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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

AS MASMORRAS DO BRASIL - Mortes nas celas expõem a rotina de dor dos familiares e a falência do sistema penitenciário

[Devemos ter pena dos que morrem em hospitais; mortes na cadeia sempre atingem bandidos e todos concordam: "bandido bom é bandido morto".]

A matemática não fecha. São 662 mil presos para 372 mil vagas. Números de uma realidade que lida com uma nova variável: mais de 130 detentos foram mortos nos 20 primeiros dias do ano, em apenas três presídios. A atual crise do sistema prisional não só mostrou ao país cenas de barbárie, mas também expôs uma rotina de violência e domínio de facções criminosas — cotidiano que ultrapassa os muros das cadeias. Hoje, o GLOBO apresenta histórias de parentes, de detentos e até de gente que ajudou a construir um sistema que mais parece o retrato de uma sociedade medieval, mas que faz parte do Brasil do século XXI.

 Cela do presídio Ary Franco, uma unidade de custódia no Rio de Janeiro - Divulgação

A história de um presídio projetado como um modelo de ressocialização, mas transformado em símbolo de descontrole, exemplifica a falência do sistema carcerário no Brasil. 
 

Alcaçuz - A tropa de choque da PM precisou usar balas de borracha e entrar na penitenciária para conter a briga - ANDRESSA ANHOLETE / AFP



Prestes a completar duas décadas de história, a penitenciária viveu cenas de barbárie, no que foi considerada uma das maiores rebeliões do sistema prisional brasileiro, que vitimou pelo menos 26 detentos e deixou dezenas de feridos. A história era para ser outra. Planejada pelas arquitetas Lavinia Negreiros e Rosanne Albuquerque, a unidade nasceu com um conceito de humanização e buscava quebrar a sequência de violência da Penitenciária João Chaves, o “Caldeirão do Diabo”.


A Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, Região Metropolitana de Natal, foi pensada para ser o oposto de um antigo presídio, conhecido como “Caldeirão do Diabo”. Virou uma mera reprodução.
Fonte: O Globo

domingo, 29 de janeiro de 2017

Os sete erros de Alcaçuz, um presidio condenado

Um presídio condenado

Com apenas 18 anos de vida e um histórico de centenas de fugas e dezenas de rebeliões, a penitenciária estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, tornou-se um emblema da crise carcerária do país. Tem os mesmos problemas da maioria dos presídios brasileiros - superlotação, estrutura precária, presença de facções - e outros que não se vê em nenhum lugar do mundo - foi construído em cima de dunas com base em um trabalho de conclusão de curso (TCC) de faculdade e não tem celas desde março de 2015, quando Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, facções que hoje se digladiam em batalhas campais no presídio, se uniram para reivindicar melhorias no maior motim da história do Rio Grande do Norte - em termos de duração, o maior do Brasil, levando-se em conta que os presos arrancaram as trancas e grades das celas, que não foram repostas até hoje.


Até esta sexta-feira, quando uma força-tarefa federal e policiais estaduais entraram no presídio, os detentos ficavam andando livremente pelo pátio. O poder público só chegava até o portão de entrada. Os chamados "presos de confiança", que circulam bem entre os pavilhões e são vistos como elos entre a administração e a população carcerária, eram convocados ao portão para passar recados sobre alvarás de soltura e audiências e receber as marmitas e remédios. Se precisassem entrar no presídio, os agentes penitenciários precisavam estar fortemente armados, pois havia sempre o risco de serem feitos reféns.


No vácuo do estado, os líderes das facções criminosas se estabeleciam como os verdadeiros gerentes da penitenciária. Escolhiam as celas melhores, transformavam o pátio em salas de reunião, planejavam fugas, ordenavam a morte de desafetos e o pior: organizavam ataques fora dos muros. Na semana retrasada, ônibus foram incendiados e prédios públicos atacados a tiros como represália pela transferência de detentos do Sindicato do Crime. Torres de bloqueadores de celular foram instaladas nos arredores de Alcaçuz no fim do ano passado, mas os presos conseguiram acessar a fiação do equipamento, que passa por baixo do presídio, e o desligaram.


