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terça-feira, 4 de agosto de 2020

Ninguém quer Sergio Moro presidente

A rejeição do ex-ministro junto à elite política poderá impedi-lo de ser candidato a presidente 

Sergio Moro pode figurar como sendo o segundo mais mencionado em todas as pesquisas de intenção de voto para presidente que vêm sendo realizadas, mas ninguém do mundo do mundo político o quer como candidato a presidente. O eleitor é a demanda e o mundo político é a oferta. De nada adianta existir a demanda se aqueles que podem ofertar o candidato não o querem fazer.

[o ex-juiz, o ex-ministro, rumo ao ex-candidato está aprendendo pelo método mais cruel que HONRA e LEALDADE possuem o mesmo significado - valendo o mesmo para suas antônimas.]

Moro, por tudo que realizou e o projetou nacionalmente, já se fizera há bastante tempo persona non grata junto ao PT. Mais recentemente a lista de desafetos políticos cresceu bastante. Hoje estão nada mais nada menos do que o presidente da República e o partido que governa o maior estado da federação. As ações da Lava Jato contra José Serra e Geraldo Alckmin consolidaram no PSDB a visão de que  Moro e seus seguidores são demasiadamente inconfiáveis. Vale mencionar que todo o Centrão já rejeita Moro faz tempo, o Centrão e os demais partidos como MDB e DEM. Restou a ele voltar à República de Curitiba,  sendo esta agora política e não jurídica e comandada por Álvaro Dias.

O fato de por um lado o senador Álvaro Dias ter sido político a vida inteira, e por outro ter um patrimônio invejável resultou em uma reputação no mínimo questionável junto à elite política e empresarial do Paraná. É possível que mesmo assim Moro queira se associar a ele, a ver. De toda sorte, Bolsonaro tem amplos recursos políticos para demover o Senador da intenção de dar a seu ex-ministro da justiça uma legenda que o possibilite disputar a presidência da república. Seria apenas uma questão de barganha, algo que políticos por uma vida inteira sabem fazer com grande maestria.

É possível também que os grandes empresários e agentes econômicos não queiram Moro. Já houve quem viesse a público  afirmar que a Lava Jato fez mal à economia do país. Para os grandes empresários não convém criticar de peito aberto um símbolo do judiciário e do combate à corrupção, mas isso não significa que não  saibam exatamente o que os prejudica em suas atividades empresariais. Moro pode ter sido útil no passado, mas hoje é sinônimo de problema.

Para coroar tamanha rejeição é possível que os políticos aprovem uma lei que impeça juízes e procuradores de se candidatarem a cargos eletivos antes de completarem oito anos fora da carreira  jurídica. Por mais casuísta que uma lei como essa venha a ser, ficará muito distante ainda do casuísmo judiciário exercido por Moro quando na magistratura.

VEJA - Blog Alberto Carlos Almeida 


sábado, 29 de setembro de 2018

A ditadura como princípio

[quem quer ditadura é a maldita esquerda, mas, não conseguirá, mesmo que seja preciso um contragolpe, um freio de arrumação, visto que “Não se faz omelete sem quebrar os ovos...”]

Chegou a hora em que a nova realidade se impõe. Uma das duas forças políticas, populistas por estratégia, extremistas por opção, tomará conta do País. Parece realmente terem ficado restritas a elas as chances nas urnas. As pesquisas sinalizam isso. Os moderados perderam a vez. Perdem campo, rumo e noção do que fazer para reverter o quadro. Foram engolidos pela avassaladora rinha de galo. O conflito está na ordem do dia. 

Quanto mais feroz o adversário, melhor. Em poucas circunstâncias houve registro de cenário político e social tão claramente repartido nos extremos: esquerda contra direita, Norte contra Sul, Sem-Terra contra milicos, pobres contra ricos. Dê-se a alcunha que preferir. Todas cabem no figurino inventado e ajambrado para aliciar eleitores às duas alternativas na ponta da corrida. O Brasil segue embebido na onda do “nós contra eles”. [que foi criado pelo maldito lulopetismo.] Está caindo como pato na pegadinha arquitetada milimetricamente pelos contendores da disputa. O que ambos os lados defendem – é só reservar um tempo para rever nas entrelinhas o arsenal de ideias e propostas partidárias para comprovar o totalitarismo em curso – é menos liberdade e direito, na essência, para você, prezado leitor. Querem o “controle social da mídia” (leia-se espaço restrito à exposição independente de opiniões). [que é uma bandeira da esquerda, desde o primeiro governo do presidiário.]   

