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domingo, 4 de dezembro de 2022

Faltou combinar com o povo - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Que eleição foi essa em que o árbitro escolhe um lado de forma tão escancarada e apela até para a censura para blindar seu companheiro? 

 
 Rampa do Planalto, Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 Rampa do Planalto, Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste - 
Shutterstock
Ao julgar pela velha imprensa, Lula foi eleito de forma absolutamente normal e inquestionável, não deve nada à Justiça, e devemos debater com toda a seriedade do mundo os nomes que ele prepara para formar seus ministérios e suas equipes, como se ninguém mais lembrasse do que ele fez no verão passado. 
 É como se todos tivessem vindo de Marte e nunca tivessem tomado consciência de quem é Lula e do que fez o seu PT com o Brasil.

O povo nas ruas não quer saber desse teatro chinfrim, dessa palhaçada toda. Está mais interessado em voltar algumas casas e debater todo o processo, clamando por transparência. O povo quer saber, por exemplo, como pode um ministro do STF agir de forma tão ilegal e ficar por isso mesmo.  
Como podem esses ministros supremos terem soltado Lula e o tornado elegível com base em malabarismos patéticos?
 
Em seguida, o povo questiona todo o processo eleitoral, opaco, centralizado, comandado por um ministro totalmente partidário que fez tudo para proteger Lula e perseguir Bolsonaro
Que eleição foi essa em que o árbitro escolhe um lado de forma tão escancarada e apela até para a censura para blindar seu companheiro? Isso é coisa de país normal, republicano?

Meu colega de revista Guilherme Fiuza tem sido uma das vozes mais enfáticas ao apontar para esse teatro do absurdo que estamos vivendo no Brasil. Ele comentou: “Brasileiros de norte a sul reagem à tramoia — expostos a chuva, sol, bombas de gás e perseguição judicial. Brasileiros de norte a sul abandonados pelas instituições e aviltados pelos cínicos clamam pelo cumprimento da lei. Ainda há autoridade no país disposta a cumprir a lei?”.

Em outro comentário, Fiuza desabafou: “Não é que a eleição tenha sido roubada. A questão é que a urna brasileira tem vontade própria — e a liberdade de escolha dela é garantida pelo TSE. Se as nossas urnas curtem um amor bandido, isso é problema delas. A dúvida é se os brasileiros vão aceitar bancar essa lua de mel”.

O PT não tem aliados, mas, sim, comparsas. Todos que estão em torno de Lula querem participar da divisão do butim da coisa pública, atuar na pilhagem do Estado brasileiro

Por fim, ele fez um alerta importante: “A conduta marginal do STF/TSE, passando por cima dos indícios de irregularidades na eleição e respondendo com tentativas de intimidação, é percebida por milhões de brasileiros como a substituição da lei pela brutalidade. É um caminho perigoso”.

De fato, estão brincando com fogo ao achar que essa parcela da população vai simplesmente engolir o sapo barbudo e fingir que tudo transcorreu dentro da completa normalidade institucional. 

Para calar essa gente indignada, o sistema podre e carcomido tem dobrado a aposta, tentando intimidar os manifestantes, tratados como golpistas e criminosos pela velha imprensa cúmplice dos verdadeiros golpistas.

No “pacotão da democracia”, assim chamado com total escárnio e deboche, os petistas querem criar crimes de “intolerância política” ou “injúria política”, sem falar de “obstrução de via pública”. São os mesmos que defendem o MST, o MTST, os black blocs e até a Antifa, sem falar do lockdown, bancando de repente os preocupados com o “direito de ir e vir”. São os mesmos que defendem a política de desencarceramento de marginais ou soltura de corruptos, querendo prender “criminosos” que simplesmente expressam sua ojeriza por uma quadrilha disfarçada de partido político.