Ainda nos tempos de paz, as facções se dividiram em pavilhões. O PCC, que, apesar de ser minoria, tem maior poder de fogo, ficou com as instalações mais novas e arrumadas, que não haviam sido destruídas na rebelião de 2015 — o pavilhão 5. O Sindicato do Crime domina os pavilhões 3 e 4. E os que não pertencem a nenhum grupo, a chamada "massa", tem o 1 e o 2. 

Mas em Alcaçuz, até os neutros tiveram que formar uma espécie de organização para se proteger dos ataques das facções. "De uns tempos para cá, a própria massa passou a se organizar para enfrentá-los. O comportamento das facções em relação à massa depende de cada unidade. Geralmente, os neutros são as primeira vítimas, quando as facções querem criar algum fato ou chamar a atenção", disse à VEJA o juiz de Execuções Penais do Rio Grande do Norte, Henrique Baltazar.


Na madrugada do dia 15 de janeiro, munidos de lanças, chuços (facas improvisadas) e pistolas, membros do PCC invadiram o pavilhão 4 e mataram 26 integrantes do Sindicato do Crime numa clara vingança pela chacina do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, no primeiro dia de janeiro, quando 56 presos ligados ao PCC foram assassinados pela Família do Norte (FDN), que é aliada do Sindicato do Crime.


"Quando estourou a guerra de facções no Brasil, Alcaçuz tinha o cenário ideal para o que estava acontecendo. Era o presídio mais vulnerável", afirmou o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis. Assim como na Região Norte, o PCC, que nasceu em São Paulo e se espalhou por outros estados e países vizinhos na rota do tráfico de drogas, chegou ao Rio Grande do Norte por volta dos anos 2000. Dissidentes do grupo paulista que não concordavam com algumas regras, como o pagamento da taxa mensal às famílias dos presos, se desfiliaram e fundaram o Sindicato do Crime, em 2013.

Os sete erros de Alcaçuz

 (...)

Leia matéria completa em VEJA


 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Exemplo a ser seguido

[preso destruiu cadeia, transfere para contêineres; queimou colchão - nada de comprar outros - que passem a dormir no chão.]

No RN, presos de Alcaçuz serão transferidos para contêineres

Governo afirma que conseguiu tomar o controle da prisão, 14 dias depois das rebeliões

 Os presos custodiados na Penitenciária estadual de Alcaçuz, Região Metropolitana de Natal, vão ficar em contêineres até a desativação completa do presídio, anunciada pelo governador Robinson Faria. Nesta sexta-feira, foi assinado um termo para o aluguel de 50 módulos, que serão adaptados para servirem de cela. [providência excelente e que deveria ser estendida para todos os presídios nos quais ocorram rebeliões; o dificil mesmo será as tais ONGs especializadas em defender 'direitos humanos' para bandidos - esquecendo os DIREITOS HUMANOS dos HUMANOS DIREITOS - concordarem.
A grita será geral.
Mas, a solução ideal para os presídios, por possibilitar facilmente:
- redução, ou mesmo eliminação, das visitas de familiares a presos;
- acabar com as fugas, devido a longa distância dos presídios = campos de confinamento = Gulags florestais - das cidades e rodovias;
- impedir o uso de celulares - inexistência de torres próximas aos presídios; 
- e outros beneficios para a sociedade,
será quando presídios forem construídos na floresta amazônica, a no mínimo 1.000 kg da cidade mais próxima.]

Os contêineres serão instalados dentro do muro da penitenciária, sem data definida. Cada unidade terá capacidade para 20 vagas, totalizando 1.000 vagas em caráter emergencial em virtude da destruição parcial da estrutura do presídio. O governo anunciou que conseguiu tomar o controle da cadeia, 14 dias depois das rebeliões.