Querem perseguição aos adversários e instituições: STF deve ser “readaptado”, eleições investigadas, Congresso ignorado, salvo o caso de prestar apoio incondicional ao futuro mandatário. Flertam, em suma, com regimes ditatoriais com vertentes e sinais opostos. Nesse clima de radicalismo, elogiar torturadores e intervenção do Exército, [a intervenção do Exército é medida extrema a ser usada somente se necessária para manutenção da Ordem Pública e da Segurança Nacional -  quanto aos chamados torturadores não existiram, visto que não houve tortura e sim  a necessidade, após operações contra terroristas, da realização de interrogatórios 'enérgicos'. visto a necessidade da obtenção de informações dos presos para novas operações.] como fizeram bolsonaristas de alto coturno – o candidato à vice, general Mourão, entre eles – ou governos de exceção, como o da Venezuela, Cuba e Nicarágua, venerados pelo lulopetismo, entrou na rotina, sem qualquer pingo de constrangimento. Para distorcer a democracia, os candidatos da vez usam métodos conhecidos. Promessas ilusórias, por exemplo. É o instrumento mais eficaz dentre os disponíveis e sempre o primeiro a ser sacado nessas horas. Não de hoje. Historicamente ocorre assim. 

Os líderes de fala direta e banal, que garantem resolver tudo na base da conversa, verdadeiros demagogos autoritários, se sobressaem sobre aqueles de perfil mais, digamos, administrativo e pragmático. O povo não está atrás de um governante gestor. Prefere o que carrega empatia e carisma como qualidades natas. Se vão resolver o problema, pouco importa. O País caminhou ao longo do tempo nessa toada, ungindo personagens como Vargas, Lacerda, Brizola, Jânio, Collor e Lula. O que pesou a favor deles na hora da escolha esteve menos ligado às respectivas capacidades de promover o desenvolvimento e bem estar social. Contou de fato a tática de persuasão. Bolsonaro e Haddad, cada qual encarnando personagens de apelo específico e hordas de seguidores, estão pontificando pelo que vendem de lorota. Fosse a atual situação um campo fértil de debates construtivos, onde a política estivesse em alta e prestigiada, provavelmente jamais se veria a final trazendo um deputado medíocre, de trajetória sofrível, oriundo do baixo clero do Congresso, contra o poste de um presidiário, propondo mais arruaça e resgate de um caldo cultural alimentado pela corrupção. Retrato da decadência do sistema. 

A perplexidade viceja em mais de 50% dos eleitores que estão fora da polaridade, da escolha de uma mesma moeda com verso e reverso. A turma que ainda aposta em Alckmin, Marina, Álvaro Dias, Amoêdo, Meirelles, do voto nulo e em branco compõe uma maioria dispersa e atônita com a tendência de vitória de um personagem sinistro para presidir o Brasil. A eles resta resistir. A culpa dos omissos nesse momento crucial estará logo precificada. Se há uma hora para a oposição “contra tudo que está aí” acordar é agora.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três 

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Debate do SBT evidencia que PT sabe que tem de jogar 2 partidas. No embate final de eleição tão virulenta, pode vencer fala que for mansa

O debate havido ontem no SBT indica que o PT está com o foco ajustado. Aqui e ali se lê que a estratégia foi desenhada por Lula lá na cadeia, em Curitiba. Não descarto porque, como se nota, burros são apenas aqueles que apostaram em sua burrice. A mim, parece apenas questão de bom senso. O PT sabe que joga duas partidas distintas. Uma é a do primeiro turno; outra, a do segundo. E cada uma requer um estilo de jogo. Notem: a vitória, na primeira partida, não está em chegar à frente de Jair Bolsonaro (PSL), mas em ocupar um dos dois lugares no segundo turno. E, no caso, talvez o melhor seja ficar em segundo lugar. Isso desestimula movimentos de voto útil já na primeira partida. Volto ao ponto daqui a pouco. Antes, algumas considerações.
 
