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terça-feira, 29 de agosto de 2023

A nova briga de Roberto Jefferson na Justiça

Ex-deputado está internado em um hospital do Rio de Janeiro

A defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, preso desde outubro do ano passado, trava uma nova disputa judicial, desta vez contra o Hospital Samaritano, localizado no Rio de Janeiro, e a operadora de plano de saúde Amil. Internado na unidade hospitalar após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Jefferson corre o risco de ser “despejado”.

Em 23 de agosto, a Amil emitiu uma notificação extrajudicial para que o ex-parlamentar deixe o hospital ou arque com os custos de forma particular. “Conforme relatório médico recebido por esta operadora, o sr. Roberto Jefferson Monteiro Francisco encontra-se em condições de alta hospitalar desde 22.08.2023. Ressaltamos que ocorreram tentativas de contato com a família, no intuito de auxiliar o processo de desospitalização, contudo, considerando que não houve a anuência da família e o beneficiário permanece em condições de alta hospitalar, caso a família opte por permanecer com o paciente internado, esclarecemos que a partir da data de 26.08.2023, o custeio das despesas deverá ser realizado de forma particular”.

Porém, para a defesa, uma perícia feita pela Polícia Federal, segundo a qual Jefferson necessita de atendimento regular com médicos e enfermeiros, atesta que ele deve permanecer internado. “Conforme pronunciamento técnico responsável, reiteramos que esta SEAP/RJ (Secretaria da Administração Penitenciária) não dispõe dos meios para ofertar ao paciente o adequado cumprimento de todas as medidas acima mencionadas”, afirma o documento.

Diante da renúncia da Amil e das manifestações do hospital para que o paciente deixe suas dependências, o advogado João Pedro Barreto pediu ao Supremo para que o Samaritano se abstenha de cobrar as diárias hospitalares ou que Jefferson seja colocado em prisão domiciliar.

O caso ainda não foi apreciado.

Maquiavel - Blog Revista VEJA

 


domingo, 12 de dezembro de 2021

A briga inútil do capitão com o almirante da Anvisa - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Agência tem razões para se orgulhar de sua conduta durante a pandemia. Barra Torres preservou a credibilidade da instituição, e evitou bate-bocas e provocações

Bolsonaro pintou-se para uma nova guerra: “Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio?”

A Anvisa nunca sugeriu que se fechasse o espaço aéreo mas, diante do surgimento de uma nova variante do vírus, o presidente anteviu uma nova batalha. Ele não gosta da vacinação, preferia cloroquina e prefere viver no mundo da negação, supondo que com isso defende a economia. Há um ano, Bolsonaro dizia que a vacina CoronaVac não seria comprada. Comprou-a. Condenava o isolamento social e teve que aceitá-lo.

De fato, pode ser que comece tudo de novo, porque o governador João Doria anunciou que instituirá o passaporte de imunização em São Paulo. Ele comprou a vacina chinesa e em janeiro começou a aplicá-la. [o 'joãozinho', segundo Bolsonaro o 'calcinha apertada' faz qualquer coisa para chamar atenção e o método mais eficiente para ter êxito é ser contra Bolsonaro.]

Arrumou um ministro da Saúde capaz de dizer que prefere perder a vida à liberdade, como se esse dilema estivesse na mesa. Depois de ter fritado dois ministros que tomaram o partido da ciência e de ter amparado um general desastroso, o capitão sente-se confortável com o médico Marcelo Queiroga. É seu estilo, mas não precisava chamar a Agência de Vigilância Sanitária para a briga. Primeiro, porque a Anvisa é um órgão independente. Além disso, porque está atirando em um quadro de sua tropa, o médico e almirante Antonio Barra Torres, cujo pecado seria ter traçado uma linha no chão, além da qual não pisaria.
O Brasil está chegando perto da marca de 300 milhões de doses aplicadas, com cerca de 65% da população imunizada. Apesar disso, Bolsonaro prefere procurar uma nova briga.

Barra Torres pode ser visto como um exemplo do oficial que atendeu ao chamado do capitão. Militar e cavaleiro da Ordem de Malta, foi colocado na direção da Anvisa e em março de 2020, quando os mortos pela Covid eram cinco, acompanhou Bolsonaro numa manifestação que desafiava a pandemia e o Supremo Tribunal Federal. Ele não se entendia com o ministro Luiz Henrique Mandetta e tinha tudo para virar um daqueles aloprados que o general Pazuello levaria logo depois para o Ministério da Saúde.