O PT não tem aliados, mas, sim, comparsas. Todos que estão em torno de Lula querem participar da divisão do butim da coisa pública, atuar na pilhagem do Estado brasileiro.  
Alckmin sabia que o ladrão queria voltar à cena do crime; ele apenas resolveu participar dessa volta, auxiliada pelo TSE. 
Os militantes disfarçados de jornalistas simulam normalidade e querem debater a “qualidade” dos nomes indicados, como o mais cotado para assumir a pasta econômica no lugar de Paulo Guedes, o perdedor Fernando Haddad, o pior prefeito que São Paulo já teve.
Querem nos obrigar a fingir que Lula é um presidente eleito normalmente, e que não sabemos do que sua turma é capaz. 
Temos de fechar os olhos para o Foro de São Paulo e o que vem acontecendo nos países vizinhos dominados pela mesma esquerda lulista radical, apoiada abertamente por Lula e seu PT. 
Se Macron já reconheceu a vitória de Lula, então devemos nos curvar e aceitar o teatro mequetrefe montado por esse sistema apodrecido. Resta só combinar com o povo…
 
O gigante acordou, e não está muito interessado em cumprir ordens do Alexandre de forma dócil e passiva. 
Cada vez mais o brasileiro decente e patriota se dá conta do que está em jogo aqui, e não vai tolerar essa palhaçada em nome da “democracia”. São pessoas que não aceitam a ideia nefasta de alguém como Lula, da forma de que foi a eleição, subir a rampa do Planalto e voltar a “governar” como se nada tivesse acontecido. 
São brasileiros que não esqueceram do Mensalão nem do Petrolão só porque Fachin confundiu o CEP do processo legal anos depois
Para essa enorme massa, só há uma maneira de pacificar o Brasil: Fora, Lula!

Leia também “Teatro farsesco”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Juiz ladrão - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Manobra ocorrida depois de outra decisão importante do árbitro: recolocar no jogo o participante desclassificado por roubo 

O árbitro da disputa diz que as regras do jogo são claras. Clareza pressupõe segurança. Não é preciso mexer em nada — o garantidor da disputa limpa garante.

Não muito tempo antes o árbitro fora visto defendendo mudanças nas regras do jogo para aumentar a segurança da disputa. 
Aumentar a segurança pressupõe segurança insuficiente. 
Participantes do jogo e outros interessados encamparam a proposição de aprimoramento das regras — o mesmo aprimoramento defendido pelo próprio árbitro. Mas o árbitro ressurge afirmando que o aprimoramento que ele acabara de defender agora é retrocesso — e risco de insegurança.

Parte dos envolvidos na disputa pergunta ao árbitro o que mudou no jogo para que ele mudasse em 180 graus a sua posição sobre as mudanças propostas. O árbitro xinga os interlocutores e não responde. É soberano e não deve satisfações a ninguém.

Segurança mesmo só há sem a possibilidade de auditar o resultado

Participantes do jogo descobrem um relatório policial mostrando que o árbitro reconheceu violação das regras de segurança na disputa anterior. Essa violação chegou ao centro do sistema que rege a disputa, abrindo amplas possibilidades de manipulação de resultados. Não se sabe a extensão da manipulação porque todos os arquivos do sistema de segurança foram apagados pelo árbitro.

Por que o árbitro apagou a memória da disputa? Cala a boca que ninguém te perguntou nada.

O árbitro então se diz alvo de uma conspiração. Denuncia ameaça de golpe. Diz que os que propõem o aumento da segurança na disputa na verdade querem fraudá-la. Afirma que o sistema verificador de resultado que está sendo proposto é uma brecha para a manipulação
Segurança mesmo só há sem a possibilidade de auditar o resultado.
Mentir e dissimular é só começar. O soberano é justo — só mente por uma boa causa. Ele precisa livrar a coletividade de um golpe demoníaco e por isso sai mentindo furiosamente, acusando os que constatam a impossibilidade de auditagem da disputa de desinformação, fake news e sabotagem. O árbitro passa a agir para tirar do jogo o vencedor da última disputa. 
Diz que ele deve ser desclassificado por pleitear que o resultado seja verificável
O soberano afirma que isso é blasfêmia, então é porque é.A manobra ocorre após outra decisão importante do árbitro: recolocar no jogo o participante que foi desclassificado por roubo. O infrator é recolocado na disputa porque burlou todas as regras, mas foi sem querer.  
 
Fair play.
Por falar em roubo, a polícia constata a vulnerabilidade das regras do jogo. O país sai às ruas pedindo a atualização dessas regras para aumento da segurança na disputa — uma mudança simples que todo mundo entendeu. O árbitro diz que a polícia, os técnicos e o povo estão errados. São todos suspeitos de conspiração.