Assisti ao debate nesta madrugada. Explica-se: ele se deu enquanto eu ancorava o programa “O É da Coisa”, na BandNews FM. A fala mais reveladora destes dias deve ter sido a de Marina Silva (Rede). Segundo a candidata, se houver uma disputa final entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), ela não apoiará nem um nem outro. Não está claro se acha que se equivalem ou se trata uma eventual recomendação de voto como chancela ao governo que virá. Bem, nesses casos, a questão é sempre saber o que farão os eleitores. Dá para supor que os de Marina transitam em territórios mais próximos do petista do que do peesselista.[integra do debate - clique aqui]



Sem Bolsonaro, com 27% das intenções de voto no Ibope, o alvo principal, como se esperava, foi mesmo Haddad, segundo colocado, com 21%. O ataque mais virulento partiu da direita: Álvaro Dias (Podemos) o acusou o partido de ser uma “organização criminosa” e lembrou as mortes dos então prefeitos de Santo André e Campinas, Celso Daniel e Toninho do PT, respectivamente. Na prática, tentou responsabilizar a legenda pelos assassinatos, ainda que o tenha feito de modo indireto. Na sublinha de sua fala, percebe-se o intuito de se colocar como uma espécie de porta-voz da Lava Jato. Parece que os fanáticos pela operação já têm seu líder. E não é ele. Nem00 nesse debate nem nos que o antecederam, Dias esboçou qualquer sombra de crítica ao candidato do PSL.


O petista também enfrentou artilharia pesada de seus ex-aliados no terreno mais à esquerda. Marina pegou carona na Injusta impopularidade do governo Temer e responsabilizou o PT por isso; afinal, ele só está na Presidência em razão da política pregressa de alianças do partido, disse. Ouviu de Haddad que devem responder por isso os que apoiaram o impeachment, como Marina. Ela treplicou lembrando que Haddad tem o apoio do senador Renan Calheiros (MDB) em Alagoas, que também apoiou a deposição de Dilma.


Ciro afirmou que, “se puder — notem a condicional —, governa sem o PT”. Na hipótese de ser eleito, pois, não descarta a possibilidade. O candidato do PDT insistiu na tese de que a polarização entre petistas e bolsonaristas está empurrado o país para a violência e acusou o petismo, reconhecendo méritos nos governos dos companheiros, de ter erigido uma “estrutura de poder odienta, que criou essa figura horrorosa que é o Bolsonaro”. Haddad pegou leve com seus críticos. Reagiu aos ataques afirmando ser preciso buscar saídas para os problemas do país. E eis o ponto que interessa.


O que se viu ali foi o “Haddadinho Paz & Amor”. Depois do embate, afirmou que espera, sim, contar com o apoio de Ciro e Marina se chegar ao segundo turno. Em encontro posterior, com artistas, deu a entender que é preciso buscar compreender, sem visões apocalípticas, mesmo o eleitorado de Bolsonaro. Observem: nesta fase, ainda que com escoriações decorrentes do embate e até a eventual perda um ponto ou outro, cumpre apenas assegurar um lugar no segundo jogo.


Aí, quero crer, estando no segundo turno, desenha-se, por força dos fatos, o cenário para o Armagedom, para a luta entre forças absolutamente opostas. [caso haja segundo turno e este seja entre o PT = poste-laranja de Lula x BOLSONARO , é preciso ter presente que PT, Lula, seu poste laranja e toda a corja lulopetista se somam e representam o MAL, o 'satanás', as forças satânicas, tanto que a cada dia cresce mais a designação de PT = Partigo das Trevas = inferno, forças demoníacas.] O horário eleitoral do partido certamente mudará de tom. E o próprio Haddad deverá falar mais duro. Mas prestem atenção a uma coisa: quem é visceralmente antipetista não vai mudar de ideia se o candidato falar mais grosso. Quem é antibolsonarista já não precisa do discurso virulento. Na hipótese de um embate entre os dois, acho que vencerá a disputa quem assustar menos o eleitor que não está nos extremos. E, de saída, digo: isso nada tem a ver com os tais mercados. Esse eleitorado de que falo sofre os efeitos da disparada do dólar, mas não especula com dólar.

Numa campanha de falas tão duras, a vitória pode ser determinada pela fala mansa.

 Blog do Reinaldo Azevedo

 

[Nota do Blog Prontidão Total:  qualquer curioso em direito, o que inclui os advogados do presidiário Lula, incluindo Pertence, sabe que o indulto não pode ser aplicado de forma individual - tendo como alvo determinado criminoso, no caso o condenado Lula.

Tem que conter exigências genéricas e alcançar os criminosos que atendam as tais exigências.

Portanto, fica dificil - impossível mesmo - indultar o marginal petista e que está recolhido a uma sala cela da Polícia Federal em Curitiba (por enquanto, seu destino final será um presídio comum, junto a criminosos comuns).

Sonha amante.]

sábado, 11 de agosto de 2018

Moro diz que é ‘inviável’ comentar Álvaro Dias

Juiz da Lava Jato afirma, em nota pública, que não pode se manifestar sobre suposto convite do presidenciável do Podemos para assumir Ministério da Justiça 'uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado a juízes'

O juiz federal Sérgio Moro evitou nesta sexta-feira, 10, se posicionar sobre um suposto convite do senador e candidato à Presidência da República, Álvaro Dias (Podemos), para assumir o Ministério da Justiça, caso seja eleito. O magistrado declarou, em nota pública, ‘que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes’.

