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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Janot e o diabo



Não é baixo o zum-zum de que a PGR faria parte de um acordão. Em troca da garantia de recondução ao cargo, Rodrigo Janot aliviaria Renan e outros fiéis

Entre comemorações e temores diante da denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a já esfacelada base governista será colocada novamente à prova. E falhará. Na mira da próxima leva de processos que tem que chegar ao Supremo até o dia 31 estão 12 senadores e 21 deputados da chamada base se é que isso ainda existe -, além de 13 ex-deputados. Com eles, Dilma Rousseff poderá ser arrastada para mais uma temporada no inferno em que ela reside desde que invocou o diabo para se reeleger.

Depois de quase dez dias de alívio, graças ao neoadesismo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dívida de Dilma com Belzebu só cresceu. Conseguiu estender o prazo no TCU para explicar pedaladas e outros atletismos nas contas de 2014. Beneficiou-se de bondades no TSE e até acendeu cachimbo da paz com empresários, o que custará ao país uma nova rodada de crédito seletivo para os mesmos de sempre.

Aconselhada a baixar o tom e tentar esconder sua indisfarçável soberba, Dilma escalou interlocutores para propor bandeira branca frente à avalanche de bandeiras verde-amarelas que pediam impedimento ou renúncia dela. E fingiu que acreditou no êxito das bandeiras vermelhas da última quinta-feira.  Mas até Dilma deve saber que é um respiro breve. Para ela e para o padrinho Lula.

Cada político denunciado – e é bom lembrar que a maioria deles será do PP, partido que não tem qualquer compromisso ideológico com o projeto petista vai cobrar caríssimo pelo silêncio. Ainda assim, eles só ficarão mudos diante de garantias que vão muito além de um cargo aqui, outro acolá, como é de praxe. Exigências que do auge de sua impopularidade a presidente não tem como viabilizar.

A Lava-Jato é um trator que o país acredita que não será freado por um ou outro acordo. Nos processos de primeira instância, a operação deteve gente graúda que se julgava intocável. Investigou, julgou e condenou.

Os números do núcleo Paraná são impressionantes: 716 procedimentos instaurados, 356 buscas e apreensões e 105 mandados de prisão cumpridos. Mais de 140 pessoas arroladas em 31 acusações penais, apuração de propinas de mais de R$ 6 bilhões, já tendo bloqueado R$ 2,4 bilhões e recuperado R$ 870 milhões. No site criado para dar transparência às ações do MP, informa-se que as condenações já somam mais de 225 anos de prisão.

Agora é a vez daqueles que têm foro privilegiado. É aqui que a desconfiança aumenta. Não é baixo o zum-zum de que a PGR faria parte de um acordão. Em troca da garantia de recondução ao cargo, Rodrigo Janot aliviaria Renan e outros fiéis.

O procurador-geral da República podee deveria fazê-lo - enterrar esse tipo de intriga na quarta-feira, 26, ao ser sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, casa que tem 13 dos seus 81 integrantes na mira da PGR, um deles, Fernando Collor de Mello (PTB-AL), já denunciado. Terá a chance de provar que nem todos se submetem ao tridente de Lula, Dilma, Renan e Cia. Do contrário, o diabo vencerá. Mais uma vez.
 Procurador-Geral da República Rodrigo Janot (Foto: Ed Ferreira / Estadão)

Fonte: Mary Zaidan É jornalista. E-mail: zaidanmary@gmail.com Twitter: @maryzaidan


[só se declarando impedido o que equivale a renunciar à recondução a um segundo mandato de Chefe da Procuradoria-Geral da República - é que Rodrigo Janot salva a sua reputação e a do próprio Senado Federal.

Vejamos: Renan não é, nunca foi e nunca será ‘flor que se cheire’ – seu passado o condena.
Começou a ser investigado bem antes do Cunha, só que não foi denunciado, mesmo até as pedras sabendo que é tão ou mais culpado que o Cunha.

Cabe a pergunta: qual a razão dessa tolerância do Janot com Renan?
Uma resposta se impõe:
Sendo denunciado por agora, antes da sabatina , Renan continuará presidente do Senado com poder total para  adiar a sabatina ou mesmo a votação do nome do Janot na CCJ e no Plenário do Senado.

Sem sabatina não pode haver votação na CCJ e sem o aval da CCJ não haverá votação secreta no Plenário, escrutínio que Janot precisa de no mínimo 42 votos.
Em 17 de setembro termina o mandato do atual procurador-geral e não se concretizado a escolha, será nomeado um interino que comandará o Ministério Público Federal até a escolha definitiva.

Nada prova que Janot está retardando a denúncia do Renan por razões inconfessáveis, mas, a importância do cargo pretendido não permite que se esqueça da velha máxima: ‘a mulher de Cesar não tem que apenas ser honesta, tem que parecer honesta. ’

Outro complicador é que vários senadores estão envolvidos com a Lava Jato e terão que ser denunciados.
A estes senadores reconduzir Janot – que tudo indica tão logo seja empossado no segundo mandato efetuará as denúncias – não é interessante.
Esse ângulo torna possível que sendo o nome do atual procurador rejeitado por outras razões, fique a dúvida se a rejeição não foi motivada para permitir a nomeação de outro procurador, digamos, mais flexível.

Outra opção seria Janot denunciar todos os senadores envolvidos, incluindo o Renan, antes da sabatina.
Mas, as aparências são de que o interesse do Janot por mais dois anos de mandato o desencoraja a algo que seria praticamente suicídio – ser sabatinado e votado por um Senado formado por vários senadores denunciados, sendo aceitável considerar que cada senador denunciado contaria com a simpatia de um colega.

O andar da carruagem mostra que Rodrigo Janot, NÃO TEM CORAGEM PARA GESTO TÃO OUSADO e que evidenciaria seu desapego ao cargo.

Perdoe-nos pelo enfadonho comentário que não é da lavra de nenhum especialista, mas tem a pretensão de exprimir o que muitos brasileiros pensam.]


PASSO A PASSO DO CAMINHO QUE JANOT TERÁ QUE PERCORRER PARA CHEGAR AO SEGUNDO MANDATO:
- O nome de Janot após indicado por Dilma foi encaminhado ao Senado para apreciação;
- primeiro, pela CCJ que o sabatina e procede a uma votação,  onde precisa ser aprovado por maioria simples – a CCJ tem 27 titulares;
- aprovado na CCJ o indicado será submetido a uma votação secreta no Plenário do Senado onde precisará receber pelo menos 41 votos favoráveis.

O presidente do Senado tem poder total para decidir a data da realização da sabatina e das votações.

Uma manobra que pode dificultar a eleição de um candidato não desejado é esvaziar a sessão para analisar o nome, já que o quórum baixo facilita a rejeição.