No gabinete está tudo tranquilo. É um ambiente limpo e seguro, sem barulho de povo e sem polêmica. As manchetes amestradas ecoam a voz do árbitro, que se delicia lendo e relendo o noticiário amigo no qual não há espaço para gentalha batendo pé nas ruas — essa massa ignara que nem fala cinco idiomas. Desse bem-estar profundo o soberano retira toda a verve e o elã do seu próximo libelo virtual. É ou não é doce, a vida?

Mas… Que ruído é esse? Parece estar vindo lá de fora. Está aumentando. Será o mundo real, esse inconveniente?  
Será que na verba para o ar-condicionado dos corredores subterrâneos se esqueceram da duplicação das paredes? Resolvam isso! Urgente!

Esta instituição é a dona da bola. Faz com ela o que quiser. Pode inclusive chutá-la para um dos gols, se assim desejar. Quem vaia já perdeu. Dupliquem as paredes e aumentem o som. Mozart ou Beethoven, tanto faz. O quê? Hackearam? Só tem forró?

OK. Vamos modernizar o sistema.

Leia também “Democracia na marca do pênalti”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

'Hoje, qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo', diz Jorge Jesus: 'Está na moda'

O Globo

Técnico do Benfica falou sobre o caso que paralisou partida da Champions entre PSG e Basaksehir na última terça-feira

Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se diz, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direito de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento. Porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. A mesma coisa dita contra um branco já não é sinal de racismo. Está se implantando essa onda no mundo. Se calhar, até houve algum sinal de racismo com esse treinador, mas eu não sei o que disseram disse o português em entrevista coletiva.

Uma fala do quarto árbitro da partida mobilizou as duas equipes a sairem de campo e obrigou o adiamento do jogo, além de gerar um onda de manifestações antirracistas fora dele. O confronto válido pela última rodada da fase de grupos da competição europeia foi remarcado para esta quarta-feira, às 14h55, no Parque dos Príncipes.

Entenda o caso
A situação ocorreu aos 13 minutos do primeiro tempo, quando o senegalês Demba Ba, do Basaksehir, reclamou de uma ofensa racista feita pelo quarto árbitro. Segundo relatos de vários veículos da imprensa francesa, espanhola e italiana, Sebastian Coltescu falou "vai embora, preto" para Webó.

Webó se revoltou e questionou Coltescu: "O que você falou? Por que você falou preto?". O árbitro principal, Ovidiu Hategan, se aproximou e deu um cartão vermelho em direção ao camaronês. Demba Ba fez gestos para os companheiros deixarem o gramado.

A partida será retomada nesta quarta com outra equipe de arbitragem. A Uefa afirmou que "está ciente de um incidente ocorrido durante o jogo desta noite da Liga dos Campeões entre o Paris Saint-Germain e o Istambul Basaksehir e vai conduzir uma investigação aprofundada. O racismo e a discriminação em todas as suas formas não têm lugar no futebol".

O Globo - Esportes


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Irresponsabilidade

O STF deixou a decisão sobre a denúncia contra Temer para Janot, que é um dos pivôs da crise


O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, no seu estertor, decide criar um clima de instabilidade no País, sabendo que as chances de sua denúncia prosperar na Câmara dos Deputados são próximas de zero


Sabe-se de antemão derrotado, mas procura produzir o máximo de prejuízos antes de partir. A sua irresponsabilidade é tanto mais grave por expor um comportamento errático, que termina prejudicando a sua própria instituição e, em particular, a Operação Lava Jato.  Sua peça de acusação ao presidente Michel Temer mais parece uma obsessão. Dá a impressão de ser movido por razões psicológicas, com viés político-ideológico, na medida em que este se encaixa melhor ao politicamente correto vigente em setores da mídia e da opinião pública. Sua peça tem muito mais um perfil de suposta ciência ou história política do que jurídica. Produziu uma narrativa para convencer