Em debate na noite desta quinta-feira, 9, na TV Bandeirantes, Álvaro Dias afirmou. “Nós queremos institucionalizar a Operação Lava Jato como uma espécie de nossa tropa de elite no combate à corrupção. Cabo eleitoral dos investimentos, da geração de emprego, porque certamente nós enviaremos ao mundo uma outra imagem. A imagem de seriedade. O Brasil voltará a ser sério.”
O senador disse ainda. “Vou continuar combatendo os privilégios e combatendo a corrupção, por isso eu já convidei publicamente o juiz Sergio Moro.”

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DE MORO
Fui contatado por diversos jornalistas para comentar a respeito das afirmações públicas do Exmo Sr. Senador Álvaro Dias, candidato a Presidente da República, de que me convidará para ocupar o cargo de Ministro da Justiça caso seja eleito. 

Informo aos jornalistas e publicamente que reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes.

O Estado de S. Paulo

 

 

terça-feira, 15 de maio de 2018

A caixinha de surpresas

O Brasil tem 144 milhões de eleitores. É a maior democracia de massas do mundo, devido ao voto direto, secreto e universal e às urnas eletrônicas, que garantem a lisura do pleito [???]

O imponderável do processo eleitoral é o voto direto, secreto e universal, ou seja, a vontade do eleitor. Quando a incerteza permanece a cinco meses das eleições, é um sintoma de que nossa democracia está viva, graças à possibilidade de alternância de poder. Se considerarmos a emenda constitucional da reeleição que possibilitou a renovação dos mandatos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o fato de o presidente Michel Temer não liderar a corrida eleitoral deste ano somente reafirma esse princípio basilar da democracia. Outro é o direito ao dissenso, ou seja, a oposição gozar de plena liberdade para exercer seu papel e disputar o poder.

No limite das regras do jogo, o impeachment foi um instrumento legítimo de a antiga oposição depor o governo por crime de responsabilidade. Foi o que aconteceu com a presidente Dilma Rousseff, afastada do poder com base no rito previsto constitucionalmente, sob a presidência insuspeita do ministro Ricardo Lewandowski, que comandou a sessão do Senado em nome do Supremo Tribunal Federal (STF). O PT pode espernear à vontade, mas Dilma foi deposta por incompetência no exercício do cargo (administrativa, econômica e política). Tanto que a narrativa do golpe é acompanhada do perdão aos aliados que a traíram. Com exceção de São Paulo, em todos os estados, nas disputas regionais, o PT já está se coligando aos “golpistas”. Pura ironia. Grosso modo, se imaginava que o governo Michel Temer, na medida em que pôs fim à recessão, jogou a inflação abaixo da meta e baixou os juros aos mais baixos de sua história pós Plano Real, manteria unidas as forças que apoiaram o impeachment, o que possibilitaria uma candidatura robusta dessa coalizão de forças, quiçá a dele próprio. 

Entretanto, não é o que acontece. Temer amarga os mesmos índices de popularidade a que a presidente Dilma Rousseff havia chegado quando seu governo rolou ladeira abaixo. Os motivos não são exatamente iguais no plano econômico, com exceção do desemprego, mas são os de sempre no plano das políticas públicas (segurança, educação, saúde, transportes, etc.) e os mesmos quanto à ética na política. O presidente da República foi arrastado para o olho do furacão da Lava-Jato desde a fatídica noite do encontro com Joesley Batista, dono da JBS, no Palácio do Jaburu, no ano passado.

Com Temer inviabilizado eleitoralmente, o candidato natural dessa coalizão seria o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que havia batido na trave nas eleições de 2014. Entretanto, o líder tucano também foi tragado pela Operação Lava-Jato, com outros caciques da legenda, arrastando consigo o prestígio de seu partido. O resultado é a desidratação da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin, que não decolou até agora e perde capacidade de agregação de outras forças, ainda mais fora do poder. O sintoma mais grave dessa dificuldade é a coligação formada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em torno de sua candidatura, com a participação do Solidariedade, do PP e do PRB. Sem apoio dessas forças, Alckmin terá grandes dificuldades para chegar ao segundo turno.