Recusou-se a patrocinar as virtudes da cloroquina e disse coisas desagradáveis, tais como: “Estamos trabalhando no mundo real, que é o mundo científico”, ou “Vamos deixar de bobagem e vamos vacinar”.

Quando foi pressionado, o almirante deu um recado críptico: “Meu limite está muito longe ainda. Tenho 32 anos de treinamento militar”. Como tem mandato e dirige uma agência independente, não cabia na frigideira em que foi jogado o general Santos Cruz. O almirante preservou a credibilidade da Anvisa, evitou bate-bocas e provocações. Não se colocou como um ativo contraponto à disseminação de superstições.

(...)

Destruição criadora
A financeira digital Nubank tornou-se o banco privado mais valioso da América Latina, superando as grandes casas brasileiras. Seu valor de mercado chegou a US$ 47,6 bilhões. Conseguiu isso em apenas oito anos de operações.
Oito anos parecem ser um tempo mágico para a destruição criadora do capitalismo no mercado financeiro de Pindorama. Fundado em 1943, o Bradesco tornou-se o maior banco privado do país em 1951. Como?

Amador Aguiar, seu patriarca, percebeu que os grão-senhores da banca não gostavam de gente com poucos sobrenomes e sapatos sujos. Diante disso, decidiu que as mesas dos gerentes ficariam na entrada das agências e os funcionários deveriam ajudar os clientes a preencher cheques. Em algumas cidades do Paraná, as agências do Bradesco chegavam antes da luz elétrica.

O Nubank e seus similares fazem coisa parecida no mundo digital de hoje, correndo atrás de uma fatia de consumidores deixada de lado pela grande banca. Facilitam os contatos com a clientela e abrem mão de taxas lucrativas, porém antipáticas.

Destruição destruidora
A gigantesca United Health, dona da operadora brasileira Amil, livrou-se de sua carteira de planos de saúde individuais, com 370 mil clientes. Pagou R$ 3 bilhões a uma financeira para que ela ficasse com os contratos e suas obrigações.
Para a empresa, foi um bom negócio, porque a operação dava prejuízo. Só o tempo dirá o que acontecerá com os clientes.

Na melhor das hipóteses, fica tudo igual.
Na pior, os clientes vendidos, quando desatendidos, deverão recorrer à Justiça.

No século XIX, a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro pôs um anúncio nos jornais pedindo aos donos de pessoas escravizadas que parassem de depositar negros doentes em seus cemitérios.

A Covid de Trump
Mark Meadows, chefe de gabinete de Donald Trump, revelou que o presidente-machão que desafiava o coronavírus foi ao debate com Joe Biden em outubro do ano passado tendo testado positivo para a Covid. Dias depois, levaram-no para o hospital com a taxa de oxigenação do sangue em 86%, indicando perigo para um homem de sua idade.

Melhorou a marca do tempo que se passa para que se conheça o estado de saúde de um presidente americano. 
A patranha segundo a qual estava tudo bem levou pouco mais de um ano para prevalecer.
Em 1963, depois de levar um tiro na cabeça, o presidente John Kennedy chegou morto ao hospital, mas esse detalhe levou tempo para ser aceito.

Em 1981, o presidente Ronald Reagan tomou um tiro no peito e sua turma espalhou que ele entrou no hospital fazendo piadas. Era mentira. Com um pulmão perfurado, tiraram-no do bico do urubu.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Após 8 anos, credores disputam R$ 14 milhões de Romário = que sempre foi mal pagador; Romário já foi até preso por não pagamento de pensão alimentícia





[pergunta boba = o POVO NÃO SABE E QUER SABER:  Romário é senador da República e está sujeito ao decoro parlamentar; sua conduta, devedor contumaz não configura quebra de decoro?

e o advogado particular dele - que o defende no rolo das dívidas - trabalhar no gabinete do senador é certo? advogado dele e recebe salário pago pelos cofres públicos? 

não é uma mistura entre o público e o privado?]