Na semana passada, a Polícia Militar entrou na penitenciária e ergueu um muro de contêineres para separar presos de duas facções que estão rebelados e entraram em confronto no início do mês dentro do presídio.

O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, ressaltou ontem que a intenção do governador Robinson Faria é desativar Alcaçuz até o fim do ano, após a construção de três novas unidades prisionais (Ceará-Mirim, Afonso Bezerra e Mossoró). Juntas, elas vão abrir mais 2 mil novas vagas no sistema penitenciário do estado ainda em 2017. — As duas facções que existem em Alcaçuz vão ser transferidas igualmente, para descartar qualquer possibilidade de privilégio. Mas, isso não é agora, só com a desativação — disse Virgolino.

Das três novas unidades, o governo informou que a construção do presídio de Ceará-Mirim está com 50% das obras concluídas e que, com a criação de 600 novas vagas, todo o sistema penitenciário do RN “vai melhorar”.  — Não temos como trabalhar com presídios menores por falta de agentes penitenciários, então precisamos começar a quebrar a superlotação, para só então administrar por regiões — explicou Virgolino.

Fonte: O Globo


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Tensão, ameaças e "churrasco de PCC" = "carne humana" = em presídio de Alcaçuz

Em vídeo, detentos da penitenciária do Rio Grande do Norte fazem várias ameaças aos rivais, enquanto seguram espetos cheios de carne supostamente humana em uma fogueira improvisada

Mulher de detento mostra marca de tiro de borracha, supostamente disparado pela polícia, do lado de fora de Alcaçuz
Mulher de bandido, foi bagunçar, perturbar a ordem pública,  tem que ser tratada igual bandido - ela tem que aprender que bandido e mulher de bandido não são diferentes

A briga entre facções que matou mais de 130 presidiários só este ano no Brasil parece não ter fim. Circulam na internet, imagens divulgadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e pelo Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte que deixam claro o clima de guerra. Em um dos vídeos, integrantes do Sindicato do Crime do RN estão reunidos em torno de uma fogueira no Presídio Estadual de Alcaçuz (RN), onde ocorreu a última rebelião que matou 26 pessoas, e mostram um homem segurando um espeto com pedaços de carne, supostamente humanas. “Isso é um churrasco de PCC”, ironiza um deles. Outros avisa: “É só o começo”. Homens com arma branca aparecem no vídeo. No vídeo do PCC, homens com a cara tampada ameaçam “estender a guerra” para as ruas e atacar policiais em todo país caso os homens da facção rival não sejam retirados do presídio de Alcaçuz. 
 
Para resolver o problema em Alcaçuz, o governo do estado resolveu instalar, dentro do presídio, contêineres, na intenção de separar as duas facções inimigas. A Polícia Militar do RN entrou na cadeia no sábado (21/01) para construir a divisória entre os pavilhões 1, 2 e 3, dominados pelo Sindicato do RN, e os pavilhões 4 e 5, ocupados pelo PCC.  
Segundo o governo, os contêineres de 12 metros de altura serão usados temporariamente até que um muro de 90 metros extensão seja efetivamente construído, o que deve demorar até 15 dias.  

Do lado de fora, o clima também é tenso. Familiares dos integrantes de grupos adversários acampam ao redor da penitenciária e chegaram a entrar em confronto nos últimos dias. A mulher de um dos detentos ouvida pelo Correio afirma que neste domingo (22/01) não houve confusão, porque o dia está chuvoso. “Do lado de dentro também está tranquilo. Queríamos que o governador tirasse o PCC de dentro do presídio, mas ele se recusa”, reclama. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, foi procurado para comentar o caso, mas não atendeu as ligações da reportagem. [o governo não pode ceder - quem tem que se enquadrar são os bandidos, os condenados e aprenderem (por bem ou por mal) que o controle do presídio, que o controle da vida de condenados, é do Estado e não de uma facção.
O governo não pode se acovardar e negociar com bandidos. Tem que impor a disciplina no presídio FAZENDO O QUE FOR NECESSÁRIO.]
 