Voto majoritário
Mesmo preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda goza de enorme prestígio. Mas sua popularidade já está contingenciada pela prisão; além disso, não pode ser candidato. A incógnita é saber se PT está se recuperando do isolamento e da derrota eleitoral de 2016. O cenário nos estados de Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte mostram que o PT pode sobreviver às urnas. Apesar da Lava-Jato, manteve sua base histórica graças à narrativa do golpe, à vitimização de Lula e à resiliência de sua militância, que beira o fanatismo messiânico. [por uma questão de respeito à verdade, a lógica e ao bom senso, preferimos somar os motivos destacados e apresentar o resultado: burrice dos que ainda acreditam no PT e no criminoso preso Lula.] O problema é que a manutenção da “candidatura” de Lula, mesmo inelegível, por causa da Lei da Ficha Limpa, pode ser uma armadilha: a transferência de voto para o seu substituto, provavelmente o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, não será uma operação fácil com seu padrinho político atrás das grades.


Voltamos, pois, ao imponderável. Sem Lula e sem uma candidatura robusta de centro, a eleição está polarizada em Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede), ambos sem tempo de televisão. Bolsonaro hoje estaria no segundo turno, tem forte articulação nas redes sociais e uma campanha de massas. Marina Silva, nas duas últimas eleições, mostrou notável resiliência, com pouco tempo de televisão, e pode chegar ao segundo turno. É nesse vácuo político que Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) almejam chegar ao segundo turno, como candidatos à esquerda antiestablishment. À direita, é Bolsonaro. [Marina Silva não chegará a lugar nenhum; 
Ciro apenas adicionará mais ma marca no seu painel de derrotas;
 Álvaro Dias é o fracasso materializado em uma sigla que não combina com ele, que não pode e nem vai chegar a lugar nenhum = NÃO podemos.] 
 
O Brasil tem 144 milhões de eleitores. É a maior democracia de massas do mundo, devido ao voto direto, secreto e universal e às urnas eletrônicas, que garantem a lisura do pleito e a apuração do resultado no mesmo dia. Mas essas eleições foram contingenciadas por uma contrarreforma política, cujo objetivo foi salvar os mandatos de atual elite parlamentar. Esse objetivo pode ser alcançado nas eleições proporcionais, mas as pesquisas estão mostrando que nas majoritárias tudo pode ser diferente, principalmente para o Senado e a Presidência da República. No primeiro caso, porque as eleições ocorrem no primeiro turno; no segundo, porque o regime é presidencialista e a maioria dos eleitores ainda acredita que um presidente pode resolver tudo sozinho.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

 

sábado, 21 de outubro de 2017

Apesar de vocês

Vocação dos brasileiros para santificar picaretas não é novidade. Se fosse, o conto do vigário pornô não teria durado 13 anos

O gigante está se guardando pra quando o carnaval eleitoral chegar. A opinião pública — essa entidade simpática e distraída — deu um tempo da dura realidade, que não leva a nada, e saiu aprontando suas alegorias para 2018. Funaro Guerreiro do Povo Brasileiro é uma das preferidas. Funaro é aquele agente do caubói biônico escalado para “fechar o caixão” do mordomo, conforme áudio divulgado para todo o Brasil. Mas nessa hora o Brasil estava ocupado com as alegorias, e não ouviu os bandidos bilionários confessando a armação da derrubada do governo com Rodrigo Janot — outro guerreiro do povo brasileiro.

Vejam como o Brasil é sagaz: seu despertar ético está depositado numa denúncia bêbada (leitura obrigatória, prezado leitor) urdida por Joesley (preso), Janot (solto), Miller (solto e rico) e Fachin (solto e dando expediente na Suprema Corte), todos cacifados política e/ou financeiramente pela quadrilha que depenou o país por 13 anos. Como se diz na roça, é a ética que passarinho não bebe. A vocação dos brasileiros para santificar picaretas não é novidade. Se fosse, o conto do vigário pornô não teria durado 13 anos, fantasiado de apoteose social. A novidade — tirem as crianças da sala —é a adesão dos bons.

Isso sim pode ser o fechamento inexorável da tampa do caixão — não de um presidente ou de um governo, mas desse lugar aqui como tentativa de sociedade. Os bons não são esses heróis de história em quadrinhos tipo Dartagnol Foratemer, que transformam notoriedade em gula eleitoral e sonham ser ex-BBBs de si mesmos. O que dizer de um aprendiz de Janot, que poderia ter Sergio Moro como inspiração, mas preferiu o truque de demonizar os políticos para virar político?

