pode ter ouvido a voz de seu Jair, sem estar sintonizado com o canal da Câmara dos Deputados, onde Bolsonaro estava naquele momento?

Não vou especular sobre esse mistério, enquanto não ouvir a versão do próprio porteiro. As procuradoras do MP do Rio dizem que ele provavelmente mentiu.
Mas por que um velho e experiente porteiro confundiu duas casas? Para nós que vemos imagens aéreas, elas são todas iguais. Somos traídos pela superficialidade de nossa percepção, como os esnobes que dizem que a caatinga é monótona porque toda a vegetação é igual. 

Para ele, certamente cada uma delas tem uma história, desde o tipo de visitas aos pequenos cuidados cotidianos, instalação elétrica, vazamentos, no sentido literal.
Não entendo como pode ter confundido. Mentiu e enganou? Foi induzido? Sua memória funciona bem ou já dá sinais cotidianos de pequenas confusões? Para um roteirista, é relativamente fácil cobrir essas lacunas. Para mim, no entanto, os tempos são desconcertantes. Volto a perseguir a mancha. Também é desconcertante. Mas pelo menos vejo pessoas reais, com as luvas negras de óleo, tentando limpar as praias, proteger corais e mangues. Desenhos infantis, frases pornográficas, jovens aspirantes a ditador ou mesmo intrincados enredos policiais — tudo é uma espécie de desastre, mas pede outro tipo de voluntariado, equipamento e paciência.
 
Fernando Gabeira, jornalista - O Globo
 
 
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O capitão quer guerra - O Globo

Bernardo Mello Franco

DISCURSOS DE BOLSONARO

Jair Bolsonaro quer guerra. Na sexta-feira, o capitão participou de uma solenidade no Complexo Naval de Itaguaí. Diante de operários e oficiais da Marinha, fez mais um discurso em tom de combate. “Temos inimigos dentro e fora do Brasil. O de dentro são os mais terríveis. O de fora nós venceremos com tecnologia e disposição, e meios de dissuasão”, afirmou. [É DEVER do presidente da República, das autoridades constituídas e mesmo de qualquer cidadão brasileiro alertar para os inimigos que rondam o Brasil - inimigos que sempre estão presente, não só no Brasil, os inimigos podem até mudar conforme o país onde estão, mas sempre existem -  e também combatê-los.]

O Brasil já teve um presidente que se sentia perseguido por “forças terríveis”. Agora é comandado por um ex-militar que vê perigos em toda parte. A retórica de Bolsonaro expõe uma personalidade viciada em confronto. No último dia 2, no Planalto, ele falou em “dar a vida pela pátria”. “Não nos esqueçamos que o inimigo está aí do lado, o inimigo não dorme”, advertiu. [alguns podem até se espantar quando um militar, ou mesmo um ex-militar, considera algo absolutamente normal dar a vida pela Pátria;

os militares estão ligados por juramento ao solene compromisso, diante da Bandeira Nacional, de dar a vida pela Pátria = compromisso que não se extingue quando, por qualquer razão, passa à condição de ex-militar (exceto se a razão for traição à Pátria);
aliás, este compromisso se estende a todos os brasileiros, ainda que nunca tenham sido militares - por enquanto, apenas os do sexo masculino - visto que é regra o reservista prestar solene juramento à Bandeira Nacional, assumindo o compromisso em comento.]
 
Em agosto, no QG do Exército, jurou “lealdade ao povo” e conclamou o povo a “marchar para o sucesso”. “Não nos faltam é inimigos como os de sempre, que teimam em ganhar a guerra de informação contra a verdade”, afirmou. Na ausência de guerras reais, o presidente se dedica a fabricar inimigos imaginários. No início do governo, a ameaça viria dos comunistas, que estão em extinção desde a queda do Muro de Berlim. Em seguida, foi a vez de estudantes, professores, artistas e jornalistas.
Com a onda de queimadas na Amazônia, entraram na mira cientistas e ambientalistas que alertam para os riscos de destruir a floresta. [fenômeno sazonal que ocorre este ano, correu nos anteriores e ocorrerá nos vindouros.] Depois a fúria se voltou contra líderes da centro-direita europeia, como Angela Merkel e Emmanuel Macron. [qual presidente de uma nação soberana não se sente ofendido e reage com firmeza e veemência, quando um presidente de um país, especialmente no caso do Macron com viés colonialista, sugere internacionalizar parte do território nacional?] 
 