Credores disputam R$ 14 milhões de Romário e advogado de Romário sumiu com documentos de processo sobre patrimônio do senador, só devolvendo os autos a cartório depois de ser alvo de mandado de busca e apreensão


Após 8 anos, Justiça não define destino do valor arrecadado com leilão de cobertura

Justiça não define destino do valor arrecadado com leilão de cobertura


Mais de oito anos depois do leilão da cobertura onde o senador Romário (Podemos-RJ) morava na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a Justiça ainda não definiu o destino do montante arrecadado com a venda do imóvel eram R$ 8 milhões em agosto de 2009. Recursos apresentados em tribunais superiores e a disputa entre credores do ex-jogador pelo direito de receber travaram o andamento da ação. Só com a correção pela taxa básica da caderneta de poupança, o valor depositado em juízo já supera os R$ 14 milhões.
 O senador Romário - Jorge William / Agência O Globo



O processo que levou ao leilão foi movido pelo empresário Levi Sotero contra Romário e uma de suas ex-mulheres, Mônica Santoro. Sotero era dono do apartamento localizado abaixo da cobertura do senador e alugava o imóvel para um executivo. Uma obra realizada por Romário provocou vazamentos e uma série de danos ao apartamento

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Um guia sobre o PMDB de Temer



O Ministério Público descreve um padrão de comportamento — o uso da política para enriquecimento pessoal, a prevalência do interesse privado sobre o público


Um guia sobre o PMDB de Michel Temer foi divulgado ontem, em Brasília. É obra relevante para quem tenta compreender a desconstrução da política no Brasil nas últimas duas décadas.  É grátis e está disponível na internet. Tem 245 páginas, leva o selo do Ministério Público Federal, foi assinado e protocolado no Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que deixa a função na próxima segunda-feira.

Será melhor compreendida, se percebida como parte de uma tragédia política sobre a partilha e o usufruto do poder público para benefícios privados. É indissociável das denúncias anteriores, contra o PT de Lula e outros partidos.  Ela está circunscrita a meio bilhão de reais de exemplos de fraudes em negócios públicos realizados nas empresas estatais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, nos ministérios da Integração Nacional e da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e na Câmara dos Deputados.

Temer reagiu, classificando-a como “realismo fantástico em estado puro”, num exercício do direito de defesa prévia.  Seu problema, porém, é a realidade ululante descrita em viva-voz do presidente da República; nos depoimentos de vários aliados do PMDB no Congresso; nos depoimentos dos coletores de propinas; no mapeamento das sucessivas entregas de malas de dinheiro — algumas registradas em vídeo e fotografias; em milhares de e-mails, telefonemas e conversas eletrônicas rastreadas pela polícia; nas contas bancárias, planilhas e comprovantes de pagamentos entregues por algumas das maiores empresas do país, entre elas Odebrecht e JBS.

O Ministério Público descreve um padrão de comportamento — o uso da política para enriquecimento pessoal, a prevalência do interesse privado sobre o público. É o que se vê, por exemplo, nos R$ 29 bilhões de prejuízos provocados na Petrobras e nas vendas de emendas “jabuti” negociadas em Medidas Provisórias.  O comércio de leis, no governo e no Congresso, é um capítulo à parte. Alguns casos até foram denunciados durante a votação no plenário da Câmara, como ocorreu na Medida Provisória sobre o o setor elétrico (nº 579).

Outras encomendas são mais recentes, como a autorização de ingresso de capital externo no controle de hospitais, laboratórios médicos e de empresas de planos de saúde. Esta foi negociada diretamente pelo ex-deputado Eduardo Cunha com líderes do grupo Amil, o falecido empresário Edson Bueno, e da empresa Rede D'Or, o banqueiro André Esteves, do grupo BTG.  A partir da citação de Ulysses Guimarães (“o poder não corrompe o homem, é o homem que corrompe o poder”), esse guia sobre o PMDB de Temer, às vezes, parece mesmo descrição de um mundo fantástico. Seria ótimo, se fosse apenas coisa do realismo mágico. O problema é que é tudo é verdade, informa a coletânea de provas judiciais anexada.
 