Os bons não são ex-tucanos patéticos como Álvaro Dias e demais reciclados, que ressurgem sob slogans espertos tentando perfumar o próprio mofo. Nem os ainda tucanos (e ainda mais patéticos) como Tasso Jereissati, com seu teatrinho de dissidência ética. Os realmente bons são os que sabem que, após a ruína administrativa do PT, se impôs a agenda da reconstrução — defendida desde sempre por eles mesmos.  Agora, o escárnio: mesmo testemunhando os resultados inegáveis, a restauração de indicadores socioeconômicos para ricos e pobres, as perspectivas repostas a duras penas por gente que trabalha sério (eles conhecem cada um), dos juros/inflação ao risco/investimento, essa minoria esclarecida resolveu surfar no engodo. Os ex-virtuosos também estão se guardando para quando o carnaval eleitoral chegar.

Fim de papo, Brasil. Um réquiem para o espírito público e todos à praia. Espírito público?! Pode gargalhar, prezado leitor. Melhor do que ir ao Google checar quantos nomes insuspeitos do meio acadêmico e da administração pública estão dando sangue neste governo de transição, virando noites para enfrentar o estrago dos cupins de Lula (solto), e vendo seus melhores parceiros intelectuais virando a cara, colocando os óculos escuros e dando uma surfadinha no foratemer, que ninguém é de ferro. Não vá ao Google. Chega de história triste.
Ponha seus óculos escuros e assuma imediatamente seu lugar ao sol. Você também é filho de Deus, e Ele há de consertar essa porcaria toda. Peça uma caipirinha e fique gritando contra tudo isso que aí está, porque a essa altura cogitar que haja alguém trabalhando sério em Brasília pode até dar cana. Já que os picaretas são maioria, faça como a maioria: finja que ninguém presta, que só você e sua caipirinha são confiáveis. Grite para que ninguém seja reeleito — que era mais ou menos a mensagem de Adolfinho na Alemanha dos anos 30, e a limpeza que ele imaginou também era arretada.


Mas diga aos sorveteiros que você é contra a ditadura, contra a censura (que censura? Procurem saber), a favor da beleza e também da felicidade. Você é contra o sistema, contra o que é velho e a favor do que é novo. A sua modernidade está provada inclusive no seu apoio à causa gay — que já tem meio século, mas os revolucionários do Facebook não precisam saber disso.  Grite que está cercado e sufocado por famílias conservadoras decrépitas, finja que os dias são assim e você é a contracultura! Se precisar, defenda a pílula anticoncepcional contra os celibatários malditos. Quem sabe até alguém te convida para um convescote noturno com Dartagnol Foratemer e a alegre tropa de choque da Dilma (bota choque nisso).

Minta como todo mundo: finja que o governo de transição pertence à gangue do Cunha e ignore a salvação da Petrobras da gangue do Dirceu. Isso pega bem. E é claro que a sua luta cívica contra a corrupção jamais terá qualquer campanha lamuriosa pela prisão de Lula e Dilma. Eles esfolaram o Brasil, mas são do bem.  Quanto a vocês, ex-virtuosos em situação de surfe, vocês que sabem como poucos o que está se passando de fato no país, vocês que conhecem exatamente o tamanho da fraude narrativa e o custo criminoso disso para a recuperação nacional, boa sorte em seus projetos particulares. O Brasil não parou, e talvez até nem caia nas mãos de um idiota em 2018. Apesar de vocês.

domingo, 3 de janeiro de 2016

HSV de 2015, Janot revela que só vai investigar outros bandidos depois de examinar a conta de Cunha na padaria

Rodrigo Janot, procurador-geral da República, eleito merecidamente o HOMEM SEM VISÃO 2015

Como sempre vence o pior

 

“Dedico este triunfo à presidenta Dilma, que me garantiu o emprego, e ao deputado Eduardo Cunha, que me permitiu retribuir a gentileza”,  

declarou Rodrigo Janot na noite deste sábado, ao abrir o discurso de agradecimento pela conquista do título de Homem sem Visão de 2015. O procurador-geral da República venceu a disputa na enquete com 18.431 dos 48.028 votos válidos, correspondentes a 38% dos leitores-eleitores.

A extraordinária performance do candidato vitorioso foi valorizada pela abrangência representativa do bloco de finalistas. “Faço questão de registrar que enfrentei um grupo impetuoso, ecumênico e diversificado”, constatou Janot na saudação aos concorrentes. Além de craques dos três Poderes, estiveram na briga de foice humoristas a favor, o primeiro senador engaiolado no exercício do cargo e até mesmo um instituto especializado em multiplicação, aumento, redução e sumiço de multidões.