A pregação contra “inimigos internos” é usada por todo regime autoritário. Na ditadura brasileira, o conceito fazia parte da doutrina de segurança nacional. Servia para simular um ataque iminente e justificar a repressão feroz aos opositores. No caso de Bolsonaro, a estratégia se mistura a uma tendência à paranoia. Nos últimos tempos, o capitão passou a enxergar inimigos até nas próprias bases. Personagens como o cantor Lobão e o deputado Alexandre Frota, que o apoiaram com fervor, viraram desafetos do governo. Agora o alvo é o PSL, o partido do clã presidencial. Aliados que resistem à nova cruzada, como o senador Major Olímpio, estão prestes a entrar na lista dos proscritos.

Bernardo Mello Franco, jornalista -  Blog em O Globo


sábado, 17 de agosto de 2019

Bolsonaro Easy Rider - Isto É - Editorial

No guidão da moto, jaquetão de couro e escolta de seguranças (armados, como fica bacana a qualquer “bad boy”), Bolsonaro Easy Rider deve se sentir o próprio Peter Fonda no consagrado “road movie” dos anos 60, rasgando o País, praticando barbeiragens retóricas e gerando acidentes em série a cada curva no pensamento. No último domingo não foi diferente, nem nos dias que se seguiram. O motoqueiro irreverente dos finais de semana está se achando livre para dizer e fazer o que lhe der na telha. Um Fonda mal-ajambrado, diga-se de passagem, contrabandeando estatísticas, mentindo que nem um condenado, praguejando opositores e cuspindo impropérios goela afora no melhor estilo desbocado incorrigível. Capaz até, se desse, de enfiar uma bandeira americana na garupa da máquina para não deixar margens a dúvidas sobre suas preferências. Bolsonaro Easy Rider está no momento com uma ideia fixa em torno do aparelho excretor. Vai saber lá o por quê. 

Necessidades fisiológicas humanas lhe incomodam, provavelmente. Tem de fazer menos cocô — com perdão da citação, apenas para ser absolutamente fiel à expressão da vez do presidente — para preservar o meio ambiente. Tem culpa do “cocozinho petrificado de um índio” no atraso da obra de um terminal de contêineres e mesmo os corruptos e comunistas são, no seu entender, o “cocô do Brasil” a ser varrido. Dia após dia saíram essas sujeiras de sua cabeça. Mas não como mera higiene mental. Queria mesmo era conspurcar o debate. Em quem já cismou com a limpeza do pênis e o “golden shower” devem existir definitivamente recalques pendentes nas regiões baixas do mandatário. E eles lhe servem para disfarçar as lambanças ainda mais visíveis nos campos econômico, diplomático e político. 

Bolsonaro Easy Rider vai emporcalhando o País com um desemprego imoral, uma abjeta recessão que ele trouxe de volta após dois anos de recuperação — tímida, embora consistente — e com reprimendas a chefes de Estado do Primeiro Mundo e aos adversários do Parlamento. É possível isso? Desanca, sem dó, líderes da França e da Alemanha por pedir controle no desmatamento — em franco aumento no seu governo — e, de quebra, espinafra os vizinhos argentinos por uma eleição ainda não definida. Bolsonaro Easy Rider quer ampliar poder. Promoveu demissões de quem discorda dele. Aniquilou investigadores do Coaf que tiveram a pachorra de caçar o filho Numero Um, Flavio, por conta de seu laranjal. E botou a correr a turma da Comissão da [IN] Verdade que reparava injustiças aos perseguidos políticos. Até arranjou tempo para novos elogios ao notório torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, seu dileto “herói nacional”, um ser desprezível dos porões da imunda ditadura. 

Bolsonaro Easy Rider planeja agora a “faxina” da Receita Federal. Vai mexer em estruturas e nomes, “limpando” de lá os “petistas infiltrados”. Pode ficar certo: virão novas cagadas daí e não vale se incomodar com o linguajar chulo. É preciso estar na mesma “vibe” do capitão reformado. Do contrário, já viu: ele corta os bagos. O secretário de Comunicação do governo recém-nomeado, por exemplo, não durou nem uma semana no cargo. Contratado da Secom para filtrar os deslizes verborrágicos do “Mito” depois que ele chamou governadores nordestinos de “Paraíba” e negou a existência da fome no País, o assessor relâmpago deve ter insultado o vocabulário rastaquera do chefe da Nação. Aí não pode! Bolsonaro Easy Rider, na diplomacia da canelada, também vem colhendo prejuízos. Financeiros efetivamente. É dada como certa a retirada dos apoiadores do Fundo Amazônia, Noruega à frente, além da Alemanha, suspendendo contribuições que já chegam a US$ 3,4 bilhões.