Fonte: José Casado - O Globo

 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

JBS - FRIBOI, ainda vai render = Palocci, o homem de 200 milhões de reais

Palocci é investigado por negócio bilionário entre BNDES e JBS

Ex-ministro petista é suspeito de ter atuado junto a banco estatal para favorecer grupo frigorífico num investimento de 3,5 bilhões de reais

O ex-ministro Antonio Palocci, preso há dois meses em Curitiba na Operação Lava-Jato, está na mira de outra complexa investigação em Brasília. O petista é suspeito de ter ajudado o grupo frigorífico JBS a receber um investimento bilionário do BNDES. Instaurado a pedido do Ministério Público Federal, o inquérito sigiloso, obtido por VEJA, é conduzido pela Polícia Federal.

O objetivo da investigação é “apurar prática de atos de improbidade administrativa por parte de dirigentes do BNDES em razão dos investimentos, possivelmente fraudulentos, realizados nas empresas Bertin e JBS, bem como eventual participação de Antonio Palocci Filho com fins de beneficiar a empresa JBS”, segundo documento do MPF.

Com bom trânsito entre grandes empresários do país, Palocci tinha uma extensa lista de clientes, dos mais variados setores – de banqueiros a dono de rede de supermercados e hospitais. Entre as companhias que recorreram aos serviços de consultor do ex-ministro da Casa Civil está a JBS. De 2009 a 2010, a dona da marca de carnes Friboi pagou 2 milhões de reais para a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, de Palocci.

Oficialmente, o médico sanitarista assessorou o grupo frigorífico com análises das “perspectivas do mercado de carnes de frango” nos Estados Unidos. No mesmo período, a JBS recebeu um investimento de 3,5 bilhões de reais do BNDES. Os investigadores suspeitam que Palocci esteja por trás dessa operação financeira que apresenta indícios de fraudes.

O ex-ministro alega que ajudou a JBS na aquisição da produtora de frango americana Pilgrim’s, em setembro de 2009. No entanto, as negociações dessa transação começaram no segundo semestre de 2008 – e foram conduzidas por grandes escritórios de advocacia e bancos de investimento, especializados em fusões e aquisições.

Palocci, então deputado federal pelo PT, foi contratado pelo grupo frigorífico em julho de 2009, pouco antes da transação ser finalizada. No mesmo período em que comprou a Pilgrim’s, a JBS também anunciou a aquisição do grupo Bertin, parceiro de negócios do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula.

O aporte do banco estatal na JBS foi um negócio e tanto. O BNDES comprou 3,5 bilhões de reais em títulos de dívida emitidos pela empresa, chamados de debêntures. Esses papéis foram convertidos em ações da companhia. A transação foi vantajosa para o grupo frigorífico, que não teve que arcar com juros de um empréstimo normal e ainda ganhou o governo como sócio. O Tribunal de Contas da União já identificou indícios de que essa operação causou prejuízo aos cofres públicos. O caso está sendo analisado.

Em 2010, após receber os recursos do BNDES, a JBS doou 10 milhões de reais para a campanha que elegeu Dilma Rousseff à presidência da República. A vitória da petista nas urnas foi coordenada por Palocci, que logo em seguida foi nomeado como ministro da Casa Civil, em janeiro de 2011. Seis meses depois, o petista caiu após o jornal Folha de S.Paulo revelar que ele multiplicara o seu patrimônio prestando consultorias para diversas empresas.

Em setembro deste ano, Palocci foi preso na 35ª fase da Operação Lava-Jato, suspeito de ter uma relação criminosa com a empreiteira Odebrecht, que teria desembolsado mais de 128 milhões de reais em propinas para o ex-ministro e outros integrantes do PT. De acordo com a Polícia Federal, Palocci ajudou a construtora a destravar, por exemplo, um empréstimo do BNDES para desenvolver projetos em Angola. No início deste mês, o ex-ministro sentou pela primeira vez no banco dos réus, acusado pelo Ministério Público Federal de ter praticado os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Procurado, o advogado José Roberto Batochio, que defende Palocci, disse que o ex-ministro deu consultoria para a JBS, auxiliando no processo de aquisição da Pilgrim’s. “Foi entregue um relatório do serviço prestado. Não há, portanto, qualquer irregularidade”, afirmou o criminalista. A JBS informou, em nota enviada por sua assessoria de imprensa, que não teve acesso ao inquérito. “A JBS contratou a Projeto para a elaboração de estudos, análises e informações de cenários macroeconômicos e  do mercado mundial e norte-americano de proteína. O contrato realizado com a Projeto, em 2009, e seus  respectivos pagamentos estão devidamente formalizados e documentados”, diz a companhia. [óbvio que tudo está devidamente 'documentado', ainda que os documentos sejam falsos.
Especialmente a comprovação dos pagamentos - não teria sentido firmar um fictício contrato de consultoria, sem documentar os pagamentos.
Afinal, o objetivo é exatamente 'provar' que aqueles milhões que o consultor recebeu - no caso o presidiário Palocci - se referem a serviços efetivamente prestados. 
Este é o passo essencial para a lavagem de dinheiro.
Só o estúpido governador de Minas, o Pimentel,  é que apresentou recibos de consultoria, para lavar grana de propina e 'esqueceu' de arranjar plateia para as inexistentes consultorias.] “Em nenhuma situação ou circunstância, Antonio Palocci ajudou, se envolveu, ou teve qualquer relação entre os negócios da companhia e o BNDES”, afirmou a JBS, ressaltando que o investimento do banco estatal está “em linha com as melhores práticas de governança e transparência, em uma transação típica de mercado”. O BNDES ainda não se manifestou.