O segundo colocado foi o Datafolha (11.105 votos, 23%) e a medalha de bronze ficou com Jô Soares (3.905, 8%). Seguiram-se, por ordem de votação, os candidatos Fernando Pimentel (3.066), Sibá Machado (2.904), Fernando Haddad (2.510), Luis Fernando Verissimo (1.774), Delcídio do Amaral (1.720), Álvaro Dias (1.141), Dias Toffoli (1.100) e Aldemir Bendine (374).

Na entrevista coletiva concedida depois da cerimônia de premiação, o campeão de 2015 resumiu a receita da vitória: “Em vez de investigar todo mundo que tem culpa no cartório, eu me concentrei num alvo só, menos conhecido da polícia que gente como o Renan e o Collor.”   A escolha de Eduardo Cunha deu tão certo que a maior parte da imprensa nem notou que, como os demais meliantes enquadrados pela Operação Lava Jato, o atual presidente da Câmara entrou de cabeça na roubalheira da Petrobras no primeiro governo do padrinho Lula.

A um jornalista interessado em saber quando começará a tratar das delinquências e traficâncias dos bandidos de estimação do Planalto, o HSV de 2015 explicou que “ainda falta apurar muita coisa prioritária”. Segundo um dos 136 assessores de Janot, não faz sentido, por exemplo, ir atrás do que andaram aprontando por aí o ex-presidente Lula ou a presidenta Dilma antes de examinar minuciosamente a conta do presidente da Câmara na padaria na esquina.

“O chefe diz que já perdeu um tempão com a história do Delcídio do Amaral”, sussurrou a mesma fonte. “Ele só não deixou o senador pra mais tarde porque aquela gravação caiu no colo dele sem aviso prévio”. Janot também acha “essencial para a manutenção da ordem pública” a tomada dos depoimentos de 50 vizinhos pra cá e 50 vizinhos pra lá de Eduardo Cunha. Pelos cálculos do próprio procurador, ele começará a procurar outros procurados em agosto. Ou setembro.

O discurso e a entrevista confirmaram que o troféu de 2015 está em ótimas mãos, amigos! Como sempre, venceu o pior!

Fonte: Coluna do Augusto Nunes 
 


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

DILMA: GUERRA NA HORA ERRADA, NO LUGAR ERRADO, CONTRA UM INIMIGO ERRADO



Raras vezes se tem visto reforma ministerial tão pífia como a que vai se completando.
  Dos ministros que entram, não se tinha notícia, senão que integravam o baixo clero da Câmara  dos Deputados. Dos que estão sendo remanejados, pouco ou nada deixaram nas posições iniciais, fora a  saraivada de críticas desencadeada sobre Aloísio Mercadante pelos próprios companheiros. Se era para a presidente Dilma neutralizar os  temores do impeachment desenvolvidos pela turma do Eduardo Cunha, precipitou-se. 

Tivesse esperado  alguns dias e estaria assistindo o desmonte  do presidente da Câmara,  a partir do terremoto com  epicentro na Suíça. E o óbvio enfraquecimento da proposta de sua defenestração.  Se o objetivo da reforma  era para enfrentar a crise econômica,  trocou o seis pelo meia  dúzia. Tanto os  novos ministros, quanto os que trocaram  de lugar, carecem de  competência para liderar  agendas positivas capazes de  afastar a sombra das profundezas econômicas. Como vão fazer aquilo  que Joaquim Levy não fez até  agora?

O PMDB ganhou o jogo sem jogar. Perto de Eduardo Cunha  ser expulso de campo, seu time saído  do banco de reservas levanta a taça, na medida em que mais se aproveitará das benesses do poder. O vácuo agora deixado e ampliado  por Dilma favorecerá Michel Temer, feliz com a frustração do PT por não ter resistido um pouco mais.  Até o Lula estará arrependido por haver aconselhado a sucessora a salvar a Presidência entregando os ministérios.  Salvo inusitados ou fatos novos, a presidência já estava salva e muitos ministérios, perdidos. 

Circula em Brasília a versão de que Dilma se afastará do trivial do governo para dedicar-se a altas questões, como a Política Externa e a Defesa, quer dizer, à arte de enxugar gelo e ensacar fumaça.  Fica, no entanto, a dúvida: quem comandará o time? Jacques Wagner? Ricardo Berzoini? Ou o Lula? O problema é que, assim como os demais companheiros, ele já começa  o segundo  tempo perdendo de goleada.

Em suma, para o PT e para a presidente, uma guerra travada na hora errada, no lugar errado, contra um inimigo errado. Satisfeitos estão os tucanos, que do ninho privilegiado assistem a derrota adversária sem disparar um tiro. Coisa que acirra os ânimos e afia os bicos, pois entrou uma penosa a mais na disputa: além de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, Álvaro  Dias está no páreo.   