 Mas o que é isso para um bad boy? Nada. O presidente fez pouco caso, deu de ombros. Na incontinência verbal corriqueira, os agrotóxicos entraram na dança. Sustentou o ex-capitão que o Brasil é um dos que menos usa essa porcaria química. E não o contrarie! O senador (sic) e ex-ator pornô, Alexandre Frota, foi expulso na semana passada do PSL, partido da base, por meter o pau no presidente. Figurativamente falando, claro. Bolsonaro Easy Rider entendeu. Eis um anátema implacável que mistura as obscenidades linguísticas do mandatário e a realidade nua e crua da política de articulação, onde ele não atua com a mesma desenvoltura. 

Bolsonaro Easy Rider é dado a tiranias e rancores típicos de um menestrel do baixo meretrício. Vingativo, implacável, despudorado. Gigolôs mandatários de certas saliências não fariam melhor. Suas fanfarronices fisiológicas são capazes de ruborizar até aquelas cabeças menos carolas da sociedade brasileira. O bad boy motoqueiro, o Peter Fonda da contracultura, o Easy Rider bananeiro está impossível. Quem vai conter seu ímpeto de aventuras loucas pilotando quase desgovernado uma moto e tantos destinos?

Isto É - Carlos José Marques é diretor editorial da Editora Três

domingo, 19 de maio de 2019

Pornografia foi o que Lula e o PT fizeram com o Brasil


Vice-líder do PSL, o deputado federal Alexandre Frota sempre esteve no epicentro de polêmicasele é excessivamente irreverente e, digamos, casca grossa. Frota vivenciou diversos momentos de fama e de fracasso em seus 55 anos de vida, mas assegura que agora encontrou na política “uma espécie de redenção frente a um passado marcado por inúmeras situações controversas”. O fato de falar o que pensa e a disciplina fora do comum que costuma manter foram essenciais para que se visse alçado à “tropa de choque” do PSL: todos os dias, às dez horas em ponto, reúne-se com correligionários e participa de workshops políticos para entender as matérias que estão sendo discutidas em plenário. Ele diz que o seu passado como ator o ajuda a brilhar “dentro do circo”, sendo que “circo”, no caso, é a sua definição para a Câmara. Voltar a atuar na televisão? Ele garante que sequer cogita essa hipótese, ressaltando, no entanto, que o fato de ser ator facilita falar no plenário.


Como estão as articulações do governo para a provação da Reforma da Previdência?
A articulação do governo está sendo feita pelos líderes: major Vitor Hugo, Delegado Waldir, pelo presidente da Comissão Especial, Felipe Francischini, além da líder no Congresso, Joice Hasselmann. Eu os agradeço pela oportunidade que estão me dando de ajudar nesse processo. Eles estão fazendo essa articulação muito bem, a gente conta com uma assessoria boa de plenário, de comissão. Em relação ao entrosamento político, isso é como um jogo. Quanto mais tempo estivermos juntos, mais nós vamos render ali dentro. Estamos estudando cada ponto da Reforma para reunir argumentos técnicos e não ficar no discurso vazio. A reforma é importante para 200 milhões de brasileiros.

O sr. ganhou espaço como articulador, mas o PT pretende fazer obstrução a essa matéria. Como pretende anular a ação do PT na Comissão?
O PT não é mais esse bicho de sete cabeças que as pessoas acham que é. É um partido que levou o País ao fundo do poço, um partido que deixou o Brasil no caos. Lula mentiu para o povo brasileiro quando falou sobre inclusão: ele fez a exclusão. É um partido problemático, corrupto, que se envolveu com tudo que tem de podre na política brasileira. Tanto que o líder está preso em Curitiba. E o Psol é o PT que não deu certo. Esse é o Psol. O Psol tem uma retórica quadrada de “resistência”, “somos a resistência”, “acreditamos em um Brasil diferenciado”. São dois partidos que não me assustam. Na verdade, isso me dá combustível.