 LEIA TAMBÉM: Palocci: o homem de 200 milhões de reais

Relatório com movimentações suspeitas do ministro detalha operações milionárias com pessoas físicas e jurídicas, mas não consta o nome da Odebrecht

Ao prender o ex-ministro Antonio Palocci, a força-tarefa da Operação Lava-Jato poderá jogar luz sobre suas milionárias operações financeiras. O petista foi homem forte nos governos Lula e Dilma. O ex-ministro, registrado sob a alcunha “Italiano” na planilha de propinas da Odebrecht, tornou-se uma verdadeira máquina de ganhar dinheiro.

Palocci foi objeto de comunicações de operações financeiras no valor de 211 milhões de reais entre 2010 e 2015. Esses relatórios foram produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão do Ministério da Fazenda que investiga lavagem de dinheiro. A maior parte do dinheiro foi movimentada através da empresa do ex-ministro, a Projeto Consultoria Empresarial e Financeira. O COAF enumerou operações suspeitas de Palocci em pelo menos 11 comunicações enviadas ao Ministério Público, à Polícia Federal e à CPI do BNDES. A prisão de Palocci nesta segunda-feira poderá arrastar várias empresas para o escândalo.


A força-tarefa da Operação Lava-Jato conclui que há indícios de que Palocci atuou de forma direta “a propiciar vantagens econômicas” à Odebrecht nas mais diversas áreas de contratação com o poder público, beneficiando-se de “vultosos valores ilícitos”. O ministro teria recebido propina nas tratativas para a aprovação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória 460/2009, sobre benefícios fiscais, no aumento de linha de crédito para a construtora junto ao BNDES e ainda na intermediação da aquisição de 21 navios-sonda para o pré-sal. A Odebrecht, no entanto, não aparece nos relatórios do COAF como uma das empresas que depositaram dinheiro para Palocci.

O relatório do COAF cita vários outros nomes de empresas e pessoas jurídicas, que agora poderão ser definitivamente levados para o epicentro do escândalo. Entre os remetentes de recursos para a conta bancária da empresa de Palocci estão o empresário Edson de Godoy Bueno, ex-dono da Amil, com 20 milhões de reais, e a montadora CAOA, com 5,3 milhões de reais. A CAOA está envolvida em um esquema de compra de medidas provisórias e já vinha sendo investigada nas operações Acrônimo e Zelotes.

Para prender Palocci, a força-tarefa fez uma análise detalhada de e-mails e anotações registradas nos celulares apreendidos, mostrando evidências de que o ex-ministro contava com o auxílio de seu então assessor Branislav Kontic para atuar em favor da Odebrecht, entre 2006 e 2013, interferindo em decisões do governo. A atuação de Palocci e Branislav ocorreu mediante recebimento de propinas pagas pela Odebrecht dentro do contexto do “caixa geral” de recursos ilícitos que se estabeleceu entre a construtora e o PT. Uma planilha apreendida durante a operação identificou pagamentos de 128 milhões de reais ao PT e seus agentes, incluindo Palocci. Era tanto dinheiro movimentado que em 2013 havia um saldo remanescente de 70 milhões de reais em propina, que eram administrados por Palocci, em favor do PT.

Fonte: Revista VEJA