Fonte: Carlos Chagas


terça-feira, 12 de maio de 2015

A morte política é o destino dos senadores que desertarem para render-se a Fachin



O que houve com Álvaro Dias?, perguntam-se os milhões de paranaenses que votaram em outubro passado num candente opositor do governo lulopetista e acabaram reconduzindo ao Congresso um aliado incondicional de Luiz Edson Fachin. Como entender que um porta-voz do Brasil decente no Legislativo se tenha transformado em cabo eleitoral do doutor escolhido por Dilma para tornar majoritária no Supremo a bancada dos ministros da defesa de culpados?

Disposto a tudo para instalar Fachin no gabinete prematuramente esvaziado por Joaquim Barbosa, o senador do PSDB assumiu sem explicações razoáveis (e sem ficar ruborizado) o papel de estafeta de um caçador de togas. Uma guinada e tanto na trajetória desse paulista nascido em Quatá e criado em Maringá que, desde a chegada ao poder da seita lulopetista, tem sido um dos raríssimos integrantes da oposição partidária em permanente sintonia com o país que presta.

Antes de escancarar-se a estranha parceria com Fachin, a bela voz de locutor de rádio, sempre afinada com a voz rouca das ruas, mostrou em centenas de pronunciamentos como se fala com fluência e altivez a linguagem dos indignados. Aos 70 anos, Álvaro Dias mudou de rumo e de lado. O tribuno que travou tantos combates solitários, empunhando apenas a arma da razão, deu lugar ao homem que cabala votos para uma ameaça ambulante ao Estado Democrático de Direito.

Alguma coisa parece ter-lhe confiscado o instinto de sobrevivência. Em rota de colisão com centenas de milhares de manifestantes exaustos de corrupção e incompetência, Álvaro Dias se nega a compreender que o apoio a Fachin é uma forma especialmente desonrosa de suicídio eleitoral. É pecado sem remissão. Como descobriu Demóstenes Torres, que sucumbiu por dinheiro, e logo descobrirá Kátia Abreu, seduzida pelo poder aparente, não existe uma segunda chance para os que capitulam por motivos desprezíveis.

O surto de suicídios políticos assumirá dimensões epidêmicas se a bancada oposicionista não enxergar a tempo a relevância da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça — e, sobretudo, a importância histórica da votação no plenário que decidirá em última instância se Fachin merece um lugar no Supremo. Claro que não, saberão até os bebês de colo se os senadores cobrarem esclarecimentos que dissipem as zonas de sombra localizadas por VEJA na edição desta semana. Seguem-se quatro:
1) Por anos a fio, Fachin foi simultaneamente procurador-geral do estado e advogado militante. A essa acumulação de funções, proibida pela Constituição paranaense e, portanto, ilegal, somou-se uma agravante só contornada por gente dotada do dom da ubiquidade: nem o duplo emprego impediu que Fachin continuasse a dar aulas na universidade. A sabatina precisa esclarecer esse milagre da multiplicação do tempo.

2) Em numerosos artigos, entrevistas e discursos, Fachin deixou claro seu menosprezo pelo preceito constitucional que garante a propriedade privada no Brasil. Se é que mudou de ideia, por que nunca se corrigiu?

3) Fachin sempre foi ostensivamente simpático ao MST, uma velharia comunista que não tem existência jurídica. Os laços afetivos permanecem? Como estão no momento as ligações promíscuas entre quem deveria defender o cumprimento das normas legais e o bando comandado pelo fora da lei João Pedro Stédile?

4) Fachin sempre defendeu a desapropriação de terras produtivas para fins de reforma agrária, sem o pagamento de indenização aos proprietários lesados. Recuperou o juízo ou ainda é tripulante da nau dos insensatos?

Há mais, muito mais. Mas o que acima se leu informa que a presença de um Fachin no STF pode ser ainda mais ruinosa que a de um Dias Toffoli. Como ocorre agora, também os defensores do ex-advogado do PT, ex-assessor de José Dirceu na Casa Civil e chefe da Advocacia-Geral da União garantiram que quatro ou cinco sessões do Supremo bastariam para que o novo ministro proclamasse a própria independência. Erraram feio, sabe-se hoje.

O Brasil de 2015 é outro. As multidões nas ruas avisam que não são poucos os providos do sentimento da vergonha. Contam-se aos milhões os que mantêm sob estreita vigilância os senadores eleitos para fazerem oposição. Quem trocar a oposição pelo amém ao governo não escapará do castigo reservado aos desertores.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes – VEJA OnLine