Trabalha com suposições, ouvir dizer, delações de mentirosos contumazes, criminosos que lideram organizações empresariais e ilações dos mais diferentes tipos, sem apresentar as provas materiais correspondentes. Aliás, em termos de “ilações”, caberia a pergunta por que teria ele aplicado ao presidente da República a teoria do “domínio de fato”, quando não mostrou precisamente nenhuma prova material direta ou indireta contra ele. Onde estão as contas no exterior? Onde estão os e-mails comprometedores, e assim por diante. A pergunta é tanto mais pertinente porque seria muito melhor aplicada a ele mesmo. Não sabia das atividades duplas de seu ex-braço direito Marcelo Miller? Sentiu-se “ludibriado”? Ora, ora! A resposta é pueril. Foi igualmente noticiado que outros dois procuradores estariam envolvidos nesta manobra. Não seria ao menos razoável concluir essas investigações antes de apresentar um nova denúncia contra o presidente da República? Ou, talvez, muito mais correto teria sido transferir essas investigações à Polícia Federal, evitando o espírito corporativo do próprio Ministério Público Federal.

A delação dos irmãos Batista e de seu diretor de Relações Institucionais já tinha provocado um grau de insatisfação muito grande na opinião pública. De fato, como pode uma empresa que agia de forma criminosa ser agraciada com a imunidade penal e com um acordo de leniência em relação às suas empresas, depois de todo o prejuízo causado à Nação? Ora, a revelação de um áudio entre Joesley Batista e Ricardo Saud mostra que um flagrante (ação controlada) teria sido montado contra o presidente da República sem autorização da Justiça, no caso, o Supremo. A prova, nesse sentido, seria passível de anulação.

Do ponto de vista moral, Rodrigo Janot deveria ter se demitido de suas funções ou se declarado incapaz de seguir com essa denúncia, deixando-a para sua sucessora. Ele e sua equipe estão num verdadeiro frenesi de denúncias, atingindo os mais diferentes partidos políticos, ministros e parlamentares. Em poucas semanas, estão tentando fazer o que foram incapazes de fazer em anos. Cautelosamente, deveriam aguardar as investigações e concluir bem os inquéritos e denúncias, de modo que o seu trabalho fosse tecnicamente e juridicamente reconhecido. Escolheram a incompletude e o açodamento, de medo que a dra. Raquel Dodge viesse a com eles não concordar. O que o dr. Janot revela é uma profunda desconfiança em relação à nova procuradora-geral, como se ela e sua equipe fossem incapazes de apresentar uma denúncia!

A foto, agora célebre, de Rodrigo Janot com o advogado dos irmãos Batista é um caso à parte. Para quem defende tanto a formalidade das agendas, seu encontro “furtivo” revela uma franca contradição entre o seu discurso e a sua atuação! Foi flagrado não armado – de óculos escuros, por um cliente anônimo, numa mesa improvisada atrás de uns caixotes de cerveja, num boteco, na verdade uma distribuidora de bebidas. Por que não o recebeu na Procuradoria? Preferiu fazê-lo às escondidas, como se estivesse fazendo algo que não deveria ser feito. Deveria ter se mostrado incapacitado para continuar atuando neste caso. Prejudicou fortemente a imagem da instituição que representa.

Por sua vez, o Supremo Tribunal Federal, cuja função deveria ser a de árbitro, de juiz, tornou-se parte dos problemas nacionais. Não consegue intervir no equacionamento das disputas e termina, por sua incapacidade, potencializando-as. Tomemos um exemplo da semana passada. Deveria ter julgado dois pedidos da defesa do presidente Temer: o da arguição de suspeição do procurador-geral da República e o da conclusão das investigações do Ministério Público, antes do oferecimento de qualquer denúncia relativa ao presidente. Ora, conseguiu finalizar o primeiro e sustar o julgamento do segundo até quarta-feira desta semana, quando seria necessário que se pronunciasse sobre a iminência desta nova denúncia. Denúncia contra o presidente da República é algo muito importante, que exigiria uma decisão do Supremo, e não a sua omissão. Deixou para o procurador Janot a decisão final, quando este é precisamente um dos pivôs da crise.