Quando a reforma passou pela CCJ, muito se falou que o PSL não tinha uma tropa de choque. Agora, com o sr., isso vai mudar?
O meu trabalho é determinado, objetivo e sério. Trabalho até aos sábados e domingo e acho mesmo que parlamentar deveria trabalhar aos finais de semana. Se há colegas que me consideram da tropa de choque, eu sou da tropa de choque. Mas da tropa de choque do bem. A esquerda faz o seu trabalho sujo de sempre, mas até com ela eu tenho procurado dialogar.
E o Centrão?
Eu acho que a Câmara, nesse momento, está muito polarizada entre esquerda e direita. O Centrão existe e ele tem poder, isso não se pode negar. Não adianta só falar nessa história de nova e velha política. Nova política é você querer trabalhar na direção certa, buscando o melhor, trabalhando com honestidade, trabalhando pelo Brasil e fazendo uma política limpa e verdadeira sem o toma lá da cá. Mas existe a velha política, ela não acabou e ainda há o toma lá da cá. Mas hoje o povo brasileiro não é bobo, sabe exatamente quem é quem. O Centrão é gasolina que não pode ser jogada contra o fogo pois as consequências são imprevisíveis.

"O general Santos Cruz é íntegro e honesto, herói que esteve no Haiti e no Congo. Atuou quando o Brasil precisou de sua bravura"


É muito boa a sua relação com o general Santos Cruz, da Secretaria de Governo. Isso o ajudou a ganhar espaço?
Eu, particularmente, sou um fã do general Santos Cruz, um homem íntegro, honesto, determinado e que está ali cumprindo o seu papel. É general de carreira, um herói que esteve no Haiti, que esteve no Congo, atuou em frentes nas quais o Exército e o Brasil necessitaram de sua bravura como homem. Os ataques que ele recebe são extremamente covardes. É covardia o que faz aquele escritor, que eu acho o eremita da Virgínia, conhecido como Olavo de Carvalho, uma espécie de Jim Jones brasileiro, que não é astrólogo, não é escritor e não é professor.
Mas ele está dando as cartas no governo…
Eu não aceito o Olavo de Carvalho. Ele não fará esse governo paralelo que acha que faz. Ainda que ele tenha pessoas dentro do Palácio, como o Filipe Martins, não o aceito. O general Santos Cruz é um homem dedicado ao presidente e a todas as questões que envolvem o Brasil.
Partidos já o procuraram para sair do PSL?
O meu objetivo é me manter no PSL. Agora, se me perguntarem se estou totalmente realizado, é obvio que eu vou falar que não. O PSL, desde a campanha, me deu a legenda, mas é um partido que não me ajudou. Não tive um santinho, não tive fundo partidário, na tive nada. Priorizou outros deputados. Mas mesmo sem estrutura, fui eu um dos mais votados. Não me considero o homem forte do governo porque sou independente. Sou apenas um guerreiro. Na Câmara é guerra todos os dias. Mas eu converso com muitos partidos, tenho uma amizade muito grande com a Renata Abreu (presidente do Podemos), ela até já falou que o seu partido está de portas aberta para mim. O PSC, com o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP), com o pastor Everaldo, o PRTB do Levy Fidelix, o próprio PR já conversou comigo.
Quais são os seus descontentamentos com o PSL?
Acho que o presidente poderia ter prestigiado o partido em diversos momentos, desde a transição. O PSL não é um partido privilegiado como o DEM, por exemplo. O DEM tem ministérios, tem secretarias. Acho que muitas vezes o governo Bolsonaro deixou de olhar para o PSL. O PSL é o partido que, na hora que começa o tiroteio, está lá embaixo para defender as ideias do governo. Eu passei uma temporada até discutindo, batendo boca com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, justamente por essa falta de articulação com aqueles que estão lado a lado com o governo.
O PSL vive em guerra interna…
O partido passa por um jogo de interesses. Tanto na executiva nacional, quanto nas estaduais. Principalmente na estadual de São Paulo. A estadual de São Paulo ficou muito tempo nas mãos do major Olímpio, hoje senador. Ele fez um trabalho muito bom. Mas abaixo dele foi formada uma milícia de ex-militares PMs, coronel, capitão, major, tenente, cabo, sargento, soldado. De repente, eles se apoderaram de diretórios. Aonde se anda tem um coronel, tem um tenente, tem um major que é dono do diretório de uma cidade. Isso é inaceitável. Aí o major Olímpio sai e assume o Eduardo Bolsonaro. E o Eduardo, que é um homem admirável, filho do nosso presidente, um deputado guerreiro, não tem tempo para ser o presidente do PSL estadual, já está terceirizando essa função para o reaça do deputado estadual Gil Diniz.
Diversos membros do partido dizem que alguns deputados só chegaram à Câmara pela “onda Bolsonaro”… ?
Eu estou com o Bolsonaro desde 2014 e muita gente entrou em 2017. Eu vi o Gustavo Bebianno chegar e sei o que ele construiu para o Bolsonaro. O que não podemos é ser injustos de não enaltecer o trabalho que o Bebianno e o deputado federal Julian Lemos fizeram pelo presidente.
O seu trabalho como ator, inclusive de filmes adultos, ajudou em sua eleição?
Eu amadureci, tenho 55 anos de idade. Hoje sou um pai dedicado, um marido apaixonado. Jamais vou poder apagar o meu passado. Eu não tenho uma borracha, então eu tenho de deixar o meu passado para trás, olhar para frente, viver o presente e prospectar esse futuro. O que o passado artístico na televisão me deu foi exatamente o fato de não ter medo de microfone, não ter medo de holofote. Eu não tenho medo de público e, quanto mais gente tiver, melhor para brilhar ali dentro daquele circo que se tornou a Câmara dos Deputados.
E o futuro do artista?
Eu realmente deixei para trás a carreira artística, não me vejo mais fazendo televisão. Trabalhei nas principais emissoras do País, fui do luxo ao lixo, conheci o sucesso e o fracasso, tive muitas vitórias e muitas derrotas. Isso me deu uma experiência de vida que talvez na Câmara ninguém tenha.
O sr. é bastante criticado por ter feito filmes pornográficos. Como responde a essas críticas?
Eu acho que toda crítica é justa. O importante é entender onde eu errei. Com o tempo, talvez eu tenha me tornado conservador. Eu andei muitos anos contra a correnteza. Mudei. Amadureci. Quando falam sobre os filmes pornô, eu não vejo nada demais. Não pratiquei nenhum crime. Qual foi o crime que eu cometi? Muito mais pornográfico é o que Lula, Dilma, Gleisi e tantas outras pessoas fizeram com o País. Levaram os Correios à falência, acabaram com a Caixa Econômica Federal, saquearam os cofres do BNDES, arrebentaram a Eletrobrás.