domingo, 22 de janeiro de 2017

Em Alcaçuz, presos controlam chave de pavilhões e até entrada de comida

Todos os dias, a empresa contratada para fornecer alimentação aos cerca de 1.300 detentos deixa as quentinhas na portaria da penitenciária de Alcaçuz. Naquele momento, agentes chamam um preso, conhecido como "pagador", que tem um carrinho já preparado para levar os alimentos aos colegas. Sim, são os presos que distribuem a comida entre si --podendo decidir, inclusive, quem se alimenta.

Detentos do presídio de Alcaçuz controlam cadeia desde rebelião em março de 2015

Essa é só uma das rotinas que mostram o domínio dos presos na penitenciária de Nísia Floresta (na Grande Natal), onde, no dia 14 de janeiro, houve um massacre com pelo menos 26 mortes de detentos.  O UOL ouviu por uma semana relatos de agentes, presos, advogados e autoridades sobre como era o presídio antes do massacre.   
- Os presos estão soltos, e a gente não tem acesso às áreas Vilma Batista, agente penitenciária

Em março de 2015, uma rebelião destruiu quatro dos cinco pavilhões. Desde então, os agentes não entram mais na unidade para serviços.  "Quem é que entra com os presos todos soltos para entregar comida? Isso ocorre por falta de segurança. Sem contar que isso não é nosso serviço. Nossa missão é manter a ordem e a segurança na unidade. Os presos que estão lá ganham remissão de pena pelo serviço", explica a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte, Vilma Batista. 


Corpos são escavados da areia do presídio de Alcaçuz

Segundo ela, há um número reduzido de agentes de plantão: antes do massacre do dia 14, eram seis na escala. Agora, com o agravamento da crise, esse número subiu.  Ela conta ainda que os agentes têm um limite de acesso. "Os presos estão soltos, e a gente não tem acesso às áreas. Só quando vem reforço é que a gente faz uma intervenção. O limite de acesso é antes do portão", afirma.

Isso interfere também quando há necessidade de um advogado conversar com um preso. "Quando precisamos conversar com um preso, vamos até um guichê de atendimento. Lá, vou a um agente do administrativo, que procura saber em que pavilhão ele está. Você pega esse papel e leva a um agente, que chama um preso chaveiro geral. Ele pega o papelzinho, vai correndo ao pavilhão e, quando chega nas proximidades, chama outro preso chaveiro, que no pavilhão começa a gritar para chamar o preso", conta o advogado e coordenador estadual do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Gabriel Bulhões. 

"Ele vem, então, até a porta do pavilhão, e o chaveiro abre e o tira. Então, vem com o outro chaveiro até o rol de Alcaçuz, quando ele deixa o complexo", complementa.  Os presos pagadores são jurados de morte por outros detentos por prestarem serviço ao Estado. Por isso, eles ficam em outra acomodação separada.

Ações fracassadas

A versão de que os presos estão soltos é confirmada pelo Estado, Ministério Público e Justiça. O juiz da Vara de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar afirma que o Estado até tentou reconstruir o que houve de destruição, mas fracassou. "Em março de 2015, quando houve as grandes rebeliões, o Estado disse que ia reconstruir, gastar R$ 8 milhões. Deixei claro que era dinheiro jogado fora, porque iam quebrar tudo de novo. Colocar grades em cela que cabiam oito, mas tinha 20? Era óbvio que iam arrebentar. O dinheiro foi quase todo perdido. Se for recuperar agora, vai acontecer o mesmo", disse.

