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sábado, 14 de novembro de 2015

Estado Islâmico assume autoria dos ataques terroristas na capital francesa que deixaram mais de 120 mortos e chocaram o mundo.

Terror em Paris

Hollande diz que massacre em Paris é ‘ato de guerra’ e terá resposta implacável

[a resposta francesa contra o Estado Islâmico é necessária - tanto como retaliação exemplar quanto para destruir a organização terrorista;  mas, não pode ser dirigida em ataques aéreos sobre regiões controladas pelo EI - a região está dominada pelos extremistas mas tem milhares de pessoas que estão presas na região e serão vítimas inocentes da vingança francesa.
E a morte de inocentes apenas maximizará o impacto da ação terrorista - exatamente o que os jihadistas desejam.]

Estado Islâmico assume autoria dos ataques terroristas na capital francesa que deixaram mais de 120 mortos e chocaram o mundo. Outras 250 pessoas ficaram feridas, 80 em estado grave. Vídeo publicado pelo grupo terrorista ameaça França: ‘Não viverão em paz’  

Um dia depois dos atentados em Paris que deixaram ao menos 127 mortos e 300 feridos, o presidente da França, François Hollande, classificou neste sábado os ataques como um “ato de guerra” cometido pelo Estado Islâmico e decretou três dias de luto nacional. Logo em seguida, os jihadistas reivindicaram a responsabilidade pelo massacre em um comunicado no qual afirmam que seus combatentes munidos de explosivos e metralhadoras espalharam o terror em vários locais na capital francesa que foram cuidadosamente estudados. Segundo os extremistas, os atos terroristas foram em resposta a insultos ao profeta Maomé e aos bombardeios franceses contra alvos do grupo. Tendo ousado insultar nosso Profeta, se gabado de lutar contra o Islã na França e atacando muçulmanos no Califado com seus aviões que não os ajudaram de forma alguma nas ruas mal cheirosas de Paris diz o comunicado.
Polícia investiga local dos atentados em Paris um dia depois dos atentados que deixaram mais de 120 mortos - PASCAL ROSSIGNOL / REUTERS
 
 De acordo com o jornal “Libération”, um cidadão francês já conhecido pelas autoridades foi confirmado como um dos terroristas, identificado pelas impressões digitais. Além disso, a policia encontrou um documento sírio e outro egípcio foram encontrados pertos de corpos dos homem-bomba perto do Stade de France. Oito agressores morreram nos ataques, sete deles ao detonarem explosivos e outro foi abatido pelas forças de segurança. Os corpos de todos eles estão sendo estudados e o DNA coletados.

Os ataques coordenados em estádio, sala de concertos e cafés e restaurantes no Norte e Leste Paris foram o tema de uma reunião entre Hollande com um conselho de Defesa, da qual participaram os principais ministros do governo, enquanto o país segue em estado de emergência com as fronteiras fechadas. Depois do encontro, o presidente pediu união nacional e declarou que todas as medidas necessárias serão tomadas para combater as ameaças terroristas. — O que ocorreu ontem foi um ato de guerra cometido pelo Daesh (acrônimo árabe do EI), organizado a partir do exterior e com ajuda interna — declarou Hollande. — Mesmo ferida, a França vai se reerguer.

O presidente francês também discutiu os atentados com líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, o premier italiano, Matteo Renzi, e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, segundo fontes do Palácio de Eliseu.  Mais cedo, pelo Twitter, o EI divulgou um vídeo ameaçando atacar a França se o país continuar com os bombardeios contra alvos extremistas. No entanto, não ficou claro quando o filme foi gravado. — Enquanto vocês continuarem bombardeando, não viverão em paz — diz o vídeo.

Menos de um ano depois dos atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo, Paris se viu diante de um intenso ataque terrorista na sexta-feira, deixando 127 mortos, além de cerca de 250 feridos, 80 em estado grave. Mais de 70 reféns foram mortos durante um show de rock no teatro Bataclan. Cerca de 40 pessoas morreram vítimas de homens armados que abriram fogo em outros cinco pontos da capital francesa. Os testemunhos de sobreviventes apontam que os atiradores gritaram “Alá Akbar“ (Deus é grande) e citaram a intervenção francesa na Síria para justificar as ações.

Ocorreram também três explosões do lado de fora do Stade de France, onde a seleção de futebol do país jogava um amistoso contra a Alemanha, com o presidente na plateia. Cinco pessoas morreram no entorno do estádio, disse a polícia. Dois brasileiros ficaram feridos nos ataques, informou a Embaixada.  Segundo informações da cônsul-geral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, um casal de brasileiros ficou ferido enquanto jantava em um restaurante. O homem estava em estado grave e foi submetido a uma cirurgia. Segundo a cônsul, ele perdeu muito sangue e teve de fazer uma transfusão. A mulher sofreu ferimentos leves. Perto de um deles, a polícia encontrou um passaporte sírio.


INVESTIGAÇÃO
A Justiça francesa abriu uma investigação sobre ataques, os mais mortíferos na Europa desde os atentados islâmicos em Madri, em março de 2004. A prioridade da equipe é identificar os corpos, incluindo os dos terroristas, que em sua maioria foram pulverizados quando explodiram a si mesmos. Uma vez identificados os terroristas, será determinado se eles tiveram a ajuda de cúmplices.

Nenhuma prisão foi realizada e os investigadores sugeriram que não estavam procurando qualquer pessoa nesta fase. No entanto, autoridades acreditam que há uma ligação entre um homem detido na Alemanha na semana passada com armas automáticas e explosivos e os ataques.  Em estado de emergência, o Eliseu anunciou a mobilização de 1.500 militares adicionais e o reforço dos controles nas fronteiras.

Fonte: O Globo