E sobre a Lei Rouanet, qual a sua posição?
A Lei Rouanet, que passou a se chamar Lei de Incentivo à Cultura, é importante. Foi criada em 1991 no governo de Fernando Collor para fomentar a cultura e para aqueles que não têm oportunidade de exercer o seu ofício sem apoio de empresas. De lá para cá, tivemos inúmeros problemas com prestação de contas, tráfico de influência, privilégios a determinados agentes culturais. Mas não podemos fazer com que uma classe inteira pague por alguns que foram beneficiados por essa farra cultural.

Como tem sido o trabalho na Ancine (Agência Nacional de Cinema)?
Minha articulação não é na Ancine, é com os produtores brasileiros para que a Agência Nacional possa voltar a fomentar o cinema no País. É sobre isso que eu tenho conversado com o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social, que acumula a pasta da Cultura). Infelizmente, Osmar Terra entrou em rota de colisão comigo. Ele é um homem experiente, deputado de seis mandatos, conhecedor da causa do assistencialismo social, uma grande referência nas questões da dependência química. Mas de cultura ele não entende nada. Ele não pode ser o centroavante sem saber fazer gol.
Wilson Lima -  IstoÉ

terça-feira, 26 de março de 2019

Temer livre; Moreira, também

“A libertação do ex-presidente e seu ex-ministro desanuvia as tensões com o MDB, mas vai acirrar os ânimos no Congresso em relação à CPI do Judiciário, batizada de Lava-Toga”

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Antonio Ivan Athié revogou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer (MDB), do ex-ministro Moreira Franco e dos outros seis investigados que estavam presos desde a quinta-feira (21) por decisão do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. Com base em jurisprudencial dos tribunais superiores, alegou que houve violação de garantias constitucionais na decisão de primeira instância. O desembargador marcara para amanhã o julgamento dos pedidos de liberdade, mas antecipou sua decisão.

Athié é presidente da primeira turma especializada em direito penal, previdenciário e da propriedade industrial, à qual o Ministério Público deverá recorrer. A primeira turma é formada também pelos desembargadores federais Paulo Espírito Santo e Abel Gomes. O caso de Temer caiu nas mãos de um gato escaldado: Athié ficou afastado do cargo durante sete anos por ter sido alvo de uma ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2004, sob acusação de estelionato e formação de quadrilha. O inquérito contra ele foi arquivado em 2008 pelo próprio STJ, a pedido do Ministério Público Federal, que alegou não ter encontrado provas de que Athié teria proferido sentenças em conluio com advogados.