Com os presos no controle, o MP (Ministério Público) acredita que houve um fortalecimento das facções. "Já faz 22 meses que tivemos a pior rebelião de Alcaçuz. Tudo foi quebrado, apenas o pavilhão 5 era inteiro --e agora é o mais depredado. Desde março de 2015 que está tudo fora de controle nos demais pavilhões, que os presos ficam soltos e não se recolhem as celas. Assim, as lideranças do crime exercem sua ditadura sobre os demais presos. Se não resolvermos isso, não resolveremos o problema", afirma o Procurador-Geral de Justiça, Rinaldo Reis.

Lá dentro, segundo apurou o UOL, presos de facções cobram "mensalidades". O PCC, por exemplo, cobra valores e faz rifas rotineiras com intuito de arrecadar fundos. Já o Sindicato do Crime tem um "caixa", em que cada detento ligado a ela é obrigado a pagar R$ 50 mensais.

Problemas estruturais

O pesquisador e coordenador do Obvio (Observatório da Violência Letal Intencional), ligado à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Ivênio Hermes, explica que além dos problemas causados pelo domínio dos presos, há outros estruturais que tornam ainda mais difícil a existência da unidade.  O presídio é dividido em cinco pavilhões, sendo que o último deles, o 5, é independente e chamado de penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga. Mas o prédio fica dentro do complexo, separado de outros pavilhões apenas por um portão --que foi destruído no sábado. Ele abrigava pessoas do PCC (Primeiro Comando da Capital).


"Alcaçuz tem 10 guaritas, mas apenas nove funcionam. Dessas, só cinco estão sendo utilizadas porque as outras não possuem condições de um homem subir. E elas não se comunicam entre si. Os guariteiros [policiais que ficam nas guaritas] não podem caminhar pelo muro para fazer a segurança do perímetro. Há um ponto cego, onde não há guarita, e faz com que uma parte inteira do presídio seja local de fugas", explica.


Além disso, o projeto executado seria diferente daquele pensado no início. Um exemplo foi a localização da obra, construída sob dunas móveis. Em 1998, conta uma moradora da região, o local onde Alcaçuz foi erguido era o ponto mais alto da região. Hoje, há várias outras dunas mais altas, que permitem a visão completa da penitenciária. "O piso não é de concreto, e assim é fácil fazer escavações. Os pavilhões são de alvenaria, tijolo, que são facilmente quebráveis. Não há como fixar grades corretamente. Sem contar que um dos lados fica muito próximo da comunidade e permite que pessoas lancem para dentro qualquer material", explica Hermes, que também é engenheiro civil.

Ações do governo

A principal ideia do governo para acabar com a guerra de facções --até a construção de novos presídios-- é erguer um muro para separar os detentos de grupos opostos. A obra teve início nesse sábado (22).


Um muro provisório será construído com contêineres, dentro de Alcaçuz, para manter separados presos de facções rivais

O governador Robinson Faria (PSD) afirmou que não tem como meta reformar Alcaçuz e pretende acabar com a unidade após a construção dos três presídios previstos.  Já sobre a falta de pessoal, o governo anunciou que vai contratar 700 agentes penitenciários provisórios. A medida, porém, é criticada pelo sindicato da categoria, que planeja uma greve em protesto contra a medida.

Fonte:  UOL/Notícias


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Forças Armadas nas ruas de Natal? Ainda bem! É o certo!

Caso se preservem os valores da democracia, sempre estaremos prontos a fazer a escolha certa e a reformar o mundo para fazê-lo mais generoso. 