Agora, na apresentação da segunda denúncia, o ministro Edson Fachin poderia ter seguido a letra da Constituição e tê-la remetido diretamente à Câmara dos Deputados. Optou – mostrando uma cautela inexistente em outros pedidos do procurador-geral, que foram simplesmente homologados – por submetê-la ao plenário, aguardando que este se pronuncie quanto à questão pendente da conclusão das investigações. Nada disso, porém, está previsto constitucionalmente. Uma não decisão do Supremo ao decidir não decidir empodera um procurador-geral contestado, arbitrário em suas ações, e põe um ministro da própria instituição diante de uma situação não contemplada na Constituição. Se houvesse decidido suspender qualquer nova denúncia até conclusão da investigação em curso no próprio Ministério Público, teria produzido segurança jurídica e respeito à Constituição. Ao não fazê-lo, aumenta a instabilidade institucional.

O STF deixou a decisão sobre a denúncia contra Temer para Janot, que é um dos pivôs da crise.


 
Fonte: O Globo - Denis Lerrer Rosenfield,  professor de filosofia da UFRGS

terça-feira, 26 de abril de 2016

Eles perderam em 35, em 64 e agora perderão de novo

Árbitro pode ser denunciado por apoio a Bolsonaro em postagem e desabafa
O árbitro Marcelo de Lima Henrique corre o risco de ser denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por conta de uma postagem no Facebook em que elogia o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e reforça o 'não apoio a boiolices'.
 Marcelo de Lima Henrique criticou os incentivadores de 'boiolices'
O post de Marcelo de Lima Henrique aconteceu após a votação da Câmara para abertura (ou não) do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, realizada no dia 17 de abril.

Durante a votação, Bolsonaro resolveu homenagear o coronel Carlos Brilhante Ustra, conhecido [acusado com base em denúncias não provadas e os acusadores são sempre os porcos da esquerda.]  torturador na época da ditadura militar. Tal gesto irritou o deputado ex-BBB do PSOL-RJ, que minutos depois deu uma cusparada em Bolsonaro.

E foi exatamente sobre este episódio que Marcelo de Lima Henrique escreveu nas redes sociais, o que pode prejudicá-lo caso venha a ser condenado.  "Votei e votarei no Jair Bolsonaro para qualquer cargo. PSOL, PT, PC do B nunca terão meu voto. Prefiro votar em louco do que em ladrão, incentivador de boiolices (homossexualidade é uma coisa e eu respeito as pessoas. Boiolice é outra parada para ficar claro estou editando este post), maconheiro e inimigos da família. Cada um com seu cada um. Não sou politicamente correto, não apoio boiolices (homossexualismo é outra coisa e eu respeito), viciados, pederastas feministas e machistas...", postou o juiz.

Diante das palavras do árbitro, o presidente da comissão de arbitragem do STJD, Sergio Corrêa da Silva, encaminhou ao STJD cópias da postagem feita por Marcelo de Lima Henrique.

Entrevistado pelo UOL Esporte, o árbitro disse não ter se arrependido sobre a postagem, voltou a deixar claro seu apoio a Bolsonaro e sua revolta contra a 'boiolice' e ainda comentou sobre a conversa com Sérgio Corrêa e a possibilidade de ser punido pelo STJD.

 UOL Esporte: Sobre o que publicou, se arrependeu?

Marcelo de Lima Henrique: Eu sou um cara que tenho opiniões, eu vivo, sou um cidadão e tenho opiniões, posições políticas, não gosto de ficar em cima do muro. Como eu falei: 'para de boiolice', nada contra homossexual porque eu não sou maluco, eu não tenho nada contra, muito pelo contrário. A gente vive hoje num mundo todo diversificado. Mas na votação me indignou uma pessoa cuspir no rosto da outra, é uma coisa indignante, uma coisa repugnante e isso foi como se fosse uma cusparada na minha cara. Eu tenho as minhas opiniões pessoais, concordo que sou uma pessoa pública até, nem era pra ser tanto porque eu estou ali para servir o futebol como a imprensa serve, como o gandula serve o futebol... Fiz a postagem para mim, normal, não me sinto desconfortável e não tenho que pedir desculpas para ninguém não, não vejo nenhum erro, não tem nenhuma conotação homofóbica  contra homossexuais, está muito bem explicado ali e depois no final eu até evitei a publicação e coloquei entre parênteses, boiolice é uma coisa, homossexual é outra coisa, nada a ver. 