Na sua decisão, Athié elogiou Bretas (“notável juiz, seguro, competente, corretíssimo”), mas discordou do juiz federal em relação aos argumentos utilizados para decretar a prisão preventiva de Temer e dos outros suspeitos, por considerar que não respeitaram o devido processo legal. Bretas recorreu à Convenção da ONU Contra a Corrupção para justificar as restrições de liberdade, o que não foi aceito por Athié: “Não se vá dizer que outro órgão, outra pessoa, ou quem quer que seja, afora o Judiciário em processo regular, possa validamente declarar alguém culpado de algum delito, para fins penais”.

Tensões
A libertação de Temer e Moreira Franco desanuvia as tensões com o MDB, mas vai acirrar os ânimos no Congresso em relação à CPI do Judiciário, batizada de Lava-Toga, que une setores de esquerda e a base mais radical do presidente Bolsonaro. Autor do requerimento, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) minimiza os riscos de uma crise institucional: “O Brasil não vai virar um caos e não vai parar com a Lava-Toga. O Brasil prendeu o presidente da República mais popular da história, denunciou duas vezes um presidente no exercício do mandato, colocou na cadeia ex-governadores, prefeitos, deputados, e não entrou em crise coisa alguma. A democracia brasileira está sólida o suficiente para passar por mais essa etapa”. A cúpula do Senado, porém, não concorda com isso: Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Casa, já disse que a CPI dificilmente será instalada, porque os principais partidos não apoiam. [comentando: o presidente do Senado está amarelando, não quer se indispor com o Poder Judiciário; 

mas, nada impede que seja instalada uma CPI para investigar o Poder Judiciário - que não deveria ser contra qualquer investigação, afinal vale o dito popular: ' quem não deve, não teme'.] 
 
Na Câmara, um grupo de parlamentares está em campanha aberta contra o Supremo Tribunal Federal (STF), por razões claramente ideológicas. Na semana passada, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) protocolou um pedido de impeachment dos quatro ministros do STF que já votaram a favor da equiparação da homofobia ao racismo nas duas ações que discutem o tema no tribunal: Celso de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Do grupo fazem parte, entre outros, Alexandre Frota (PSL), Kim Kataguiri (DEM) e Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL), descendente da família real brasileira.

É nesse ambiente que a turma do deixa disso tenta apagar o incêndio nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que andaram se estranhando no fim de semana. Ontem, Bolsonaro pediu aos ministros “foco na pacificação” e escalou o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para negociar a votação da reforma da Previdência com os líderes partidários. Em nenhum momento, porém, admitiu um encontro com Maia, para restabelecer o diálogo. No estado-maior de Bolsonaro, caiu a ficha de que a não aprovação da reforma da Previdência pode levar o governo ao fracasso econômico. Entretanto, a lógica do “meu pirão primeiro” ainda prevalece entre os generais do governo, que querem aprovar a reestruturação da carreira dos militares a qualquer preço, embaralhando as negociações sobre a reforma no Congresso.

 Nas entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Diante de ameaças, j.w, ex-bbb, do Psol, desiste de mandato e deixa Brasil: ‘Quero cuidar de mim e me manter vivo’


[Já vai tarde e esperamos que outros portadores de homossexualismo sigam o exemplo.

Aliás, se toda a turma do LBGTi for embora, será ótimo.

Só não vale desistir de abrir mão do mandato - se acovardar e além de não ir embora do Brasil, não renunciar ao mandato.

O AME-O ou DEIXE-O continuar atual e valendo para todos que quiserem prestigiar o Brasil com suas ausências.]

Eleito pela terceira vez consecutiva deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro,  j w vai abrir mão do novo mandato  [O Rio, infelizmente, sempre se destacou pelas péssimas escolhas que fez nas eleições - sua atual situação financeira é o melhor exemplo de quanto escolhe ruim.]. Em entrevista exclusiva à Folha, o parlamentar —que está fora do país, de férias— revelou que não pretende voltar ao Brasil e que vai se dedicar à carreira acadêmica.

Desde o assassinato da sua correligionária Marielle Franco, em março do ano passado, W. vive sob escolta policial. Com a intensificação das ameaças de morte, comuns mesmo antes da execução da vereadora carioca, o deputado tomou a decisão de abandonar a vida pública.  “O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, justifica.
De acordo com w. também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirma w.. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acrescenta.