O presidente Michel Temer deu autorização para que as Forças Armadas reforcem a segurança nas ruas de Natal. Por quê? Aconteceu o esperado: a guerra de facções dentro dos presídios foi para as ruas. Aliás, esse é o risco para o qual o, desculpem a franqueza, idiotas ainda não atentaram. A inferência de que conflito em presídio “é coisa lá deles, dos bandidos, não nossa” é uma das maiores bobagens que se podem dizer a respeito. Nunca será.
 Familiares de presos protestam próximos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN) - 18/01/2017 (Andressa Anholete/AFP)
Por essa da foto e outras é que o Blog PRONTIDÃO TOTAL defende que visitas a presos devem ser tratadas como exceções, concedidas como um beneficio de forma excepcional, jamais podem ser a  regra

Há gente que precisa aprender a pensar as coisas segundo a sua gravidade particular e específica. Um dos caminhos mais pavimentados do autoengano é aquele composto por raciocínios metafóricos ou comparativos. No primeiro caso, o sujeito encontra uma resposta para a metáfora e pensa que o problema está resolvido; no segundo, alevanta um valor ainda mais alto para se omitir de dar uma resposta à questão original.
Explico.
Vamos aplicar ao caso do Rio Grande do Norte a máxima de que “o mal se corta é pela raiz”. Eis uma verdade ensinada pela natureza, que assume um valor genérico. Bem, no limite, esmaguem-se todos os rebelados de Alcaçuz, e a fatura estaria liquidada. E as lorpas ainda babam: “Sem essa de direitos humanos….”Nem é preciso ser especialmente sagaz para saber que, nesse caso, o sangue vai regar o mal. Assim, a metáfora é boa como metáfora e desastrosa como ação prática.

Ou, então, e tenho recebido muitas mensagens nesse sentido, o sujeito vem falar das urgências da saúde, que são reais; da educação, que são reais; da moradia, que são reais. Deus do Céu! Sou até mais amplo: há um déficit de felicidade no mundo, não é? A questão é saber quais são as questões que, embora precárias, não inviabilizam a sociedade. Quem não investiria com mais gosto em creches e escolas do que em presídios?

Há dificuldades que tornam a vida mais triste, mais acabrunhada, mais miúda, mas que, ainda assim, mantêm as esperanças, nem que seja em estado latente. Mais: se as instituições funcionam, apesar de todas as precariedades, permanecem abertos os caminhos da reforma. Notem que não falo em “redenção”. Essa palavra, em matéria de ciência social, é coisa de autoritários tarados.

O que está em curso, no caso dos presídios, afeta a própria essência de um regime ancorado nas liberdades públicas e nas liberdades individuais. Onde está, a propósito, a deformação moral da esquerda quando lhe é dado responder ao desafio a segurança pública? Ela parte do princípio de que os bandidos são seres revolucionários em estado larvar; ela infere que estamos a lidar com uma espécie de “rebelde primitivo” que ainda não descobriu o inimigo certo. Aliás, os comunistas, deixados nos mesmos presídios de criminosos comuns, estão na raiz do Comando Vermelho. No fim das contas, são uns idealistas estúpidos. Acham que não se pode delinquir por vontade.

Onde está, a propósito, a deformação da direita brucutu?  Em ignorar que, com efeito, há fatores condicionantes da delinquência que podem ser corrigidos. E as iniquidades sociais, é evidente, estão entre eles. Mas ela não quer se ocupar de políticas públicas. Acredita que se elimina o problema com a eliminação do problemático. E, no mais, viva a competição. Como se a competição realmente virtuosa não fosse apenas aquela que se estabelece entre competentes.

Estamos diante de uma questão civilizatória, ora bolas!, não de um problema meramente policial. Caso se preservem os valores da democracia e do Estado de Direito; caso se mantenha a hierarquia de valores que nos distingue da Besta; caso se conservem os fundamentos da empatia, que nos levam a reconhecer no outro um nosso semelhante, sempre estaremos prontos a fazer a escolha certa e a reformar o mundo para fazê-lo mais generoso.