Hoje você tem que ser politicamente correto, se você não falar o que todo mundo quer ouvir você passa a ser errado, você tem que aceitar tudo e tem coisas que eu não aceito. Cada um tem a sua opinião, se eu falasse que era a favor do PT viria uma enxurrada de pessoas me criticando também, como eu critico todo mundo que não tem posição política. Então, eu encaro de maneira natural, conversei com o Sergio Correa sim, ele falou que foi encaminhado para o STJD para analisar... Mas eu tenho certeza que eu não feri ética nenhuma, apenas coloquei as minhas posições e vou ter até o final da minha vida. O problema é que a pessoa escuta o que ela quer, ela entende o que ela quer. Não tem preconceito nenhum ali, tem a minha opinião com um ato que aconteceu e que eu repugno dentro de campo, isso é cartão vermelho, é conduta violenta, é um ato repugnante. 

Uma pessoa cuspir na outra é uma coisa podre, isso está passando dos limites, é pior que um soco na cara, e aí você não pode expressar a sua opinião, tem que ficar quieto que se você for a favor de um ou de outro... Mas eu tenho as minhas opiniões políticas independente se eu sou árbitro ou militar, eu tenho as minhas opiniões pessoais, e o que eu coloquei lá eu sou tudo contra o que é radical, está bem claro ali, machistas, feministas, pederastas, está tudo bem claro. Se eu fosse uma pessoa de preconceito contra machistas, contra feministas... Agora, se todo mundo for radical a esse ponto e não puder falar mais nada aí então acaba o mundo, fecha a porta e vamos embora, vamos só aceitar o que está se impondo aí e vamos ver como fica daqui a 30 anos.

UOL Esporte: O que o Sergio Correa falou pra você?
Marcelo: Ele só falou: 'Marcelo, eu recebi este e-mail de um jornalista que assina a matéria do globo.com e eu repassei para ser avaliado pelo STJD, para ver se cabe uma denúncia ou não'. Eu falei: 'Tranquilo, sem problemas'. A comissão recebe denúncias todos os dias, então este jornalista por algum motivo dever ter se ofendido ele está no seu direito também, ele é um cidadão, mas eu tenho certeza que não vai passar disso, seria um total absurdo a gente não poder dar a opinião de qualquer assunto. Em nenhum momento o Sergio Correa deu opinião, ele só me passou de uma maneira formal, sem crítica, não teve juízo de valor. Para mim ele não falou nada, só me comunicou o fato.

UOL Esporte: Você teme alguma represália, ficar fora de escala, por exemplo?
Marcelo: A comissão nacional trabalha com critérios técnicos bem definidos, é uma comissão bem democrática e eu não estou aqui para causar problemas para a entidade, não. Eu faço o meu trabalho honesto e transparente. Agora isso não cabe a mim te dizer, não, pelo o que eu conheço das pessoas que dirigem a comissão ali, pela postura deles, isso aí não afeta em nada a vida do árbitro, a vida do árbitro é dentro de campo e tomando alguns cuidados éticos fora de campo. Eu não vejo ter ferido a ética em nada aí... Agora, se o cidadão comum não puder opinar em nada, então eu vou ter que rasgar o meu título de eleitor, não posso mais opinar.

UOL Esporte: Votei e votarei no Bolsonaro, é isso mesmo?
Marcelo: Sim, votei e votarei e farei campanha de graça pra ele, eu acho que a nossa família está em corrosão. Ele tem a maneira dele e a filosofia, porém nós temos que ir atrás de defensores da família, não da família caretona, não, mas da família que queira o bem que agrega, que leva os filhos na escola pra estudar, que quer combater a violência. Hoje em dia a gente vê muita gente passando a mão na cabeça pra arrumar voto. Ah, o Bolsonaro vai resolver? Não sei, mas é uma tentativa, eu não posso ficar com milhares de pessoas que apoiam essas coisas que a gente está vendo aí, eu vou atrás de uma pessoa que se identifica comigo até pelo meu perfil militar, tem o meu perfil, é filho de nordestino, então a gente quer que a coisa sempre ande de maneira correta. É defensor da família brasileira. Não é o salvador da pátria, não, mas é uma perspectiva minha. Votei e pretendo votar nas próximas, sim.