Primeiro parlamentar assumidamente gay a encampar a agenda LGBT no Congresso Nacional, w. se tornou um dos principais alvos de grupos conservadores, principalmente nas redes sociais. Ele também se diz “quebrado por dentro” em virtude de fake news disseminadas a seu respeito, mesmo tendo vencido pelo menos cinco processos por injúria, calúnia e difamação. “A pena imposta, por exemplo, ao Alexandre Frota não repara o dano que ele produziu ao atribuir a mim um elogio da pedofilia. Eu vi minha reputação ser destruída por mentiras e eu, impotente, sem poder fazer nada. Isso se estendendo à minha família. As pessoas não têm ideia do que é ser alvo disso”, afirmou w.

Deputado federal eleito pelo PSL de São Paulo, Frota foi condenado em primeira instância na Justiça Federal, em dezembro do ano passado, a pagar uma indenização de R$ 295 mil por postar uma foto de j.w acompanhada de uma declaração falsa: “A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal, anormal é o seu preconceito”. w. se ressente, sobretudo, da falta de liberdade no Brasil. “Como é que eu vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta? Quatro anos da minha vida não podendo frequentar os lugares que eu frequento?”, questiona.

Também avisa que vai se desconectar das redes sociais temporariamente e que não pretende acompanhar a repercussão do seu anúncio. “Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto”, explica.
Sobre o futuro, ele ainda não tem planos definidos. “Eu acho que vou até dizer que vou para Cuba”, ironiza.

Quando você decidiu abrir mão do mandato?
Eu já vinha pensando em abrir mão da vida pública desde que passei a viver sob escolta, .......................


[Não vale a pena transcrever a entrevista, mas, em respeito aos nossos leitores é só clicar aqui e ler a entrevista.] 

sábado, 22 de dezembro de 2018

Juíza que condenou Alexandre Frota a picotar papel reage a ofensas e vai à Promotoria




Adriana Freisleben de Zanetti, da 2.ª Vara de Osasco, condenou o deputado federal eleito a uma pena de 2 anos e 26 dias em ação por calúnia e injúria contra o deputado, j.w, ex-BBB (PSOL)

A juíza Adriana Freisleben de Zanetti, da 2.ª Vara de Osasco, apresentou ao Ministério Público Federal uma representação contra ofensas do deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP). A magistrada o condenou a picotar papeis durante 2 anos e 26 dias em ação por calúnia e injúria contra o deputado Jean Wyllys (PSOL).
“Tomei conhecimento de diversas ofensas a minha honra em razão da postagem feita no Facebook pelo sr. Alexandre Frota de Andrade nos dias 18 e 19 de dezembro de 2018. Nesse contexto, o fato é muito grave”, relatou a magistrada à Procuradoria da República.

Alexandre Frota finge chorar e pica papel

 Na representação, a juíza narrou que ‘centenas de comentários’ foram feitos após a postagens. Adriana Freisleben de Zanetti citou algumas ofensas e afirmou que, um deles ‘leva a crer que se trata de eventual ameaça de estupro’.
“Sinto-me muito ofendida com as declarações irrogadas a minha pessoa”, anotou.
Frota pegou 2 anos e 26 dias de detenção, no regime inicial aberto, mais pagamento de 620 dias-multa – no valor de meio salário mínimo cada -, por difamação e injúria ao deputado w. Segundo a ação, Frota atribuiu a w. a frase. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

“A volta de quem se foi” e outras notas de Carlos Brickmann



Velhos políticos não morrem, fingem que não é com eles



Esta é a segunda morte política de Alckmin. A primeira ocorreu quando, fazendo exatamente o que Doria fez com ele, ignorou o acordo de Serra com Gilberto Kassab, ganhou a convenção tucana e disputou a Prefeitura de São Paulo. Foi surrado por Kassab. Estava liquidado, diziam. Mas Serra o levou para seu Secretariado e Alckmin ressuscitou politicamente.  E agora? Depende: se Doria se eleger governador, cuidará com carinho de Alckmin, com maçã na boca e pele pururuca. Se França for o eleito, ele terá nova chance. Velhos políticos não morrem, fingem que não é com eles.