Destruídos esses pressupostos, então chegamos ao fim da linha. Aí, meus caros, estaremos condenados a entrar naquele lugar onde não entra a esperança.  O inferno existe. E ele pode ser aqui.
Forças Armadas, sim! Enquanto forem necessárias.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

FORÇAS ARMADAS nas ruas de NATAL - ação das tropas federais precisa ser didática, exemplar e conclusiva

Temer autoriza envio das Forças Armadas para ruas de Natal

Pedido de reforço ‘imediato’ foi feito pelo governador Robinson Faria

[Temer mostra mais uma vez que só 'funciona' na pressão - as tropas precisam estar preparadas para resolver o problema, sem preocupação com o 'politicamente correto' e ter presente que os bandidos só desistirão de ações de retaliação ao que for efetuado pelas FF AA em Natal, se o preço a pagar for alto.

Excelente é que o uso das tropas federais nas ações de manutenção da ordem é uma excelente oportunidade para um teste das mesmas em situações reais - as atividades da Copa do Mundo e Olimpíadas não serviram de teste, tendo em conta que não havia inimigo real a ser enfrentado; agora sim, existe um inimigo real, perigoso e que não sendo contido no primeiro choque avançará em outras cidades.]

O presidente Michel Temer autorizou o envio de Forças Armadas para reforçar a segurança das ruas de Natal nesta quinta-feira, após pedido do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD). Ainda não foi definido o contingente que será utilizado, mas boa parte deve vir do Exército, de acordo com o Palácio do Planalto. Desta vez, os militares só ficarão nas ruas, para que a polícia militar do estado possa ir para a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, onde detentos entraram em confronto. Desde quarta-feira, as ruas de Natal passam por uma onda de violência. As empresas recolheram a frota de ônibus nesta quinta-feira, após veículos serem incendiados.

A autorização de Temer ao pedido de reforço "imediato" por Robinson Faria veio no início da tarde desta quinta-feira. Além de fazer o pedido, Faria também revelou pela manhã, em entrevista à rádio “CBN”, que o Batalhão de Operações Oficiais (Bope) irá entrar na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, sem armas letais, para retirar os presos.  — Fiz o pedido para o ministro Alexandre de Moraes para conversar com o presidente Temer. Só ele pode autorizar o envio imediato, para hoje, das Forças Armadas, do Exército, da Marinha, para ocupar as ruas de Natal. Estão tocando fogo em ônibus, em uma retaliação pelo governo ter decidido separar, dentro do presídio, PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do RN. Então ambos estão retaliando o governo. A situação aqui se tornou muito mais grave do que estava ontem, se agravou a partir de ontem a noite, então precisamos de socorro imediato — destacou o governador.

Pela manhã, o presidente foi a Ribeirão Preto anunciar o pré-custeio da safra 2017/2018, e de lá já havia conversado com o governador do Rio Grande do Norte. Temer comunicou o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann.  Na terça-feira, Robinson Faria havia dito que poderia haver um "novo Carandiru" no presídio de Alcaçuz, onde ocorrem os enfrentamentos de facções criminosas rivais, caso a polícia estadual entrasse na carceragem. — Se a polícia entrar dentro do presídio, pode haver novas mortes, confrontos policiais, aí vai ser um novo Carandiru. Temos que evitar isso. Vamos entrar em casos de extrema necessidade — declarou Faria há dois dias. [o governador precisa sem lembrado que quando a Polícia entrou em Carandiru, ocorreram algumas mortes e uma 'faxina' eficaz e depois disso NUNCA MAIS ocorreram rebeliões em Carandiru - que só foi fechado anos depois.
O bandido testa as autoridades, havendo vacilação eles abusam sem piedade.
Mortes podem ocorrer, mas, cada bandido morto será um elemento dissuasório a mostrar aos bandidos quem realmente manda. 
Nas ruas os bandidos enfrentarão - com fins didáticos - as tropas federais e a PM ao invadir Alcaçuz deve ter em conta o ocorrido no Carandiru, onde os motins ocorriam com frequência e após a ação comandada pelo coronel PM Ubiratan se tornou um local pacífico e os presos aprenderam a respeitar as autoridades.]

Fonte: O Globo

Governo finge controlar a situação nos presídios: no Rio Grande do Norte, paz no presídio de Alcaçuz foi negociada com facção

Governo tem que negociar com presos para manter aparência que controla as transferências de presos; essa submissão do governo aos caprichos dos bandidos, exige especial atenção das Forças Armadas que não podem sofrer desmoralização no cumprimento da missão inadequada de 'guarda de presídio'.

Retirada de presos em Natal foi negociada com facção criminosa - Governo do estado designou ‘representantes’ para retomar controle de unidade

O governo do Rio Grande do Norte decidiu negociar com o PCC para tentar retomar ainda esta semana — o controle da penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O presídio, o maior do estado, foi palco da matança de pelo menos 26 detentos no fim de semana. Segundo informações obtidas pelo GLOBO, uma delegada da Polícia Civil e um oficial da Polícia Militar foram designados para conversar com criminosos. O objetivo da negociação é evitar novo confronto com o Sindicato do RN, bando local rival da facção paulista.

[declaração inverídica do secretário de Justiça do Rio Grande do Norte: "
Na semana passada, no dia 10, antes da rebelião em Alcaçuz, o secretário Virgolino reconheceu que alguns estados “fazem um acordo tácito com os presos” para “não bagunçar, não matar ninguém, não fazer rebelião” e afirmou que, no Rio Grande do Norte, criminosos não tem regalias. “O estado recua, fica com medo do preso, e começa a aceitar de forma involuntária tudo do preso”.
Apesar do nome 'Virgolino' - nome de batismo  do famoso cangaceiro Lampião - o secretário não é muito chegado a falar a verdade.]

Os policiais negociadores receberam a missão de descobrir as exigências dos presos e identificar quais delas poderiam ser atendidas. Uma das reivindicações foi atendida nesta quarta-feira: um grupo de 220 detentos, ligados à facção local, foi transferido do presídio de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, para a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP). A retirada dos presos foi concluída entre 18h30m e 18h39m, mais de três horas após as tropas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) entrarem na unidade.

A remoção dos presos foi uma nova tentativa de o estado retomar o controle da unidade. Para a retirada dos detentos, foram usados quatro ônibus de turismo locados. Pela manhã, a Secretaria estadual de Segurança do Rio Grande do Norte já havia transferido 119 detentos do PEP para o Complexo Raimundo Nonato, na Zona Norte da capital potiguar. Logo depois da transferência dos presos de Alcaçuz, houve tumulto do lado de fora, quando mulheres de presos atearam fogo em alguns objetos em frente à penitenciária para tentar impedir a remoção dos detentos. Nas ruas, incêndios simultâneos foram registrados em bairros de Natal. A Polícia não confirma que os ataques foram em retaliação às transferências, mas ao menos 12 ônibus e um veículo oficial do governo do estado foram incendiados.  Segundo o major Eduardo Franco, da assessoria de comunicação da PM, a penitenciária foi toda apaziguada”. Os pavilhões 1 e 2 foram invadidos pelos agentes, e bombas de efeito moral foram detonadas. O complexo, no entanto, continua dominado pelos presos.






Outro pedido: a facção paulista demandou a transferência de cinco detentos, identificados como chefes do bando, para alguma penitenciária federal. O estado já enviou ao Departamento Penitenciário Federal (Depen) a solicitação de transferência desses criminosos. Os integrantes desta facção ocupam o presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5 de Alcaçuz. Dos quatro pavilhões de Alcaçuz, três abrigam detentos rivais.

A negociação com presos, por parte da PM, começou já na segunda-feira, quando homens do Batalhão de Choque entraram em Alcaçuz e debelaram, mesmo que por algumas horas, a rebelião iniciada na tarde de sábado. Anteontem, uma reunião entre o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Caio Bezerra, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, além de outros integrantes do setor de inteligência estadual, decidiu que as negociações seriam encabeçadas pelos dois policiais designados.
Fonte: O Globo

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