O goiano Perillo talvez não tenha como escapar. Perdeu de cabo a rabo e, no Governo, tem hoje um adversário duro e respeitado, Ronaldo Caiado. Marina volta em quatro anos, como de costume, Eunício tem couro duro, nem lembra mais da grande surra. Cristovam Buarque tem chance. Dilma, esta não volta, porque para voltar é preciso ter ido e ela nem foi, só foi-se.  Alguns se evaporaram nas eleições, mas podem voltar: Tarso Genro e Aloízio Mercadante, por exemplo, ficaram intactos. Outros perderam, mas saíram maiores do que entraram: Ciro, Kátia Abreu, Ana Amélia, Eduardo Jorge ─ e quem lembra que ele, pelo Partido Verde, foi vice de Marina?

Política é jogo esquisito. Nixon perdeu a Presidência para Kennedy, tentou o Governo da Califórnia, perdeu. Voltou para ser presidente. Na frase do repórter James Reston, “foi a maior ressurreição desde Lázaro”.

Coisas estranhas
Política é jogo esquisito. Quem diria, há um ano, que Bolsonaro seria candidato forte? Ou que Manuela d’Ávila se ajoelharia na igreja? Que tal o PT esquecendo o vermelho e virando verde-amarelo? E Haddad, que chegou a dizer que ele era Lula e Lula era ele, dando apoio a Sergio Moro?
E há, claro, aquilo que só político fala, porque ninguém mais entende. A candidata do PT ao Governo do Rio falava em “laicizar o cu”, e Alexandre Frota explicava que existe o “sexo anal técnico”. Pois é. Laicizado, talvez.

Questão idiomática
A palavra “cu”, usada por este colunista, citando a candidata, não é palavrão. É parte do idioma de Portugal. Dela derivam “cueca” e “recuar”.

A lei, só a lei
Uma reportagem de Patrícia Campos Mello, na Folha de S.Paulo, diz que empresas privadas compraram milhões de remessas de WhatsApp para fazer propaganda de Bolsonaro. A Justiça Eleitoral decidiu apurar se houve crime eleitoral, o que pode levar à cassação da candidatura Bolsonaro (é o que o PT pede). Houve abuso do poder econômico? Essa é a questão: o envio de WhatsApp pode ser legítimo, mas o pagamento por empresas privadas não é. Só são admitidas, nestas eleições, doações de pessoas físicas. Mas é questão de lei: se houve crime, qual a punição aplicável?

Agressão, não
A questão dos envios de WhatsApp está na Justiça, onde deve ser avaliada. Até lá, pode haver quantas discussões os dois lados quiserem. Mas é inadmissível o que está ocorrendo nas redes, com ataques pessoais e insultos à repórter Patrícia Campos Mello. É boa repórter, respeitável, correta, experiente. Pode eventualmente errar, claro; mas jamais de má fé. [publicar uma matéria informativa - há menos de dez dias do segundo turno das eleições presidenciais - com redação que expressa acusações contra supostas práticas, supostamente ilegais, por apoiadores de um dos candidatos, favorecendo evidentemente o outro candidato, pode ser classificada apenas como erro eventual, ou houve má fé?
Óbvio que a má fé é evidente - caso contrário a autora da matéria destacaria que o artigo apenas apontava práticas capazes de ser executadas e se executadas poderiam favorecer determinado candidato e destacava a inexistência de provas.

Finalmente, a jornalista errou ao não considerar:
- denúncia sem provas, nada significam;
- o ilustre articulista Carlos Brickmann, dono desta Coluna, cita no parágrafo anterior:  "Mas é questão de lei: se houve crime, qual a punição aplicável?"

A Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso XXXIX, DETERMINA:
"XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;"

A punição é expressa na pena, que inexiste - O Código Penal apresenta em seu artigo 1º a mesma redação.

Assim, na impossível ocorrência de condenação dos apoiadores de Bolsonaro - impossível, já que os disparos, se é que foram contratados,  seriam efetuados nesta semana e a matéria, da semana passada,  alertou os  possíveis 'artilheiros' e seus contratantes, o que garante que não ocorrerão disparos.

Fica dificil para a PF, em que pese sua comprovada competência, provar o NÃO FATO.]

(...)


O sítio que é dele
Mais um problema para Lula (embora pequeno diante de outros que enfrenta): foi multado pela Justiça de São Bernardo em R$ 1.000,00 por agir de má-fé. O caso, narrado pelos jornalistas Junior Carvalho e Raphael Rocha, do Diário do Grande ABC: a Prefeitura de São Bernardo embargou a obra de uma casa que Lula construía ao lado do sítio Los Fubangos ─ que tem desde antes de entrar na política. Lula pediu mandado de segurança, e o juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da 1ª Vara da Fazenda Pública, não só o negou como impôs a multa. A defesa de Lula vai recorrer.